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Conceitos importantes
1)Os oito princípios da Economia
- Homem Econômico e os incentivos
3 ) Economia positiva x Economia normativa
4 ) Eficiência x equidade
5 ) Tipos de bens e fatores de produção
- Escassez, escolha, tradeoff e custo de oportunidade 7 ) A curva de possibilidades de produção (CPP) e a linha de possibilidades de consumo (LPC) 8 ) Vantagem absoluta e vantagem comparativa 9 ) Trocas, tendência à especialização e ganhos de comércio
LISTA 1
ANOTAÇÕES
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1.Defina custo de oportunidade. A partir disso, qual outro conceito, muito importante para elucidar o comportamento do homem econômico, é depreendido?
Antes de definir custo de oportunidade, é essencial a compreensão do conceito de trade-off. Trade-offs são as escolhas conflitantes as quais os agentes econômicos se deparam ao tomar suas ações. Dessa forma, ao escolher empregar seus recursos de modo X, deixa-se de lado a possibilidade de utilizá-los de forma Y. A partir de um tradeoff, identificamos o custo de oportunidade – aquilo que um agente abre mão ao tomar uma decisão frente ao tradeoff existente. Em termos quantitativos, podemos calcular o custo de oportunidade a partir da razão entre aquilo que o agente deixa de fazer e o que ele decide fazer: C.O. = quantidade do bem 1 que deixa de ser produzida ou consumida / quantidade do bem 2 a ser produzida ou consumida
- A partir dos conceitos trabalhados na questão anterior, defina também o que é uma Linha de Possibilidade de Consumo (LPC). Quais são suas características principais?
A LPC é a representação gráfica da capacidade de um consumidor, dados os seus recursos limitados, de consumir dois bens distintos. Dessa forma, encontramos nela pontos em que todos os recursos são gastos em um único produto, no eixo x, e no outro produto apenas, no eixo y. Entre esses dois pontos, é traçada uma reta que expressa as possibilidades de consumo em que ambos os bens podem ser demandados. Representamo-la retilínea, pois geralmente, o consumidor é tomador de preços, ou seja, ele não tem influência sobre os preços de mercado. Pode-se afirmar que esses preços de mercado representam o custo de oportunidade da escolha entre os dois bens.
- A partir da Curva de Possibilidade de Produção (CPP) pode-se, na comparação entre dois produtores distintos, observar as vantagens que um possui em relação ao outro no processo produtivo de um bem. Discorra sobre a natureza dessa curva e quais os tipos de vantagem que podem ser verificados na sua comparação. A Curva de Possibilidade de Produção é uma representação gráfica do custo de oportunidade de um agente obtida a partir da quantidade produzida de dois bens a partir do pleno emprego da sua capacidade produtiva. Caso essa curva seja retilínea, o custo de oportunidade para esse produtor mantém-se constante, ou seja, ele sempre deixará de produzir x quantidade de um bem A para cada unidade y de um bem B que ele produza. Caso contrário, o custo de oportunidade variará de acordo com a quantidade produzida e a inclinação da CPP também.Ao comparar as CPPs entre dois produtores, podemos identificar em qual produto cada um deles possui vantagem comparativa – menor custo de oportunidade – e, dessa forma, maximizarão seus ganhos ao se especializarem e tal bem.
- Um dos trade-offs mais discutidos na literatura econômica é o que pode existir entre a eficiência econômica e a equidade distributiva. No Brasil, uma das versões desse trade-off ficou conhecida como “teoria do bolo”, termo cunhado pelo ex-Ministro da Fazenda Delfim Netto que dizia que era necessário primeiro fazer o bolo crescer para depois dividi-lo, sinalizando uma clara preferência pela eficiência em detrimento da equidade. Comente esse trade-off , definindo o conceito e considerando a diferença entre Economia Positiva e Economia Normativa.
Um trade-off é uma situação a escolha de uma alternativa impõe um custo em termos da outra outra alternativa. Nesse caso, escolher eficiência implicaria abrir mão da equidade e vice-versa. A economia positiva é o campo do conhecimento preocupado com fatos e objetividade científica, logo a escolha entre um e o outro é feita com base nesses quesitos. Já a economia normativa se baseia em juízos de valor, de modo que a escolha estaria norteada muito mais por noções pré-concebidas do observador do que os fatos necessariamente. O próprio comentário de Delfim Netto de que o bolo deve crescer primeiro não era baseado em nenhum modelo científico comprovado – muitos economistas inclusive questionaram suas políticas que tiveram como conseqüência o aumento da desigualdade de renda, argumentando que essa desigualdade de renda, no longo prazo, prejudicou a eficiência da economia
prega a especialização para tirar proveito dos ganhos de eficiência.
- CESPE – Instituto Rio Branco (2010) De acordo com o princípio das vantagens comparativas, a produção mundial total será maximizada se cada bem for produzido pelo país capaz de fazê-lo com os menores custos. F – De acordo com o princípio das vantagens comparativas, o consumo mundial total poderá ser aumentado se cada bem for produzido pelo país capaz de fazê-lo com os menores custos de oportunidade. De acordo com o princípio das vantagens absolutas, o consumo também será potencializado se a produção for feita de acordo com os menores custos.
- CESPE – STM (2010) Quando pessoas altamente qualificadas e bem pagas se dispõem a pagar mais caro por bens e serviços entregues em domicílio, para evitar filas em lojas e supermercados, observa-se um comportamento que reflete o fato de que esses indivíduos se confrontam com um custo de oportunidade do tempo mais baixo. F - o custo de oportunidade dessas pessoas é mais alto, fato evidenciado pela sua disposição a pagar para não perder tempo (ou seja, vale a pena pagar de tão alto que é o valor do que elas podem fazer com esse tempo lhes vale).
- (Banco da Amazônia, Técnico Científico 2010 - adaptada) Considere que o estado do Pará pode produzir, em um ano, 200 milhões de sacas de castanha-do-pará ou 600 milhões de sacas de açaí, ou uma combinação desses dois produtos. O estado do Maranhão pode produzir 200 milhões de sacas de castanha-do-pará ou 200 milhões de sacas de açaí, ou uma combinação desses dois produtos. A partir dessas informações, julgue os itens que se seguem. a)Com relação aos produtos citados, a curva de possibilidades de produção do estado do Maranhão ficará sempre à esquerda da curva de possibilidades de produção do estado V - A menos que haja uma inovação tecnológica que permita o deslocamento da CPP do Maranhão para fora, por exemplo, a produção combinada desse estado estará sempre em um ponto menor ou igual (igual no caso de produção apenas de castanha-do-pará) que o Pará. b)Os custos de oportunidade da produção de uma saca de castanha-do-pará em termos de saca de açaí para os estados do Pará e Maranhão serão, respectivamente, iguais a 1/3 e 1 saca de açaí. F - Os custos de oportunidade corretos são, respectivamente, 3 e 1. c)Caso o estado do Maranhão se disponha a trocar uma saca de castanha-do-pará por duas sacas de açaí do estado do Pará, então essa transação será vantajosa para os dois estados. V - Calculando-se os custos de oportunidade, ambos sairão ganhando
- De acordo com a economia, o objetivo dos agentes é maximizar a riqueza. F – O objetivo dos agentes é maximizar sua satisfação, seu prazer, o que pode incluir outros objetivos que vão além da riqueza. Isso justifica, por exemplo, atos altruístas como filantropia
ATENÇÃO! Uma situação que envolva lucro econômico nulo não é necessariamente é desvantajosa para uma empresa. O lucro econômico é um conceito diferente do lucro contábil. Enquanto o lucro contábil é a diferença entre receitas e despesas, o lucro econômico leva em consideração os custos de oportunidade, ou seja, aquilo que se abre mão ao se fazer uma escolha. Quando se diz que um agente é remunerado pelo seu custo de oportunidade, significa que ele não recebe nada a mais do que receberia em sua segunda melhor opção de remuneração – logo, se ele não recebe nada a mais, seu lucro é zero. Isso não significa que ele não esteja sendo remunerado pelo seu esforço. Ele só não recebe nada a mais. Talvez um exemplo esclareça. Qual é o custo de oportunidade de se investir em uma fábrica? A alternativa seria colocar o dinheiro aplicado no mercado financeiro, então podemos dizer que o custo de oportunidade é o que se ganharia no mercado financeiro, que é a taxa de juros em cima do capital aplicado. Logo, se eu não ganho nada a mais, eu estou ganhando algo equivalente a essa taxa de juros. Nesse sentido que meu lucro é nulo pois não se ganhou mais que o mercado estava disposto a pagar. Por isso que a economia usa a expressão “lucros extraordinários” para falar de situações em que se recebe lucros positivos – esses lucros geralmente remuneram características extraordinárias das firmas, como uma capacidade inovadora muito grande, ou uma habilidade surpreendente de corte de custos, que as permite – temporariamente – ganhar mais que o mercado. Temporariamente, pois, se o lucro é positivo, haverá grande atração de agentes para esse mercado, o que tende a reduzir sua rentabilidade.
- Segundo reportagem de 12 de dezembro de 2012 da Folha de São Paulo, o Governo do Distrito Federal pretende reduzir de 25% para 12% o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incidente sobre querosene de aviação no Distrito Federal. Com base nessa informação e considerando que os agentes respondem a incentivos, julgue os itens a seguir:
a) Considerando que o aeroporto de Brasília é um aeroporto muito usado para conexão, pode-se inferir que a alta tributação influi na escolha dos passageiros na hora de escolher seus vôos, uma vez que eles não necessariamente têm que passar por Brasília. V – como os passageiros não tem Brasília como destino final, qualquer outro aeroporto que sirva para os mesmos fins, mas que resultar em uma tarifa inferior será preferível ao aeroporto de Brasília. b) Considere que a alíquota de ICMS em Belo Horizonte, sede do aeroporto de Confins é de 11%. Pode-se afirmar que a concorrência com outros aeroportos próximos com perfil semelhante para abrigar conexões pode ter motivado o GDF a reduzir a alíquota. V – como os agentes respondem a incentivos, e como discutido no gabarito do item A: passageiros e companhias aéreas buscarão sempre aquelas alternativas mais favoráveis, ainda mais se o seu destino final não é Brasília. Logo, cobrar mais caro que aeroportos próximos tende a reduzir o número de freqüências de vôos que o aeroporto da capital recebe. c) A redução da alíquota não necessariamente reduzirá a arrecadação fiscal do governo. V – uma redução de alíquota pode atrair um maior volume de passageiros atraídos por preços de passagens mais baixos, logo o governo perde pelo lado da alíquota, mas ganha pelo volume da arrecadação. d) Considerando que a alíquota de ICMS em Belo Horizonte, sede do aeroporto de Confins é de 11% e que o aeroporto de Brasília é um aeroporto muito usado para conexão, a redução proposta tornará o aeroporto de Brasília o mais competitivo entre os dois. F – a alíquota no aeroporto de Brasília continuaria mais alta, mas a diferença de competitividade diminuiria.
- (Polícia Federal, 2004 - adaptada) “A noção de custo de oportunidade, subjacente à curva de possibilidades de produção, relaciona-se, estreitamente, com o conceito de escassez”. V, por definição.
- (BASA, 2010 – adaptada) “Se toda a população economicamente ativa da região amazônica estiver empregada, então os pontos de possibilidades de produção dessa economia regional estarão sobre a sua curva de possibilidades de produção” F - A população economicamente ativa é apenas um fator de produção (trabalho). A CPP leva em consideração a dotação de terra, capital e trabalho. Logo, estar todo o trabalho sendo utilizado não significa que toda a terra e todo o capital também o estão. Assim, não se pode afirmar com certeza de que o ponto estará sobre a CPP.
- (Instituto Rio Branco, 2003 - adaptada). Considerando os conceitos básicos da análise econômica, julgue os itens a seguir:
a) A recente retomada econômica nos Estados Unidos da América (EUA) contribuiu para reduzir os níveis de desemprego naquele país. Como consequência, a curva de possibilidades de produção da economia americana foi deslocada para cima e para a direita. F - Se houve redução do desemprego, a situação inicial era representada por um ponto interior à CPP; com a retomada econômica, houve um movimento rumo à fronteira da CPP (em que há pleno emprego dos fatores de produção). Nada na questão indica que tenha havido aumento da capacidade produtiva, ou seja, deslocamento da CPP para cima e para a direita. b) Quando as datas do concurso de admissão à carreira de diplomata coincidem com aquelas do concurso para assessor legislativo, o custo de oportunidade de fazer a segunda seleção aumenta substancialmente para os candidatos que tencionam submeter-se aos dois certames. V - pois o custo de oportunidade de prestar um dos exames envolverá, com a coincidência de horários, deixar de fazer o outro concurso.
demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. c) Progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem Y, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. d) Redução da dotação de um dos recursos aplicáveis à produção do bem X, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. e) Progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem X, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. Letra (e), pois um avanço tecnológico na indústria do bem X possibilita uma maior quantidade produzida desse bem com a mesma quantidade de recursos, dada a quantidade produzida do bem Y.
- (Controlador da Arrecadação Federal) Uma curva de possibilidades de produção que apresenta concavidade para a origem implica: a) custos crescentes de transformação de um produto em outro b) custos decrescentes de transformação de um produto em outro c) custos constantes de transformação de um produto em outro d) rendimentos crescentes de escala Letra (a). Custos crescentes de transformação de um produto em outro representam custos de oportunidade crescentes, ou seja, a produção adicional de um bem implica o sacrifício da produção de uma quantidade cada vez maior do outro bem. Tal fato se deve à especialização dos fatores de produção, originalmente destinados à produção de um bem específico
- No ano de 2005, o emprego de fatores de produção da indústria brasileira atingiu 82% da capacidade total. Considere que a indústria nacional produza essencialmente bens de consumo (eixo representado pela letra C nos gráficos) e bens de capital (eixo representado pela letra K nos gráficos) e que, em 2005, os fatores de produção disponíveis foram alocados para a produção em ambos os setores. Sabendo que os gráficos abaixo representam a curva de possibilidades de produção (CPP) do setor industrial brasileiro e os pontos assinalados indicam a situação da indústria nacional em 2005, assinale a alternativa cujo ponto e cujo gráfico melhor representam o nível produtivo desse setor no ano em questão.
Letra (C), pois o país se encontra em uma situação de produção com capacidade ociosa dos fatores de produção.
- “ Um ponto sobre a CPP (Curva de Possibilidade de Produção) em que dois bens são produzidos é sempre mais eficiente que um ponto sobre CPP em que só um bem seja produzido.” Analisando os conceitos envolvidos nessa afirmação pode-se dizer que: A) trata-se de uma afirmação positiva. B) há subutilização dos fatores de produção disponíveis em ambas as situações. C) ambos os pontos representam uma situação inatingível, no curto prazo. D) a produção em qualquer ponto da CPP é tecnicamente eficiente. E) um ponto sobre a CPP em que seja produzido um único bem é ineficiente. Letra (D), por definição.
C
C)^ K
C
A) K
C
B) K
C
D)^ K
C
E)^ K
- (MPOG 2009) Os produtos X e Y são produzidos em determinado país empregando-se apenas a mão de obra local. Em um dia, cada trabalhador é capaz de produzir 3 unidades do bem X ou, alternativamente, 5 unidades do bem Y. Nesse caso, pode-se afirmar que: a) o custo de oportunidade de se produzir uma unidade do bem X é de 3/5 unidades do bem Y. b) o custo de oportunidade de se produzir uma unidade do bem Y é de 3/5 unidades do bem X. c) o custo de oportunidade de se produzir três unidades do bem Y é de 5 unidades do bem X. d) o custo de oportunidade de se produzir três unidade do bem X é de 3 unidades do bem Y. e) não é possível calcular o custo de oportunidade da produção do bem X ou do bem Y, pois o enunciado não informa a oportunidade perdida com essa produção. Letra (B). Por regra de três simples, temos: 5 unidades do bem Y ----- 3 unidades do bem X 1 unidade do bem Y ----- k K = 3/5 unidades do bem X **_- Vantagem absoluta: a comparação entre produtores de um determinado bem levando em consideração seu custo de produção;
- Vantagem comparativa: a comparação entre os produtores de um bem levando em consideração seus custos de oportunidade (custos relativos)._**
- (PROVÃO 2000, nº 13) O consumidor A está disposto a ceder quatro unidades do bem X em troca de uma unidade do bem Y adicional às que já possui, enquanto o consumidor B aceita ceder somente duas unidades do bem X para obter uma unidade a mais do bem Y. O que acontecerá se o consumidor A ceder uma unidade do bem X ao consumidor B, em troca de uma unidade do bem Y? (A) Ambos ganharão. (B) Ambos perderão. (C) O consumidor A ganhará, mas o consumidor B perderá. (D) O consumidor A perderá, mas o consumidor B ganhará. (E) Nenhum deles perderá ou ganhará. Letra (C). Sabemos que o consumidor A cede uma unidade de X em troca de uma unidade de Y do consumidor B. Nessa situação, precisamos comparar os custos de oportunidade (associados às quantidades que os consumidores A e B desejam trocar) e as trocas efetivadas. Custo de oportunidade de 1 X para A = 1/4 Y Custo de oportunidade de 1 Y para B = 2 X Para o consumidor A sair em vantagem, ele deve receber mais de 1/4 de Y por unidade de X, o que de fato ocorre. Já o consumidor B, para sair em vantagem, deveria receber mais de 2 unidades de X por unidade de Y, o que não acontece. Portanto, A ganha e B perde.
- (Enade 2006, nº 31) Suponha que a tabela abaixo representa a produção diária de vinho e de tecidos de um trabalhador, na Inglaterra e em Portugal, no século XVIII. Inglaterra Portugal Vinho 2 barris 1 barril Tecidos 4 peças 1 peça
Com base na tabela, é possível afirmar que (A) a Inglaterra tem vantagem comparativa em ambos os bens. (B) em condições de livre comércio entre os dois países, a competição de produtos ingleses inviabilizará a produção em Portugal. (C) seria imperativo que Portugal procurasse proteger sua produção de tecidos, que é a mais ameaçada pelos ingleses. (D) uma vez estabelecido o livre comércio, a Inglaterra irá especializar-se na produção de tecidos, e Portugal, na de vinhos. (E) desde que cada país se especialize na produção de um bem, qualquer escolha é igualmente vantajosa para ambos.
- (PROVÃO 2001, nº 8) “Não há talvez uma única ação na vida de um homem em que ele não esteja sob a influência, imediata ou remota, de algum impulso que não seja o simples desejo de riqueza. Sobre esses atos a economia política nada tem a dizer. Mas há também certos departamentos dos afazeres humanos em que a obtenção de riqueza é o fim principal e reconhecido. A economia política leva em conta unicamente estes últimos.” MILL, J.S. Da Definição de Economia Política e do Método de Investigação Próprio a Ela. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 291 Essa passagem clássica da obra de J. Stuart Mill relaciona-se com o importante conceito de “homem econômico”. Com base na citação, responda às perguntas a seguir: a) O que é o “homem econômico”? b) Qual é a funcionalidade desse conceito para a construção de teorias econômicas? a) O homem econômico é uma abstração, que ignora (deixa de lado) todas as motivações do comportamento humano, exceto o comportamento maximizador ou de acumulação de riqueza. Como a economia é a ciência que estuda a forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos entre fins alternativos, o homem econômico é justamente o agente dessa ciência. Ele age com base em decisões que são tomadas unicamente com o intuito de maximizar benefícios e minimizar prejuízos. Embora ninguém seja, todo o tempo, um “homem econômico”, pois muitas de nossas ações têm outras motivações, há uma parcela suficiente de verdade nessa abstração para fazer que tanto a análise econômica quanto os modelos baseados na ideia do comportamento maximizador sejam relevantes para o entendimento do mundo real. b) Trata-se de uma simplificação do comportamento econômico dos indivíduos, o que facilita o processo de teorização – permite construir teorias mais enxutas e garante a parcimônia dos modelos. Os economistas procuram tratar seu objeto de estudo com a objetividade e a imparcialidade de um cientista, formulando teorias, coletando dados e analisando-os para poder refutá-las ou corroborá-las. O estabelecimento da ideia de homem econômico constitui, assim, um modelo, já que concebe o comportamento humano de forma simplificada e realista, facilitando a compreensão dos fenômenos econômicos.
- Como o advento dos carros bicombustíveis, alguns motoristas enfrentam, cotidianamente, um dilema entre abastecer seus carros com álcool ou com gasolina, como se refere o seguinte trecho da reportagem abaixo, publicada no caderno Economia do jornal Correio Braziliense.
Gasolina vence álcool em Brasília
Com a disparada dos preços do álcool nas bombas, os donos de carros bicombustíveis devem fazer as contas com cuidado na hora de abastecer. De acordo com uma pesquisa (...), encher o tanque com gasolina é mais vantajoso em, pelo menos, 15 estados e no Distrito Federal. (...) (...) Segundo os especialistas, por ser um combustível que rende menos, o álcool deve custar no máximo entre 60% e 70% do valor da gasolina para ser vantajoso ao motorista.
Como se interpreta, nesse contexto, o princípio: “Os agentes econômicos respondem a incentivos”? A tomada de decis ão individual do “homem econômico” condiciona -se à comparação entre custos e benefícios de uma determinada escolha, ou seja, um tomador de decisões racional executa uma ação se, e somente se, os benefícios de sua execução superam os custos associados. No caso, o incentivo é dado pela redução do custo proporcionado pela utilização alternativa do álcool ou da gasolina. O consumidor racional (ou seja, cujo comportamento é determinado pela maximização de ganhos) observará com atenção a relação de preços dos dois combustíveis e decidirá, cada vez, pelo que proporcionar menor custo por quilômetro rodado.
- Classifique cada uma das seguintes atividades do governo de acordo com a sua motivação: uma preocupação com a equidade ou uma preocupação com a eficiência. Justifique sua classificação. a) Regulamentar os preços da de serviços públicos como água e eletricidade. Eficiência – a maior parte dos serviços públicos são monopólios, ou seja, são ofertados por uma só empresa. Essas empresas, pela ausência da concorrência, se não reguladas, cobrariam preços abusivos dos consumidores, o que faria com que esses comprassem quantidades reduzidas, reduzindo a eficiência de mercado. Logo, para garantir a eficiência (ou seja, garantir que o mercado opere em níveis próximos ao
competitivo), regula-se as empresas de serviços públicos. Obs. Pode-se fazer um argumento de distribuição de renda também aqui, ou seja, de equidade, mas o motivo principal pelo qual se regula serviços públicos é tentar forçar as empresas monopolistas a atuar como se fossem competitivas – ou seja, consertar uma falha de mercado. b) Oferecer a uma parcela da população pobre tíquetes que podem ser usados para comprar comida. Equidade, pois visa a uma melhor distribuição dos benefícios econômicos entre os membros da população, equiparando-os. c) Aumentar as alíquotas de imposto de renda das pessoas com alta renda. Equidade, pois tal política consiste, em essência, em uma redistribuição da renda nacional.
Nota: Os economistas, numa tentativa de obtenção de melhores instrumentos de análise, costumam classificar os de bens presentes numa economia comum segundo critérios de disponibilidade, forma de utilização ou uso. De acordo com essas classificações, temos alguns tipos básicos de bens. É importante ter em mente que tais classificações não dependem de características intrínsecas do bem, mas de seu eventual uso. Portanto, o mesmo bem pode ser utilizado com bem de consumo e bem de capital, por exemplo.
bens livres
bens ec onômicos
bens intermediários
bens finais
bens de capital
bens de
consum o
caráter funç ão natureza
bens não-escassos disponíveis suficientemente para satisfazer todos os desejos
bens escassos cuja obtenção implica sempre um custo
Exemplos: Ar, luz do sol
bens que irão compôr ou se transformar em outros bens
bens que não sofrerão mais nenhum processo de transformação ou de agregação de valor
apesar de não se transformarem mais em outros bens, os bens de capital irão participar do processo de produção de novos bens
bens capazes de satisfazer imediatamente as Exemplo: Um MP3 player necessidades das pessoas
Exemplo: Cristal utilizado para a tela do MP3 player
Exemplo: O m esmo MP3 player
Exemplo: Máquina de m ontar as telas de c ristal líquido do MP
Exemplo: Pra variar, MP3 player
- São diversos os tipos de bens e, conforme visto acima, podem ser classificados pela sua disponibilidade (bem livre ou econômico), pela sua forma de utilização (bem intermediário ou final) ou pelo seu uso (bem de consumo ou de capital). Como poderiam ser classificados, de acordo com um desses três critérios, os bens abaixo? a) Um computador utilizado em um escritório de advocacia. b) Um automóvel de passeio de uso exclusivo do proprietário. c) Á água utilizada em um bloco residencial. d) O edifício que abriga uma fábrica de calçados. a) Bem econômico, bem final, bem de capital. b) Bem econômico, bem final, bem de consumo (durável). c) Bem econômico, bem final, bem de consumo (não durável). d) Bem econômico, bem final, bem de capital.
- Em que consiste a diferença entre bem intermediário e bem final? Imagine uma fábrica da Peugeot em qualquer lugar do mundo e explique porque não se poderia classificar a maquinaria que monta o modelo 307 , por exemplo, como bens intermediários. Explique também se o automóvel produzido por tal fábrica consistirá em um bem de capital, um bem de consumo, em ambos ou em nenhum deles. Bens intermediários são bens manufaturados ou matérias-primas empregados na produção de outros bens intermediários ou finais (Exs.: o aço, a madeira, a borracha etc). Os produtos intermediários são, portanto, insumos para elaboração de produtos; um bem intermediário agrega valor ao bem tido como final no processo produtivo. O bem final, por sua vez, é aquele sobre o qual não se agrega mais valor no processo produtivo especificado, e é disponível para utilização como um bem de capital ou como um bem de consumo. No caso da fábrica de carros, a maquinaria seria um bem de capital, e não intermediário, haja vista não passar por um
MP3 Player utilizado por uma revista de crítica musical
MP3 Player utilizado por um universitário comum
caráter função natureza
b)Explique a hipótese do comportamento “maximizador”, e como ela garante que a combinação de livros e sanduíches que Cláudio escolherá será representada por um ponto sobre sua LPC (e não por um ponto abaixo ou acima dessa linha). A hipótese de “comportamento maximizador”, quando aplicada aos consumidores, diz simplesmente que as pessoas sempre preferem mais bens a menos bens. Assim, se Cláudio decidir comprar 30 sanduíches/mês, ele usará todo o dinheiro restante na compra de livros (5 livros). Dessa forma, ele sempre se situará sobre sua LPC, e não abaixo dela (caso em que deixaria de consumir alguns bens que estão ao seu alcance, o que contraria a hipótese). Além disso, é claro que ele não poderia situar-se acima da LPC, pois, para tanto, teria de dispor de mais do que dos R$ 300,00 mensais que ganha. c)Qual o custo de oportunidade de 1 livro para Cláudio? Para comprar 1 livro a mais, Cláudio tem de deixar de comprar 6 sanduíches. Logo, o custo de oportunidade de 1 livro, para ele, são esses 6 sanduíches.
- Suponha que o Seu Sinésio, com os recursos produtivos disponíveis em sua fazenda, possa produzir, em um ano, 100 sacas de milho ou 300 sacas de farinha de mandioca, ou ainda uma combinação desses dois produtos. Seu Ariovaldo, em sua fazenda próxima, tem possibilidades de produção distintas das de Seu Sinésio: com os recursos produtivos de que dispõe, pode produzir 100 sacas de milho ou 100 sacas de farinha de mandioca, ou uma combinação dos dois produtos. a) Represente, em dois gráficos distintos, as CPPs de Sinésio e Ariovaldo, supondo, para simplificar, que elas sejam retilíneas.
Medem-se agora nos eixos as quantidades anuais de milho e de farinha de mandioca que podem ser produzidas por ambos os produtores. A CPP ligará o ponto correspondente à produção máxima de milho, caso a produção de farinha de mandioca seja nula, ao ponto que representa a produção de máxima de farinha de mandioca, caso a produção de milho seja nula.
c) Qual o custo de oportunidade de 1 saca de milho, para Sinésio? E para Ariovaldo? Para Sinésio, o custo de oportunidade de 1 saca de milho é a quantidade de farinha que ele terá de deixar de produzir para obter essa saca adicional (ou seja, 3 sacas de farinha). Para Ariovaldo, o custo de oportunidade de 1 saca de milho será de apenas 1 saca de farinha, isto é, Ariovaldo produz milho a um custo relativamente mais baixo.
- Na questão anterior, suponha que Ariovaldo esteja disposto a vender milho para Sinésio, trocando 1 saca de
milho por 2 sacas de farinha. Essa transação será vantajosa para Sinésio? E para Ariovaldo?
A transação é vantajosa para Sinésio, porque ele poderá, dessa forma, obter milho a um custo menor do que o custo de oportunidade desse produto para ele, dado pela disponibilidade de recursos de sua fazenda. Sem a possibilidade de troca, Sinésio teria de sacrificar 3 sacas de farinha para obter 1 saca de milho adicional; com a troca, gasta só 2 sacas de farinha. Da mesma maneira, a troca é vantajosa para Ariovaldo, que também poderá obter farinha a um custo mais baixo do que o custo de oportunidade desse produto em sua fazenda. Sem o comércio com Sinésio, ele teria de sacrificar 1 saca de milho para obter 1 saca adicional de farinha; por meio do comércio, a saca adicional de farinha só lhe custará ½ saca de milho. A moral da história é a seguinte: se há diferença de custos de oportunidade na produção, ambos os produtores podem ganhar com a troca, desde que os termos de troca de um bem, em termos do outro, situem-se entre os seus custos de oportunidade (no caso, 1 < 2 < 3, para o milho, e 1/3 < ½ < 1, para a farinha). Cada um se especializará naquilo que pode produzir relativamente mais barato (Sinésio, em farinha e Ariovaldo, em milho), e obterá o outro produto por meio de troca. VEREMOS NA UNIDADE 6 QUE ESSE RACIOCÍNIO PODE SER USADO PARA EXPLICAR O COMÉRCIO ENTRE PAÍSES.
- Suponha que a UnB, face à crescente demanda por estacionamento no campus , decida estabelecer uma tarifa de estacionamento de R$ 10,00 por dia para todas as áreas de estacionamento. a) O que aconteceria com o número de estudantes que desejam estacionar o carro no campus? Um número menor de estudantes desejará estacionar no campus b) O que aconteceria com o tempo necessário para encontrar uma vaga no estacionamento? Conseguir uma vaga levará menos tempo. c) Nas dependências dos ministérios, podemos observar que há vagas privativas para os funcionários de primeiro escalão. Explique a racionalidade econômica que poderia sustentar esse mecanismo de alocação de vagas de estacionamento e compare a situação com o estacionamento atual no campus da UnB. A racionalidade econômica subjacente a tal mecanismo consiste no fato de que o custo de oportunidade do tempo alocado na procura por uma vaga é muito mais alto para os funcionários de primeiro escalão, que devem abrir mão do tempo que poderia ser alocado para atividades mais produtivas e necessárias para o funcionamento eficiente dos ministérios. Nesse sentido, o mecanismo de alocação de vagas para o estacionamento no campus considera que todas as pessoas que desejam estacionar (alunos, professores e funcionários) possuem o mesmo custo de oportunidade por unidade de tempo alocado na procura por vagas. Caso a tarifa fosse estabelecida, os custos de oportunidade diferentes seriam refletidos pelo menor número de estudantes que desejariam estacionar no campus: pagariam para estacionar aqueles que considerassem o valor da tarifa inferior ao valor atribuído às horas perdidas.