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LIVRO COMPLETO - LINGUAGEM SIMPLES - AUTOR AMIGO E NA MESMA LINHA DO ESCRITOR TOZER. O LIVRO FALA SOBRE DIFERENTES PERSPECTIVAS DA VISÃO ESPIRITUAL
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
E-book digitalizado e enviado por: Carlos Diniz Com exclusividade para:
http://ebooksgospel.blogspot.com/
Esta obra nos revela, de forma clara e singular, que no terreno da vida espiritual com Deus existem as seguintes classes de pessoas: os que nasceram cegos e nunca viram (Jo 9); os que receberam visão, porém incompleta (Mc 8); aqueles que têm visão real e nítida, mas ainda carecem do espírito de sabedoria e de revelação para atingir uma esfera mais ampla e completa no propósito de Deus (Ef 1); e os que viram e avançaram com Deus, mas, devido ao orgulho, perderam a visão espiritual, porém com um fator adicional: eles pensam que vêem, mas estão cegos para sua própria cegueira. Esta foi a tragédia da igreja em Laodicéia (Ap 3). T. Austin-Sparks desvenda a causa da doença do nosso tempo, da Igreja e do ministério, o resultado da perda da visão espiritual, e que somente a visão governa o início da vida cristã e seu crescimento e que ela é o segredo para o ministério abundante. "Onde está a voz de autoridade hoje? (...) Estamos desfalecendo terrivelmente em cada área da vida, pela ausência da voz de autoridade. A igreja está desfalecendo pela ausência da voz de autoridade, ausência daquele tom profético: 'Assim diz o Senhor!'. O mundo está desfalecendo pela ausência de autoridade, e essa autoridade está com aqueles que viram." Uma obra imperdível que ajudou muitos a conhecerem melhor ao Senhor e ainda surpreende a todos que a lêem! São Paulo, 05 de abril de 2006
Em meados dos anos 90 um irmão que eu não conhecia me ligou dizendo que, tendo buscado as obras de Sparks em português ou espanhol, havia recebido informações de países da Europa de que eu as estava publicando. Fiquei surpreso, pois eu não estava fazendo isso. Através desse irmão, o Senhor abriu as portas para me relacionar com irmãos que viviam em Deventer, Holanda, e vinham sendo usados pelo Senhor para publicar as mensagens de Sparks em inglês e em espanhol, através da revista The Golden Candlestick, El Candelero de Oro, pela Stichting Godss Akker (Fundação o Campo de Deus). Por esse tempo, também recebi do irmão Délcio Meireles a tradução de Não se Escandalize com o Senhor, de Sparks, com um bilhete que dizia: "Fui tocado pelo Senhor para traduzir esta obra, mas entrego ao irmão para publicá-la". Em maio de 1996 eu havia liberado uma série de mensagens sobre Vinho Novo em Odres Novos — A Relação entre o Avanço da Revelação da Palavra e as 'Estruturas" da Igreja e da Obra numa conferência entre nossos colegas de ministério no âmbito da obra em alguns lugares no Brasil. Como vários irmãos desejaram ter por escrito as mensagens faladas, embora não fosse minha intenção escrever um livro, tomei a liberdade de produzi-lo para servir aos irmãos mais próximos. Quando eu já estava por volta da página 58, e também me preparava para ministrar a Palavra em outra conferência, me chegou às mãos a mensagem Visão Celestial em espanhol. Quando comecei a ler, estando ainda nas páginas iniciais, a presença de Deus se manifestou de forma muito forte e percebi que Sua unção me dizia que eu deveria publicar esta obra de Sparks. Foi uma experiência muito singular, pois entendi que Deus levantou o ministério de Sparks de forma especial e que suas mensagens deveriam ser publicadas para Seu povo de língua portuguesa, que havia brechas no âmbito da obra de Deus, que o ministério de Sparks era necessário para complementar e enriquecer Sua Igreja. Assim, eu me sentia "perseguido por Sparks" e aceitei o forte encargo de publicar suas obras. Em maio de 1999 o Senhor me levou à Holanda para ter comunhão pessoalmente com os irmãos que publicavam Sparks e neste tempo iniciamos juntos a publicação gratuita da revista O Chamamento Celestial, onde, nos três primeiros volumes, publicamos integralmente esta obra Visão Espiritual em português. Entretanto, somente agora, passados alguns anos, me sinto plenamente realizado com a publicação integral desta obra em forma de livro e, assim, poder alcançar um público bem mais amplo. Em abril de 2000 publicamos a primeira obra de Sparks em português em forma de livro, O Testemunho do Senhor e a Necessidade do Mundo, que é o primeiro volume desta Série Riquezas de Cristo. Nela você encontrará uma pequena biografia de Sparks, que vale a pena ser lida. O prefácio à versão em português foi feito por Christian Chen, a quem muito agradecemos no Senhor por sua sempre presente colaboração, e está inserido nesta obra. Finalmente, só nos resta agradecer a Deus por Sua maravilhosa graça e cuidado em nos guiar na publicação desta rica contribuição ao Corpo de Cristo. Estamos diante de uma obra especial, de um rico ministério que tem sido usado para abençoar e transformar muitos dos servos do Senhor ao redor do mundo. Que possamos lê-la em oração e em espírito para tocarmos em sua unção e riquezas espirituais por trás das letras. Ao Senhor toda glória! Unicamente pelos interesses de Cristo, Gerson Lima São Paulo, 29 de março de 2006.
cegos. Mas numa grande escala, o mesmo é verdadeiro com respeito ao povo de Deus. Falando de modo geral, os cristãos hoje são muito cegos.
As passagens que lemos cobrem de modo geral uma grande parte, se não for o todo, do terreno da cegueira espiritual. Elas começam com aqueles que nunca viram, que nasceram cegos. Depois há aqueles que receberam visão, mas não estão vendo muito, isto é, não claramente — "homens andando como árvores" —, mas chegam a ver mais perfeitamente mediante uma posterior obra da graça. Depois há aqueles que têm visão real e nítida, mas para quem uma esfera ampla do pensamento e propósito divino ainda aguarda uma obra mais completa do Espírito Santo.
".. .para .. .que vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos..." (Ef 1:17-19).
Estas palavras são dirigidas a pessoas que têm visão, mas para as quais esta ampla esfera de significado divino aguarda que conheçam uma obra mais plena do Espírito Santo, na questão da visão espiritual. Em seguida estão aqueles que viram e seguiram, mas perderam a visão espiritual que uma vez possuíram e agora estão cegos, mas com um fator adicional: eles pensam que vêem e estão cegos para sua própria cegueira. Esta foi a tragédia de Laodicéia. Depois vêm aquelas duas classes representadas por Balaão e Saulo de Tarso. Balaão, cegado pelo lucro, ou pela possibilidade de lucro. Esse, creio eu, é o significado no Novo Testamento para a expressão "seguir o caminho de Balaão". E ficar tão tomado com a questão do ganho e da perda, a ponto de ficar cego para os grandes projetos e propósitos de Deus, não vendo o próprio Senhor no caminho e, por meio dessa cegueira, chegando perto de ser ferido no trajeto. A declaração aqui é muito definida. Balaão não viu o Senhor até o Senhor lhe abrir os olhos; então ele viu o Senhor. "O Anjo do Senhor", como está no texto. Eu não tenho muita dúvida de que seja o próprio Senhor. Então ele viu. Mais tarde ele fez aquela dupla declaração sobre o assunto: "O homem de olhos abertos" e "prostra-se, porém de olhos abertos". Tal é Balaão, um homem cegado por considerações de um caráter pessoal, de uma natureza pessoal, de como as coisas o afetariam. E como tais considerações cegam onde as questões espirituais estão envolvidas! Se você ou eu estacionarmos nesta questão, estaremos em mui grande perigo. Se apenas por um momento permitirmos ser influenciados por tais questões como: De que modo isso me afetará? Quanto isso me custará? O que vou ganhar ou perder com isso?, este é o momento em que as trevas podem tomar posse dos nossos corações e aí seguimos no caminho de Balaão. Bem, por outro lado temos Saulo de Tarso. Não há dúvidas quanto à sua cegueira. Sua cegueira era seu zelo religioso, seu zelo por Deus, seu zelo pela tradição, seu zelo por sua religião histórica, seu zelo pelo estabelecido e aceito no mundo religioso. Era um zelo cego, sobre o qual mais tarde precisou falar: "Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o
nome de Jesus, o Nazareno..." (At 26:9). "A mim me parecia" que "eu devia". Que reviravolta tremenda aconteceu quando ele descobriu que as coisas que ele pensava e apaixonadamente pensava que devia fazer, a fim de agradar a Deus e satisfazer sua própria consciência, eram totalmente opostas a Deus e ao caminho do bem e da verdade. Certamente Saulo permanece como uma advertência constante para todos nós de que o zelo por alguma coisa não prova necessariamente que certa coisa é correta e que estamos no caminho certo. Nosso próprio zelo em si mesmo pode ser algo que cega e nossa devoção pela tradição a nossa cegueira. Creio que os olhos têm um lugar muito amplo na vida de Paulo. Quando seus olhos foram abertos espiritualmente, seus olhos foram cegados naturalmente, e podemos usar isso como uma metáfora. A utilização dos olhos religiosos naturais extremamente fortes pode ser apenas uma indicação de quão cegos somos, e pode ser que, quando tais olhos naturais religiosos forem cegados, veremos algo, e só quando isso acontecer é que veremos algo. Para muitas pessoas o que as impede de ver é o fato de verem demais na direção errada. Elas estão vendo com sentidos naturais, faculdades naturais da razão, intelecto e. do conhecimento; tudo isso está no caminho. Paulo se levanta para nos dizer que, algumas vezes, para vermos em realidade, é necessário ficarmos cegos. É evidente que isso deixou sua marca nele, assim como o dedo do Senhor deixou Sua marca em Jacó, para o resto de sua vida. Paulo esteve na Galácia e mais tarde escreveu sua carta a eles: "Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar" (4:15). Ele está dizendo que eles notaram sua aflição, estavam conscientes daquela marca que se estendeu desde o caminho de Damasco e sentiram por ele tanto que, se fosse possível, teriam arrancado os olhos para dar a ele. Mas é maravilhoso que a comissão que Paulo recebeu quando foi naturalmente cegado no caminho de Damasco foi toda sobre os olhos. Ele ficou cego e outros o levaram pela mão para Damasco. Mas o Senhor nesta hora lhe disse: ".. .para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus..." (At 26:17, 18). Estas passagens trazem suas próprias mensagens a nós, mas elas cobrem o terreno de forma bem geral em relação à visão espiritual. Existem, naturalmente, muitos detalhes, mas não procuraremos examiná-los no momento. Prosseguiremos com esta consideração geral.
A VISÃO ESPIRITUAL É SEMPRE UM MILAGRE
Depois de cobrirmos todo o terreno de modo geral, voltamos para observar uma característica particular e peculiar em cada caso, que é: a visão espiritual é sempre um milagre. Este fato leva com ele todo o significado da vinda do Filho de Deus a este mundo. A própria justificativa para a vinda do Senhor Jesus Cristo a este mundo é encontrada naquilo que está estabelecido na Palavra de Deus, pois é uma questão resolvida para o próprio Deus que o homem agora nasce cego: "Eu vim como luz para o mundo" (Jo 12:46); "Eu sou a luz do mundo" (9:5). Essa declaração, como você sabe, foi feita exatamente naquela parte do Evangelho de João onde o Senhor Jesus está lidando com a cegueira. "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (9:5) e Ele ilustrou isso lidando com o homem que nasceu cego. De modo que a visão espiritual é sempre um milagre do céu. Isso significa que aquele que vê espiritualmente tem um milagre logo no fundamento da sua vida. Toda a sua vida espiritual brota de um milagre, e é o milagre de receber a visão nos olhos que nunca viram. E exatamente aqui que a vida espiritual começa, onde a vida cristã tem seu início: no ver.
Mas estamos mais e mais conscientes dessa necessidade em nossa época. Num sentido, podemos dizer que nunca houve um tempo em que houvesse uma necessidade maior de pessoas que pudessem e possam dizer: "Eu vejo!". Essa é a necessidade desse momento. Grande e terrível é essa necessidade, e antes que ela seja satisfeita não haverá qualquer esperança. A esperança se prende nisto: que pessoas sejam levantadas neste mundo, neste mundo negro de confusão, caos, tragédia e contradição, pessoas que possam dizer: "Eu vejo!". Se hoje se levantasse um homem que tivesse posição para exercer influência e ser levado em consideração, um homem que viu, que nova esperança surgiria com ele! Que nova perspectiva! Essa é a necessidade; se ela será satisfeita de forma pública, nacional ou internacional, eu não sei. Mas ela precisa ser satisfeita de forma espiritual por pessoas desta terra que estejam nesta posição e possam dizer: "Eu vejo!". O cristianismo se tornou amplamente uma tradição. A verdade foi dividida em verdades e colocada num Livro Dourado, o Livro Dourado da Doutrina Evangélica, uma coisa fixa e cercada. Estas são as doutrinas evangélicas. Elas estabelecem os limites do cristianismo evangélico em pregação e ensino. Sim, são apresentadas em muitas e variadas formas. São servidas com piadas e ilustrações interessantes e atrativas e com originalidade e singularidade estudadas, de tal forma que as antigas verdades não sejam tão patentes. Têm alguma chance de serem entendidas por causa das roupagens com que são vestidas. Depende também da habilidade e personalidade do pregador ou mestre. As pessoas dizem: "Gosto do seu estilo, da sua maneira, do seu modo de dizer as coisas!" e depende muito disso. Todavia, quando todos esses farrapos são despidos, junto com as histórias, as piadas, as ilustrações, a personalidade e habilidade do pregador ou mestre, quando tudo é tirado você simplesmente ganha de novo as velhas coisas. Alguns de nós também viemos e superamos o último pregador na maneira de apresentá-las para que estas coisas ganhem alguma aceitação e causem alguma impressão. Não creio que isso seja uma crítica negativa, porque isso é apenas a realidade. Ninguém vai imaginar que estou pedindo para mudar ou desfazer das antigas verdades. Mas o que estou tentando alcançar é isto: não são novas verdades, nem a mudança da verdade e sim que haja aqueles que, ao apresentar a verdade, possam ser reconhecidos por aqueles que ouvem como homens que viram. Nisso está toda a diferença. Não são homens que leram, estudaram e prepararam, mas homens que viram, a respeito dos quais existe o que encontramos em João 9, o elemento de assombro: "Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo". E você sabe se uma pessoa viu ou não, de onde veio e como veio. Esta é a necessidade: aquele algo, aquele algo indefinido, que resulta em assombro e que você tem que dizer: "Aquele homem viu algo, aquela mulher viu algo!". É esse fator do "ver" que faz toda a diferença. Sim, é algo bem maior do que você e eu tenhamos desfrutado. Permita-me dizer-lhe de imediato que todo o inferno se une contra isso, e o homem cujos olhos foram abertos vai enfrentar o inferno. Este homem em João 9 teve que encará-lo de imediato. Eles o lançaram fora e até seus pais temeram ficar do lado dele, por causa do preço. "Ele tem idade; perguntai-o." "Sim, este é nosso filho, mas não pressionem demais e não nos envolvam nisso; ide a ele, esclarecei tudo com ele e deixem- nos em paz." Eles viram um sinal de perigo e estavam tentando evitar a questão. Existe um preço para ver e pode custar tudo, por causa do grande valor de ver o Senhor e por ser oposto a Satanás, o deus dessa era, que cegou as mentes dos não-crentes. Nisso a obra do diabo é desfeita. "Envio-te para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus." Satanás não vai aceitar isso, nem no início nem em qualquer medida. Ter visão espiritual é algo tremendo. Mas que grande necessidade hoje de homens e mulheres que possam permanecer espiritualmente na posição em que ficou este homem e dizer: "Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo". E algo grande estar nessa posição. Quanto eu não sei, mas uma coisa eu sei: eu vejo! Isso é algo que não acontecia antes. Tal experiência produz um impacto, uma certeza. Vida e luz sempre andam juntas na Palavra
de Deus. Se um homem realmente vê, existe vida e elevação. Se ele está dando a você algo de segunda mão, algo estudado, lido, trabalhado, não existe vida nisso, a não ser talvez um falso e temporário interesse e fascinação passageira. Mas não existe vida real que faz as pessoas viverem. De modo que não se trata de pedir para mudar a verdade ou de ter novas verdades, mas sim da visão espiritual na verdade. "O Senhor ainda tem mais luz e verdade para brotar da Sua Palavra", o que realmente é verdade. Permita-me desfazer daquela coisa que nos tem sido imputada, se é que posso. Não buscamos nova revelação, tampouco dizemos, sugerimos ou damos a entender que você pode ter algo fora da Palavra de Deus. Todavia, afirmamos que existem muitíssimas coisas que não vimos na Palavra de Deus, mas podemos ver. Certamente todos concordam com isso e é só isso mesmo: ver, e quanto mais você vê, realmente vê, mais esmagado você se sente com respeito à coisa toda, porque você sabe que chegou à divisa da terra de grandes distâncias, que está além do poder da experiência de um período de vida tão curto. Agora, para concluir, deixe-me repetir que, em cada estágio, desde o início até a consumação, a vida espiritual deve ter este segredo nela: eu vejo! Logo no princípio, quando nascemos de novo, esta deveria ser a expressão ou pronunciamento espontâneo na vida. Nossa vida cristã deve começar ali. Mas por todo o caminho até a consumação final deve ser assim, o resultado desse milagre, de tal forma que você e eu sejamos mantidos nesta atmosfera de assombro, o fator assombro repetido muitas vezes, tornando cada nova ocasião como se fosse algo que nunca tivéssemos visto. Mas posso dizer também que geralmente uma nova manifestação do Espírito dessa forma vem depois do escurecimento de tudo o que aconteceu antes. Parece que o Senhor tem que torná-lo necessário, a fim de chegarmos ao ponto de clamar: "A menos que o Senhor mostre, a menos que o Senhor revele, a menos que o Senhor faça algo novo, tudo o que dantes aconteceu é como nada. Nada disso me salvará agora!". Assim Ele nos conduz a um lugar escuro, um período escuro. Sentimos que aquilo que aconteceu antes perdeu o poder que tinha para nos tornar alegres e triunfantes. Essa é a maneira de o Senhor nos manter avançando. Se nos fosse permitido continuar satisfeitos com o que alcançamos em qualquer estágio, e não sentíssemos a necessidade absoluta de algo que nunca tivemos, será que prosseguiríamos? Certamente que não! Para nos manter prosseguindo o Senhor tem que introduzir aquelas experiências em que é absolutamente necessário que vejamos o Senhor e O conheçamos de uma maneira nova. Isso deve ser assim por todo o nosso caminho até o fim. Pode ser uma série de crises de ver e ver novamente e novamente ver, à medida que o Senhor abre nossos olhos e sejamos capacitados a dizer como nunca dissemos antes: "Eu vejo!". De modo que não é o nosso estudo, nosso aprendizado, nosso conhecimento de livros, mas sim um espírito de sabedoria e de revelação no conhecimento dEle, os olhos do coração iluminados. E esse "ver" que manifesta o tom de autoridade tão necessário. Esse é o elemento, a característica exigida hoje. Não é apenas o ver pelo fato de ver, mas sim a introdução de um novo tom de autoridade. Onde está a voz de autoridade hoje? Onde estão aqueles que estão falando com autoridade? Estamos desfalecendo terrivelmente em cada área da vida, pela ausência da voz de autoridade. A igreja está desfalecendo pela ausência da voz de autoridade, ausência daquele tom profético: "Assim diz o Senhor!". O mundo está desfalecendo pela ausência de autoridade, e essa autoridade está com aqueles que viram. Existe mais autoridade no homem nascido cego que vê, em seu testemunho — uma coisa eu sei: eu era cego, mas agora vejo -, do que em todo o Israel com toda a sua tradição e conhecimento. E não seria isso que tinha tanto peso a respeito do Senhor Jesus? Pois "ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas" (Mt 7:29). Isso é bastante hostil. Os escribas eram as autoridades; se alguém quisesse uma interpretação da lei, ele ia aos escribas. Se quisesse saber qual era a posição autorizada, ele ia aos escribas. Mas Ele falava com alguém que tinha autoridade e não como os escribas. De onde vinha tal autoridade? Simplesmente porque em todas as
"Proferiu a sua palavra e disse: Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhos abertos; palavra daquele que ouve os ditos de Deus, o que tem a visão do Todo-Poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos..." (Nm 24:3,4). "E foram para Jerico. Quando ele saía de Jerico, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho... Perguntou- lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver. Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia Jesus estrada afora" (Mc 10:46, 51,52). "Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa? Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito" (Mc 8:23-25). "Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença... dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo... Ele retrucou: Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo" (Jo 9:1, 7, 25). "...para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder" (Ef 1:17-19). ".. .pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu" (Ap 3:17). "... livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim" (At 26:17, 18).
Logo no início da nossa meditação anterior estivemos falando da causa da doença do nosso tempo, que é a cegueira espiritual. Tomamos aquelas passagens que lemos e observamos como elas, de forma geral, cobrem todo o terreno da cegueira e da visão espiritual. Depois passamos a falar sobre o fator comum nestes casos que é: a visão espiritual é sempre um milagre. Ninguém tem verdadeira visão espiritual por natureza. Ela é algo que vem do céu como uma ação direta de Deus; é uma faculdade que não está aqui naturalmente, mas tem que ser criada. De modo que a própria justificação para a vinda de Cristo do céu a este mundo é achada neste fato: o homem nasce cego e precisa de um visitante do céu para lhe dar visão. Por fim, vimos que perder a visão espiritual é perder o elemento sobrenatural na vida cristã; este era o problema de Laodicéia. Prosseguimos vendo que a grande necessidade da época é de cristãos que realmente possam dizer: Eu vejo! Pense em você nascendo cego e vivendo talvez até a maturidade sem ter visto nada nem ninguém e, de repente, seus olhos são abertos para ver tudo e todos. O sentimento de assombro estaria ali. O mundo seria um mundo maravilhoso. Imagino que quando aquele homem em João 9 foi para casa, ele dizia constantemente: "E maravilhoso ver as pessoas e todas estas coisas!". Maravilhoso! Esta seria a palavra mais encontrada em seus lábios. Sim, mas existe uma contraparte espiritual, e a grande necessidade é de pessoas que
têm assombro espiritual em seus corações todo o tempo, aquilo que nasceu pela revelação do Espírito Santo e é um assombro constante e crescente. É um novo mundo, um novo universo. Esta é a necessidade do nosso tempo: Eu vejo! Nesta meditação vamos seguir de perto a idéia de que em cada estágio da vida cristã, do início à consumação, o segredo deve ser apenas este: Eu vejo. Nunca vi como vejo agora! Nunca vi dessa forma. Nunca vi com essa perspectiva, mas agora eu vejo! Deve ser assim todo o tempo, do princípio ao fim, se a vida é uma verdadeira vida no Espírito. Por um curto espaço de tempo pensemos em uma ou duas fases da vida cristã que devem ser governadas por esta grande realidade de ver pela operação divina. Você vai se lembrar bastante da Palavra de Deus enquanto falo, vendo o quanto existe nas Escrituras a esse respeito.
O que é o início da vida cristã? E um ver. Deve ser um ver. A própria lógica das coisas exige que seja um ver; por esta razão, o todo da vida cristã deve ser um movimento progressivo numa linha, em direção a um fim. A linha e o fim é Cristo. Esta foi a questão com o homem nascido cego em João 9. Você se lembra como, depois de o terem lançado fora, Jesus o encontrou e lhe disse: "Crês tu no Filho do Homem?". E o homem "respondeu e disse: Quem. é, Senhor, para que eu nele creia? E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo. Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou". O resultado da visão espiritual é o reconhecimento do Senhor Jesus e será assim por todo o caminho do princípio ao fim. Podemos dizer que a nossa salvação foi uma questão de ver-nos como pecadores. Mas se tivéssemos parado ali, nossa expectativa teria sido muito pobre. Ou podemos dizer que é ver Cristo morrendo pelos pecadores. Isso é muito bom, mas não o bastante. A menos que vejamos quem Cristo é, aquela coisa sutil e fatal que afirma que muitos soldados britânicos tiveram uma morte tão heróica por seus companheiros como foi a morte de Jesus pode encontrar abrigo em nossos corações, sem discernir ou discriminar entre um e outro. Não, toda a questão é resumida no ver a Jesus. Quando realmente vemos a Jesus, o que acontece? O que aconteceu com Saulo de Tarso? Bem, uma porção de coisas aconteceu, e coisas poderosas que nada mais, senão o ver a Jesus, poderia produzir. Nunca poderíamos persuadir um Saulo de Tarso a se tornar cristão, tampouco amedrontá-lo. Não poderíamos convencê-lo por meio de argumentos nem por meio da emoção a se tornar um cristão. Para tirá-lo do judaísmo era necessário algo mais do que se poderia encontrar na Terra. Mas ele viu Jesus de Nazaré, e isso foi o bastante. Agora ele está fora, é um homem emancipado, ele viu. Mais tarde ele tem que enfrentar a grande dificuldade dos judaizantes, que o seguem onde quer que vá visando perturbar a fé dos seus convertidos, para arruinar sua posição em Cristo, se já não haviam conseguido isso (refiro-me aos convertidos e igrejas na Galácia). Então ele levanta de novo toda a questão no tocante ao que realmente é um cristão e focaliza este mesmo ponto no que aconteceu na estrada de Damasco. A Carta aos Gálatas pode ser resumida assim: o cristão não é alguém que faz isso e aquilo e deixa de fazer isso e aquilo por serem coisas proibidas. O cristão não é alguém governado pelas coisas exteriores de um modo de vida, uma ordem, um sistema legalístico que diz: "Você deve e você não deve". O cristão está incluído nesta declaração: "... aprouve [a Deus] revelar seu Filho em mim..." (Gl 1:15, 16). Esta é apenas outra forma de dizer: "Ele abriu meus olhos para ver a Jesus", pois as duas coisas são idênticas.
da terra, que não tomaras esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito; mas irás à minha parentela e daí tomaras esposa para Isaque, meu filho" (Gn 24:2-4). E ele jurou. Então Eliezér saiu, como você sabe, com os camelos para o distante país do outro lado do deserto, orando enquanto ia, para que o Senhor prosperasse seu caminho e lhe desse um sinal. O sinal foi dado junto ao poço. Rebeca correspondeu ao sinal de Eliezér e depois de estar um pouco com a família enfrentou o desafio de maneira muito clara e decidiu ir com ele. Pelo caminho ele apresentou os seus tesouros, coisas da casa do seu senhor, coisas do filho do seu senhor e as mostrou a ela, ocupando-a todo o tempo com o filho do seu senhor e com as coisas que indicavam que filho ele era, quais eram os seus bens e em que tipo de situação ela estava entrando. Isso perdurou por todo o deserto, até alcançarem o outro lado e chegarem à região da casa de Abraão. Isaque estava no campo meditando; eles levantaram os olhos e viram, e o servo disse: "Lá está ele! Aquele de quem estive lhe falando todo o tempo; o dono de tudo o que estive lhe mostrando. Lá está ele!". E Rebeca desceu do camelo. Você acha que ela se sentiu estranha, como se tivesse vindo de um país distante? Creio que o efeito do ministério de Eliézer foi fazer com que ela se sentisse bem em casa, fazer com que ela sentisse como se conhecesse o homem com quem ia se casar. Ela não sentiu nenhuma estranheza, aflição ou qualquer elemento estranho sobre isso. Podemos dizer que os dois, Isaque e Rebeca, simplesmente se amalgamaram? Foi a consumação do processo. "Como pelo Senhor, o Espírito." O Senhor Jesus disse: ".. .quando vier, porém, o Espírito da verdade... não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido... porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar" (Jo 16:13, 14). O Espírito, o servo fiel da casa do Pai, veio através do deserto para encontrar uma noiva para o Filho, da Sua própria parentela. Sim, existe lugar para assombro aqui. "Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou. .." (Hb 2:14); "Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só" (Hb 2:11). O Espírito veio para adquirir esta noiva agora, que seja uma com Ele, Sua carne e Seu osso. Mas o Espírito deseja estar nos ocupando todo o tempo com o Senhor Jesus, mostrando-nos Suas coisas. Com que fim? Para que não sejamos como estranhos quando O encontrarmos; para não sentirmos que somos de um tipo e Ele de outro, mas para que seja exatamente assim: "Este é o último passo dos muitos anteriores que conduziram a ele, e cada passo tem feito com que esta unidade seja mais perfeita e esta harmonia mais completa". No final, sem qualquer grande crise, simplesmente entremos. Temos prosseguido o tempo todo, e este é o último passo. Isso é conformidade à Sua imagem; isso é crescimento espiritual: chegar a conhecer o Senhor, tornar-se como Ele, chegando a estar perfeitamente à vontade com Ele, de modo a não haver choque, nem estranheza, nem discórdia, nem distância. União com nosso Senhor Jesus, sendo aprofundada todo o tempo até a consumação: isso é crescimento espiritual. Como você vê, é algo interior novamente e é simplesmente o desenvolvimento daquela iniciação, daquele início. Vimos e estamos vendo, e vendo e vendo, e enquanto estamos vendo somos transformados. Isso é verdade a respeito de tudo o que você pensa que vê? Temos que fazer um teste de tudo o que pensamos que vemos e conhecemos, por meio do seu efeito em nossas vidas. Você e eu podemos ter uma quantidade enorme do que pensamos ser conhecimento espiritual. Temos todas as doutrinas, todas as verdades, podemos recitar as principais doutrinas evangélicas; mas qual é o resultado? Não é ver, amado, no sentido espiritual, se não somos transformados. Esta é a tragédia de
muitos que têm todas essas coisas, mas são tão pequenos, tão débeis, tão desagradáveis, tão cruéis, tão legalistas. Sim, ver é ser transformado, e se isso não acontecer não é ver. Seria muito melhor se fôssemos despojados de tudo isso e levados exatamente ao ponto onde vemos apenas aquele pouquinho que faz grande diferença. Devemos ser bem honestos com Deus sobre isso. Não é preferível ter apenas um pouquinho de visão espiritual que tenha cem por cento de eficácia, do que uma montanha de conhecimento com noventa por cento que não serve para nada? Devemos pedir ao Senhor que nos livre de avançar além da vida espiritual, quero dizer, avançar no aspecto do conhecimento, uma espécie de conhecimento que presume conhecer. Você sabe o que quero dizer. O ver real, diz Paulo, é ser transformado, e ser transformado é uma questão de ver, como pelo Senhor, o Espírito. Portanto, devemos orar para ver. Alguns de nós conhecíamos nossa Bíblia, nosso Novo Testamento, conhecíamos Romanos, Efésios; isto é, pensávamos que conhecíamos. Podíamos até mesmo dar aulas de Bíblia e desses livros e sobre as verdades neles contidas, e assim fizemos por muitos anos. Então um dia nós vimos, e as pessoas viram que tínhamos visto e disseram: o que aconteceu com este ministro? Ele não está dizendo nada diferente do que sempre disse, mas há uma diferença; ele viu algo! E isso.
E naturalmente isso nos leva ao próximo ponto, embora seja numa breve palavra. O que é verdadeiro com respeito ao início da vida cristã, o que é verdadeiro com respeito ao verdadeiro crescimento, também é verdadeiro com respeito à questão do ministério. Mas não pense que estou falando de qualquer classe especial de pessoas chamadas de "ministros". Ministério, como já foi dito antes neste estudo, é uma questão de utilidade espiritual. Qualquer ministério que não seja um assunto de utilidade espiritual não é ministério verdadeiro, e qualquer que for espiritualmente útil é um ministro de Cristo. De modo que estamos todos no ministério, no plano de Deus. Visto ser assim, todos somos afetados, todos somos governados por esta mesma lei. Ser útil espiritualmente é uma questão de ver. Sabemos que a Segunda Carta aos Coríntios é a que mais trata sobre o ministério no Novo Testamento. "Pelo que, tendo este ministério..." (4:1) - e o que é este ministério? Bem, "ele mesmo [Deus] resplandeceu em nosso coração..." (4:6). E do nosso conhecimento que Paulo tem Moisés, o ministro de Deus, no fundo da sua mente enquanto escreve esta parte da sua carta. E por esta designação que conhecemos Moisés: o servo de Deus; e Paulo está se referindo a ele cumprindo seu ministério, seu serviço, lendo a lei e colocando um véu sobre seu rosto por causa da glória que impedia que o povo olhasse para ele. E aquela glória era passageira. Agora Paulo diz que, no ministério a nós confiado, Deus resplandeceu no nosso interior e não precisamos de um véu. Em Cristo o véu é tirado; e o que você deve ver em nós é Cristo e Cristo deve ser ministrado através de nós conforme Ele é visto, e nós somos os veículos para manifestar a Cristo. Isso é utilidade espiritual; isso é ministério: manifestar a Cristo. E "temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (4:7). "Em tudo somos atribulados..." - e então segue uma lista de coisas que nos rebaixam. Mas na verdade ele está dizendo: E Cristo! Se somos rebaixados, perseguidos, menosprezados, abatidos, levando sempre em nosso corpo o morrer do Senhor Jesus, isso é apenas a maneira de Deus manifestar a Cristo. Se somos perseguidos e menosprezados, abatidos e a graça do Senhor Jesus é suficiente, e você vê a graça do Senhor Jesus
"Todo o povo de Judá tomou a Uzias, que era de dezesseis anos, e o constituiu rei em lugar de Amazias, seu pai. Ele edificou a Elate e a restituiu a Judá, depois que o rei descansou com seus pais. Uzias tinha dezesseis anos quando começou a reinar e cinqüenta e dois anos reinou em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém. Ele fez o que era reto perante o SENHOR, segundo tudo o que fizera Amazias, seu pai. Propôs-se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era sábio nas visões de Deus; nos dias em que buscou ao SENHOR, Deus o fez prosperar" (II Cr 26:1-5). "Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso. Porém o sacerdote Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do SENHOR, homens da maior firmeza; e resistiram ao rei Uzias e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para este mister; sai do santuário, porque transgrediste; nem será isso para honra tua da parte do SENHOR Deus. Então, Uzias se indignou; tinha o incensário na mão para queimar incenso; indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu na testa perante os sacerdotes, na Casa do SENHOR, junto ao altar do incenso. Então, o sumo sacerdote Azarias e todos os sacerdotes voltaram-se para ele, e eis que estava leproso na testa, e apressadamente o lançaram fora; até ele mesmo se deu pressa em sair, visto que o SENHOR o ferira. Assim, ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da Casa do SENHOR; e Jotão, seu filho, tinha a seu cargo a casa do rei, julgando o povo da terra" (II Cr 26:16-21). "Descansou Uzias com seus pais, e, com seus pais, o sepultaram no campo do sepulcro que era dos reis; porque disseram: Ele é leproso. E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar" (II Cr 26:23). "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo" (Is 6:1-10).
Esta é uma história impressionante e gira ao re-dor do assunto que temos trazido diante de nós desta vez, que é: Visão Espiritual. "Eu vi o Senhor"; "meus olhos viram..."; e tudo gira ao redor disso. O que resulta de todo o incidente é que o rei Uzias era espiritual e moralmente uma representação de Israel e dos profetas de Israel, numa grande medida. Esse é o significado da dupla declaração de Isaías, o profeta: "Sou um homem de lábios impuros, e sou o vosso profeta; e habito no
meio de um povo de impuros lábios". E isso, como podemos ver claramente, relaciona-se com Uzias; pois você sabe que o leproso tinha que colocar um véu sobre o lábio superior e clamar por onde fosse: "Impuro". O significado das palavras "sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios" é exatamente que todos somos leprosos. De fato Isaías está dizendo: "O que era verdade acerca de Uzias é verdade com relação a todos nós, profeta e povo. Vocês não reconhecem isso e eu também não reconhecia até que eu vi o Senhor. Todos ficamos terrível e profundamente impressionados com o que aconteceu com Uzias. Temos vivido numa atmosfera carregada com o horror daquela coisa; temos cochichado dizendo que coisa horrível foi aquela, que coisa má Uzias fez e que terrível que o nosso rei tenha tido tal resultado e um fim como aquele; que coisa horrível é a lepra. Temos dito coisas duras sobre Uzias e concebido muitos pensamentos, quão sério foi seu caso, mas eu cheguei a ver que estamos todos na mesma situação. Eu mesmo que tenho pregado a vocês (e não se esqueça de que cinco capítulos de profecia precederam este sexto capítulo de Isaías). Tenho chegado a ver que não sou melhor do que Uzias. Vocês, com todos os seus ritos e cerimônias, freqüência ao Templo, oferecimento dos sacrifícios, usando seus lábios na adoração, estão na mesma situação de Uzias; todos somos leprosos. Vocês podem não reconhecer isso, mas eu cheguei a ver. E como cheguei a ver? Eu vi o. Senhor!" "Meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos." "Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono." E impressionante quando pensamos nisso. O que vamos fazer com isso? Quem sabe faríamos bem em sair às escondidas e ficar quietos com isso por algum tempo; pense nisso. Vamos esclarecer algo imediatamente: existe um pensamento popular que alguém concebeu e que muitos de nós aprendemos, que foi essa visão que fez de Isaías um profeta ou pregador. Ouvimos isso e talvez tenhamos dito isso. Oh, não! Se o livro de Isaías é inspirado e governado por Deus, por que isso deveria acontecer muito depois de ele já ter profetizado tanto? Contemple os primeiros cinco capítulos de profecia. Que coisas tremendas encontramos neles. Não, não foi isso que fez dele um profeta, um pregador. Deus estava tratando com o homem, não com um profeta. Deus estava tratando com um povo, não com um ofício. Ele estava tratando com o que somos em Seu próprio ponto de vista. De modo que não podemos simplesmente transferir isso para uma classe de pessoas chamadas de profetas ou pregadores, como se alguns de nós não estivéssemos envolvidos por não sermos dessa classe; somos pessoas comuns que não aspiram ser profetas ou pregadores. Não é isso. O Senhor está tratando com pessoas aqui e procurando deixar claro para elas como Ele as vê em si mesmas, mesmo que tenham estado pregando muito; o que elas são, aos olhos dEle, em si mesmas. Mais cedo ou mais tarde essa realidade terá que vir sobre nós para proteger tudo e assegurar Seu propósito.
O que Deus está buscando? Se você puder ver, se você tiver seus olhos abertos para ver o que Deus está buscando, então compreenderá Seu método e por que Ele emprega esse método. O capítulo 5 do livro de Isaías deixa claro o que Deus está buscando. Ele está em busca de pessoas que satisfaçam Seu próprio coração. Elas são chamadas de remanescente. Elas são chamadas assim por serem simplesmente um remanescente. Ele sabe muito bem que nem todos serão conformados ao Seu pensamento. Ele previu a história do Seu povo até os dias da vinda do Seu Filho e o que eles fariam com Ele. Ele conhece seus corações. E por isso que Ele diz a Isaías as coisas terríveis que vai fazer: engordar o coração desse