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Nutrição Florestal
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
O setor florestal brasileiro é constituído pelas in-
dústrias de papel e celulose, carvão vegetal, madeira
serrada, chapas, aglomerados, resinas e óleos essen-
ciais. Esse setor é responsável por 2 milhões de em-
pregos diretos e indiretos, sendo de destacar que, nes-
se conjunto, o manejo de florestas plantadas alcança
25% do total (500 mil empregos diretos e indiretos).
No ano de 2001, a atividade florestal correspondeu a
4,5% do PIB, o que equivale a US$ 28 bilhões.
As exportações do setor totalizaram US$ 5,4 bi-
lhões em 2001, 8% do total do país. Analisados se-
paradamente, alguns de seus componentes ocupam
posição destacada na pauta brasileira de produtos ex-
portados. Assim, os derivados de papel e celulose são
o segundo item entre os produtos industrializados,
com geração de divisas superiores a US$ 2,5 bilhões.
O Brasil tornou-se exportador de celulose e as vendas
externas desse produto alcançaram US$ 1,2 bilhões
em 2001. Entre os produtores mundiais de celulose,
o Brasil já ocupa o sétimo lugar e, é o maior produ-
tor mundial da celulose de eucalipto, produzindo 8
milhões de toneladas em 2002, sendo cerca de 6 mi-
lhões de toneladas de fibra curta (CEPEA, 2002).
A madeira, matéria-prima utilizada pelo setor flo-
restal, é obtida normalmente a partir de plantios homo-
gêneos realizados com espécies de pinus e eucalipto.
A elevada utilização do eucalipto nos reflorestamentos
brasileiros ocorreu pelo seu rápido crescimento e por
sua boa adaptação às condições edafo-climáticas do
país. A área reflorestada com eucalipto no Brasil está
apresentada na Tabela 1. Atualmente, os plantios com
eucalipto no Brasil estão em torno de 3 milhões de
hectares, sendo aproximadamente 70% concentrados
nos Estados de Minas Gerais e São Paulo.
Os reflorestamentos no Brasil têm se concentra-
do em solos arenosos ou então em solos de textura
média a argilosa com baixa reserva de nutrientes, aci-
dez elevada e altos teores de alumínio (Al). Nesses
solos, a deficiência de potássio tem sido comumente
encontrada conforme levantamentos nutricionais re-
alizados por Bellote e Ferreira (1993); Silveira et al.
(1995d), Silveira et al. (1995b), Silveira et al. (1998),
Silveira et al. (1999), Sgarbi e Silveira (2001), Silveira
et al. (2001a), Silveira et al. (2002a) e Silveira et al.
(2003a e 2003b). A deficiência desse macronutriente
aparece numa maior freqüência quando comparada
a dos demais macronutrientes em Neossolos quartza-
rênicos e Latossolos, exceção feita para os argissolos e
espodossolos da região Sul da Bahia, onde a deficiên-
cia de cálcio, nitrogênio e fósforo são mais freqüentes
que a de potássio (Silveira et al ., 2000a e Silveira et
al ., 2001a). Os levantamentos nutricionais já realiza-
dos no Estado de São Paulo, nas regiões de Angatuba,
Capão Bonito, Mogi-Guaçu, Casa Branca, Itirapina
e Itatinga/SP, e Lençóis Paulista/SP mostraram que
independentemente do material genético, todas as
florestas avaliadas apresentavam deficiência de K. A
importância da correção potássica nesses solos foi
confirmada pelo trabalho pioneiro de Gava (1997)
na região de Angatuba/SP, onde a aplicação de 256
kg de K
2
O ha
proporcionou aumentos de 118% em
volume de madeira em relação à testemunha.
Considerando que a deficiência de potássio está
distribuída por extensos plantios de Eucalyptus spp
limitando economicamente a produtividade, torna-
se necessário que algumas medidas sejam adotadas
como: a seleção de genótipos que sejam mais eficien-
tes na absorção e utilização de potássio; determina-
ção da dose econômica adequada de potássio em fun-
ção do tipo de solo e do material genético; adoção de
monitoramento nutricional, em florestas com idade
entre 12 e 24 meses, para identificação de deficiências
nutricionais; determinação da melhor forma e época
de aplicação de potássio para a correção da deficiên-
cia; avaliação dos efeitos das relações do potássio com
outros nutrientes na produtividade, especialmente Ca
e Mg e verificação da relação entre a adubação potás-
sica e a qualidade do produto florestal.
2.1. Ativação enzimática e síntese de proteina
O potássio não faz parte de nenhum composto
orgânico, não desempenhando função estrutural
na planta. Um grande número de enzimas são de-
pendente ou ativadas pelo potássio, destacando-se
as sintetases, oxiredutases, desidrogenases, transfe-
rases, quinases e aldolases (Mengel & Kirkby, 1978;
Marschner, 1995 e Malavolta et al ., 1997). O potássio
Tabela 1. Área reflorestada com espécies de eucalipto
em alguns Estados do Brasil até 1999.
Estado Área (ha) %
Amapá 12.500 0,
Bahia 213.400 7,
Espírito Santo 152.330 5,
Mato Grosso do Sul 80.000 2,
Minas Gerais 1.535.290 51,
Pará 45.700 1,
Paraná 67.000 2,
Santa Catarina 41.550 1,
São Paulo 574.150 19,
Rio Grande do Sul 115.900 3,
Outros 128.060 14,
Total 2.965.880 100
Fonte: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 2000.
¹Capítulo do livro “Potássio na Agricultura Brasileira”, POTAFOS.
²Consultor na área de Solos e Nutrição Florestal. RR Agroflorestal S/C Ltda - Rua Alfredo Guedes, 1949, Sala 802, Piracicaba/SP, 13416-901.
ronaldo@rragroflorestal.com.br
³Engenheiro responsável pela área de Solos e Nutrição da Companhia Suzano de Papel e Celulose - Av. Dr. José Lembo, 1010, Itapetininga/SP, 18207-780.
jgava@suzano.com.br
4
Pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo. Caixa Postal 96, Piracicaba/SP, 13400-970. mala@cena.usp.br
4
ainda está envolvido na síntese de proteínas: plantas com
baixos teores de potássio apresentam baixo teor protéico,
com acúmulo de compostos de baixo peso molecular como
aminoácidos, amidas, aminas e nitratos. Além disso, a defi-
ciência de potássio provoca também o aumento do teor de
carboidratos solúveis, decréscimo no conteúdo de amido e
acúmulo de nitrogênio solúvel.
O potássio atua no metabolismo (ativação da sintetase
do amido, sintetase fosfato sacarose e outras enzimas) e
transporte de carboidratos (Mengel & Kirkby, 1978; Mala-
volta, 1980; Marschner, 1995; Malavolta et al ., 1997). Nor-
malmente, as plantas deficientes em potássio apresentam
acúmulo de açúcares hexoses e decréscimo de carboidratos
de maior cadeia como amido e sacarose nas folhas (Evans &
Sorger, 1966 citado por Huber, 1985), como consequência
da menor atividade da sintetase de fosfato sacarose. Segun-
do Marschner (1995), existe relação inversa entre a concen-
tração de potássio e o conteúdo de açúcares nos tecidos.
As poliaminas estão envolvidas no processo da divisão
celular (Maki et al ., 1991), nos processos de desenvolvimen-
to e crescimento (Smith, 1985 e Evans & Malmberg, 1989),
na senescência (Smith, 1985 e Galston & Kaur-Sawhney,
cos (Kaur-Sawhney & Galston, 1991). As plantas deficien-
tes em potássio apresentam aumento na intensidade da
biossíntese da putrescina (diamina). Silveira et al. (2001b)
verificaram que as progênies de E. grandis deficientes em
potássio apresentavam acúmulo tóxico dessa diamina nas
folhas ( Figura 1 ), porém, não se constatou nenhum acú-
mulo das poliaminas espermina e espermidina. O aumen-
to do fornecimento de potássio reduziu a concentração de
putrescina em todas as progênies com uma tendência de
queda linear da concentração até o valor de 5 g de K kg
( Figura 2 ). Como era de se esperar ocorreram incrementos
na relação K/putrescina nas folhas como o aumento das
doses de potássio na solução ( Figura 3A ). Na ausência de
K, a relação variou de 0,56 a 0,93 dependendo do material
genético analisado, enquanto que na dose mais elevada va-
riou de 109 a 168. Verifica-se que na ausência de potássio,
a porcentagem de putrescina em relação a soma de bases
(K+Ca+Mg) variou de 16,6 a 23,5% e, na dose mais alta
não ultrapassou 1% ( Figura 3 B ).
Na deficiência de potássio, o déficit de cátion é balance-
ado pela putrescina. Segundo Coleman & Richards (1956)
a falta desse macronutriente altera o balanço interno entre
cátions e ânions inorgânicos, esperando-se com isso um au-
mento da acidez do suco celular, o que acaba não correndo,
uma vez que essa diamina operaria como um mecanismo
para manter o pH a um valor fisiologicamente adequado.
Portanto, em condição de bom suprimento de potássio,
ocorre inibição das enzimas que catalisam a síntese da pu-
tresina a partir da arginina via agmatina, mostrando a fun-
ção do potássio na manutenção do pH citoplasmático e sua
relação direta ou indireta com a síntese de enzimas.
2.2. Fotossíntese
O potássio está envolvido na fotossíntese. Na carência
de K, verifica-se redução na taxa fotossintética por unida-
de de área foliar, e também maiores taxas de respiração. A
combinação desses fatores pode reduzir as reservas de car-
boidratos da planta (Pretty, 1982). Um suprimento inade-
quado de potássio também faz com que os estômatos não
se abram regularmente, podendo ocorrer menor assimilação
de CO
2
nos cloroplastos, diminuindo consequentemente a
taxa fotossintética.
O decréscimo da fotossíntese em condições de estresse
hídrico é menor quando as plantas estão bem supridas de
potássio (Marschner, 1995).
O aumento do conteúdo de potássio nas folhas propor-
ciona maior atividade da carboxilase RuBP e maior taxa fotos-
sintética devido a uma menor assimilação de CO
2
nos sítios
catalíticos da enzima. Além disso, plantas com baixo nível de
potássio apresentam maiores taxas respiratórias. Isso eviden-
cia a participação do potássio na fotossíntese através da sua
função na regulação estomática (Marschner, 1995).
2.3. Controle osmótico
O potássio atua no controle osmótico das células. Plan-
tas deficientes em potássio apresentam menor turgor, pe-
quena expansão celular, maior potencial osmótico, abertura
e fechamento dos estômatos de forma irregular (Mengel &
Kirkby, 1978 e Malavolta et al ., 1997). Outro efeito atribu-
ído ao K é que plantas bem nutridas são mais resistentes a
secas e geadas, em razão da maior retenção de água.
Figura 1. Cromatografia de camada delgada de poliaminas dansiladas nas folhas diagnóstico das progênies de Eucalyptus grandis em
função das doses de potássio na solução nutritiva. Os números 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, as doses de 0, 58,5, 175,
e 526,5 mg de K L
Fonte: Silveira et al. (2001).
lo foi importante para a manutenção do turgor das plan-
tas. Em condições de estresse hídrico sob fornecimento
de potássio, a média da concentração relativa de água nas
folhas das espécies de Eucalyptus foi de 81,7% contra so-
mente 67,3% na ausência do elemento. Sob condições de
capacidade de campo, não houve grandes diferenças entre
as espécies quanto a turgência das folhas ( Tabela 2 ). Os
autores comentam ainda que a concentração relativa de
água nas folhas se mostrou altamente correlacionada com
a matéria seca total das plantas e a área foliar. Os híbridos
apresentaram diferentes comportamentos quanto as com-
binações de nível de água e potássio nos solos. Os maio-
res efeitos do potássio sob condições de estresse hídrico
foram observados nos híbridos de E. pellita x E. urophylla
e E. grandis x E. camaldulensis e não houve nenhum efeito
sobre E. urophylla x E. pellita. Isso mostra a importância
da seleção das espécies a serem hibridadas em função do
comportamento que se deseja obter.
Os resultados de outro estudo realizado por Teixeira et
al. (1995) mostraram haver diferenças consideráveis entre
as espécies de Eucalyptus quanto à eficiência de utilização
da água ( Tabela 3 ). O maior conteúdo de potássio na so-
lução nutritiva aumentou a eficiência de utilização de água
de forma mais acentuada em E. citriodora e E. camaldulensis.
Essas espécies foram menos eficientes que E. tereticornis , E.
saligna e E. urophylla e E. grandis em baixo fornecimento de
potássio, porém, mais eficiente quando se aumentou a dose
de potássio. Tanto E. citriodora como E. camaldulensis apre-
sentaram aumento da transpiração quando supridas com
baixo nível de potássio. O comportamento de E. cloeziana
foi semelhante a essas duas espécies, já E. saligna apresentou
um comportamento contrário, onde a maior transpiração
foi observada na maior dose de potássio.
2.4.Transporte no Floema
O potássio assume papel importante no transporte da
sacarose e dos fotossintetizados das folhas para os órgãos
de armazenamento. Nesse caminho, os produtos assimi-
lados passam por três sistemas: a) difusão no simplasto
e espaço livre; b) transporte ativo através da membrana
citoplasmática para o floema; c) fluxo passivo pelos tubos
crivosos. O potássio influencia os três processos, em parti-
cular os dois últimos (Header, 1977 citado por Malavolta
& Crocomo, 1982). Em relação ao último processo, Mars-
chner (1995) relata que a função do potássio é manter o
pH alto nos tubos crivosos, facilitando assim o transporte
da sacarose. Portanto, um suprimento adequado de potás-
sio aumenta a síntese de carboidratos em razão da maior
taxa fotossintética, bem como, da eficiência de transloca-
ção desses compostos.
Tabela 2. Concentração relativa de água nas folhas de híbridos de Eucalyptus influenciada por níveis de potássio e umidade do solo.
Híbridos
Níveis de potássio (mg kg
Estresse hídrico Capacidade de campo Estresse hídrico Capacidade de campo
G* x T 68,1 80,5 78,8 89,
T x G 61,2 87,3 79,5 90,
U x P 84,7 79,5 69,8 91,
P x U 49,8 85,5 82,6 87,
G x U 72,3 87,1 90,6 92,
C x U 72,1 89,9 83,8 92,
U x C 74,5 88,9 89,0 91,
G x C 60,5 86,8 84,8 95,
Média 67,3 85,3 81,7 91,
Tabela 3. Eficiência de utilização e consumo de água por unidade de área foliar de diferentes espécies de Eucalyptus submetidas a
doses de potássio na solução nutritiva.
Espécie
Eficiência de utilização de água (g L
) Consumo de água (ml cm
------------------ Nível de potássio na solução nutritiva (mg kg
E. urophylla 2,827 2,643 1,185 1,
E. pellita 2,335 3,068 1,761 1,
E. grandis 2,804 3,384 1,357 1,
E. tereticornis 3,200 3,041 1,562 1,
E. cloeziana 1,560 2,003 3,040 2,
E. citriodora 2,652 4,764 1,695 0,
E. camaldulensis 2,705 4,458 5,543 1,
E. saligna 2,916 1,938 0,871 2,
Média 2,629 3,162 1,748 1,
Fonte: Teixeira et al. (1995).
Silveira & Malavolta (2003c) estudaram o efeito do po-
tássio sobre o teor de açucares solúveis nas folhas e holocleu-
lose no lenho de quatro progênies de Eucalyptus. Os autores
verificaram que os aumentos na concentração de holocelu-
lose no lenho estavam relacionados com os decréscimos de
açucares solúveis nas folhas a medida que se aumentava o
fornecimento de potássio às plantas das progênies 1, 2 e 3
( Figura 4 ). A hipótese seria que com o aumento da dose de
potássio, estaria ocorrendo um maior transporte de carboi-
dratos solúveis das folhas para o lenho, resultando conse-
quentemente num maior acúmulo de celulose e hemicelu-
lose no lenho. Esses resultados evidenciam a importância
do potássio no transporte de fotossintetizados das folhas
para os órgãos de armazenamento. Sugere-se que novos es-
tudos sejam realizados em condições de campo para avaliar
esse efeito sobre a produção de celulose em idades mais
avançadas.
2.5. Defesa
O potássio está envolvido também nos mecanismos
de defesa das plantas a pragas e doenças. As plantas bem
nutridas em potássio apresentam redução na incidência,
severidade e danos causados por insetos e fungos. A ex-
plicação seria que altas concentrações de K nos tecidos
favorecem a síntese e o acúmulo de compostos fenólicos,
os quais atuam como inibidores de insetos e fungos (Hu-
ber & Arny, 1985, Perrenoud, 1990). Outra explicação
seria que plantas deficientes apresentam tecidos menos
enrijecidos, como consequência da menor espessura da
cutícula e da parede celular, menor formação de tecidos
esclerenquimatosos, menor lignificação e suberização
(Ellet, 1973; Perrenoud, 1990). Além disso, na deficiên-
cia de potássio ocorre menor síntese de compostos de
alto peso molecular (proteína, amido e celulose), favore-
cendo o acúmulo de compostos de baixo peso molecular
(açúcares solúveis, aminoácidos e N solúvel) como re-
sultado do aumento da atividade de enzimas decompo-
sitoras (amilase, sacarase, glucosidase e protease). O acú-
mulo desses compostos altera o equilíbrio osmótico das
células e sua concentração é aumentada nos exsudados
liberados pelas plantas, favorecendo o desenvolvimento
de pragas e doenças.
As plantas bem nutridas em potássio apresentam maior
síntese de material para a formação da parede celular. Fre-
quentemente, as paredes são mais espessas devido a maior
deposição de celulose e compostos relativos, promovendo
maior estabilidade e um aumento da resistência das plantas
ao acamamento e as infestações de doenças e pragas (Pretty,
1982; Beringer & Nothdurft, 1985).
Figura 4. Concentração de açúcares solúveis totais nas folhas diagnóstico e de holocelulose no lenho das progênies de Eucalyptus
grandis em função das doses de potássio na solução nutritiva.
Fonte: Silveira & Malavolta (2003).
4. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DO Eucalyptus EM
4.1 Produtividade, biomassa e quantidade de potássio
no sistema solo-planta
Normalmente, o potássio é o segundo ou terceiro nutrien-
te mais acumulado pelo Eucalyptus , ficando às vezes abaixo
do nitrogênio e do cálcio. Em trabalho realizado por Bellote
(1979), a quantidade acumulada de potássio aos 6 anos em
E. grandis foi de 245 kg ha
, enquanto que a quantidade dos
demais macronutrientes por hectare foi de: 518 kg para Ca;
472 kg para N, 160 kg para S; 125 kg para magnésio e 30 kg
para fósforo. Resultados similares foram obtidos por Araújo
et al. (2001) para clones de eucalipto na região sul da Bahia,
onde a extração de nutrientes aos 7 anos de idade obedeceu a
seguinte ordem: Ca > N > K > Mg > P > S ( Figura 7 ).
Figura 6. Sintomas de deficiência de potássio. A. Progressão dos sintomas foliares em função da posição das folhas no ramos
em Eucalyptus urophylla. B. Brototação normal e deficiente em clone híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis. C. Em Eu-
calyptus pellita .. D. Folha normal e deficientes em Eucalyptus globulus. E. Folha normal e progressão dos sintomas de deficiência em
Eucalyptus saligna. F. Folha normal e progressão dos sintomas de deficiência em Eucalyptus dunnii.
Fotos cedidas por Higashi & Silveira.
Os plantios de Eucalyptus concentram-se normalmente
em solos de baixa fertilidade ( Tabela 4 ). A quantidade de
potássio disponível nos primeiros 20 cm da maioria dos
solos florestais é insuficiente para atender uma demanda
média de K pelo Eucalyptus com idade aproximadamente
de 7 anos, conforme mostra a Tabela 5 , exceção feita para
alguns Latossolos vermelho distroférrico situados na região
de Pompéu/MG e Argissolos amarelos situados na região de
Santa Branca/SP.
Para uma produtividade de 30 a 60 m³ ha ano
, a quan-
tidade total acumulada de potássio pelo eucalipto aos 7
anos de idade varia de 190 a 400 kg de K ha
, muito su-
perior ao conteúdo de potássio trocável nos primeiros 60
cm de profundidade da maioria dos solos florestais, exceção
feita a alguns Argissolos amarelos da região sul da Bahia ou
do Vale do Paraíba/SP ( Figura 8 ). Existem alguns latossolos
argilosos no cerrado de Minas Gerais que também apresen-
tam teores mais elevados de potássio, similares aos encon-
trados nos Argissolos, porém, são muito pouco utilizados
em plantios de eucalipto. Em trabalho realizado em 5 sítios
florestais do estado de São Paulo (Angatuba, Itapetininga,
Paraibuna, São Miguel Arcanjo e São José dos Campos), foi
constatado que os nutrientes mais limitantes à produtivida-
de no próximo ciclo seriam o potássio e o cálcio. Em todos
esses sítios, com exceção de São José dos Campos, o conte-
údo de potássio disponível no solo não seria possível para
um número médio de cortes superior a 2, ou seja, aproxi-
madamente 13 anos.
Figura 7. Acúmulo de nutrientes em diversos clones de eucalipto em função da idade na região sul da Bahia.
Fonte: Araújo et al. (2001).
Figura 8. Estimativa do balanço de potássio em florestas de Eucalyptus grandis com 7 anos de idade.
Fonte: modificado de Santana et al. (1999) e Araújo et al. (2001).
Tabela 5. Produtividade de florestas de Eucalyptus e o conteúdo de potássio em diferentes localidades brasileiras.
Espécie
Idade
(anos)
Local
K na planta
Produtividade
Fonte**
Copa Caule Total
Folhas
Ramos
Casca
Madeira
MS Volume
kg ha
t ha
m³ ha
E. grandis
(Atherton)
8 Viçosa/MG
(18)*
(8)
(26)
(13)
(61)
(74)
8 Paraopeba/MG
(28)
(25)
(53)
(21)
(26)
(47)
E. grandis
Mogi
Guaçu/SP
(11)
(9)
(20)
(79)
Bom
Despacho/MG
(19)
(20)
(39)
(35)
(27)
(61)
6,5 São Paulo*** - -
(22)
(23)
(55)
(78)
E. globulus 4 Butia/RS
(33)
(15)
(48)
(11)
(40)
(51)
E. saligna
9 Curvelo/MG
(20)
(16)
(36)
(21)
(43)
(64)
6,5 São Paulo*** - -
(22)
(21)
(57)
(78)
E. cloezina 8 Viçosa/MG
(15)
(10)
(25)
(37,5)
(37,5)
(75)
E.citriodora 9 Curvelo/MG
(42)
(7)
(49)
(23)
(28)
(51)
Média 7,
(23)
(12)
(35)
(20)
(45)
(65)
(2001); 4 - Reis et al. (1987); 5 - Pereira et al. (1984); 6 - Santana et al. (1999).
*** média de 5 localidades no Estado de São Paulo (Angatuba, Itapetininga, Paraibuna, São José dos Campos e São Miguel de Arcanjo)
Figura 9. Acumulo de potássio em clones de eucalipto em diferentes idades e tipos de solos na região sul da Bahia.
Fonte: Araújo et al. (2001).
tássio quando comparado com os espodossolos de baixa ferti-
lidade ( Figura 9 ). A razão para tal diferença seria o potencial
produtivo de cada solo, sendo que os argissolos apresentaram
uma produtividade média de 49 m³ ha
ano
contra somente
23 m³ ha
ano
dos espodossolos. Ao considerar a idade de 7
anos, constatou-se que a eficiência de utilização de potássio,
m³ de madeira produzida por kg de K absorvido, foi de 1,
para os argissolos e de 1,35 para os espodossolos.
Figura 10. A. Conteúdo de potássio no tronco de clones híbridos de Eucalyptus em função da produtividade, aos 57 meses de
idade, na região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. B. Conteúdo de potássio no tronco de rebrota de Eucalyptus saligna aos 7
anos de idade em sítios com diferentes produtividades na região de Capão Bonito, São Paulo.
Fonte: Faria et al. (2002, modificada) e Higashi et al. (1998).
O trabalho de Faria et al. (2002a) mostrou a relação en-
tre a produtividade de madeira (IMA) e o conteúdo de po-
tássio no tronco em clones de Eucalyptus na região do Vale
do Jequitinhonha, Minas Gerais. Verificou-se uma correlação
linear entre essas duas variáveis, sendo que aos 57 meses de
idade, uma produtividade média de 45 m³ ha
ano
acumu-
lou aproximadamente 88 kg de K no tronco ( Figura 10 ). Tra-
balho semelhante foi realizado por Higashi et al. (1999) em
brotação de Eucalytpus saligna. Houve correlação linear entre
a quantidade acumulada de potássio e a produtividade, sen-
do que o sítio mais produtivo (35,8 m³ ha
ano
) acumulou
aproximadamente 138 kg de K ha
aos 7 anos de idade.
4.2 Eficiência de utilização e exigência de potássio
A Tabela 6 mostra o conteúdo de potássio, a produção
de matéria seca total e a eficiência de utilização de potássio
em mudas de E. grandis. Em relação a eficiência nutricional,
nota-se que Camargo (1997) encontrou diferença signifi-
cativa entre os clones de E. grandis , sendo que o mais efi-
ciente apresentou uma conversão de 114,7 mg de MS para
cada mg acumulada de K, enquanto o menos eficiente, 87,
mg de MS por mg de K. Silveira (2000b) também observou
diferenças entre as progênies de E. grandis para eficiência
de utilização de potássio na fase de muda, a progênie mais
eficiente apresentou 120,9 mg de matéria seca produzida
Tabela 6. Produção de matéria seca total, conteúdo e eficiência de utilização de potássio em mudas de Eucalyptus grandis.
E. grandis
Idade
(dias)
Local
K na planta mg/planta
1
g/planta
2
mg
MST mg
de K
Referência
Folhas Caule Raízes Total
Clone - Procedência
Chisengu
3
casa-de-
vegetação
(56)
4
(19)
(25)
158,4 11,4 72,0 Souza (1994)
Clone - Procedência
Mechece
3
casa-de-
vegetação
(54)
(22)
(24)
172,7 13,7 79,3 Souza (1994)
Clone - Procedência
Penhalonga
3
casa-de-
vegetação
(49)
(24)
(27)
194,4 14,7 75,6 Souza (1994)
Clone -
Procedência Tilbury
3
casa-de-
vegetação
(60)
(22)
(18)
182,4 13,9 76,2 Souza (1994)
Semente
Procedência Bofete
97 viveiro
(47)
(33)
(20)
Silveira et al.
(1995a)
Clone A7 90 viveiro
(45)
(39)
(16)
7,5 0,86 114,7 Camargo (1997)
Clone C4 90 viveiro
(38)
(44)
(18)
9,7 0,88 90,7 Camargo (1997)
Clone D19 90 viveiro
(42)
(42)
(16)
9,8 0,86 87,7 Camargo (1997)
Clone F40 90 viveiro
(52)
(35)
(13)
7,1 0,66 92,9 Camargo (1997)
Progênie 1 110 viveiro 7,1 6,9 2,2 16,2 1,96 120,9 Silveira (2000)
Progênie 2 110 viveiro 5,3 4,7 1,4 11,4 1,24 108,8 Silveira (2000)
Progênie 3 110 viveiro 8,5 5,8 2,9 17,2 1,99 116,2 Silveira (2000)
Progênie 4 110 viveiro 7,7 6,3 2,6 16,6 1,74 104,8 Silveira (2000)
1 – matéria seca total; 2 – eficiência de utilização de potássio; 3 – média de vários clones; 4 – percentual em relação ao conteúdo total de potássio.
Figura 11. Relação entre a matéria lenhosa produzida e o conteúdo de potássio nas progênies de Eucalyptus grandis.
Fonte: Silveira & Malavolta (2003).
Figura 12. Relação entre a quantidade de holocelulose produzida e o conteúdo de potássio nas progênies de Eucalyptus grandis.
Fonte: Silveira & Malavolta (2003).
os clones foram agrupados em ineficiente (Cd), baixa efici-
ência (Ca e Ce) e alta eficiência (Cb, Cc e Cf). No entanto,
em condições de bom fornecimento de potássio, os clones
Cc e Cf continuaram sendo os mais eficientes no uso de po-
tássio em relação aos demais genótipos. Observa-se ainda
que os clones Ca, Cc e Ce foram mais responsivos, atingin-
do ganhos superiores a 60% em relação a matéria seca de
lenho. O clone menos responsivo foi o clone Cf que com
a adição de potássio apresentou um aumento de matéria
seca de lenho de somente 20%. Esses resultados mostram
grande diferença entre a eficiência de uso e a capacidade de
resposta a potássio dos clones de Eucalyptus , ou seja, muitas
vezes um clone é eficiente no uso de potássio, porém não é
responsivo, como o exemplo do clone Cf. A seleção dos ge-
nótipos deve buscar materiais eficientes no uso e altamente
responsivos como o clone Cc.
Nos programas de melhoramento de Eucalyptus , quando
se utiliza a eficiência nutricional como critério de seleção,
é fundamental saber: a) que o genótipo eficiente no uso de
um determinado nutriente poderá não ser para outro; b)
se existe correlação entre a eficiência nutricional e as carac-
terísticas de crescimento (DAP, altura), celulose, densidade
básica etc; c) qual é o nutriente mais limitante economica-
mente ao crescimento na situação analisada (sítio, tipo de
solo e região).
Faria et al. (2002a) estudaram a seleção de genótipos de
Eucalyptus spp quanto a utilização de nutrientes na região
de Itamarandiba/MG, Vale do Jequitinhonha. O incremen-
to médio anual (IMA) de volume e a biomassa do tronco
variaram significativamente entre os híbridos estudados. A
diferença de volume entre o híbrido mais produtivo (I-224)
e o menos produtivo (HCT-037) foi de aproximadamente
200%, sendo que o clone I-224 apresentou uma utilização
de 1307 kg de MS de tronco para cada kg de potássio conti-
do no tronco, enquanto que no clone HCT-037, a utilização
foi de apenas 949 kg de MS tronco para cada kg de potássio
contido no tronco. No entanto, os materiais que apresenta-
ram a maior eficiência de utilização de potássio, não foram
os mais produtivos como os clones I-225 e HC-373. Nota-
se ainda que os híbridos de E. urophylla (I) de polinização
natural apresentaram maior eficiência quando comparados
aos híbridos de E. urophylla com E. grandis (HC) e E. uro-
phylla com E. camaldulensis e E. grandis (HCT). No entanto,
deve-se considerar que a análise isolada dos genótipos, mos-
trou que nem sempre a maior absorção significou maior efi-
ciência de uso de potássio, exceto para o clone I-225 ( Tabela
8 ). Resultados semelhantes foram obtidos por Santana et al.
(2002), os quais observaram que a alta eficiência de utiliza-
ção dos nutrientes não está necessariamente relacionada à
alta produtividade.
4.3. Concentração de Potássio e Outros Nutrientes nas
Partes da Planta
Haag et al. (1976) estudaram a composição mineral das
folhas de 5 espécies de Eucalyptus na condição de campo,
e encontraram diferenças na concentração dos nutrientes,
principalmente, para os macronutrientes. De maneira ge-
ral, as maiores concentrações foram observadas no E. gran-
dis quando comparada com as outras espécies. Em relação
ao potássio, houve variações significativas, as quais obede-
ceram a seguinte ordem decrescente de concentração nas
folhas: E. grandis (21,2 g kg
) > E. saligna (17,7 g kg
robusta (15,1 g kg
) = E. microcorys (14,6 g kg
) = E. resini-
fera (14,1 g kg
). Porém, no estudo realizado por Silva et
al. (1983), não houve efeito significativo das espécies de
Eucalyptus sobre as concentrações foliares de potássio. As
concentrações de potássio encontradas nas diversas espé-
cies foram inferiores às obtidas por Haag et al. (1976). As
concentrações de potássio em g kg
foram de 8,38, 8,34,
8,32, 8,29 e 7,4 para E. robusta , E. grandis , E. saligna , E. pro-
pinqua e E. dunnii , respectivamente. Ao contrário das folhas,
verificaram–se diferenças entre os materiais genéticos para
a concentração de potássio nos ramos, casca e lenho. Nos
ramos, as concentrações variaram de 1,8 g kg
( E. robusta )
a 3,2 g kg
( E. propinqua ), enquanto que na casca e lenho,
4,1 g kg
(E. dunnii ) a 2,2 g kg
( E. propinqua ) e 1,3 g kg
1
( E. propinqua ) a 0,6 g kg
( E. grandis ), respectivamente.
Ao comparar as espécies em relação a concentração de po-
tássio, observaram que o E. propinqua apresentava maior
concentração nos ramos e no lenho e menor na casca em
relação as demais espécies.
Tabela 7. Eficiência de uso de potássio (EUK)
a
no caule e na matéria seca total de clones de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla
em função das doses de potássio aplicadas via solução nutritiva, aos 240 dias após plantio.
Clones
Dose de K Teor de potássio Matéria seca Conteúdo de potássio EUK
a
(mg L
) g kg
g/planta mg/planta g MS²/mg de K
b
R C L F R C L To F R C L To C L
Ca 25 2,1 1,9 2,1 1,4 44 17 5 14 80 93 32 11 20 156 1,25 41,
Cb 25 2,3 1,9 2,6 1,6 41 19 6 19 85 93 38 15 30 176 2,05 41,
Cc 25 2,1 1,7 2,4 1,1 48 19 6 19 93 102 32 15 22 171 2,11 50,
Cd 25 2,7 2,3 2,2 1,2 34 17 4 11 66 91 40 9 13 153 0,79 28,
Ce 25 2,2 1,5 2,1 0,9 45 19 6 15 84 97 29 13 14 153 1,47 46,
Cf 25 2,4 1,9 2,7 1,4 46 16 7 20 89 111 31 19 29 190 2,10 41,
Ca 200 7,0 6,5 6,8 3,4 60 26 9 23 117 419 170 60 77 726 0,72 18,
Cb 200 8,3 6,5 5,9 3,7 45 24 7 25 102 372 156 44 91 660 0,95 15,
Cc 200 6,1 6,1 7,1 3,5 56 24 10 31 121 339 146 71 108 664 1,44 22,
Cd 200 9,0 9,0 7,6 3,2 49 25 6 15 96 443 228 46 49 766 0,29 12,
Ce 200 7,1 5,7 5,9 3,3 56 27 9 24 117 395 158 56 79 688 0,84 19,
Cf 200 6,1 5,9 7,8 4,5 44 18 9 25 96 268 107 71 112 558 1,12 16,
(EUK)
a
= (matéria seca do caule ou total)2/quantidade total de potássio acumulada na parte aérea segundo Siddiqui & Glass (1981).
b - F = folha; R = ramo; C = casca; L = lenho e To = total.
Fonte: Silveira et al. (2002b).
6.1. Faixas Adequadas e Deficientes dos Nutrientes
Malavolta et al. (1997) citam os teores de macro (g kg
) e
micronutrientes (mg kg
) associados a altas produtividades
de E. grandis no Estado de São Paulo: N = 21 a 23; P = 1,3 a 1,4;
K = 9 a 10; Ca = 5 a 6; Mg = 2,5 a 3; S = 1,5 a 2,5; B = 25 a 30;
Cu = 7 a 10; Fe = 100 a 140; Mn = 300 a 400 e Zn = 12 a 17.
Silveira et al. (1995b) realizaram um levantamento so-
bre a ocorrência de deficiências nutricionais em florestas
plantadas com Eucalyptus de 22 empresas florestadoras.
Concluíram que a deficiência de K, P e B foram as mais co-
mumente encontrada.
As faixas adequadas e deficientes dos macro e micronu-
trientes nas folhas de Eucalyptus de acordo com vários auto-
res são apresentadas na Tabela 9.
A Tabela 10 apresenta a faixa deficiente e adequada de
potássio nas folhas de várias espécies de Eucalyptus no está-
dio adulto e juvenil. Nota-se que existe grande variação na
concentração adequada de potássio em função do material
genético. Por exemplo, para o E. grandis na fase juvenil, se-
gundo Novais et al. (1980), a faixa adequada estava com-
preendida entre 3,3 e 8,1 g de K kg
, enquanto que para E.
urophylla , de 15 a 18 g de K kg
conforme Dell et al. (1995).
Silveira & Malavolta (2003) também verificaram grandes di-
ferenças entre progênies de Eucalytpus grandis quanto a faixa
adequada de potássio nas folhas, durante a fase juvenil. A
faixa de concentração adequada para a progênie mais res-
ponsiva foi de 6,4 a 15,3 g kg
, enquanto que para a progê-
nie menos responsiva, de 3,1 a 14,0 g kg
Silveira et al. (1997) analisaram as folhas de diferentes
espécies de Eucalyptus com e sem sintomas visuais de defi-
ciência de potássio, os quais são caracterizados por clorose
marginal ou avermelhamento seguida de necrose das mar-
gens. As folhas sem sintomas estavam localizadas na parte
superior da copa e as com sintomas na parte inferior da
copa. O solo da área é caracterizado por textura arenosa e
baixos teores de potássio trocável (< 1,0 mmol
c
dm
espécie que apresentou maior diferença entre folhas com
e sem sintomas foi o E. citriodora , sendo que as folhas com
sintomas apresentaram apenas 26% do teor encontrado nas
folhas sem sintomas ( Tabela 11 ).
6.2. Monitoramentos Nutricionais
O monitoramento nutricional dos plantios de eucalipto
tem se tornado uma importante ferramenta na tomada de
decisão em relação às adubações corretivas a serem efetua-
das durante o ciclo de produção, aos ajustes no programa
operacional de adubação e também as avaliações de eficiên-
cia das adubações realizadas.
A Tabela 12 mostra a interpretação do estado nutricional
do eucalipto em relação ao potássio pelo método do nível
crítico em diferentes regiões do Brasil. Nota-se grande varia-
ção dos teores foliares de potássio em uma mesma região.
O teor mais elevado foi encontrado na região Sul da Bahia,
enquanto o menor na região de Bocaiúva/MG. Comparan-
do os teores obtidos nos levantamentos nutricionais com
os considerados adequados pela literatura, observa-se que
na região de Curvelo/MG se constatou baixa freqüência de
deficiência de potássio. Os solos dessa região são argilosos e
caracterizados por teores trocáveis de potássio, na profundi-
dade de 0-40 cm, quase sempre maior que 1,0 mmolc dm
atingindo muitas vezes valores superiores a 3,0 mmolc dm
A deficiência de potássio não tem sido registrada com fre-
qüencia também nos plantios do Vale do Paraíba e na região
Sul da Bahia. Nos sítios dessas duas regiões, a deficiência
de cálcio aparece com maior freqüência que a de potássio.
A região do Vale do Paraíba, é caracterizada por argissolos
que apresentam elevada quantidade de minerais secundá-
rios contendo potássio estrutural, com isso na maioria das
vezes os teores trocáveis de potássio são altos. No entanto,
os teores trocáveis de potássio nos solos do sul da Bahia são
bem inferiores quando comparados com os teores da região
de Curvelo/MG e do Vale do Paraíba/SP, e mesmo assim, a
deficiência na planta não tem sido comumente encontrada.
As hipóteses levantadas para esse fato seriam que: a) a preci-
pitação na região sul da Bahia é maior e melhor distribuída
durante o ano quando comparada às outras duas regiões,
favorecendo desse modo uma maior absorção de potássio;
b) os plantios estão próximos da região litorânea, podendo
haver alguma adição de potássio pelos ventos marítimos,
ajudando dessa maneira a suprir a demanda desse nutriente.
Talvez, devido a uma maior e melhor distribuição das chu-
vas na região sul da Bahia, os níveis críticos de potássio no
solo considerados para a recomendação de adubação devam
ser inferiores aos da região do cerrado, onde o período de
Tabela 9. Interpretação dos dados de análise de folhas para o Eucalyptus.
Elementos
Faixa adequada Faixa deficiente
Boardman et al.
1
Dell et al.
1
Silveira et al.
2
Malavolta
3
Boardman et al.
3
Silveira et al.
1
g kg
Ca 2-4 3 - 6 7,1 – 11 2 - 4 < 1 < 5,
Mg 1-3 1,1 - 2,1 2,5 - 2,8 1,5 - 2,0 < 0,6 < 2,
mg kg
Cu 4-12 2 - 7,4 6 - 7 4 - 6 < 2 < 4
Fe 50-156 63 – 128 65 - 125 75 - 100 - -
Mn 190-700 193 – 547 200 - 840 < 100 - -
Zn 15-46 17 - 42 15 - 20 20 - 30 < 7 < 7
1 - dados referentes a E. grandis no estádio adulto; 2 – referentes a E. grandis no Estado de São Paulo; 3 - Eucalyptus na fase juvenil.
Tabela 10. Faixa deficiente e adequada das concentrações de potássio nas folhas recém maduras de espécies de Eucalyptus no
estádio juvenil e adulto.
Espécie
Faixa
Deficiente Adequada Autor
g kg
Estádio juvenil
E. globulus 4-5 10-15 Dell et al. (1995)
E. globulus < 4 8-12 Boardman et al. (1997)
E. grandis - 3,3-8,1 Novais et al. (1980)
E. grandis < 5 12-14 Dell et al. (1995)
E. grandis - progênie pouco responsiva < 3,1 3,1-14,0 Silveira & Malavolta (2003)
E. grandis - progenie responsiva < 6,4 6,4-15,3 Silveira & Malavolta (2003)
E. cloeziana 7,0-13,8 Novais et al. (1980)
E. pellita 3-4 9-15 Dell et al. (1995)
E. urophylla 3-5 15-18 Dell et al. (1995)
E. urophylla - 8-14 Huoran & Wenlong (1996)
E. pilularis < 3 3,5-5 Cromer et al. (1981)
E. saligna - 11 Yost et al. (1987)
E. camaldulensis - 6-10 Boardman et al. (1997)
E. maculata < 4 10-17 Dell (1996)
Estádio adulto
E. saligna < 6 8,5-10 Silveira et al. (1998)
E. grandis < 7 8-10 Silveira et al. (1998)
E. grandis 5-6 9-18 Dell et al. (1995)
E. grandis < 5 6-18 Boardman et al. (1997)
E. globulus < 4,5 5-12 Boardman et al. (1997)
E. grandis x E. urophylla 2-6 9-15 Dell et al. (1995)
Eucalyptus spp 6-8 10-12 Malavolta (1987)
E. globulus 4-7 9-11 Dell et al. (1995)
E. camaldulensis < 6 6-8 Boardman et al. (1997)
E. urophylla - 8-14 Dell et al. (1995)
E. dunnii - 8-15 Boardman et al. (1997)
Variação 2-7 3,5-18 -
Tabela 11. Teores de potássio em folhas com e sem sintomas visuais de deficiência em espécies de Eucalyptus na região de Botu-
catu/São Paulo.
Espécies
Sem sintomas Com sintomas
g de K kg
E. citriodora 5,85 (100) 1,51 (26)
E. dunii 4,89 (100) 2,19 (45)
E. exerta 7,48 (100) 3,94 (53)
E. grandis 4,84 (100) 3,21 (66)
E. pilularis 4,08 (100) 2,07 (51)
E. pellita 5,66 (100) 2,55 (45)
E. ptychocarpa 4,61 (100) 2,78 (60)
E. robusta 3,93 (100) 2,45 (62)
E. saligna 5,84 (100) 2,68 (46)
Média 5,24 (100) 2,60 (50)
Fonte: Silveira et al. (1997).
déficit hídrico é mais marcante. Isso mostra a necessidade
de se priorizar experimentos para determinar o nível crítico
de potássio em função do regime hídrico da região, uma vez
que o potássio está envolvido no controle estomático.
A deficiência de potássio é comumente encontrada em
latossolos arenosos e neossolos quartzarênicos situados nas
regiões de Bofete, Itatinga, Luiz Antonio e Lençóis Paulista,
em São Paulo e na região de João Pinheiro, Minas Gerais.
Silveira et al. (2003a) verificaram que 93% da área amos-
trada de um clone de rápido crescimento apresentavam ca-
rência de potássio ( Tabela 12 ). Os resultados obtidos por
Bellote & Ferreira (1993) em cinco municípios do estado
de São Paulo (Mogi Guaçu, Casa Branca, Itirapina, Itatin-
ga e Angatuba) corroboram com os obtidos nos monitora-
mentos nutricionais nesses tipos de solos. Esses autores ve-
rificaram que o potássio e o magnésio foram os nutrientes
mais limitantes para o crescimento do Eucalytpus grandis.
Dentre as formas de avaliação do estado nutricional das
plantas utilizando-se a análise foliar tem-se o DRIS (Sistema
Integrado de Diagnose e Recomendação). Esse método utili-
za as razões entre os nutrientes para interpretar os resultados
das análises foliares. A maior vantagem é que quando se tem
dois ou mais nutrientes abaixo da faixa adequada, esse mé-
todo permite determinar qual nutriente está mais afetando a
produtividade, uma vez que ordena a limitação. Gava (2003)
avaliando plantas de Eucalyptus grandis com e sem adubação
potássica, em Latossolo vermelho amarelo distrófico com
textura média, constatou-se que na sua ausência de potássio,
esse nutriente foi na maioria das parcelas o segundo nutrien-
te mais limitante logo depois do cobre. Quando se realizou
a adubação potássica, o potássio passou a ser o terceiro ou
quarto nutriente mais limitante, sempre depois do Cu e Mn,
e às vezes depois do boro ( Tabela 13 ).
Figura 14. A. Relação entre a concentração de potássio nas folhas e a produtividade de E. saligna , na região de Capão Bonito/SP;
B. Efeito da relação K/Ca nas folhas sobre a produtividade de E. grandis na região de Lençóis Paulista/SP.
Fonte: Silveira et al. (2000c).
Tabela 13. Interpretação do estado nutricional de Eucalyptus grandis aos 7 anos de idade na presença e ausência de potássio.
Trat* Rep**
Teor nas folhas Produtividade (IMA)
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn m³ ha
ano
g kg
mg kg
Com K
180 kg
ha
de
2
Sem K
Índices DRIS Ordem de limitação
Com K
180 kg
ha
de
2
Cu>Mn>B>K>Fe>
Zn>P>S>N>Mg>Ca
Cu>Mn>K>B>Fe>
ZN>P>S>N>Mg>Ca
Cu>Mn>K>Fe>B>
Zn>P>Ca>Mg>N>S
Cu>Mn>K>Fe>B>
Zn>P>Ca>Mg>N>S
Cu>Mn>B>K>Fe>
Zn>Mg>P>Ca>N>S
Sem K
Cu>Mn>B>K>Fe>
Zn=Mg>P>S>N>Ca
Cu>Mn>K>B>Fe>
Zn>Mn>P>Ca>N>S
Cu>K>B>Zn>Mn>
Fe>Mg>P>S>N>Ca
Cu>K>B>Mn>Zn>
Fe>P>Mg>S>N>Ca
Cu>K>B>Mn>Fe>
Zn>Mg>P>N>S>Ca
7. RESPOSTA DO Eucalyptus À APLICAÇÃO
O Eucalytpus tem apresentado resposta à aplicação de K
em solos com teor de 0,2 até 1,0 mmolc de K dm
de solo,
conforme verificados por Barros et al. (1981), Barros & No-
vais (1990, 1996), Stape & Zani Filho (1990), Galo (1993),
Scatolini et al. (1996), Valeri et al. (1996) e Gava (1997).
Nos solos com valores acima de 1,0 mmolc dm
, os resul-
tados têm sido contraditórios, sendo que na maioria das ve-
zes não se encontram respostas à aplicação deste nutriente e
quando ocorrem são justificadas pela estreita relação Ca:Mg
(< 1 unidade) ou pelos elevados valores de Ca+Mg no solo
(> 8 mmol
c
dm
). Novais et al. (1980) verificaram que E.
grandis , na fase de muda, não respondeu a aplicação de po-
tássio, o contrário tendo sido observado para E. cloeziana.
Os autores ainda sugerem que o nível crítico de K no solo
para E. grandis , na fase inicial do crescimento, está abaixo
de 0,23 mmolc dm
(extrator Mehlich 1), quando o solo é
pobre em Ca e Mg. Para E. cloeziana , os valores estavam na
faixa de 0,28 a 0,79 mmol
c
dm
, sendo que os valores mais
altos foram obtidos para solos que receberam calagem.
Ainda em relação ao nível crítico de K no solo para o cres-
cimento de mudas de E. grandis , Prezotti (1985) verificou
que os níveis para obtenção de 90 % da produção máxima
foram de 1,20 a 1,33 mmol
c
dm
para solos de textura mé-
dia a arenosa e 1,87 a 2,18 mmol
c
dm
para os de textura
argilosa. Estes valores foram mais altos que os encontrados
por Novais et al. (1980), sendo justificados em razão do
pequeno volume de solo (400 cm³) que foi utilizado para a
produção das mudas.
Resultados semelhantes aos encontrados por Novais et al.
(1980) também foram verificados por Sgarbi et al. (1997),
que não constataram redução no crescimento de E. grandis
x E. urophylla quando cultivado na ausência de potássio em
relação ao tratamento completo.
Valeri et al. (1991) estudaram o efeito de doses de N (0,
33 e 66 kg ha
2
5
(0, 100 e 200 kg ha
) e K
2
O (0, 33 e 66
kg ha
) e calcário dolomítico (0 e 2 t ha
) na produção de
E. grandis plantado em neossolo quartzacênico, na região de
Luís Antônio/SP. Não verificaram aumentos na produção de
madeira com a aplicação de nitrogênio e fósforo. Em relação
ao potássio, ocorreu efeito quadrático, sendo que a máxima
produção (86 st ha
) foi obtida com a dose estimada de 61
kg K
2
O ha
calcário, com aumento de 13 % no volume de madeira em
relação aos tratamentos que não receberam calagem. Valeri
et al. (1996) estudaram o efeito do parcelamento e de doses
de potássio (0, 50 e 100 kg de K
2
O ha
) nos 5 primeiros
anos após o plantio, em neossolo quartzacênico e latosso-
lo vermelho escuro álico. Concluíram que no latossolo, o
maior incremento em volume foi obtido com a aplicação
de 50 kg de K
2
O ha
, parcelada nos 4 ou 5 primeiros anos,
enquanto que na areia quartzosa, com aplicação de 100 kg
de K
2
O ha
, parcelada em doses iguais nos cinco primeiros
anos ou em doses crescentes nos 4 primeiros anos.
Barros & Novais (1990) relataram que a necessidade de
potássio aumenta com o acúmulo de biomassa e, portanto,
com a idade do Eucalyptus. De acordo com os resultados de
Barros & Novais (1990), Rocha Filho et al. (1978) cultivando
mudas de E. urophylla para obtenção de sintomas de defici-
ência dos macronutrientes, boro e ferro, constataram que os
sintomas de carência de potássio foram os últimos a aparecer.
Plantas jovens requerem pouco potássio e solos com níveis de
K em torno de 0,51 mmol
c
dm
(20 mg kg
) são suficientes
para o crescimento inicial das mudas segundo Barros & No-
vais (1990). Entretanto, Barros et al. (1981) encontraram res-
postas à aplicação de potássio no plantio (27 g K
2
O planta
para E. saligna cultivado em solo com 0,67 mmol
c
de K dm
ocorrendo incrementos de 67 % no volume de madeira aos
78 meses de idade. Resultados semelhantes foram obtidos
quando estudaram o efeito da aplicação de potássio (0, 60,
120, 180 e 240 kg de K
2
O ha
) sobre a produção de biomassa
de E. grandis cultivado em solo com 0,54 mmol
c
de K dm
Verificaram que a produção máxima aos 6,5 anos foi obtida
com a dose de 179 kg de K
2
O ha
, a qual aumentou em 63 %
a produção quando comparada com a ausência de K na adu-
bação (Barros et al ., 1992). Esses resultados são concordantes
com os obtidos por Gava (1997), ao estudar o efeito da apli-
cação de K (0; 60; 120; 180; 240 e 360 kg de K
2
O ha
) em E.
grandis sob condição de 2ª rotação, plantados em dois solos,
um com teor de 0,35 (argissolo vermelho amarelo, distrófico,
textura arenosa/média localizado em Angatuba/SP) e outro
com 1,7 mmol
c
de K dm
(argissolo vermelho amarelo, tex-
tura média arenosa/argilosa localizado em São Miguel Arcan-
jo/SP). Observou resposta à aplicação de K até 256 kg de K
2
ha
, no solo mais pobre em potássio, com aumento de 118
% em volume de madeira em relação a testemunha ( Figura
15A ). A dose de K
2
O para a obtenção de 90 % da produção
máxima foi de 145 kg ha
mais elevado de potássio, a resposta à adição desse macro-
nutriente foi nula. Scatolini et al. (1996) também obtiveram
resultados similares para povoamentos de E. grandis localiza-
dos em solos com baixo teor de K trocável (0,7 mmol
c
dm
na região do Vale do Paraíba, ocorrendo respostas até 206 kg
de K
2
O ha
no argissolo vermelho amarelo textura argilosa
e 240 kg de K
2
O ha
no latossolo vermelho amarelo textura
média ( Figura 15B ). Em outro estudo, Galo (1993) encon-
trou que a dose para se alcançar 90 % da produção máxima
de madeira para E. grandis aos 6,5 anos de idade, foi de 108 kg
de K
2
O ha
, em solos do cerrado de Itamarandiba/MG, cujo
o teor original de K era de 0,59 mmol
c
dm
os ganhos de produtividade com a aplicação de potássio fo-
ram de 92 % quando comparou-se a dose de 200 kg de K
2
ha
em relação a testemunha ( Figura 15C ). Na mesma área
experimental do trabalho realizado por Galo (1993) em pri-
meira rotação, Faria et al. (2002) observaram também ganhos
consideráveis no volume de madeira da rebrota com a aplica-
ção de potássio, sendo que a diferença de incremento médio
anual (IMA) entre a testemunha e 240 kg ha
de K
2
O foi de
63,7%. Constatou-se queda de produtividade da 1ª rotação
para a rebrota, independente da dose de potássio aplicada.
Na testemunha, o IMA da rebrota foi equivalente a 63% da
1ª rotação, na maior dose de potássio, a diferença percentual
foi de 46% ( Figura 15D ).
Stape & Benedetti (1997) constataram respostas de E.
grandis à aplicação de NK, em 2ª rotação na região de Itira-
pina/SP (solos arenosos), principalmente o potássio ( Figu-
ra 16A ). Nota-se que houve uma diferença de 4,45 m³ ha
ano
quando se compara parcelas com e sem NK, indepen-
dente da faixa de produtividade, mostrando que a dose de
NK (57 kg de N e 57 kg de K
2
O ha
) aplicada pós-desbrota
aos 16 meses, com maior influência do potássio, foi impor-
tante para o acréscimo de produtividade. Esses resultados
foram semelhantes aos verificados por Gava (1997) para E.
grandis na região sul do estado de São Paulo.