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Ma e Comunicação - Análise do silêncio na comunicação, Notas de estudo de Comunicação

Análise sobre o silêncio na comunicação e a forma em que é visto no Japão e no Ocidente.

Tipologia: Notas de estudo

2020

Compartilhado em 30/11/2020

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andre-sabine-macedo-de-oliveira-12 🇧🇷

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“Ma é uma palavra japonesa que expressa uma ideia para a qual convergem
alguns significados. Escreve-se e, como quase a maioria dos ideogramas, possui
leituras plurais – Ma, Aida o Kan – e engloba semânticas como “entre-espaço”, “espaço
intermediário”, “intervalo”, entre outras.
Regido por uma lógica relacional, esse vocábulo apresenta-se de maneiras
diversificadas, de acordo com as associações que se estabelecem no espaço e no tempo.
Trata-se da expressão de algo próximo de um senso comum peculiar dos japoneses:
todos sabem o que é, mas não conseguem explicar com exatidão.” (Ma – A estética do
“entre” – Michiko Okano, pg: 150, Revista USP).
No Japão, os conceitos de espaço e tempo têm sido simultaneamente
apreendidos pela única palavra “Ma”. Ma é, literalmente, definido como o intervalo
natural entre duas ou mais coisas existentes em uma continuidade “ou” o fosso entre
duas coisas, uma abertura; o espaço abrangido por colunas ou biombos ou a pausa
singular ou intervalo em que os fenômenos surgem ao longo do tempo. (ARATA
ISOZAKI, 2009: p.156)
“A espacialidade Ma parece ser de frágil visualidade, mas eminentemente
comunicativa, ao convidar não só à participação perceptiva do ser humano que vivencia
a espacialidade, mas também sua memória e seu pensamento, pela relação do homem
com a sociedade e a cultura.” (Walkyria Tsutsumi apud Michiko Okano, 2007: p. 84).
“Para os japoneses, Ma é um modus operandi cotidiano, apresentandose em
todos os aspectos da sua cultura, de maneira que a construção do conhecimento se faz
mais pela percepção que pela razão.” (O conceito de Ma O conceito de Ma na
conformação de espaços de Ando Tadao - Walkyria Tsutsumi, pg: 1).
“Em 1978, diante de poucos escritos acerca desse tema, surge a exposição Ma:
Espace-Temps du Japon, realizada em Paris por Arata Isozaki. A exposição teve como
iniciativa a sugestão do secretário da Embaixada da França no Japão, para realização de
um evento sobre o “espaço japonês”. Essa iniciativa afinava-se com a política de
fomentar culturalmente Paris no momento em que o seu lugar de centro irradiador da
cultura estava sendo ameaçado pela cidade de Nova York.” (O conceito de Ma O
conceito de Ma na conformação de espaços de Ando Tadao - Walkyria Tsutsumi, pg: 1-
2).
“A estratégia adotada por Arata Isozaki para a apresentação desse tema
correspondia a uma forma caracteristicamente japonesa de aguçar múltiplos sentidos:
visual, auditivo e tátil. Para atender a tal formato, a exposição compreendia uma
variedade de elementos: objetos artesanais, fotografias, instalações, concertos,
representações teatrais, dança, objetos do cotidiano, projeções de filmes e vídeos. O
tema foi organizado para que o público, ao passar de um item a outro, experimentasse
corporalmente um espaço-tempo de modo a provocar uma reação de sentidos em cadeia
(Walkyria Tsutsumi apud Michiko Okano, 2007: p. 26).

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“Ma é uma palavra japonesa que expressa uma ideia para a qual convergem alguns significados. Escreve-se 間 e, como quase a maioria dos ideogramas, possui leituras plurais – Ma, Aida o Kan – e engloba semânticas como “entre-espaço”, “espaço intermediário”, “intervalo”, entre outras. Regido por uma lógica relacional, esse vocábulo apresenta-se de maneiras diversificadas, de acordo com as associações que se estabelecem no espaço e no tempo. Trata-se da expressão de algo próximo de um senso comum peculiar dos japoneses: todos sabem o que é, mas não conseguem explicar com exatidão.” (Ma – A estética do “entre” – Michiko Okano, pg: 150, Revista USP). No Japão, os conceitos de espaço e tempo têm sido simultaneamente apreendidos pela única palavra “Ma”. Ma é, literalmente, definido como o intervalo natural entre duas ou mais coisas existentes em uma continuidade “ou” o fosso entre duas coisas, uma abertura; o espaço abrangido por colunas ou biombos ou a pausa singular ou intervalo em que os fenômenos surgem ao longo do tempo. (ARATA ISOZAKI, 2009: p.156) “A espacialidade Ma parece ser de frágil visualidade, mas eminentemente comunicativa, ao convidar não só à participação perceptiva do ser humano que vivencia a espacialidade, mas também sua memória e seu pensamento, pela relação do homem com a sociedade e a cultura.” (Walkyria Tsutsumi apud Michiko Okano, 2007: p. 84). “Para os japoneses, Ma é um modus operandi cotidiano, apresentandose em todos os aspectos da sua cultura, de maneira que a construção do conhecimento se faz mais pela percepção que pela razão.” (O conceito de Ma – O conceito de Ma na conformação de espaços de Ando Tadao - Walkyria Tsutsumi, pg: 1). “Em 1978, diante de poucos escritos acerca desse tema, surge a exposição Ma: Espace-Temps du Japon, realizada em Paris por Arata Isozaki. A exposição teve como iniciativa a sugestão do secretário da Embaixada da França no Japão, para realização de um evento sobre o “espaço japonês”. Essa iniciativa afinava-se com a política de fomentar culturalmente Paris no momento em que o seu lugar de centro irradiador da cultura estava sendo ameaçado pela cidade de Nova York.” (O conceito de Ma – O conceito de Ma na conformação de espaços de Ando Tadao - Walkyria Tsutsumi, pg: 1- 2). “A estratégia adotada por Arata Isozaki para a apresentação desse tema correspondia a uma forma caracteristicamente japonesa de aguçar múltiplos sentidos: visual, auditivo e tátil. Para atender a tal formato, a exposição compreendia uma variedade de elementos: objetos artesanais, fotografias, instalações, concertos, representações teatrais, dança, objetos do cotidiano, projeções de filmes e vídeos. O tema foi organizado para que o público, ao passar de um item a outro, experimentasse corporalmente um espaço-tempo de modo a provocar uma reação de sentidos em cadeia (Walkyria Tsutsumi apud Michiko Okano, 2007: p. 26).