Baixe Manejo do Solo e Macrofauna em Área Indígena: Estudo de Caso em Porto Lindo - Prof. Marcia e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Gestão Ambiental, somente na Docsity!
PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA/UEMS
RELATÓRIO PARCIAL
Edital : Edital UEMS/CNPq N° 001/2017 – PROPP/UEMS - PIBIC Seleção Pública de Projetos para o Programa Institucional de Iniciação Científica/ UEMS (UEMS) Acadêmico(a): Allan Kardec Moreira de Aguiar Orientador(a): Leandro Marciano Marra Título do projeto: MACROFAUNA NA AGRICULTURA FAMILIAR DA ALDEIA INDÍGENA DE PORTO LINDO, JAPORÃ -MS Curso de graduação: Ciências Biológicas Unidade: Mundo Novo 5.01.00.00-9 - Agronomia 5.01.01.00-5 - Ciência do Solo 5.01.01.04-8 - Microbiologia e Bioquímica do Solo
1. RESUMO (máximo 250 palavras). A fauna edáfica é a comunidade de invertebrados que vivem ou passam mais de um ciclo de vida no solo, estando relacionada a processos importantes na manutenção da produtividade do sistema. O objetivo deste trabalho é determinar a macrofauna presente em diferentes sitemas de manejo do solo na aldeia Indígena de Porto Lindo, Japorã-MS. Para tal foram realizadas amostragens nos seguintes sistemas: i) Área com plantio de milho; ii) Área com pastagem degradada; iii) área com Mata Nativa. Foram amostrados cinco pontos, espaçados de 50 em 50 metros para cada sistema nas profundidades de 0,0-0,1, 0,1-0,2 e 0,2-0,3 m. Nestes além das amostras de solo e da serrapilheira para a avaliação da macrofauna foram coletadas amostras deformadas de solos para a caracterização química, física e de umidade. Também foram coletadas amostras indeformadas para caracterização da densidade do solo. A caracterização química dos solos demonstram que o pH de todos os sistemas e profundidades avaliadas variam entre 5,65 a 5,92 o que os caracterizam como pH ácidos. Quanto a caracterização granulométrica todos os sistemas apresentam solos de textura arenosa. Em relação à umidade o sistema com milho superou a mata nativa e pastagem em todas as profundidades avaliadas. A área de mata nativa apresenta-se menos compactada na camada de 0,0 a 0,1m. Em relação à matéria seca da serrapilheira o sistema com mata nativa foi superior ao sistema com pastagem que foi superior ao sistema cultiva com milho. Por fim, observou-se um maior número de indivíduos da fauna do solo no sistema de mata nativa seguido do sistema com pastagem e com milho. Portanto, o sistema de manejo do solo influencia a fauna do solo na Aldeia Indígena Porto Lindo em Japorã-MS.
PALAVRAS-CHAVE: MUDANÇA DO USO DO SOLO, QUALIDADE DO SOLO, PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO.
2. SOBRE A PESQUISA DE IC, RESPONDA:
2.1 Os objetivos da pesquisa foram atingidos até o presente momento? Justifique em caso de resposta negativa. ( x ) SIM ( ) NÃO
2.2 O projeto vem sendo executado a contento e em conformidade com o cronograma proposto? Justifique em caso de resposta negativa. ( x ) SIM ( ) NÃO
2.3 Houve alguma mudança? Justifique em caso de alteração. ( )Título ( x ) Metodologia ( ) Carga Horária ( ) Cronograma ( ) Nenhuma No projeto estava incluso seis sistemas de manejo do solo: i) remanescente de vegetação nativa de mata atlântica; ii) área com cultivo de milho; iii) área com cultivo de feijão; iv) área com cultivo de mandioca; v) área com cultivo de arroz; vi) área com pastagem degradada. Devido à ausência de alguns sistemas de uso do solo, o trabalho foi realizado com três, sendo: i) remanescente de vegetação nativa de mata atlântica; ii) área com cultivo de milho e iii) área com pastagem degradada. Dentre as análises previstas, foi incluída a análise de densidade e umidade do solo e a coleta em cinco locais diferentes, espaçados de 50 metros de distância em três profundidades diferentes (0,0 a 0,1m; 0,1 a 0,2m; 0,2 a 0,3m) para cada sistema de uso do solo seguindo o método do TSBF (ANDERSON; INGRAM,1993). Além disso, no projeto não estava incluso uma segunda coleta nas mesmas áreas para avaliar as mesmas variáveis no fim do período chuvoso. Assim, é necessário informar que a mesma será realizada no dia 15-03-2018, de modo a contribuir com a melhoria da qualidade da pesquisa e do projeto de iniciação científica do acadêmico. No final os dados serão comparados levando em consideração duas coletas (uma no final do período seco
- inverno e outra no final do período chuvoso – verão).
2.4 Descreva as ATIVIDADES realizadas e os RESULTADOS PARCIAIS obtidos no período: ATIVIDADE REALIZADAS No dia 8 de agosto de 2017 foram coletadas dez sub-amostras de solo nas camadas de 0,0 - 0,2 e 0,2 - 0,4 m de profundidade com o auxílio de um trado holandês para caracterização física e química do solo (Figura 01). As amostras foram coletadas aleatoriamente e colocadas em baldes com identificação e homogeizadas misturando o solo para obter uma amostra composta resultando em duas amostras compostas para cada sistema de manejo, totalizando seis amostras compostas. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos
identificação taxonômica. A identificação e classificação dos organismos encontrados será realizada no mês de março e abril de 2018 utilizando como referência RAFAEL et al, (2012).
Figura 02. Triagem das amostras de solo coletadas (Dezembro/2017).
Amostras de solos indeformadas e deformadas foram coletadas, nos mesmos locais e profundidades que as utilizadas para a análise da fauna, com o auxílio de um cilindro metálico de 49,91 cm^3 nas profundidades de 0,0-0,1, 0,10- 0,20 e 0,20-0,30 m para determinação da densidade e da umidade do solo, respectivamente (Figura 03, 04, 05 e 06). No dia 28 de setembro de 2017 foi calculada a desidade das amostras no Laboratório de Ciência do Solo da UEMS/MN. As amostras de densidade foram dispostas em placas de petri, previamente pesadas, para obtenção da tara, e em seguida foram levadas a estufa a 105°C por 48 h. Após a secagem as amostras foram retiradas da estufa para pesagem. Foram pesadas todas as amostras na mesma balança evitando o uso de equipamentos diferentes para que não ocorressem variações nas medições. O mesmo aconteceu com as amostras coletadas para análise da umidade que foram homogeneizadas e em seguida retiradas dos sacos plásticos, acomodadas nos recipientes e pesada úmida. Em seguida foram levadas a estufa a 105° C durante 48 horas. Ao final deste periodo determinou-se a umidade das amostras. Exetuando-se os dados sobre a fauna, após todas as análises laboratoriais realizadas, os demais resultados foram submetidos à análise de variância com
aplicação do teste F, e os valores médios comparados entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade com auxílio do programa R Core Team (2015).
Figura 03. Coleta de amostras indeformadas de solo para avaliação da densidade do solo. Nesta imagem amostra sendo coletada no sistema de manejo com cultivo de milho (Agosto de 2017).
Figura 04. Coleta de amostras deformadas de solo para avaliação da umidade e da fauna do solo. Nesta imagem amostra sendo coletada no sistema de manejo com cultivo de milho (Agosto de 2017). Da esquerda para a direita tem-se, acadêmico Allan Kardec, Professora Selene e acadêmico Marcus Junior.
apresentou maiores teoreas apenas na camada de 0,0-0,2m, sendo inferior aos sistemas com pastagem e com milho na profundidade de 0,2-0,4m. Quanto à disponibilidade de cálcio e magnésio, apesar dos teores encontrados serem considerados baixos em todos os sistemas, a mata nativa foi quem apresentou maiores concentrações nas duas profundidades estudadas. Quanto aos micronutrientes houve uma grande variabilidade nos resultados para os sistemas avaliados. Destaque para as concentrações de ferro encontradas no sistema cultivado com milho. Em relação à caracterização granulométrica dos solos das áreas estudadas todos são classifcados como solos de textura arenosa (Tabela 01).
Tabela 01. Caracterização química e física do solo em diferentes sistemas de manejo na Aldeia Indígena Porto Lindo em Japorã-MS.
Propriedades
Mata Nativa Pastagem Milho -------------------------------Profundidade (m)----------------------------- 0,0 – 0,2 0,2 – 0,4 0,0 – 0,2 0,2 – 0,4 0,0 – 0,2 0,2 – 0, pH (H 2 O) 5,90 5,85 5,92 5,81 5,80 5, P(2)^ (mg dm-^3 ) 3,0 2,0 2,3 1,2 2,5 2, K (mg dm-^3 ) 63 42 44 30 61 61 Ca (cmolc dm-^3 ) 1,58 1,35 1,09 0,84 0,84 0, Mg (cmolc dm-^3 ) 0,39 0,33 0,35 0,24 0,30 0, Al (cmolc dm-^3 ) 0,05 0,10 0,0 5 0,15 0,2 0, Al + H (cmolc dm-^3 ) 1,43 1,34 1,34 1,27 2,02 2, SB(3)^ (cmolc dm-^3 ) 2,13 1,75 0,24 1,16 1,33 1, (t)(4)^ (cmolc dm-^3 ) 2,18 1,89 1,6 1,31 1,47 1, (T)(5)^ (cmolc dm-^3 ) 3,56 3,13 2,89 2,43 3,06 3, V(6)^ (%) 59,8 57,2 53,6 47,7 44,8 39, 7 m(7)^ (%) 2,3 5,3 3,1 11,5 6,8 13, MO(8)^ (g/kg) 0,75 0,24 0,24 0,44 0,54 0, CO(8)^ (dag kg-^1 ) 0,44 0,14 0,14 0,26 0,31 0, Prem(9)^ (mg L-^1 ) 40,9 40,9 43,3 40,9 37,0 37, Zn (mg dm-^3 ) 1,6 1,3 1,9 0,9 0,9 0, Fe (mg dm-^3 ) 20,9 15,4 12,8 22,9 51,6 58, Mn (mg dm-^3 ) 72,2 73,4 101,60 63,3 38,0 30, Cu (mg dm-^3 ) 0,54 0,67 0,83 1,35 0,74 0, B (mg dm-^3 ) 0,40 0,40 0,34 0,17 0,32 0, S (mg dm-^3 ) 7,6 10,2 7,2 7,4 10,6 10, Areia (%) 85 84 84 81 83 81 Silte (%) 02 02 03 03 02 02 Argila (%) (2) 13 13 13 16 15 17 Método Mehlich-1. (3)Soma de bases trocáveis. (4)CTC efetiva. (5)^ CTC a pH 7,0. (6)Índice de saturação de bases. (7)Índice de saturação de alumínio. (8)MO = Matéria Orgânica - oxidação: Na 2 Cr 2 O 7 4N + H 2 SO 4 10N. (9)Fósforo remanescente.
Para os dados de densidade percebe-se que no sistema de manejo com mata nativa na camada de 0,0-0,1 m possuem solo menos compactado que nas áreas de pastagem e milho, isto, provavelmente deve-se ao preparo do solo pelo qual passam as áreas com sistema de manejo com pastagem e com milho as quais recebem maior trafegabilidade de máquinas agrícolas o que contribui para o aumento da densidade,
Tabela 03. Massa seca da serrapilheira em diferentes sistemas de manejo na Aldeia Indígena Porto Lindo em Japorã-MS (Coleta Agosto de 2017). Sistema de manejo Massa seca (ton/ha) Mata Nativa 26,34 a(1) Pastagem 10,45 b Milho 0 0,00 c CV (%) (1) 36, Médias seguidas de letras iguais na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). CV = coeficiente de variação.
Para os dados de macrofauna observa-se que a área com mata nativa apresenta maior número total de animais seguida da área com pastagem e de milho. Destaque deve ser dado à área com pastagem na profundidade de 0,2 a 0,3m a qual apresentou maior número de organismos que a mata nativa e que o milho. Isto talvez seja devido à maior rizodeposição realizada pelo sistema radicular das braquiárias. Por fim, observa-se que a mudança do manejo do solo de mata nativa para pastagem e milho acarreta em uma diminuição na quantidade de organismos da macrofauna.
Tabela 04. Número total de organismos da macrofauna em diferentes sistemas de manejo na Aldeia Indígena Porto Lindo em Japorã-MS (Coleta Agosto 2017). Sistemas de uso do Solo Profundidade (m)^ Número organismos
Mata Nativa
Serrapilheira 39 0,00-0,10 58 0,10-0,20 30 0,20-0,30 9 Total 136
Pastagem
Serrapilheira 9 0,00-0,10 51 0,1 0 - 0,20 20 0,20-0,30 41 Total 121
Milho
Serrapilheira 0 0,00-0,10 11 0,10-0,20 9 0,20-0,30 4 Total 24
Portanto, os dados obtidos até a presente etapa do projeto, demonstram ser importantes os estudos sobre a macrofauna em diferentes sistemas de manejo do solo na Aldeia Indígena de Porto Lindo em Japorã-MS.
