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Guias e Dicas
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Maldonado, Maria Tereza P. Psicologia da gravidez, parto e ..., Notas de aula de Psicologia

Maldonado, Maria Tereza P. Psicologia da gravidez, parto e puerpério. Petrópolis,. Vozes, 1976, 118 p. Enquanto muito se fala a respeito da mulher como ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Osvaldo_86
Osvaldo_86 🇧🇷

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dos
fenômenos observados no grupo, paralelamente o autor assevera que "seria
uma pretensão infundada tentar desenvolver a teoria
de
grupo, porque é impos-
sível abarcar toda a gama de aspectos que cabe considerar nos processos de
grupo"; acrescenta também que, sendo cabíveis explicações
de
pontos
de
vista
diferentes, como os do sociólogo, do psicossociólogo e do terapeuta de grupo,
toma-se impossível a univocidade conceitual.
Dentro desta diversidade é importante destacar a equivocidade do próprio
conceito de
dinâmica
de grupo, cuja popularização precoce acabou por conduzi-lo
a ser interpretado como ideologia capaz
de
resolver
os
problemas das relações
interpessoais, em termos
de
coexistência pacífica.
Diz ainda o autor que
"a
equivocidade da expressão não
se
deve
exclusiva-
mente à impossibilidade
de
definir dinâmica, mas também à variedade infinita
de
definições do termo grupo".
As
reflexões do autor culminam no estudo dos objetivos das diferentes
modalidades
de
laboratórios.
As
tendências terapêuticas ou psicossociais, que
historicamente sempre caminharam
pari-passu,
para
as
quais tentativas
de
separa-
ção continuam ainda hoje fracassadas, parecem resolver-se intrinsecamente no
papel que o "instrutor" assume no grupo e nos objetivos prefixados. Ainda assim,
ficam sem respostas inúmeras perguntas que resultam do grupo, especialmente
aquelas relativas
às
enfermidades, emoções, aprendizagem etc.
Trata-se de um livro sério, desapaixonado, cuja leitura pode contribuir para
o esclarecimento, no sentido de configurar expectativas justas tanto daqueles que,
como profissionais, dedicam-se à dinâmica
de
grupo, como daqueles que recorrem
a esta ciência para buscar benefícios pessoais ou
de
terceiros.
ÉUDA
SIGELMANN
Maldonado, Maria Tereza
P.
Psicologia
da
gravidez,
parto
e puerpério. Petrópolis,
Vozes, 1976, 118 p.
Enquanto muito
se
fala a respeito da mulher como sujeito e não mais objeto, a
psicologia pouco
se
tem preocupado com vivências especificamente femininas.
Entre
os
trabalhos acadêmicos, desenvolvidos no mestrado em psicologia clínica
da
PUC, é ínfimo o número de dissertações que
se
propõem estudar temas tais
como gravidez, puerpério, menstruação, lactação etc., e isso apesar da esmagadora
superioridade numérica das estudantes sobre
os
seus condiscípulos. O interesse do
assunto, por
si
só,
bastaria para valorizar a presente contribuição, que foi objeto
de
brilhante defesa de dissertação
de
mestrado, na
PUC
do Rio
de
Janeiro, em
1975.
Mas
a maestria com que o tema é desenvolvido,
junto
com a seriedade do
propósito e a sua utilidade prática fazem deste livrinho uma importante contri-
buição para o enfoque teórico da psicologia da gravidez.
250 A.B.P.A. 3/77
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Maldonado, Maria Tereza P. Psicologia da gravidez, parto e puerpério. Petrópolis, Vozes, 1976, 118 p.

Enquanto muito se fala a respeito da mulher como sujeito e não mais objeto, a psicologia pouco se tem preocupado com vivências especificamente femininas. Entre os trabalhos acadêmicos, desenvolvidos no mestrado em psicologia clínica da PUC, é ínfimo o número de dissertações que se propõem estudar temas tais como gravidez, puerpério, menstruação, lactação etc., e isso apesar da esmagadora superioridade numérica das estudantes sobre os seus condiscípulos. O interesse do assunto, por si só, já bastaria para valorizar a presente contribuição, que foi objeto de brilhante defesa de dissertação de mestrado, na PUC do Rio de Janeiro, em

  1. Mas a maestria com que o tema é desenvolvido, junto com a seriedade do propósito e a sua utilidade prática fazem deste livrinho uma importante contri- buição para o enfoque teórico da psicologia da gravidez.

(^250) A.B.P.A. 3/

A autora parte do conceito de crise elaborado por Kaplan, e definido como perturbação temporária de um estado de equihbrio. Dentro da perspectiva que considera as situações de crise como encruzilha- das existenciais, necessárias ao desenvolvimento da pessoa, a gravidez surge como um momento privilegiado para a reformulação de todos os valores vitais da mulher. Não são mudanças fisiológicas apenas, mas também psicossociais - a gravidez provoca mudança de identidade e nova definição de papéis. Os fatores socioeconômicos desempenham um papel nada desprezível em nosso meio. Por isso a época da gravidez representa um núcleo de tensões entre diversos fatores. A rigor, destaca a autora, "é necessário pensar não apenas em termos de 'mulher grá- vida' mas sim de 'família grávida'" (p. 16), ao contrário da maioria dos trabalhos, que focaliza exclusivamente a situação da mulher, como se a mesma não fizesse parte de um conjunto dinâmico. Eis o duplo enfoque - a gravidez como crise existencial e como drama familiar - que domina a descrição desta psicologia da gravidez. As três grandes fases são descritas sob esse ângulo, e o parto é especifica- mente situado como o ponto alto da crise, que a resume e a sintetiza. Daí a importância da modalidade de parto escolhida pela parturiente e, portanto, do preparo psicológico para tal momento. O puerpério é também tratado, bem como o significado pSicológico da amamentação. Resumindo os principais estudos já realizados sobre os aspectos psicossomá- ticos da gravidez e do parto, a autora mostra que a maioria ainda padece de sérias carências teóricas e metodológicas. Especial atenção é dedicada ao método psico-

proftlático, bem como à prática de psicoterapia breve em gestantes.

Finalizando, a autora propõe aquilo que chama de Intervenção Psicológico- Educacional (IPE). A IPE visa conjugar as técnicas tradicionais tais como informa- ções e exercícios de sensibilização corporal, relaxamento, respiração etc. com aspectos psicoterápicos de grupo. "Os três vetores básicos da IPE são: a transmissão de informações sobre o ciclo grávido-puerperal; os exercícios de sensibilização corporal e de estética pós-parto, e o treinamento de técnicas de relaxamento e respiração para o parto; os grupos de discussão sobre as vivências emocionais envolvidas na situação de ter um ftlho e o impacto da gravidez na estrutura familiar. Cada um implica a utilização de diversas técnicas, de atendimento psicológico, especialmente a orientação antecipatória, a reflexão de sentimentos e o reasseguramento" (p. 101). Nessa perspectiva, a expressão de ansiedade é facilitada, não só para permitir a descarga de emoções, mas por corresponder a uma vivência real e autêntica. A dor não é negada, mas enfocada dentro do seu significado existencial. Concluindo, a autora destaca a importância do trabalho conjunto do obste- tra e do psicólogo. Ambos têm por função aiudar a pessoa em momento decisivo

Resenha bibliográfica 251