Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Papel do sistema NPS-NPSR na atividade locomotora de camundongos, Notas de aula de Literatura

Um estudo que investiga o papel do sistema nps-npsr na atividade locomotora de camundongos submetidos a tratamentos com nps, αmetil-p-tirosina (ampt), reserpina e sulpiride. Os resultados obtidos em testes de atividade locomotora no campo aberto e discute as implicações desses resultados na regulação de funções centrais, como locomoção, ciclo cardiano, ingestão de alimentos, ansiedade, memória e aprendizado, nocicepção, via da recompensa e outras funções.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

4.5

(60)

160 documentos

1 / 77

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
MANARA BEZERRA BARBOSA COSTA DAMASCENO
PARTICIPAÇÃO DA NEUROTRANSMISSÃO
DOPAMINÉRGICA NO EFEITO HIPERLOCOMOTOR DO
NEUROPEPTÍDEO S
Dissertação apresentada à
Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, para obtenção
do título de Mestre em
Psicobiologia.
Natal - RN
2014
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Papel do sistema NPS-NPSR na atividade locomotora de camundongos e outras Notas de aula em PDF para Literatura, somente na Docsity!

MANARA BEZERRA BARBOSA COSTA DAMASCENO

PARTICIPAÇÃO DA NEUROTRANSMISSÃO

DOPAMINÉRGICA NO EFEITO HIPERLOCOMOTOR DO

NEUROPEPTÍDEO S

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

Natal - RN

2014

MANARA BEZERRA BARBOSA COSTA DAMASCENO

PARTICIPAÇÃO DA NEUROTRANSMISSÃO

DOPAMINÉRGICA NO EFEITO HIPERLOCOMOTOR DO

NEUROPEPTÍDEO S

Dissertação de mestrado apresentada ao curso de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

Orientadora: Profa. Dra. Elaine C. Gavioli

Natal – RN

2014

PARTICIPAÇÃO DA NEUROTRANSMISSÃO

DOPAMINÉRGICA NO EFEITO HIPERLOCOMOTOR DO

NEUROPEPTÍDEO S

Manara Bezerra Barbosa Costa Damasceno

Defesa: 25/04/

A harmonia das leis naturais revela uma

inteligência de tal superioridade que,

comparada a ela, todo o pensamento

sistemático e a ações dos seres humanos

são uma reflexão totalmente insignificante.

Albert Einstein

Muito obrigada pela amizade e companheirismo, queridos! Agradeço de

coração aquela que se chegou com amizade, incentivo e com a ajuda na parte

experimental desse trabalho: a Nataly. Muitas vezes trabalhamos juntas, e

também rimos, brigamos, choramos e isso tudo foi muito bom! Você foi

essencial, muito obrigada! Você também é meu motivo de orgulho, sei que com você vai longe! Enfim, queridos do laboratório, citados ou não, muito obrigada!

Agradeço também a todos os professores da Psicobiologia, pelo

conhecimento adquirido.

Aos componentes da banca, prof. Dr. Marcelo Duzzioni e prof. Dr.

Judney Cavalcante , muito obrigada pela disponibilidade e contribuição para

este trabalho.

Agradeço à professora Dra. Vanessa , que além de ser um modelo, é

também uma fofa. Que honra ter você na minha banca de TCC, de qualificação, e agora, apesar das circunstâncias não terem permitido sua

presença na minha banca, agradeço-lhe por todo incentivo e pela

disponibilidade como suplente.

  • RESUMO.......................................................................................................... SUMÁRIO
  • ABSTRACT
  • LISTA DE FIGURAS.........................................................................................
  • LISTA DE ABREVIATURAS
    1. INTRODUÇÃO
    • 1.1. O Sistema do Neuropeptídeo S
    • 1.2. Ações motoras do NPS
    • 1.3. NPS e sistema dopaminérgico
    • 1.4. A neurotransmissão dopaminérgica
      • 1.4.1. Síntese, envesiculamento e metabolismo da dopamina
      • 1.4.2. Receptores dopaminérgicos
      • 1.4.3. Vias dopaminérgicas
    1. JUSTIFICATIVA
    1. OBJETIVOS
    • 3.1. Geral
    • 3.2. Específicos
    1. MATERIAIS E MÉTODOS
    • 4.1. Animais
    • 4.2. Drogas e tratamentos farmacológicos
    • (ICV) em camundongos 4.3. Cirurgia para a implantação da cânula intracerebroventricular
    • ........................................................................................................................ 4.4. Avaliação da atividade locomotora espontânea de camundongos
    • 4.5. Delineamento experimental
    • 4.6. Análise estatística

10

RESUMO

Neuropeptídeo S (NPS) é um peptídeo endógeno formado por 20 aminoácidos e é o ligante de um receptor acoplado à proteína G chamado NPSR, o qual está envolvido na modulação de várias funções biológicas centrais como locomoção, ansiedade, nocicepção, ingestão de alimento e comportamentos motivacionais. Já é conhecido que o efeito hiperlocomotor do NPS é mediado pelos receptores NPSR e parece depender da ativação do sistema adenosinérgico, dopaminérgico e do sistema peptidérgico do CRF. Considerando o pouco conhecimento acerca do envolvimento do sistema dopaminérgico na mediação do aumento da atividade locomotora induzido pelo NPS, o presente estudo objetiva investigar as ações motoras da administração intracerebroventricular (icv) de NPS em camundongos pré-tratados com α- metil- p- tirosina (AMPT, inibidor da enzima de síntese de dopamina), reserpina (inibidor do armazenamento da dopamina em vesículas) ou sulpiride (inibidor de receptores D 2 de dopamina), em animais submetidos ao teste de atividade locomotora no campo aberto. Para fins de comparação, um grupo distinto de animais recebeu os mesmos pré-tratamentos acima descritos (AMPT, reserpina ou sulpiride) e o efeito hiperlocomotor do metilfenidato (inibidor da recaptação de dopamina) foi investigado no campo aberto. O NPS e o metilfenidato aumentaram a atividade locomotora dos animais. O AMPT per se não causou alteração na locomoção dos animais. Por outro lado, o AMPT reduziu parcialmente o efeito hiperlocomotor do metilfenidato, mas não foi capaz de afetar a ação hiperlocomotora do NPS. Tanto o pré-tratamento com reserpina como com sulpiride foram capazes de inibir o efeito estimulatório do NPS, assim como o do metilfenidato. Estes achados mostram que o efeito hiperlocomotor do metilfenidato, mas não do NPS, foi afetado pela administração de AMPT. Além disso, tanto o efeito do metilfenidato quanto do NPS foram prejudicados pelos pré-tratamentos com reserpina e sulpiride. Em conjunto, sugere-se que o NPS pode promover estímulo excitatório mesmo quando a síntese de catecolaminas está prejudicada. Ainda conclui-se que o efeito hiperlocomotor do NPS e do metilfenidato depende dos estoques vesiculares de monoaminas, em particular dopamina, e da ativação do receptor dopaminérgico D 2. O efeito psicoestimulante do NPS por meio da ativação do sistema dopaminérgico pode apresentar importância clínica no tratamento de doenças que envolvem a via dopaminérgica, como a doença de Parkinson e a dependência química.

Palavras-chaves: neuropeptídeo S; atividade locomotora; dopamina; camundongo.

11

ABSTRACT

Neuropeptide S (NPS) is an endogenous 20-aminoacid peptide which binds a G protein-coupled receptor named NPSR. This peptidergic system is involved in the modulation of several biological functions, such as locomotion, anxiety, nociception, food intake and motivational behaviors. Studies have shown the participation of NPSR receptors in mediating the hyperlocomotor effects of NPS. A growing body of evidence suggests the participation of adenosinergic, dopaminergic and CRF systems on the hyperlocomotor effects of NPS. Considering that little is known about the role of dopaminergic system in mediating NPS-induced hyperlocomotion, the present study aims to investigate the locomotor actions of intracerebroventricular (icv) NPS in mice pretreated with α-metil- p- tirosine (AMPT, inhibitor of dopamine synthesis), reserpine (inhibitor of dopamine vesicle storage) or sulpiride (D 2 receptor antagonist) in the open field test. A distinct group of animals received the same pretreatments described above (AMPT, reserpine or sulpiride) and the hyperlocomotor effects of methylphenidate (dopamine reuptake inhibitor) were investigated in the open field. NPS and methylphenidate increased the mouse locomotor activity. AMPT per se did not change the locomotion of the animals, but it partially reduced the hyperlocomotion of methylphenidate. The pretreatment with AMPT did not affect the psychostimulant effects of NPS. Both reserpine and sulpiride inhibited the stimulatory actions of NPS and methylphenidate. These findings show that the hyperlocomotor effects of methylphenidate, but not NPS, were affected by the pretreatment with AMPT. Furthermore, methylphenidate- and NPS-induced hyperlocomotion was impaired by reserpine and sulpiride pretreatments. Together, data suggests that NPS can increase locomotion even when the synthesis of catecholamines was impaired. Additionally, the hyperlocomotor effects of NPS and methylphenidate depend on monoamines vesicular storaged, mainly dopamine, and on the activation of D 2 receptors. The psychostimulant effects of NPS via activation of dopaminergic system display clinical significance on the treatment of diseases which involves dopaminergic pathways, such as Parkinson’s disease and drug addiction.

Keywords: neuropeptide S; locomotor activity; dopamine; mice.

13

Figura 18 – Efeito da administração de AMPT nas doses de 100, 200, 250 e

300 mg/kg, ip, 24h após o tratamento,em camundongos submetidos ao teste do

campo aberto ................................................................................................... 47

Figura 19. Efeito do pré-tratamento com AMPT 250 mg/kg na hiperlocomoção causada por metilfenidato 5 mg/kg no teste do campo aberto. ....................... 48

Figura 20. Efeito do pré-tratamento com AMPT 250 mg/kg na hiperlocomoção

causada pelo tratamento com NPS em camundongos submetidos ao teste do

campo aberto ................................................................................................... 49

Figura 21 – Efeito da administração de reserpina nas doses de 1, 2 e 5 mg/kg,

sc, 24h,em camundongos submetidos ao teste do campo aberto. ................... 50

Figura 22 – Efeito do pré-tratamento com reserpina 2 mg/kg na hiperlocomoção

induzida por metilfenidato 5 mg/kg no teste do campo aberto. ....................... 50

Figura 23 – Efeito do pré-tratamento com reserpina 2 mg/kg na hiperlocomoção causada pelo tratamento com NPS em camundongos submetidos ao teste do

campo aberto ................................................................................................... 51

Figura 24 – Efeito da administração de sulpiride nas doses de 25 e 50 mg/kg,

ip, 45 min, em camundongos submetidos ao teste do campo aberto ............... 52

Figura 25 – Efeito do pré-tratamento com sulpiride 25 mg/kg na hiperlocomoção

causada por metilfenidato 5 mg/kg no teste do campo aberto. ....................... 53

Figura 26. Efeito do pré-tratamento com sulpiride 25 mg/kg na hiperlocomoção

induzida pelo NPS em camundongos submetidos ao teste do campo aberto.. 54

Figura 27 – O ciclo sináptico.. .......................................................................... 59

14

LISTA DE ABREVIATURAS

6-OHDA – 6-hidroxidopamina

AADC – aminoácido aromático descaboxilase

AMPc – adenosina monofosfato cíclico

AMPT – alfa-metil-para-tirosina

AP – ântero-posterior

ATP – adenosina tri-fosfato

CEUA – Comissão de Ética no Uso de Animais

CRF – fator liberador de corticotropina

DAT – transportador de dopamina

DOPAC – ácido 3,4-dihidroxifenilacético

DV – dorso-ventral

GPCR – receptores acoplados a proteína G

GABA – ácido gama-aminobutírico

Gs – proteína G estimulatória

Gq – proteína G que ativa fosfolipase C

HPLC – do inglês, high performance liquid chromatography

icv - intracerebroventricular

ip – intraperitonial

iv – intravenoso

KO – knockout

16

1. INTRODUÇÃO

1.1. O Sistema do Neuropeptídeo S

Novos neurotransmissores ou moduladores podem ser descobertos pelo

uso da técnica da farmacologia reversa, especialmente quando tais ligantes

possuem afinidade por receptores órfãos acoplados a proteínas G (GPCRs, do

inglês G protein-coupled receptors). GPCRs órfãos são proteínas clonadas

cujos ligantes endógenos não foram ainda identificados. Usando GPCRs

órfãos, vários neuropeptídeos têm sido descobertos nos últimos anos, o que

tem ampliado a compreensão de funções particulares do cérebro e auxiliado a

revelar novos alvos terapêuticos para transtornos psiquiátricos (CIVELLI et al.,

2001). Xu e colaboradores (2004) descreveram pela primeira vez as funções

fisiológicas do Neuropeptídeo S (NPS), que foi identificado pela técnica da

farmacologia reversa. O NPS é o ligante endógeno de um GPCR deorfanizado

que foi denominado de NPSR. O NPS foi assim denominado devido à presença

de um aminoácido serina (S) na porção amino-terminal da estrutura primária

desse peptídeo, que se encontra preservada em várias espécies animais, como

mostra a Figura 1.

Figura 1 – Estruturas primárias do Neuropeptídeo S de Humano, chimpanzé, camundongo, rato, cachorro e galinha. Aminoácidos divergentes da seqüência humana são mostrados em negrito. O aminoácido Serina (S) na porção N-terminal está conservado em todas as espécies que expressam o peptídeo. (XU et al., 2004)

17

O receptor NPSR é amplamente distribuido no encéfalo, enquanto a

expressão do peptídeo precursor é limitada a poucas áreas do tronco

encefálico. A expressão do RNAm do precursor do NPS no cérebro exibe uma

distribuição muito limitada, pois a maioria dos neurônios que expressam o NPS

foram encontrados em poucas regiões do tronco cerebral, a citar: núcleo

sensitivo principal do trigêmeo, núcleo parabraquial lateral e na área próxima

ao locus coeruleus (XU et al., 2007). Estudos de hibridização in situ

demonstraram que a maioria das células que expressam NPS na área do locus

coeruleus são neurônios glutamatérgicos, poucos são colinérgicos, enquanto

nenhum produz GABA. No núcleo sensitivo principal do trigêmeo, muitos dos

neurônios que expressam NPS utilizam glutamato como um neurotransmissor.

Finalmente, células positivas para NPS no núcleo parabraquial lateral co-

expressam CRF (XU et al., 2007). O NPS parece estar expresso juntamente

com neurotransmissores excitatórios e, baseado nisso, tem sido proposto que o

NPS fornece elementos excitatórios adicionais aos alvos pós-sinápticos destes

neurônios (XU et al., 2007).

Em oposição ao precursor do NPS, o NPSR é amplamente distribuído no

cérebro. De fato, altos níveis de expressão do RNAm do NPSR foram

encontrados no córtex, núcleo olfatório, tálamo, hipotálamo, amígdala e

subiculum (XU et al., 2004; 2007). Vale ressaltar que o receptor NPSR

encontra-se expresso moderadamente na substância negra e na área

tegmental ventral, o que sugere um papel modulatório desempenhado por este

sistema sobre a neurotransmissão dopaminérgica (XU et al., 2007).

O perfil da expressão do receptor NPSR sugere o envolvimento do

sistema NPS-NPSR na regulação de múltiplas funções centrais, como

19

1.2. Ações motoras do NPS

Fisiologicamente, Xu e colaboradores (2004) demonstraram pela

primeira vez que a administração supraespinhal de NPS 0,1 nmol causou

hiperlocomoção em camundongos familiarizados ou não ao ambiente. A

duração do efeito hiperlocomotor produzido pela administração

intracerebroventricular (icv) de NPS foi de aproximadamente uma hora. Estes

resultados foram posteriormente confirmados por vários grupos de pesquisa,

tanto para camundongos (ROTH et al., 2006; LEONARD et al., 2008;

OKAMURA et al., 2008; RIZZI et al., 2008; CASTRO et al., 2009; PAÑEDA et

al., 2009), quanto para ratos (SMITH et al., 2006), mostrando que o efeito

estimulatório da atividade locomotora é robusto e consistente apesar das

diferentes condições experimentais e das espécies animais.

O envolvimento do NPSR na atividade locomotora foi demonstrado com

o uso de três antagonistas quimicamente não relacionados, o composto não-

peptídico SHA 6824 (OKAMURA et al., 2008; RUZZA et al., 2010) e os

peptídicos [D-Val5]NPS (GUERRINI et al., 2010) e [tBu-D-Gly5]NPS (RUZZA

et al., 2012). Os antagonistas foram eficazes em antagonizar o efeito

estimulatório do NPS na locomoção, mas não produziram efeito na locomoção

per se. Estes achados obtidos em diferentes condições laboratoriais e

utilizando moléculas de naturezas diferentes demonstram que a ação do

peptídeo na atividade locomotora ocorre devido à ativação do NPSR e sugerem

que o sistema endógeno de NPS não exerce um controle tônico no

comportamento motor do animal.

20

Estudos com diferentes linhagens de camundongos knockout (KO) tem

confirmado essa hipótese. Camundongos KO para o gene do

NPSR(NPSR(−/−)), não apresentaram diferenças no comportamento locomotor

em relação aos animais selvagens, e ainda, o efeito hiperlocomotor do NPS foi

observado em camundongos NPSR(+/+) mas não em camundongos

NPSR(−/−), quando injetados com NPS icv (DUANGDAO et al., 2009; FENDT

et al., 2011; RUZZA et al., 2010). Em conjunto, estes dados indicam que o NPS

produz efeito estimulatório sobre a atividade locomotora mediado pela ativação

do NPSR.

1.3. NPS e sistema dopaminérgico

Baseados no fato de o NPSR estar distribuído em várias áreas

cerebrais, incluindo a área tegmental ventral (VTA; XU et al., 2007), Mochizuki

e colaboradores (2010) propuseram o estudo do envolvimento do sistema

dopaminérgico pela via mesolímbica, que tem sua origem na VTA, na atividade

locomotora de ratos sob o efeito do NPS. A hipótese do grupo era de que a

atividade hiperlocomotora induzida por NPS pode ser mediada por ativação da

via dopaminérgica mesolímbica através da ativação do NPSR expresso na

VTA. A injeção intra-VTA de NPS causou aumento da atividade motora

horizontal e vertical em ratos de forma significativa, nas doses de 0,05 nmol e

0,5 nmol (por hemisfério), e a hiperatividade foi dose-dependente e

significativamente inibida por pré-administração local na parte shell do núcleo

accumbens (NAcSh) de sulpiride, um antagonista do receptor D 2 de dopamina,