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Este documento discute a importância da busca do sentido da vida na terapia existencial de viktor frankl. Ele argumenta que durante momentos de dúvida sobre o valor da vida, uma terapia que ajude a reencontrar um sentido e um propósito para a existência é indispensável. Além disso, o texto apresenta os principais conceitos da logoterapia de frankl, como a auto-transcendência humana, a vontade de sentido e a análise existencial. O documento também discute a relação entre o significado da vida e a busca de respostas, a importância da percepção de significado para o bem-estar e a relação entre o estilo de vida e o tema de vida.
Tipologia: Notas de aula
Compartilhado em 07/11/2022
4.6
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LOGOS & EXISTÊNCIA
LOGOTERAPIA E PSICOTERAPIA: POSSIBILIDADES
E DESAFIOS DO COGNITIVISMO EXISTENCIAL
Aureliano Pacciolla Beck Institute, Italy
Premissa. Gostaria de tentar acolher as “sementes de humanismo” oferecidas pelo DSM-5 para responder à pergunta: a psicoterapia Cognitivo-Comportamental pode ser integrada à Análise Existencial proposta por V. Frankl? Partirei da abordagem humanístico-existencial para verificar a possibilidade de integrar a psicoterapia Cognitivo-Existencial à Análise Existencial. Esta poderia ser uma premissa para responder à seguinte pergunta: a psicoterapia Cognitivo-Existencial pode ser integrada à Análise Existencial? Uma resposta afirmativa poderá vir não só da especulação e da pesquisa mas também da relevância dos temas de vida em toda psicoterapia eficaz e em particular na psicoterapia cognitiva. Na conclusão procurarei evidenciar como uma abordagem Humanístico-Existencial na psicoterapia é a mais indicada nos casos clínicos graves e gravíssimos. Quando a pessoa duvida do primeiro valor – do valor da vida e da sua vida – justamente nestas ocasiões é absolutamente indispensável uma psicoterapia que ajude a reencontrar um sentido e um propósito para a própria existência. Esta abordagem pode ser a de uma integração entre o Cognitivismo e a Análise Existencial de Frankl.
Premisse. I would try to accommodate the "humanism seed" offered by the DSM-5 to answer the following question: cognitive-behavioral psychotherapy can be integrated into the Existential Analysis proposed by V. Frankl? Starting from the humanistic-existential approach in order to verify the possibility of integrating Cognitive-Existential Psychotherapy to Existential Analysis. This could be a premise to answer the following question: Can cognitive-existential psychotherapy be integrated into the Existential Analysis? An affirmative answer may come not only from speculation and research, but also from the relevance of life themes in all effective psychotherapy and, particularly, in cognitive psychotherapy. In the conclusion of this work, I`m going to show how a humanistic-existential approach to psychotherapy is more suitable in severe clinical cases. When one doubts the first value - the value of life and his life –exactly on these occasions it is extremely necessary to find an appropriate psychotherapy that helps rediscover the meaning and purpose for existence. This approach may be an integration between Cognitivism and the Existential Analysis by Frankl.
cognitivismo consiste em um sistema de teorias que compreende a psicologia evolutiva, a psicologia da personalidade, o psicodiagnóstico, a psicopatologia e a psicoterapia. O cognitivismo é um corpo teórico extenso, flexível e aberto a outras correntes de pensamento. Entre as teorias cognitivas que se tornaram clássicas, mencionamos: o desenvolvimento cognitivo de Piaget (1969), o desenvolvimento moral de Kohlberg (1984), a Rational Emotive Therapy de Ellis (1955), a psicoterapia cognitiva de Beck (1976) e muitas outras abordagens.
Em 1970, a Logoterapia 1 de Frankl foi classificada por Mahoney 2 (2002) como uma das quatro psicoterapias cognitivas, ao lado da Rational Emotive Therapy de Ellis, a Terapia Cognitiva de Beck a Personal Construct Approach de Kelly. Sucessivamente, a Logoterapia é geralmente reconhecida como pertencente à abordagem humanístico-existencial.
O cognitivismo, em contraposição ao comportamentalismo, considera insuficiente apenas a relação estímulo-resposta (S-R) para explicar a liberdade e a responsabilidade na personalidade e na vida humana. Por isto, o cognitivismo sustenta que o homem age de modo ativo e seletivo em relação às informações
(^1) Todas as vezes que se diz Logoterapia, entenda-se “ Análise Existencial ”. Frankl usa os termos “Logoterapia” e “Análise Existencial”, mas, de fato, na prática clínica, fundem-se em uma única abordagem. (^2) Mahoney M.J., T.J. Gabriel. (2002). Psychotherapy and the cognitive scienses: an evolving alliance in: LEAHY D.R., E.T. Dowd (edds.), Clinical Advances in Cognitive Psychotherapy: theory and application , Springer Publishing Company, p. 131-132.
provenientes do ambiente. A resposta ® aos estímulos ambientais (A) é mediada pela pessoa (P). Consideremos agora a meta-teoria do paradigma A-P-R que se refereà teoria do apreendimento social de Bandura 3 (1986) para compreender melhor o Cognitivismo Existencial.
A teoria do apreendimento social procura explicar a origem dos comportamentos focalizando o processo do apreendimento e o significato das condutas, evidenciando mecanismos e processos nelas subentendidos. Do ponto de vista humanístico, a teoria do apreendimento social coloca no centro o homem com a sua riqueza (capaz, motivado, criativo, em evoluçao, etc). Essa tem uma visão antropológica de base que considera o homem em todos os seus aspectos, sem reduzi-lo a um mecanismo que responde automaticamente aos estímulos que lhe são apresentados. Esta abordagem não só respeita o homem, mas contribui também para identificar e potencializar a riqueza humana 4 (Arto, 2000).
Do mesmo modo, a antropologia frankliana tem uma visão holística do homem. Aliás, Frankl 5 ·, com o conceito de ontologia dimensional, foi além das dimensões biológica, sociológica e psicológica que o ser humano condivide com o mundo animal, e deu relevo à dimensão espiritual como conceito fundamental da logoterapia. A ontologia dimensional proposta por Frankl se baseia em duas leis: a primeira sustenta que “um só e idêntico fenômeno, (^3) Bandura A. (1986). Social Foundations of thought and Action: A Social Cognitive Theory. Prentice-Hall. Inc., New Jersey. (^4) Arto A.(2000). Psicologia dello sviluppo. I. Fondamenti teorico-applicativi, AIPRE, Roma, p. 140. (^5) Frankl V.E., op. cit., pp, 38-39.
focalização de base, sem descuidar do objetivo e do comportamento. Isto é, baseia-se no pressuposto de que “qualquer afirmação que possamos exprimir a respeito do mundo (daquele que está lá fora) é inevitavelmente e inequivocamente uma afirmação que se refere à teoria que nós temos de nós mesmos (daquilo que está aqui dentro)”.
Atenção aos modos de reagir da pessoa. A atenção do terapeuta se dirige à maneira como o paciente responde às perguntas típicas da vida, como as seguintes: O que você é? O que é este mundo? O que produz satisfação? O que é doloroso e provoca insatisfação? Quais fontes de poder você pode desconsiderar para se ajudar na vida?
Exploração da subjetividade. A tarefa principal do terapeuta humanístivo-existencial é a exploração da subjetividade e promover um contato constante com a experiência do ser.
O lugar da mudança terapêutica. A transformação terapêutica acontece no paciente, só e unicamente dentro do paciente e somente através da exploração interior e do envolvimento pessoal se chega a mudanças significativas e duradouras no modo de dar significado à própria vida.
O insight é do paciente. A abordagem humanístico-existencial reitera que o terapeuta não tem condições de produzir insight nos pacientes e qualquer tentativa de interpretar a partir do exterior e de infundir teorias e concepções de si não encontra espaço nesta abordagem.
O terapeuta é um facilitador do processo. A tarefa do terapeuta não é colocar em ordem, mudar ou tratar o paciente, mas de ajudá-lo a fazer vir à tona tais capacidades próprias, já existentes no seu mundo interior e que estão de certo modo reduzidas ou bloqueadas
Fases do processo terapêutico
A aliança. Na terapia humanístico- existencial, a aliança terapêutica é um processo de continua evolução e implica essencialmente um profundo, sincero e pessoal envolvimento no acompanhar o paciente na exploração do seu mundo interior e na descoberta de suas capacidades. É mediação delicada, confrontação respeitosa e profunda condivisão empática da experiência. Nesta abordagem não é a relação terapêutica em si que opera a mudança, mas essa é somente um processo facilitador.
Aprofundamento da problemática. Enquanto acontece a construção de uma profunda aliança terapêutica, o terapeuta não se ocupa em fazer desaparecer os sintomas como se esses fossem o problema mas procura entender até que ponto os sintomas e os problemas são uma indicação de uma manobra protetora diante de uma consciência experiencial interior paralisada.
A exploração interior. Ajudar o paciente a descobrir a própria capacidade de exploração interior é parte central do processo terapêutico.
Contato com e superação das resistências. Construída a aliança, aprofundado o problema e colhida a importância da exploração interior, o paciente é confrontado com os modos através dos quais bloqueia o acesso à experiência
LOGOS & EXISTÊNCIA
subjetiva, isto é, com as formas com que põe em ato a sua resistência.
A psicopatologia e o diagnóstico
A abordagem existencial não é particularmente propensa ao uso das classificações diagnósticas por causa do perigo implícito nestes procedimentos de uma excessiva objetivação dos pacientes. Todavia, o terapeuta humanístico-existencial não desdenha o uso das diagnoses descritivas se estas servem para comunicar com as instituições que as usam e entendem prevalentemente a linguagem. A abordagem humanístico-existencial não é necessariamente a mais adequada para todos os pacientes, especialmente se o problema deles é estreitamente ligado à situação externa específica.
Pontos de referência fundamentais
Paridade entre terapeuta e paciente. O processo terapêutico segundo o modelo humanístico-existencial é sempre um processo paritário compartilhado entre paciente e terapeuta com específicas responsabilidades recíprocas.
Escolha e vontade. O homem escolhe o seu modo de estar no mundo, e a partir do modo como decide estar no mundo define quais aspectos do seu ser está disposto a mostrar aos outros. Se ele escolhe ser completamente conhecido, se mostrará livremente a outra pessoa, em todos os modos possíveis. O seu comportamento, que é a expressão externa do seu estar consigo mesmo, todavia, é incompreensível, a não ser que forneça à pessoa o seu significado. Quem se comporta atua as
suas intenções, os seus objetivos, os seus projetos. É a meta das ações que fornece o significado. Mas são propriamente os propósitos e objetivos que se procura esconder mais do que qualquer coisa, por medo que a outra pessoa interfira, se as suas intenções forem conhecidas. O encontro autêntico permite às pessoas mostrarem aquilo que são.
Visão social e da ciência. A psicologia humanística em geral, e a psicoterapia existencial em particular, não se empenham somente no enriquecimento do desenvolvimento do potencial humano, mas são empenhadas no contexto social e nos desdobramentos empíricos e aplicativos de suas descobertas com uma visão particular própria.
Visão de si. Na concepção humanística existencial, o eu é um sistema central que se desenvolve em quatro direções: a) o desenvolvimento daquilo que uma pessoa quer para si mesma; b) o desenvolvimento daquilo que a pessoa crê que deve aos outros e ao mundo em geral; c) o desenvolvimento do potencial e da realização de si; d) o desenvolvimento da autovalorização.
Trata-se das interações de tendências de base que fazem referência à satisfação de necessidades, às adaptações autolimitantes da expansão criativa e à manutenção da ordem interna. Este impulso do eu central em direção à vida constitui a intencionalidade com a qual a pessoa se orienta em direção ao cumprimento do eu desejado.
LOGOS & EXISTÊNCIA
disfuncional formado durante a primeira infância,pois o desenvolvimento do registro é largamente influenciado pelas primeiras relações interpessoais. A teoria do apego (Bowlby, 1977) foi incorporada por alguns terapeutas cognitivos para clarear as dinâmicas cognitivas e comportamentais na relação terapêutica (22).
A noção das disfunções cognitivas/registro/comportamentos permanece no centro da abordagem cognitivo- comportamental. O conceito da disfunção cognitiva e/ou comportamental é um conceito integrativo, compatível com os pontos de vista de outras orientações teóricas que se referem ao papel das experiências edos processos inconscientes no desenvolvimento da patologia. De fato, os desenvolvimentos ulteriores, que surgiram com a integração das diversas pesquisas e princípios teóricos, permitiram a inclusão de conceitos e técnicas compatíveis com a aplicação das terapias relacionais, da terapia comportamental, da interpessoal e outras tradições como a Gestalt, a Análise Transacional e a Logoterapia (ou Análise Existencial).
A religiosidade, o aspecto valorativo e a dimensão espiritual do ser, entendida como a tensão para a transcendência e a autorrealização, são aspectos da experiência humana que devem ter espaço na conceitualização de uma terapia integrada (23). Não é indiferente a gravidade do influxo da religião e de alguns fenômenos espirituais (culto, magia, ceitas, fanatismo, etc.) sobre a saúde mental de um amplo número de pessoas (24). Ao mesmo tempo, a própria religião
(^22) Guidano V., op. cit. ; Robins C.J., A.M. Hayes, op. cit. (^23) Lapworth et al., op. cit., p. 61. (^24) Pacciolla A., S. Luca. (2008). La vulnerabilità psichica e il pericolo delle sette, Libreria editrice Vaticana, Città del
e o sistema de valores, seja do terapeuta,seja do paciente, têm um papel importante (às vezes implícito) sobre a seleção do tratamento, sobre os objetivos a serem atingidos e sobre o processo de mudança (25).^ A dimensão espiritual é um aspecto da experiência humana que é difícil de definir, mas que deve ser reconhecida e respeitada. Lapworthet al. (26)^ referem-se ao fato de que a busca existencial do significado da vida é explorada na terapia na relação que o paciente tem com os outros, consigo mesmo e com o ambiente contextual. A psicoterapia cognitivo- comportamental, sendo compatível com as abordagens relacionais e interpessoaispermite a integração da dimensão espiritual no seu framework theory. A este respeito, pretende- seconsiderar a dimensão espiritual não no sentido religioso, nem como um aspecto do eu que é implícito ou difícil de ser definido em terapia;(27), mas como aquela dimensão única que permite ao homem dar significado à experiência humana, também quando tudo parece privado de sentido.
A inclusão dos princípios de Logoterapia na abordagem cognitivo-comportamental poderia significar uma espécie de “ complemento ” do modelo. A pessoa (P) que media a sua resposta (R) aos estímulos ambientais (A) é sobretudo orientada à autotranscendência entendida não como fim em si mesma, mas tendo em vista a realização de um significado(28). A busca do sentido da existência ou a vontade de sentido é definida por Frankl como “ aquela
Vaticano; Bergen A.E. (1980). Psychotherapy and religious values, in: Journal of Consulting and Clinical Psychology, 48, pp. 95-105. (^25) Bergen, op. cit., pp. 97-98. (^26) Op. cit., pp. 61-63. (^27) Lapworth et al., op. cit., p. 61. (^28) Frankl. V.E., op. cit., p. 52.
tensão radical do homem para encontrar e realizar um sentido e uma meta” (29). Neste sentido, a vontade de sentido não é um simples discurso filosófico, mas uma “ motivação ” da conduta humana e, justamente enquanto motivação, dá orientação e significado ao comportamento (30).
A Análise Existencial, cujo objetivo é ajudar as pessoas a reencontrarem o sentido da sua existência, se propõe, portanto, como um ‘ novo ’ modelo teórico motivacional que se baseia no pressuposto da vontade de sentido , no dinamismo fundamental e na motivação primária da conduta, a partir do momento em que considera o homem fundamentalmente orientado à busca de sentido. (31) “A variável « sentido da vida », portanto, de categoria antropológica passa a ser aprofundada como uma categoria psicológica e motivacional.”. (32)
A força motivacional da vontade de sentido poderia ser considerada, em última análise, como uma contribuição psicodinâmica da Anãlise Existencial à psicoterapia cognitivo- comportamental. A este respeito, é oportuno anotar que Hutchinson et al. propuseram a integração da Logoterapia à Rational Emotive Behavioral Therapy di Ellise a denominaram “Logotherapy-Enhanced ” cujo ponto central é a integração da razão e adescoberta do sentido
(^29) Ibidem, p. 50. (^30) Del Core P., op. cit., p. 103. (^31) Ibidem, p.100. (^32) Ibidem.
(33).A Logoterapia foi integrada também na Acceptance and Commitment Therapy. (34)
Emfim, Norcross e Goldfried(35)^ dão sugestões específicas para orientar-se a uma relevante psicoterapia integrada e empiricamente informada (36).
OS TEMAS DA VIDA E A BUSCA DE SENTIDO
Encontramos uma definição de sentido da vida em Graumann que, em um artigo de 1960, escreve: “ o sentido deriva e é correlacionado ao estímulo a encontrar umaresposta no sentido. Sentido e significado são sinônimos. A necessidade (^33) Hutchinson G.T. et al., Logotherapy-Enhanced REBT: An Integration of Discovery and Reason, unpublished paper in: http://home.grandecom.net/~ghutchinson2/publication s/REBT%20and%20Logo.pdf. (^34) Sharp W.G. et al. (2004). Logotherapy and Acceptance and Commitment Therapy: An initial comparison of values-centered approaches, cit in: Schulenberg S.E. et al. (2008). Logotherapy for Clinical Practice in: Psychotherapy Theory, Research, Practice, Training, 45, p.
(^35) Op. cit., pp. 405-406. (^36) I suggerimenti di Norcross e Goldfried sono: 1) Perseguire specificità nella selezione e nella sequenza del trattamento per pazienti particolari. Non è sufficiente affermare che ogni paziente esige una terapia particolare: bisogna individuare come attualizzarla in modo concreto ed efficace; 2) Adottare sofisticate pratiche basate sulle evidenze (evidence-based). Tali pratiche rispondono all’esigenza clinica di capire quale metodo e tipo di relazione sono più funzionali per un paziente con un problema particolare in uno specifico contesto;3)Far coincidere il metodo di trattamento e la relazione terapeutica all’individualità del paziente – oltre la diagnosi. Questo abbinamento basato sulle evidenze probabilmente agisce sul livello di resistenza, sul coping skills , sullo stato di cambiamento, sulle preferenze relazionali e sugli obiettivi del trattamento;
componente motivacional se refere ao sistema de valores pessoais. O componente emotivo inclui as sensações de bem-estar, de contentamento e de satisfação.Reker e Wong sustentam que “ o significado pessoal pode ser definido como o conhecimento de ordem, coerência e finalidade na vida, a busca e o alcance de objetivos louváveis, e o ser acompanhados por um verdadeiro sentimento de realização ”.
Muitas pesquisas demonstraram que a percepção de significado está positivamente correlacionada com o bem estar em cada fase da vida, da adolescência à vida adulta. Robak e Griffin, em uma pesquisa realizada em 2000, reencontraram uma elevada correlação entre percepção de sentido e felicidade (41); Savolaine&Granello(42)^ e Schulenberg (43)^ notam a presença de uma correlação negativa entre a percepção de significado e elevado nível de stress. Notam, além disto, a presença de uma correlação positiva entre percepção de significado e altos níveis de felicidade e de autoestima. Hutzell (44)^ demonstra que as pessoas que percebem a sua vida como plena de significado são mais estáveis emocionalmente e têm um baixo nível de reações neuróticas, de ansiedade e de depressão.
(^41) Robak R.W., Griffin P.W. (2000). Purpose in life: What is its relationship to happiness, depression, and grieving? In: North American Journal of Psychology, 2 , pp.113–120. (^42) Savolaine J., Granello P.F. (2002). The function of meaning and purpose for individual wellness, in: Journal of Humanistic Counseling, Education and Development , 41 , pp. 178–189. (^43) Schulenberg S.E. (2004). A psychometric investigation of logotherapy measures and the Outcome Questionnaire (OQ–45.2), in: North American Journal of Psychology, 6 , p. 477–492. (^44) HutzellR.R. (1988). A review of the Purpose in Life test, in: The International Forum for Logotherapy, 11 , pp. 89–
O sentido na vida é um conceito que tem grande relevância clínica e grande poder prognóstico: numerosas pesquisam sublinham que este nos permite fazer discriminação entre população clínica e não clínica e que é associado a uma melhora no curso e no êxito dos tratamentos psicoterapêuticos. (45)
As pessoas que percebem a sua vida como plena de significado têm objetivos que transcendem a si mesmas, são mais criativas, menos solitárias e têm melhores estratégias de coping em relação aos sujeitos que não percebem o significado da sua vida. (46)
Analogamente numerosas pesquisas nos demonstram que a falta de sentido está positivamente correlacionada com o desenvolvimento de psicopatologias. Em uma pesquisa realizada em 1976, por exemplo,Chaudhary e Sharma (47)^ demonstraram que os pacientes esquizofrênicos e os pacientes neuróticos têm uma baixa percepção de sentido na vida em relação aos grupos de controle, e que
(^45) Debats D.L. (1996). Meaning in life: Clinical relevance and predictive power, in: British Journal of ClinicalPsychology, 35 , pp. 503–516; Moomal Z. (1999). The relationship between meaning in life and mental well-being, in: South African Journal of Psychology , 29 , pp.36- 41. (^46) Melton A.M.A., Schulenberg S.E. (2008). On the measurement of meaning: Logotherapy’s empirical contributions to humanistic psychology , in: The Humanistic Psychologist , 36 , pp. 1–14; Seeman T. et al. (2003). Religiosity/spirituality and health: A critical review of the evidence for biological pathways, in: American Psychologist , 58 , p. 53–63; Debats D.L. et al.(1995). Experiences of meaning in life: A combined qualitative and quantitative approach,in: British Journal of Psychology , 86 , pp. 359-375. (^47) Chaudhary P.N., Sharma U. (1976). Existential frustration and mental illness: A comparative study of purpose in life in psychiatric patients and normals, in: Indian Journal of Clinical Psychology , 3, pp.171-174.
LOGOS & EXISTÊNCIA
esta poderia ser razoavelmente associada a frustrações existenciais, desespero, ansiedade.
Viktor Frankl acreditava que o sentimento de vazio existencial não fosse um fenômeno por si mesmo patológico; contrariamente sustentava que é são e maduro o comportamento daqueles que se perguntam se a própria vida tem um significado e que sentido tem a própria vida. Na sua prática clínica ele notou que os pacientes lamentavam sempre mais frequentemente dos problemas existenciais: uma das fontes de maior sofrimento era justamente a frustração existencial. Ele estudou profundamente tal fenômeno e identificou algumas das manifestações mais características: a apatia, o tédio, a percepção absurda e sofrida de não saber o que fazer e como ocupar o próprio tempo. A frustração existencial, segundo Frankl, não é por si mesma uma patologia, mas pode causar formas particulares de patologia, definidas como “ NeurosesNoogênicas ”. “Estes distúrbios psicológicos” – escreve Frankl em 1960 –“ se enraizam nas colisões entre valores diversos, ou nos desejos inesperados, ou no tatear à busca do mais alto valor: um significado último da vida ” (48).
Na perspectiva de Frankl um transtorno existencial pode levar a problemas psicológicos quando associado à frustração da motivação fundamental do agir humano: a vontade de sentido.Para compreender a ampla dimensão e a validade clínica do conceito de sentido é necessário adentrar-se no pensamento de Viktor Frankl.
(^48) Frankl V.E.(1960). Be yond Self-Actualization and Self- Expression, in: Journal of Existential Psychiatry , N.1, pp.5-
Na aproximação ao paciente pode ser útil ter presente os seguintes aspectos: a) reconstruir o problema ; b) a fase de descompensação ; c) os fatores de manutenção anexos à patologia. Além disso, é essencial reconstruir os fatores de vulnerabilidade, ou seja, as situações passadas que constituíram um terreno fértil para a emersão das crenças patogênicas ameaçadoras que caracterizam o paciente. Uma análise atenta das meta-avaliações que o paciente fornece a respeito da sua sintomatologia permite ao clínico,além disto, identificar o sistema de propósitos e crenças negativas de caráter existencial nos quais o sujeito procura ativamente tutelar-se.
Mancini (49)^ a tal proposito apresenta uma relação dos principais antigoal , ou “ temas de vida ”, identificáveis em psicopatologia. Ele sustenta que, no desenvolvimento sadio,é possível hipotetizar duas disposições motivacionais: o amparo e a pertença aos grupos sociais. Experiências precoces de sistemático fracasso nestes dois domínios existenciais (devidas a experiências de desalento, ausência de tratamento, ausência de amparo, etc.) podem “ estabilizar particulares disposições motivacionais capazes de engatilhar círculos viciosos patológicos: aversões por algumas condições (anti-goal, ou seja, eventualidades que se quer evitar de qualquer maneira) e/ouincompatibilidade com outras (propósitos a atingir de forma absoluta). Tais investimentos superabundantes podem assumir a
(^49) Mancini F., C. Perdighe. (2008). Elementi di psicoterapia cognitiva , Giovanni Fioriti Editore, Roma, p. 53.
LOGOS & EXISTÊNCIA
A Análise Existencial não quer se limitar a procurar o sentido do sintoma para tratá-lo, mas deseja ir além e ajudar o paciente a perguntar-se sobre o sentido da vida através do seu estilo de personalidade e do seu estilo de vida.
Obviamente isto poderá ser feito somente quando o paciente o pedir e quando a sintomatologia não estiver ligada somente a uma disfunção limitada a um só contexto de funcionalidade. De fato, podem existir também sintomas e incômodos assintomáticos correlacionados não com um evento ou contexto singular, mas com um estilo de vida e um estilo de personalidade. Nestes casos, tentar eliminar o sintoma sem modificar o estilo de vida e o estilo de personalidade levaria a um adiamento da terapia apropriada. Partindo do pressuposto de que o estilo de vida se manifesta através dos comportamentos ordinários e das escolhas extraordinárias que exprimem o tema de vida, queremos dar alguns exemplos disto.
O papel do tema de vida na Análise Existencial pode também ser deduzido da experiência de Frankl.
Viktor Frankl, dizia: “ Escrever um livro não é uma grande coisa, saber viver é muito mais e, mais ainda é escrever um livro que ensine a viver. Mas o máximo é construir uma vida sobre a qual se possa escrever um livro ” (51). Aliás, em uma entrevista à televisão austríaca, na qual lhe foi perguntado qual fosse o significado da sua vida, Frankl respondeu: “ Encontrei o significado
(^51) Frankl V.E. (2001a). Homo patiens. Soffrire con dignità , in: Fizzotti E. (a cura di), Queriniana, Brescia, p. 90.
da minha vida ajudando os outros a encontrarem um significado na sua vida ” (52).
Quando decide, o homem se encontra frente a múltiplos significados possíveis e escolhe a partir da sua interpretação particular qual delas seja a melhor. Podemos encontrar um exemplo de decisão a partir de uma particular interpretação dos eventos em um episódio da vida de Frankl. Após a ascensão de Hitler ao poder e a invasão da Áustria pelo regime nazista, muitas famílias de cultura judaica das quais Frankl fazia parte se encontraram em condições de extremo perigo, a população de fé judaica era perseguida e maltratada mediante a destruição dos locais de culto e a internação de milhares de vítimas. Viktor Frankl, naquele tempo, já formado em medicina e especializado em neurologia e psiquiatria, era diretor da sessão neurológica do Roths child hospital.Muitas famílias tiveram que se deparar com a realidade das perseguições raciais e tomar imediatas decisões para fugir da captura. Um irmão de Frankl tentou refugiar-se na Itália mas foi capturado e deportado com a mulher para Auschwitz; uma irmã de Frankl conseguiu salvar-se a emigrar para a Austrália. Viktor, permanecendo sozinho com os seus pais idosos, requereu e obteve o visto para expatriar-se na América; estes ficaram felizes, imaginando o filho feliz e salvo no exterior. Todavia Viktor, ao aproximar-se a data da partida, ficou atormentado pela escolha de partir ou de ficar. A partida lhe permitiria realizar as suas ambições profissionais e difundir a sua teoria. No entanto teria deixado só os pais, que seguramente seriam capturados (^52) Bruzzone D. (2006). Logoterapia come cura educativa dell’esistenza, in: Ricerca di senso. Analisi Esistenziale e logoterapia frankliana,2 , p 177.
logo após a sua partida e levados a um campo de concentração.
Em uma entrevista de 1968 (53), Frankl refere-se deste modo aos seus estados de ânimo: “Uma noite, cobri com a bolsa a estrela amarela que devia usar sob o casaco, me sentei na ampla catedral no centro de Viena. Havia um concerto de órgão. Disse a mim mesmo que escutasse atentamente a música, buscando refletir sobre toda a questão. « Relaxe-se Viktor, você está muito distraído. Procure contemplar e meditar, longe do tumulto de Viena ». Me perguntava o que fazer: sacrificar a minha família por amor à causa à qual havia dedicado a minha vida, ou sacrificar tal causa por amor aos meus pais? Quando se é confrontado com este gênero de questões se deseja fortemente receber uma resposta do céu. Deixei a catedral e voltei para casa. Tudo estava normal. Olhando o aparelho de rádio descobri um pedaço de mármore, e perguntei ao meu pai o que era. Ele era um judeu piedoso e tinha recolhido entre os destroços da sinagoga de Viena aquela pedra, que fazia parte das mesas que continham os Dez Mandamentos. Sobre o pedaço de pedra, estava gravada uma letra hebraica em dourado. Meu pai me explicou que tal letra representava a fórmula a brevidade um dos mandamentos e precisamente aquele que afirma: “honre o pai e a mãe, a fim de que sejam prolongados os teus dias sobre a terra que o Senhor teu Deus tem intenção de te dar” (Ex 20.12). Bastou isto para que eu me decidisse a permanecer na Áustria, deixando vencer o visto americano”.
(^53) Hall M.H. (1968). A conversation with Viktor Frankl of Vienna, in: Psychology Today , 1, pp.57-58.
Como sublinha Fizzotti(54), Frankl não viu na pedra um simples conjunto de elementos químicos; neste caso ele teria projetado sobre a mesma o seu vazio interior e a sua frustação existencial. Ele, ao invés, vê ali um outro significado: o sinal do céu que havia desejado tanto e pode projetar deste modo sobre a pedra a sua situação interior e a sua decisão. “ A fé nos pais, o respeito para com eles e a secreta esperança de poder fazer alguma coisa para os seus doentes o sustentavam ” (55).
Quando a situação política piorou e tornou-se sempre mais concreta e iminente a possibilidade de ser deportado para um campo de concentração Frankl, decidiu começar a trabalhar e escrever a primeira edição de Arztliche Seelsorge (56), manuscrito no qual queria documentar as intuições teóricas e as indicações práticas que tinha amadurecido nos anos da sua formaçãoe prática clínica.. “ Da logoterapia” - disse Frankl- “deveria sobreviver pelo menos a quintessência” (57).
Em setembro 1942 Frankl e a sua família foram capturados pela Gestapo. Iniciou assim a trágica experiência do seu Exprimentum Crucis , que, com o número 199.104, o viu prisioneiro em Theresienstadt, Türkheim, Kaufering e Auschwitz. Logo foi separado da família e obrigado a deixar tudo aquilo que levava consigo. Tentou em vão conservar alguns objetos para ele significativos: o (^54) Fizzotti E. (1974). La Logoterapia di Frankl , Rizzoli Editore, Milano, p. 208. (^55) Ibidem, p 27. (^56) Tradotto in italiano con il titolo Logoterapia ed Analisi Esistenziale. (^57) Frankl V.E. (1990). Appunti per un’autobiografia, in Fizzotti E., Carelli R. (a cura di), Logoterapia applicata. Da una vita senza senso a un senso nella vita , Edizioni Salom, Brezzo di Bedero, p. 35.
campo de concentração. E tudo aquilo que me atormentava e me reprimia foi objetivado, visto e escrito a partir de um ponto de vista científico superior. Naquele momento não teria imaginado nem de longe que um dia seria convidado a dar uma conferência justamente sobre aquele assunto”.
E efetivamente, terminada a experiência no Campo de Auschwitz conseguiu reconstruir e publicar não só o seu manuscrito Arztliche Seelsorge , mas também Ein Psycholog erlebt das Konzentrationslager (60), que ditou só em nove dias, depois da sua libertação. Na primeira obra ele expõe os pressupostos teóricos relativos à sua concepção de renovação da práxis psicológica; no segundo ele repropõe a sua práxis terapêutica à luz da sua verificação autobiográfica.
O trabalho de escrita e publicação do livro Ein Psycholog erlebt das Konzentrationslager se coloca no interior de um particular momento da vida de Viktor Frankl. Libertado dos campos de concentração e tendo retornado a Viena, ele descobriu que ficou só, tanto os pais, o irmão,como sua mulher,Tilly, de apenas 25 anos, tinham morrido nos campos nazistas.
Assim como para Frankl, também para todos nós e para os nossos pacientes, pode haver experiências (recordadas ou não) que nos fizeram tomar decisões importantes; tanto que, diante de estímulos análogos, tendemos a reconfirmar aquelas mesmas decisões. Provavelmente para não nos encontrarmos novamente diante de certos graves inconvenientes,é como se fizéssemos promessas
(^60) Frankl V. (209), Uno psicologo nel lager, Ares, Milano.
a nós mesmos ou como se nos empenhássemos diante da vida ou do mundo.
O caso de Frankl não deveria ser considerado um caso extremo. Quem lida com casos clínicos graves sabe que para muitos pacientes a sua condição é como aquelade estar metaforicamente em um campo de concentração. Portanto, o estilo de vida é fortemente correlacionado com o tema de vida que,de forma mais ou menos consciente, pode ser entrevisto nas decisões existenciais. Em muitos pacientes, de fato, poderemos observar uma implicação recíproca entre estilo de vida, estilo de personalidade e hierarquia de valores. Esta tríplice implicação poderia começar a formar-se nas primeiras interações intrafamiliares e receber reforços na pré- adolescência e adolescência,por ocasião de eventos críticos que constituem excepcionais oportunidades para aprender lições de vida. São estes os momentos nos quais nós tomamos um tipo de empenho conosco mesmos ou com a vida. Estes podem ser considerados os pródromos da estrutura de personalidade.
PROPOSTA DE PESQUISA
Como foi aqui observado, Frankl diferencia a síndrome depressiva da assim chamada “ neurose noogênica ”; ou seja, a falta de sentido na vida, que se mostra sem um significado próprio e, portanto, não digna de ser vivida.
Seria interessante poder responder a algumas perguntas cruciais: toda depressão implica numa “ neurose noogênica ”? oué o contrário? É possível hipotetizar critérios para um diagnóstico diferencial? A “ neurose
LOGOS & EXISTÊNCIA
noogênica ” pode ser correlacionada com a variável “ percepção do tempo?
Para dar início a uma pesquisa com a finalidade de responder a estas perguntas e a outras semelhantes, proporia a utilização de três instrumentos numa mesma amostra:
os itens do PID-5 para ressaltar a questão da depressão.
o PIL (Purpose In Life) Test para ressaltar a “ neurose noogênica ”;
a EPOT (Escalada Percepção Ontológica do Tempo).
Seria interessante poder ressaltar diferenças nos resultados de outras pesquisas análogas. Uma das originalidades poderia ser aquela dos itens do PID-5 para ressaltar a questão da depressividade que diz respeito à impostação do DSM-5.
CONCLUSÃO
Muitas das tentativas de integração e de ecletismo em psicoterapia se limitaram a colocar juntas duas abordagens ou a unir técnicas de várias abordagens. Desejou-se aquipropor uma abordagem integrada como um sistema compreensivo e aberto, que compreende uma visão do homem nas suas várias dimensões ontológicas (bio-sócio-psíquica-espiritual), além das teorias, princípios e técnicas.
O interesse foi focalizado na possibilidade de integrar asduas abordagens em termos teóricos, que, à primeira vista, parece impossível se se quer chegar a uma nova teoria coerente com as ideias das teorias fundantes. O
ponto de integração vem em relevo no paradigma A-P-R, onde a pessoa (P) quemedia a sua resposta (R) ao ambiente (A) é concebida na sua totalidade, incluindo a dimensão espiritual, ponto cardeal da Análise Existencial. A inclusão da dimensão espiritual (ou “ noética ”, como a chama Frankl) na abordagem cognitivo- comportamental a enriquece e a torna mais completa. A vontade de sentido, como teoria motivacional, poderia abrir novos horizontes de intervenção na prática clínica. Se pensamos no vazio existencial que o homem de hoje frequentemente vive, nas dores causadas por fenômenos naturais ou por uma doença grave, como o câncer ou pelo ofuscamento da própria identidade, quando se vive em uma outra cultura. Estas coisas por si mesmas não são estritamente psicopatológicas, mas provocam muito sofrimento e dano psicológico e existencial. Ajudar as pessoas a encontrar o significado de sua própria existência, além de enfrentar os problemas psicológicos, poderia se tornar fonte de força de um modelo que se sustenta em processos cognitivos e em manifestações comportamentais (pensamento, emoções, imagens,etc.) para uma maior compreensão do sofrimento de uma pessoa particular e poder, assim, planejar uma intervenção para aquele pessoa específica.
Depois de ter considerado os aspectos epistemológicos, o clínico precisa de instrumentos práticos para aplicar a teoria à prática clínica, colhendo a unicidade e a irrepetibilidade da sintomatologia, da história de vida e da personalidade do paciente. Esta possível abordagem humanístico-existencial do cognitivismo nos pareceu ser possível encontrar na experiência de Frankl e na sua teoria e prática clínica da Análise Existencial.