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Guias e Dicas
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Manual de Hipodermoclise, Manuais, Projetos, Pesquisas de Medicina

Manual de hipodermoclise cuidados paliativos

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2024

Compartilhado em 10/01/2024

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amanda-anjos-3 🇧🇷

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Manual
de
Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina de Botucatu
Botucatu
2017
Hipodermóclise
Natalia Cristina Godinho
Liciana Vaz de Arruda Silveira
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Baixe Manual de Hipodermoclise e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Medicina, somente na Docsity!

Manual

de

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu Botucatu 2017

Hipodermóclise

Natalia Cristina Godinho

Liciana Vaz de Arruda Silveira

  1. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – HCFMB. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.

ISBN: 978-85-69376-05-

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Avenida Professor Mário Rubens Guimarães Montenegro, s/n UNESP Campus de Botucatu - CEP 18618-687 - Botucatu-SP Telefone: ++55(14) 3811- hcbotu@fmb.unesp.br

Autores: Natalia Cristina Godinho Liciana Vaz de Arruda Silveira

Colaborador:

Karina Alexandra Batista da Silva Freitas

Núcleo de Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - NUCADE-RH

Apoio:

Capa e diagramação: Sandro Richard Martins

Ficha Catalográfica:

  • Núcleo de Publicações Científicas do DGAA - HCFMB
  • Gerência de Enfermagem do HCFMB

Elaboração feita pela Seção Téc. Aquis. Tratamento da Inform. Divisão de Biblioteca e Documentação - Campus de Botucatu - Unesp Bibliotecária responsável: Rosemeire Aparecida Vicente - CRB 8/

Manual de hipodermóclise [recurso eletrônico]/ Natalia Cristina Godinho Liciana Vaz de Arruda Silveira; Colaborador, Karina Alexandra Batista da Silva Freitas. - Botucatu : Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu- HCFMB, 2017 1 E-book ISBN: 978-85-69376-05-

  1. Hipodermóclise. 2. Tratamento paliativo. 3. Geriatria.
  2. Gerontologia. 5. Cuidados em enfermagem - Planejamento.
  3. Revisão. 7. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu. 8. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - HCFMB. I. Título. II. Silveira, Liciana Vaz de Arruda. III.Freitas, Karina Alexandra Batista da Silva.

Godinho, Natalia Cristina.

CDD 610.

30 p. ; il.

Este manual é destinado à equipe multiprofissional do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e contém estratégias para utilização adequada da hipodermóclise, fornece subsídios necessários, descrição correta da técnica, bem como as medicações indicadas para infusão. O manual foi elaborado por Natalia Cristina Godinho, mestranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem – Curso Mestrado Profissional do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP sob orientação da Profª Drª Liciana Vaz de Arruda Silveira do Departamento de Bioestatística UNESP Botucatu – SP, como produto integrante da dissertação de mestrado profissional. Para a realização deste trabalho contamos com a colaboração das enfermeiras Karen Aline Batista da Silva (Gerência de Enfermagem), Karina Alexandra Batista da Silva Freitas (Ambulatório de Quimioterapia) e o Núcleo de Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos (NUCADE-RH).

APRESENTAÇÃO

"Eu me importo pelo fato de você ser você, me importo até o último momento de sua vida e faremos tudo que está ao nosso alcance, não somente para ajudar você a morrer em paz, mas também para você viver até o dia da sua morte." (Cicely Saunders)

Como princípios dos cuidados paliativos podemos citar:

  • Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes (astenia, anorexia, dispnéia, etc);
  • Reafirmar a vida e a morte como processos naturais, integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto do cuidado do paciente;
  • Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no

cuidado ao paciente;

  • Não expressar ou adiar a morte, oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença, em seu próprio ambiente;
  • Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte;
  • Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença, utilizando uma abordagem holística;
  • Utilizar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte de luto. Pacientes em cuidados paliativos frequentemente necessitam de vias alternativas para o suporte

clínico por apresentarem condições que impossibilitam a administração de medicamentos e a manutenção adequada de níveis de hidratação pelas vias oral e endovenosa ou associadas à contra indicação de procedimentos invasivos. Nesse sentido, a hipodermóclise se destaca por ser um método simples, seguro e com risco diminuído de infecção. Consiste na reposição de fluidos e administração de medicamentos por via subcutânea quando não há possibilidade de administração de medicações por via oral, devido à fragilidade vascular, ou inexistência de acesso venoso periférico. Trata-se de uma técnica simples, de melhor relação custo benefício quando comparada a via endovenosa em situações clínicas não emergenciais, de rápido manuseio e que dispensa um menor tempo em sua execução. O uso da via subcutânea pode ser implementado tanto no ambiente hospitalar como no ambiente domiciliar, trazendo assim maior comodidade e conforto ao paciente e sua família. Permite a administração de volumes até 1500 ml em 24h por sítio de punção, podendo ser realizado até dois sítios distintos. Os profissionais devem adquirir conhecimento teórico-científico e prático sobre a terapia subcutânea podendo minimizar traumas mecânicos, tissulares, dentre

  • Tamanho da molécula: Os capilares sanguíneos limitam a passagem de moléculas maiores, com peso igual ou superior a 16KDa;
  • Solubilidade: As soluções hidrossolúveis são melhor absorvidas pois a membrana endotelial possui grandes canais aquosos.

Fonte: Azevedo, D.L. O uso da via subcutânea em geriatria e cuidados paliativos. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, 56p., 2016.

EPIDERME

DERME

HIPODERME

Póros, pelos, camada queratinizada e terminação nervosa

Glândulas sudoríparas e sebáceas, músculo eretor do pelo folículo piloso

Veias, artérias e tecido adiposo

Pacientes que apresentam embotamento cognitivo, náuseas e vômitos incoercíveis, diarréia, obstrução do trato gastrintestinal por neoplasia, sonolência e confusão mental.

Pacientes com difícil acesso venoso e que tenham o seu sofrimento aumentado pelas constantes tentativas de punção; Pacientes cujo acesso venoso represente impossibilidade ou limitação para a administração de medicamentos e fluidos decorrentes de flebites, trombose venosa e sinais flogísticos.

  • Falência circulatória;
  • Desequilíbrio hidroeletrolítico severo;
  • Sobrecarga de fluidos (como insuficiência cardíaca congestiva, edema acentuado);
  • Desidratação severa;
  • Soluções de grande volume em curto período de tempo.

Indicações

Contraindicações

3 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

Situações de emergência

Impossibilidade de ingestão por via oral

Impossibilidade de acesso venoso e contraindicação de procedimentos invasivos

O manuseio simples e a fácil administração possibilitam a alta precoce, já que o dispositivo pode ser manejado em domicílio pelo cuidador/familiar e/ou pelo próprio paciente após treinamento pela equipe de enfermagem.

A utilização da via subcutânea provoca um desconforto mínimo nos pacientes e traz menor grau de limitação pelas opções diferenciadas dos sítios de punção. Além disso, a infusão poderá ser interrompida após ser iniciada a qualquer momento, sem o risco de complicação como, por exemplo, a trombose de vaso.

O risco de complicações sistêmicas, como a hiper-hidratação e a sobrecarga cardíaca.

Possibilidade de alta hospitalar precoce e permanência em domicilio

Mínimo desconforto ou complicação local

Risco mínimo de complicações sistêmicas

Por poder permanecer por um tempo maior, quando comparado ao acesso venoso periférico (troca a cada 5 - 7 dias), o risco de prejudicar a integridade da pele diminui significativamente.

Permite a administração de volumes de até 1500 ml em 24h por sítio de punção, podendo ser realizado até dois sítios distintos.

Já que a absorção pelo tecido subcutâneo é mais lenta do que a via intravenosa e reduz os riscos de apresentar hemólise ou produzir reações adversas.

Desvantagens

Via de fácil manipulação e manutenção

Limitação do volume

Inviável para o ajuste rápido de doses

Os medicamentos e fluidos administrados por hipodermóclise têm sua absorção por meio do mecanismo da difusão capilar e perfusão tecidual, nesse aspecto pacientes que apresentam edemas e hematomas podem ter sua terapia prejudicada. A farmacocinética dos medicamentos administrados pela via subcutânea é semelhante a dos medicamentos administrados pela via intramuscular, porém apresenta tempo de ação prolongado, além de possuir melhor tolerabilidade para aqueles cujo pH é próximo da neutralidade e que sejam hidrossolúveis, como demonstrado no quadro 1. Todos os medicamentos administrados na via subcutânea devem estar na forma líquida ou diluídos, sendo a diluição de pelo menos 100%. Medicamentos que apresentem baixa solubilidade em água (lipossolúveis) podem ocasionar danos aos tecidos. Soluções com pH <2 ou >11 apresentam risco aumentado de irritação local ou precipitação e por esse motivo não são indicados para infusão nessa via. São eles:

6 MEDICAMENTOS UTILIZADOS

Diazepam

Diclofenaco

Fenitoína

Eletrólitos não diluídos

Soluções com teor de glicose >5%

Soluções com teor de potássio >20 mmol/l

Soluções coloidais

Sangue e seus derivados

Nutrição parenteral total