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Um estudo que investigou a frequência de anomalias citogenéticas, especificamente micronucleídeos e metanucleares, na mucosa bucal de vaporizadores de cigarro eletrônico e fumantes tradicionais de tabaco industrializado. O objetivo era determinar se há diferenças em danos citogenéticos e citotóxicos entre esses grupos e se a medida de co expirado e a concentração de cotinina no sangue foram utilizadas para avaliar o consumo de tabaco. O documento também discute a relação entre o tabagismo e a presença de micronucleídeos e a possibilidade de redução da nicotina em cigarros eletrônicos ser um fator de risco.
Tipologia: Notas de aula
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São José dos Campos 2018
Dissertação apresentada ao Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual
Paulista (Unesp), Campus de São José dos Campos, como parte dos requisitos para
obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de Pós-Graduação em
BIOPATOLOGIA BUCAL, Área de Patologia.
Orientadora: Profa. Tit. Janete Dias Almeida Coorientadora: Prof. Dra. Celina Faig Lima Carta
Profa. Tit. Janete Dias Almeida (Orientadora)
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Unesp
Instituto de Ciência e Tecnologia Campus de São José dos Campos
Profa. Adj. Ana Lia Anbinder
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Unesp
Instituto de Ciência e Tecnologia Campus de São José dos Campos
Prof. Adj. Vinícius Coelho Carrard Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Odontologia Campus de Porto Alegre
São José dos Campos, 28 de março de 2018.
Dedico meu trabalho a DEUS que sempre está comigo em todas as
situações.
me escutava com paciência! Além disso, o período de mestrado coincidiu com
dois eventos marcantes pra nós, que nos mudou de alguma forma. Um foi o
nosso casamento, que foi um momento de muita alegria, e que nos uniu ainda
mais. O outro foi o acidente do Thomas. Ele foi atropelado por um ônibus no
meio do primeiro ano de mestrado, e ficou hospitalizado por um pouco mais de 2
meses. E é interessante pensar que muitos momentos marcantes do período de
hospital, coincidiram com momentos marcantes do mestrado. Como o dia do
acidente ter sido no mesmo dia em que me reuni com a Profa. Janete e Celina
para decidirmos meu novo projeto de pesquisa; ou um dos dias mais difícieis do
hospital, quando retiraram o curativo do enxerto, foi o dia em que aprendi a
técnica para coloração de Feulgen; e o dia da alta dele, foi quando voltei do
congresso na UEL, e recebemos uma premiação pelo painel apresentado...
Então, quando paro para lembrar de tudo isso, me sinto feliz e agradecida, pois
com o cuidado de DEUS e apoio de todos, conseguimos superar tudo!!
Agradeço aos meus pais, Marcos e Kátia, que sempre me incentivaram a
estudar e buscar meus sonhos. Meus maiores exemplos de relacionamento com
DEUS, integridade e sabedoria, que sempre têm um bom conselho para dar e
que sempre oram por mim. Obrigada por todo apoio e sustento durante toda a
minha vida, sei que muitas vezes abriram mão das coisas deles para dar o
melhor para os meus irmãos e para mim.
E falando de irmãos, também agradeço à Raquel e ao Otávio, que sempre
me animam e me incentivam a persistir. Minha irmã sempre parecendo durona,
mas que por dentro tem um coração enorme. Aquela irmã mais velha em quem
a gente se espelha de alguma forma. Também o caçulinha da família, meu
irmão, que sempre demonstra o quanto quer cuidar de todos, mesmo sendo o
mais novo. Muitas vezes não precisamos falar nada, mas já sabemos quando
não está tudo bem. Parceria que desenvolvemos desde que me conheço por
gente, e aqueles que sei que posso contar em qualquer situação.
Aos meus avós Antônio, Francisca, Sérgio (em memória) e Ilka que
sempre demonstraram muito carinho, amor, e sinto o quanto eles se alegram
com as minhas conquistas. Dizem que os avós são pais duas vezes, e eu
acredito nisso. Sei o quanto eles sofrem quando sofremos, e o quanto se
alegram, quando nos alegramos. E se hoje tenho pais maravilhosos e íntegros,
sei que teve muito sacrifício e empenho por parte dos meus avós.
À família do meu marido Klaus, Jane, Viktor, Lukas, Juliana e Arthur (meu
sobrinho lindo), que também me acompanharam nesse período, me acolheram
muitas vezes e oraram por mim.
Sou grata a Professora Janete que me acolheu desde os ambulatórios de
propedêutica na graduação. Ela é aquela professora tranquila, que nunca se
desespera. Aquela que percebe quando estamos com os olhos cheios de
lágrimas e nos abraça. Aquela que exerce bem pesquisa, ensino e extensão,
tudo ao mesmo tempo. Obrigada por sempre tentar nos compreender e se
esforçar para que o percurso do trabalho seja mais leve.
Agradeço também à minha coorientadora Celina, que me mostrou os
primeiros micronúcleos e que me ensinou cada passo da metodologia desse
trabalho. Uma profissional de muita competência, que também me permitiu conhecer
o seu bom coração. Ela sempre esteve disponível para me ensinar e ajudar em tudo,
inclusive nos dias mais improváveis. Obrigada por me ensinar tanto!
Também à Mônica, sempre muito animada, empenhada e que me ajudou nas
coletas, e com a ajuda dela conseguimos a maioria dos pacientes do grupo de
cigarro eletrônico. Uma excelente profissional que cativa à todos por onde passa.
À Bruna, que participou ativamente das coletas dos pacientes fumantes e ex-
fumantes, e que é uma pessoa muito querida, que conheci a pouco tempo, mas que
já tenho muito carinho.
Não posso deixar de agradecer às alunas de Iniciação Científica Beatriz e
Camila, pois estiveram comigo nas coletas, dedicando o tempo delas para me
ajudar. Também à Gabriela Lima, que me acompanhou nas primeiras colorações de
Feulgen.
Agradeço aos membros da Banca Examinadora que tão prontamente
aceitaram participar desse momento tão importante para mim.
Agradeço também ao Professor Ivan, que me mostrou os passos para a
estatística do trabalho.
À Dra Jaqueline que disponilizou espaço para que realizássemos as coletas,
e por nos indicar os pacientes tratados no Incor para participarem da pesquisa. E
também à Aline, secretária da seção de tabagismo do Incor, que nos auxiliou com os
agendamentos das coletas.
nosso papel é exercer nosso trabalho com responsabilidade, honestidade e
imparcialidade, visando sempre o bem das pessoas e confiando em DEUS de que
tudo dará certo!
"Se eu voar para o Oriente ou for viver nos lugares mais distantes do Ocidente,
ainda ali Tua mão me guia, ainda ali Tu me ajudas.” Salmo 39 : 9 - 10.
CCE Carcinoma de Células Escamosas
CO Monóxido de Carbono
E-cig Cigarro eletrônico
ECSI Escore de Consumo Situacional Issa
MN Micronúcleo
OMS Organização Mundial da Saúde
TFDC Teste de Fagerström para Dependência à Cigarro
Schwarzmeier LÂT. Avaliação de danos citotóxicos e citogenéticos em fumantes de cigarros industrializados e vaporizadores de cigarros eletrônicos [dissertação]. São José dos Campos (SP): Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Ciência e Tecnologia; 201 8.
O objetivo desta pesquisa foi investigar a frequência de micronúcleos e anomalias metanucleares na mucosa bucal de vaporizadores de cigarro eletrônico e de fumantes de cigarro industrializado, e comparar com ex-fumantes e não fumantes para determinar se existe diferença no dano citogenético e citotóxico, bem como se o dano diminui após a cessação tabágica. Os pacientes foram divididos em 4 grupos: Controle; E-cig; Fumante e Ex-fumante. Os critérios de inclusão adotados foram: ausência de histórico de neoplasia maligna bucal e ausência de quaisquer sinais clínicos visíveis de alteração no local avaliado. Foi realizada avaliação quanto ao grau de dependência nicotínica, por meio do Teste de Fagerström para Dependênca à Cigarro e Escore de Consumo Situacional Issa, e quanto ao perfil tabágico dos pacientes. A mensuração de CO expirado foi utilizada como critério objetivo de avaliação de consumo de tabaco, bem como a concentração de cotinina no sangue capilar dos pacientes avaliados. As amostras foram coletadas por meio de citologia esfoliativa da região de bordo lateral de língua e soalho bucal. Os esfregaços obtidos foram fixados com spray alcoólico e as lâminas coradas pelo método de Feulgen. Posteriormente, foi realizada a investigação dos micronúcleos e das anomalias metanucleares. Para a comparação dos dados não paramétricos foram utilizados os testes Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Já para as correlações e associações entre os dados, foram utilizados o teste da correlação de Spearman e o Teste Exato de Fisher, respectivamente. Foi adotado um nível de significância de 5% para todos os testes. A partir dos resultados, observou-se diferença significante entre os grupos E-cig e Controle (p=0,0072), e também entre os grupos Fumante e Controle (p=0,0004), no total de MN. Em contrapartida os grupos E-cig e Ex-fumante foram semelhantes, enquanto que o grupo Fumante foi significativamente maior que o grupo Ex-fumante (p=0,0370) também no total de MN. Também foi possível observar diferença significante entre os grupos E-cig e Ex-fumante, bem como entre os grupos E-cig e Controle em todas as anomalias metanucleares, exceto cariorrexe. Os grupos Fumante e Ex-fumante foram diferentes em cariorrexe (p=0,0517), e nuclear bud (p=0,0470) apenas, e o grupo Fumante foi significativamente maior que o grupo Controle em todas as anomalias metanucleares. A comparação entre os grupos E-cig e Fumante não foi realizada, devido à ingestão de altas doses de bebidas alcoólicas no grupo E-cig. O tabagismo promove danos citotóxicos e citogenéticos e o uso de E-cig associado ao álcool parece causar genotoxicidade e citotoxicidade. A cessação tabágica promove reversibilidade dos danos causados anteriormente.
Palavras-chave: Hábito de fumar. Abandono do hábito de fumar. Mucosa bucal. Testes para micronúcleos. Tabagismo. Cigarros eletrônicos.
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O tabagismo representa a epidemia que mais ameaça a saúde pública
mundial e é responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano, sendo que cerca
de 890 mil dessas mortes são causadas pela exposição involuntária ao fumo (World
Health Organization, 2017). Além disso, é considerado um fator de risco evitável de
câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias (Instituto Nacional de Câncer,
2016). Estima-se que um paciente tabagista vive 10 anos a menos, que um paciente
não tabagista (Instituto Nacional de Câncer, 2016).
A farmacologia e processos comportamentais que causam a dependência do
tabaco pela nicotina ocorrem de maneira similar à dependência de drogas como
cocaína e heroína (U.S. Department of Health & Human Services, 1988; Hatsukami
et al., 2008). A dependência nicotínica acontece devido a vários fatores como a
velocidade e quantidade de entrega de nicotina, por sua depuração e efeito sobre o
cérebro, pela dependência física que causa, e além disso o tabagista irá desenvolver
uma associação entre o ato de fumar com os estímulos provenientes do uso de
tabaco (Zevin et al., 1998; Benowitz, 1999; Stratton et al., 2001; Hatsukami et al.,
2008 ).
A nicotina possui meia-vida plasmática relativamente curta, de 1 a 2 horas.
O processo de metabolização da nicotina gera cotinina e outros subprotudos
(Benowitz et al., 2009; Kaisar et al., 2017). A cotinina representa cerca de 75% dos
subprodutos provenientes da nicotina, possui uma meia-vida plasmática mais longa,
de 16 a 18 horas, e aparece em maiores concentrações no sangue do que a nicotina
(Benowitz et al., 2009). Devido a isso, a cotinina é considerada um biomarcador da
ingestão de nicotina (Benowitz et al., 2009; Kaisar et al., 2017). A mensuração tanto
da nicotina, quanto da cotinina podem ser realizadas a partir de amostras de
sangue, urina, saliva e cabelo (Benowitz et al., 2009).
O consumo de tabaco é a causa de diversas desordens no organismo
(Instituto Nacional de Câncer, 2008 ; Daijo et al., 2016). É também um importante
fator de risco para o desenvolvimento de neoplasias malignas em boca, e também
está associado às desordens com potencial de transformação maligna
(Warnakulasuriya et al., 2016; Narayan, Shilpashree, 2016). Entre as neoplasias
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malignas que acometem a mucosa de revestimento da cavidade bucal, o carcinoma
de células escamosas (CCE) é o mais frequente e corresponde a mais de 90% dos
casos (Mao et al., 2004; Scully, Felix, 2006; Siebers et al., 2013; Santos-Silva et al.,
2014).
O consumo de tabaco pode ser feito de diferentes formas como tabaco
mascado, fumo de rolo ou palha, cigarro industrializado e, nos últimos anos surgiu o
uso do cigarro eletrônico (E-cig) (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014). O
E-cig foi desenvolvido pelo farmacêutico Hon Lik em 2003, cujo objetivo era
favorecer a cessação do tabagismo (Cahn, Siegel, 2011; Knorst et al., 2014; Famele
et al., 2015). O E-cig é constituído por: uma bateria, um cartucho que disponibiliza o
líquido a ser vaporizado e um atomizador. Este sistema eletrônico simula o cigarro
industrializado, uma vez que pode promover a vaporização da nicotina (Knorst et al.,
2014). É importante ressaltar que a concentração de nicotina presente nos líquidos
destes dispositivos é variada e o consumidor escolhe a concentração desejada,
podendo optar por cartuchos sem nicotina. Também estão presentes na maioria dos
líquidos de E-cig o propileno glicol e a glicerina vegetal, que servem como
umectantes e auxiliam na produção de fumaça (Famele et al., 2015; Chun et al.,
2017). Além dessas principais substâncias, existem as essências aromatizantes,
utilizadas para promover sabores mais agradáveis, existindo no mercado mais de
7700 tipos de sabores, todavia a pureza dos ingredientes utilizados é questionada
na literatura quanto à segurança e também à veracidade dos ingredientes
informados pelos fabricantes (Zhu et al., 2014; Javed et al., 2017).
O suposto atrativo estaria na tecnologia que permite ao usuário fumar “sem
riscos” pela ausência da queima do tabaco, impedindo assim a liberação de muitas
substâncias químicas produzidas pela combustão normal com o uso do tabaco
convencional (Famele et al., 2015). Desta forma, os fumantes poderiam conviver de
maneira “segura” com os não fumantes em um mesmo ambiente que estaria livre da
poluição produzida pelo tabaco (Grana et al., 2014; Famele et al., 2015). Além disso,
por haver menor número de componentes nestes líquidos, comparado com os
cigarros industrializados, estudos mostram que o E-cig produz menos substâncias
tóxicas (Goniewicz et al., 2014; Shahab et al., 2017). Devido a isso, alguns
acreditam que os E-cig possam ser menos nocivos que o cigarro industrializado, o
que seria interessante para aqueles pacientes que não desejam parar com o hábito
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separação de um pequeno fragmento de núcleo, que se apresenta como uma
estrutura arredondada ao lado do núcleo principal, e a isto denomina-se MN.
Acredita-se que agentes carcinógenos causem esse tipo de alteração precoce, antes
que ocorram alterações histopatológicas e clínicas, principalmente em mucosa bucal
(Carvalho et al., 2002; Freitas et al., 2003; Çelik et al., 2003; Holland et al., 2008;
Lima et al., 2010; Oliveira et al., 2012; Dosi et al., 2016). Estudos têm evidenciado a
relação entre o tabagismo e a presença de MN, que por sua vez parece estar
associado ao processo de carcinogênese (Stich et al., 1982; Roberts, 1997; Bloching
et al., 2000; Dietz et al., 2000; Oliveira et al., 2012; Kumar et al., 2016).
Além da formação de MN, outras alterações nucleares podem ser formadas
e avaliadas em decorrência de aberrações cromossômicas, sendo denominadas
anomalias metanucleares. Estas anomalias também podem ser indicativas de
citotoxicidade e genotoxicidade. São consideradas anomalias metanucleares:
cariólise, cariorrexe, binucleação, broken eggs e nuclear bud. Elas podem ocorrer
devido a lesão e morte celular, além de defeitos durante a divisão das células
(Roberts, 1997; Oliveira et al., 2012; Kumar et al., 2016).
A cariólise caracteriza-se pela dissolução nuclear sendo observada pela falta
de coloração do núcleo celular, como uma resposta a lesões celulares que ocorrem
frequentemente em células do epitélio não queratinizado. Já a cariorrexe é a
desintegração do núcleo que causa a formação de pequenos fragmentos deste
material nuclear durante o processo de necrose e apoptose. A binucleação celular é
a formação de dois núcleos em uma mesma célula, que ocorre durante o processo
de diferenciação. O termo broken egg é designado para caracterizar um núcleo
dividido, cujas partes são ligadas por uma banda de material Feulgen-negativo
(Tolbert et al., 1992 ). E por fim, o termo nuclear bud é utilizado para definir
estruturas que causam a expulsão do conteúdo de DNA indesejado, durante a
divisão celular, e alguns autores acreditam que podem ser precursores de MN (Dutra
et al., 2010).
Para Tolbert et al. (1992), a carcinogênese está relacionada à citotoxicidade
por meio da proliferação celular, sendo os agentes citotóxicos promotores da
carcinogênese. Enquanto que a genotoxicidade está mais relacionada à indução da
apoptose, promovendo a iniciação da carcinogênese. Em relação aos MN e às
anomalias metanucleares, Tolbert et al. (1992) consideram MN, binucleação, broken
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egg e cariorrexe indicadores de genotoxicidade; cariólise e cariorrexe de
citotoxicidade.
A binucleação trata-se de uma alteração provocada por interferências durante
a divisão celular. Os nuclear buds quando descritos pelos autores, tinham origem
incerta e eram denominados de Broken eggs , porém atualmente, parecem ser
formados devido à expulsão do DNA amplificado do núcleo principal (Dutra et al.,
2010). A cariólise está associada à resposta adaptativa frente a lesões celulares e
pode ser reflexo de danos grosseiros à célula levando à morte celular por necrose. O
mesmo é observado na cariorrexe, porém, neste tipo de anomalia pode ser
observada morte celular em estágios mais iniciais caracterizada por apoptose. A
radiação ionizante e substâncias químicas se relacionam com o DNA das células,
podendo estimular apoptose. A apoptose em níveis normais pode exercer proteção
por eliminar células com alterações genéticas, porém em excesso é um importante
indicador de agressão genotóxica.
Figura 1 - Esquema ilustrativo dos danos celulares provenientes da exposição à
agentes genotóxicos e citotóxicos
Fonte: Adaptado de Tolbert et al. (1992).