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Manual confeccionado pela Faculdade de Goiás apoiada pelo Ministério da Saúde para o atendimento de pacientes com Necessidades Especiais em Odontologia.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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APRESENTAÇÃO
*Citação de Diogo Mainardi, em seu artigo “Meu pequeno búlgaro”
SUMÁRIO
Capítulo I Pacientes com necessidades especiais 01 Cerise C. Campos; Bruna B. Frazão; Gabriela L. Saddi; Liliane A. Morais; Marília G. Ferreira; Paula C. O. Setúbal; Raquel T. Alcântara.
Capítulo II Deficiências físicas 07 Parte I Paralisia cerebral 07 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte II Miastenia gravis 11 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte III Acidente vascular encefálico 15 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Capítulo III Distúrbios comportamentais 19 Parte I Transtornos alimentares 19 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte II Autismo 24 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Capítulo IV Condições e doenças sistêmicas 28 Parte I Diabetes mellitus 28 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte II Insuficiência renal crônica 32 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte III Anemias 34 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte IV Hemofilia 37 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte V Epilepsia 40 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte VI Cardiopatias 43 Cerise C. Campos; Gabriela L. Saddi; Marília G. Ferreira.
Parte VIII Pacientes imunossuprimidos por medicamentos: Usuários de álcool e drogas ilícitas 48 Cerise C. Campos; Bruna B. Frazão.
Parte IX Pacientes imunossuprimidos por medicamentos: Leucemia 52 Cerise C. Campos; Bruna B. Frazão; Liliane A. Morais.
Parte X Pacientes imunossuprimidos por medicamentos: Lúpus eritematoso 55 Cerise C. Campos; Paula C. O. Setúbal; Raquel T. Alcântara.
Parte XI Gravidez 58 Cerise C. Campos; Bruna B. Frazão.
CAPÍTULO I
PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS
Cerise de Castro Campos Bruna Borges Frazão Gabriela Lopes Saddi Liliane Assis Morais Marília Garcia Ferreira Paula Cristina de Oliveira Setúbal Raquel Teles de Alcântara
É necessário conceituar e classificar os pacientes com necessidades especiais (PNEs) para estabelecer uma didática no exercício clínico, visando um plano de tratamento especializado e direcionado^1.
Os PNEs já foram denominados pacientes excepcionais, pacientes portadores de deficiência, pacientes especiais. Os conceitos e as denominações sofreram mudanças ao longo dos anos buscando, assim, uma maior abrangência das diversas alterações e/ou condições de ordem física, mental ou social^2. O sucesso do tratamento odontológico depende do conhecimento do paciente por parte do cirurgião-dentista (CD), o que é conseguido através de uma minuciosa anamnese^3. Saber conceituar o paciente com necessidade especial é essencial para adequar o seu tratamento de acordo com suas peculiaridades. Grünspun^4 afirma que, o que torna uma pessoa um PNE, é o fato de ela ser portadora de uma deficiência ou doença que a leva a necessitar de atenção e cuidado especiais.
Levando em consideração a dificuldade de um conceito único e imutável sobre os PNEs, propõe-se uma definição que reflita o atual momento desses pacientes:
Pacientes com necessidades especiais são indivíduos que apresentam uma alteração ou condição, simples ou complexa, momentânea ou permanente, de etiologia biológica, física, mental, social e/ou comportamental, que requer uma abordagem especial, multiprofissional e um protocolo específico.
Dualibi & Dualibi^1 classificam os PNEs em grupos, subgrupos, lesão principal e sublesão. Os grupos principais por eles definidos são:
desenvolvimento, atenção e cuidados permanentes. São definidos como portadores de condições limitantes ou problemas físicos, de desenvolvimento, mental, sensorial, comportamental, cognitivo ou emocional^6. Com o intuito de fornecer uma linguagem universal e um padrão para a descrição dos estados de saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), o que permitiu a comparação e análise de dados e informações ao longo do tempo entre regiões e países. A CIF é baseada numa abordagem biopsicossocial^7. A Associação Internacional de Odontologia para o Paciente com Necessidades Especiais (IADH — International Association for Disabilities and Oral Health ) orientou a distribuição dos PNEs, sendo utilizada por Santos & Haddad^2 em sua classificação:
4. Deficiência mental — comprometimento intelectual devido a fatores pré-natais, perinatais e pós-natais, de origem genética, ambiental ou desconhecida; 5. Distúrbios sensoriais — deficiência auditiva e visual; 6. Transtornos psiquiátricos — depressão, esquizofrenia, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade; 7. Doenças infectocontagiosas — pacientes soro-positivos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatites virais, tuberculose; 8. Síndromes e deformidades craniofaciais – Síndrome de Down, entre outras.
O primeiro passo para se iniciar o tratamento de um paciente envolve o conhecimento do mesmo a partir de uma minuciosa anamnese e exame físico criterioso. Para isso faz-se necessário o CD assumir um compromisso e responsabilidade em buscar informações úteis, tanto para o diagnóstico de desordens como para detectar experiências odontológicas anteriores8,9. Uma vez observada uma condição ou doença sistêmica, o profissional deve direcionar a avaliação, identificando as peculiaridades que podem interferir no tratamento. A pesquisa dos sinais e sintomas clínicos da doença complementa a anamnese e, assim, auxilia na determinação do diagnóstico^10. O reconhecimento dos PNEs e a individualização dos seus tratamentos são essenciais por estes pacientes compreenderem uma considerável parcela da população (14,5% da população brasileira segundo o censo demográfico de 2000 realizado pelo IBGE^11 ). O objetivo deste manual prático é sugerir condutas para auxiliar os CDs na abordagem, planejamento e tratamento dos PNEs.
CAPÍTULO II
DEFICIÊNCIAS FÍSICAS
PARTE I
PARALISIA CEREBRAL Cerise de Castro Campos Gabriela Lopes Saddi Marília Garcia Ferreira
Encefalopatia crônica não-progressiva ou paralisia cerebral (PC) compreende um conjunto de distúrbios neurológicos caracterizados principalmente por alterações no desenvolvimento postural e limitações de movimentos1,2,3,4,5,6. Essa desordem é resultante de uma injúria irreversível que atinge o cérebro em formação (congênita) ou infantil (adquirida)^7 , antes da completa maturação do Sistema Nervoso Central, podendo estar associada a fatores pré, peri ou pós- natais1,4,5,6,8.
PARTE II
MIASTENIA GRAVIS
Cerise de Castro Campos Gabriela Lopes Saddi Marília Garcia Ferreira
A miastenia gravis (MG) é um transtorno neuromuscular crônico13,14, de caráter auto-imune, que afeta os músculos voluntários ou esqueléticos, resultando em esgotamento e perda da força muscular destes elementos13,15,16,17,18. Estas características podem relacionar-se com a produção de auto-anticorpos contra os receptores nicotínicos de acetilcolina das junções neuromusculares15,16,17. Os sintomas da miastenia gravis são progressivos16,18. Geralmente, o início da doença é marcado por uma fraqueza gradual na musculatura ocular, podendo gerar quadros de ptose palpebral e diplopia14,16,18. A área orofaríngea é comumente afetada^18 , caracterizando uma fraqueza nos músculos faciais e mastigatórios17,19, o que resulta em dificuldade na mastigação16,20, disfagia, disartria16,19,20^ e redução da expressão facial13,19. Este transtorno neuromuscular pode atingir isoladamente um grupo de músculos, ou tornar-se generalizado13,18. Assim, em muitos casos, além dos músculos oculares e orofaríngeos, há envolvimento dos músculos dos membros superiores e inferiores14,17, diafragma, extensores do pescoço, entre outros^14. Um achado intra-oral peculiar à MG é a presença de flacidez da musculatura da língua, acompanhada de sulcos na sua face dorsal17,21. Em casos severos, pode-se encontrar a chamada “língua miastênica”, apresentando três sulcos longitudinais13,22. É possível desenvolver, em pacientes com hiperplasia do timo, a candidíase mucocutânea crônica^23 , assim como infecções fúngicas e atraso na cicatrização ocorrem geralmente em indivíduos sob terapia imunossupressora^24.