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Guias e Dicas
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Macroeconomia e Contabilidade Social, Exercícios de Macroeconomia

Exercícios sobre Macroeconomia e Contabilidade Social

Tipologia: Exercícios

2019

Compartilhado em 19/08/2019

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marcos-roberto-gl2 🇧🇷

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Microeconomia II – LGE108
Monopólio
Introdução
Características do Monopólio:
Existe uma única empresa do lado da oferta;
Existem muitos compradores de pequena dimensão;
Não existem substitutos próximos;
Existe informação perfeita (os consumidores estão
perfeitamente informados sobre o preço e as
características do produto do monopolista);
Existem barreiras à entrada de natureza estrutural
(legal) e de natureza estratégica que impedem a entrada
de rivais.
Microeconomia II – LGE108
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Microeconomia II – LGE

Monopólio

Introdução

Características do Monopólio:

  • Existe uma única empresa do lado da oferta;
  • Existem muitos compradores de pequena dimensão;
  • Não existem substitutos próximos;
  • Existe informação perfeita (os consumidores estão

perfeitamente informados sobre o preço e as

características do produto do monopolista);

  • Existem barreiras à entrada de natureza estrutural

(legal) e de natureza estratégica que impedem a entrada

de rivais.

Microeconomia II – LGE

O equilíbrio

Em monopólio, existe apenas um produtor que tem poder de mercado pois domina totalmente o lado da oferta, não tendo qualquer concorrente. Logo, o monopolista fixa o preço de mercado ( price-maker ) ou a quantidade. No entanto, esse poder de mercado é limitado, dado que o monopolista está sujeito à curva da procura. Significa então que a função procura que o monopolista enfrenta corresponde à função procura de mercado. Dado que a função procura é negativamente inclinada, então o monopolista enfrenta uma relação inversa entre o preço e a quantidade: quanto mais elevado for o preço, menor a quantidade que os consumidores estão dispostos a adquirir (e vice-versa) RT = P(Q).Q

Rmd = P(Q)

Rmg = dQ

dRT

dQ

d ( P ( Q ). Q ) = P + dQ

dP Q

Significa então que a receita marginal tem duas componentes: → o preço P a que é vendida a última unidade, que é positiva; → dP/dQ, que é negativa: a diminuição do preço que se verifica em todas as unidades anteriores (em concorrência perfeita, dP/dQ = 0).

Microeconomia II – LGE

O equilíbrio O equilíbrio corresponde à situação em que o monopolista maximiza o lucro: Max (^) Q LT = RT – CT

dQ

dLT = 0 ⇔ dQ

dRT

  • dQ

dCT = 0 ⇔ Rmg = Cmg

Significa então que o lucro do monopolista é maximizado quando o benefício obtido com a venda da última unidade produzida iguala o custo de produzir essa unidade adicional. Para volumes de produção superiores ao volume de produção de equilíbrio, Cmg>Rmg, donde a produção de uma unidade adicional faz reduzir o lucro, pelo que se deve reduzir a produção; para volumes de produção inferiores ao volume de produção de equilíbrio, Cmg<Rmg deve produzir-se mais pois o lucro aumenta.

Condição de segunda ordem (CSO): 2 2 0

d LT dRmg dCmg dQ dQ dQ

Rmd Q

P

Rmg

Cmg P*

Q*

Condição de primeira ordem (CPO):

Microeconomia II – LGE

Perda de bem-estar em monopólio

Cmg

Rmd

Q

$

Qm Rmg

P (^) m

Qc

P (^) c C

E (^) m E (^) c

A B D E

Concorrência perfeita Monopólio (^) Δ EC A+B+C A -B-C EP D+E B+D B-E W = EC + EP A+B+C+D+E A+B+D -C-E

Microeconomia II – LGE

Regulação de Monopólio

A regulação económica é o processo pelo qual o governo intervém no mercado com o objectivo de aumentar o bem-estar social (soma do excedente do produtor e do consumidor), através da redução do preço e aumento da quantidade transaccionada. Na definição da política de regulação, é necessário assegurar que a empresa regulada não saia do mercado.

Alguns dos instrumentos de regulação mais utilizados são:

  • a definição de preços máximos;
  • a fixação do preço no valor do custo médio de produção ou do custo marginal.

Independentemente dos instrumentos usados, o governo ou alguma entidade reguladora de concorrência e preços, se quiser atingir o máximo bem-estar social possível, deve tentar obter como solução de equilíbrio o preço que iguale o custo marginal, desde que a empresa não saia do mercado com essa medida. No longo prazo, tal implica que o lucro seja pelo menos normal, após a regulação.

Microeconomia II – LGE

Regulação de Monopólio: maximização do bem-estar social

Rmd

Rmg

Q M

PM

PC

Q C

u.m.

Q

CmgPL

CmdPL

Para maximizar o bem-estar social, o regulador deve procurar obter a solução de concorrência perfeita, ou seja, uma quantidade indicada por QC^ e um preço por PC, resultantes de igualdade entre a Rmd e o Cmg. Com esta medida, o monopolista continuará a produzir, pois existem lucros supranormais (P C>Cmd C).

CmdC

Se o lucro resultante fosse inferior ao normal, o regulador deveria optar por uma solução de second best , ou seja, garantir que o preço fosse aquele que resultasse da igualdade entre a Rmd e o Cmd, a melhor aproximação possível ao resultado de concorrência perfeita.

Microeconomia II – LGE

Regulação do Monopólio: o caso do Monopólio Natural

Quando os custos unitários de produção são decrescentes até volumes de produção elevados face à dimensão da procura, a existência de uma única empresa pode ser a única solução para as empresas não terem prejuízos. Contudo, se não existir qualquer intervenção exterior, o monopolista pode definir um preço relativamente elevado, afectando o bem-estar social.

D

Q

P

Rmg

Cmd Cmg Qa

Pa^ a

Monopólio natural sem regulação

O preço mais eficiente é p=Cmg, uma vez que o bem-estar social é máximo. Mas neste caso, o monopolista tem prejuízos (área a sombreado) Com regulação do tipo P=Cmd obtém-se uma maior quantidade transaccionada a um preço mais baixo do que sem regulação e o monopolista aufere o lucro normal.

D

Q

P

Rmg

Cmd Cmg Qa

Pa

Qb Qc

Pb Pc

b (^) c

Monopólio natural com regulação

a

Microeconomia II – LGE

Discriminação de Preços

A prática de cobrar a consumidores diferentes preços diferentes pelo mesmo produto designa-se de discriminação de preços. A empresa observa determinadas características dos consumidores que funcionam como um indicador da disponibilidade para pagar. Consegue identificar diferentes grupos de consumidores, com elasticidades preço da procura diferentes e cobrar-lhes preços diferentes.

Exemplos: dumping; bilhetes de teatro mais baratos para jovens e idosos.

As condições necessárias para que a discriminação de preços seja proveitosa para o monopolista são:

  • a empresa tem que ser capaz de identificar os diferentes consumidores;
  • os mercados devem ser separados, isto é, os consumidores não podem ter a possibilidade de arbitrar (os consumidores aos quais o produto é vendido a um preço mais baixo não podem ter a possibilidade de vender aos outros) e os consumidores devem ser incapazes de se deslocarem para o mercado em que o preço é mais baixo.
  • elasticidade preço da procura diferente em cada mercado.

Microeconomia II – LGE

Discriminação de Preços

Considere-se um monopolista que vende o seu produto em 2 mercados diferentes: Mercado 1: P 1 (q 1 ) P 1 , P 2 = Preços de mercado nos mercados 1 e 2 Mercado 2: P 2 (q 2 ) q 1 , q 2 = Quantidades vendidas nos mercados 1 e 2 Q = q 1 +q 2 = Quantidade total produzida pelo monopolista C(Q) = C(q 1 +q 2 ) = Custo total de produção Problema do monopolista:

, [^1 (^1 )^12 (^2 )^2 (^12 )]

2 Maxq q Pqq Pq q Cq q q

  • − +

Condição de primeira ordem:

⎪ ⎩

⎪⎪ ⎨

= ∂

= ∂

0

0

2

1

q

q π

π

⎩⎨ (^ )^ (^ )^ (^ )

  • − + =

  • − + = ⇔ ' ' 0

' ' 0 2 2 2 2 2 1 2

1 1 1 1 1 1 2 P q q P q C q q

P q q Pq Cq q

= ⇔ Rmg Cmg

Rmg Cmg 2

1 ⇔ Rmg 1 (^) = Rmg 2

Logo, o lucro do monopolista é máximo quando q 1 e q 2 são tais que Rmg 1 = Rmg 2 , caso contrário seria possível aumentar o lucro com a transferência de alguma quantidade de um mercado para outro

Microeconomia II – LGE

Discriminação de Preços $

Rmga

pa

0 125 200 qa

1500 1200

875 600 250

$

Rmgb

pb

0 175 300 400 500 qb

1400 1200 1000 800 600 425 250

$

Rmgagregada Cmg

0 100 200 300 400 500 q

1400 1200 1000 800 600 250

Resolução gráfica: a função receita marginal agregada soma quantidades para a mesma receita marginal dos 2 mercados. A intersecção com o custo marginal indica a quantidade global a produzir pela empresa. Para se encontrar o preço a praticar em cada mercado (e a quantidade a vender em cada um deles), basta considerar que as receitas marginais têm de ser iguais. Desde que o acréscimo de custo decorrente da discriminação (incluindo publicidade, inspecção, etc) seja inferior à receita marginal, a discriminação é vantajosa para a empresa. À primeira vista poderia parecer que o consumidor é o perdedor (pode significar a apropriação de parte do excedente do consumidor pela empresa), mas os consumidores do mercado que pagam um preço inferior ao que vigoraria sem discriminação (aquele em que a sensibilidade ao preço, ou seja, a elasticidade preço da procura é mais elevada) são beneficiados. Microeconomia II – LGE

Dumping

P E

Q

P

Rmd (^) I Q

P

Q E = Q* - Q I QI Rmg I

Mercado Externo Mercado Interno

Q

P Cmg

Rmg (^) E +Rmg (^) I

Q*

P (^) I Rmg E = Rmd E

Caso particular: monopolista vende também no mercado externo

onde enfrenta concorrência perfeita (ou em outro mercado

qualquer, onde há concorrência perfeita):

Equilíbrio com discriminação: RmgE = RmgI = Cmg ⇒ Q*

Mercado interno (monopólio): RmgI = Cmg ⇒ QI, P I

Mercado Externo (concorência perfeita): QE = Q* - QI;

P = PE = RmgE = Rmd E = Cmg

Note-se que, em equilíbrio, o preço é mais baixo no mercado com

maior elasticidade preço da procura (∞).

Microeconomia II – LGE