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Levantamento de artrópodes em serrapilheira, Notas de estudo de Biomedicina

levantamento de artrópodes em serrapilheira

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 07/03/2012

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eduardo-valadares-9 🇧🇷

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LEVANTAMENTO DE ARTR ´
OPODES ASSOCIADOS A SERAPILHEIRA DURANTE
UM PER´
IODO DE ESTIAGEM EM UM REMANESCENTE FLORESTAL EM AUGUSTO
PESTANA (RS BRASIL).
L.F. Diel1
A.A. Schock1; L.I, Jacobosky1; T.W. Soardi1; S.D.O. Estulano1; R.D. Moura1; G.B. Teixeira1.
1 - Universidade Regional do Noroeste do Estado, Departamento de Biologia e Qu´ımica, Rua do Comercio 3000, Bairro
Universit´ario, 98700 - 000, Rio Grande do Sul, Brasil.Telefone: 55 3332 - 0477-leonardo.diel@unijui.edu.br
INTRODUC¸ ˜
AO
A serapilheira ´e composta por restos de mat´eria orgˆanica,
principalmente de origem vegetal, em diferentes est´agios de
decomposi¸ao que encontram - se como camada superficial
de solos de ecossistemas terrestres (Begon et al., ,2007).
Essa camada orgˆanica ´e considerada um dos componentes
importantes na ciclagem de nutrientes em ecossistemas flo-
restais tropicais. O ac´umulo de serapilheira depende de fa-
tores como a produtividade prim´aria da comunidade vegetal
e outras propriedades do meio ambiente e suas altera¸oes,
como por exemplo, o clima, tendo neste a pluviosidade como
um dos principais componentes (Santos, 2000).
A serapilheira abriga uma enorme diversidade de artr´opodes
nos tr´opicos (Atkin & Proctor, 1988). O numero de
artr´opodes do solo e da serapilheira e geralmente cinco vezes
maior do que o encontrado nas copas das arvores de uma
floresta (May, 1990 apud Correia 2002) A fauna associada a
serapilheira ´e classificada por tamanho em trˆes grupos: mi-
crofauna, mesofauna e macrofauna (Swift et al., 979). Esta
fauna exerce papel fundamental na fragmenta¸ao do mate-
rial vegetal e na regula¸ao indireta dos processo biol´ogicos
do solo, atrav´es de diferentes n´ıveis de intera¸oes com os
microorganismos. Apesar destes organismos apresentarem
uma similaridade funcional, observam - se diferen¸cas com
rela¸ao aos limites de tolerˆancia ambiental requerimentos
fisiol´ogicos e preferˆencias de micro - habitat (Perry et al.,
989). A composi¸ao e a estrutura das comunidades de
artr´opodes de serapilheira ao influenciadas por condi¸oes
ambientais como umidade, o tipo de forma¸ao vegetal, a
massa e a profundidade da serapilheira e a diversidade de
micro - abitats (Menezes et al., . 2002).
O nicho ´e formado pelas varias dimens˜oes necess´arias para
a sobrevivˆencia de um ser. Dimens˜oes estas que podem
ser: condi¸oes (umidade, temperatura, pH e luminosidade)
ou recursos (alimento, ´agua). Eles interagem formando os
limites, onde tal ser poder´a viver, crescer e se reproduzir.
Considera - se um nicho como um hipervolume n - dimen-
sional em que n ´e o numero de dimens˜oes que o constituem
(Begon et al., ,2007).
Desta forma a falta ou excesso de condi¸oes e recursos, como
por exemplo, a falta de chuva e por conseq¨encia de umi-
dade da serapilheira, pode afetar de formas diferentes os
grupos que constituem sua fauna.
OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho ´e levantar as ordens de artr´opodes
presentes na serapilheira de um remanescente florestal du-
rante um per´ıo do de estiagem.
MATERIAL E M´
ETODOS
O trabalho foi realizado em uma ´area de remanescente flo-
restal de 78 a localizada no Instituto Regional de Desen-
volvimento Rural-IRDER, no munic´ıpio de Augusto Pes-
tana (RS) (28
º
26’ 30, 26’ S, 54
º
00’ 58, 31 W) . A coleta
foi realizada entre os dias 17 a 19 de abril de 2009. Para
amostragem de artr´opodes foram selecionados 5 pontos lo-
calizados a 20 metros da borda, e outros 5 pontos localiza-
dos a 150 metros da borda (centro). Em cada ponto foram
delimitados 2 quadrantes distantes 1 metro um do outro,
medindo 0,5m x 0,5m, medidos com o aux´ılio de uma trena
e fixados com estacas de madeira e barbante. Dentro de
cada parcela observada a umidade presente nas folhas e no
solo. Toda a mat´eria orgˆanica presente nesta parcela foi
removida manualmente e acondicionada em sacos pl´asticos,
numerados conforme o local de coleta. O material coletado
foi colocado em bandejas pl´asticas e a triagem foi feita pelo
etodo de observa¸ao visual, com esfor¸co amostral de 45
minutos por saco. Os indiv´ıduos foram colocados em vidros
e fixados em ´alcool 70%. No laborat´orio foram identificados
com auxilio de estereomicrosc´opio e classificados por ordem.
An´alises estat´ısticas foram feitas a partir do software Bioe-
stat 5.0 (Ayres et al., 2007). O ´ındice de similaridade Jac-
card foi utilizado para avaliar o grau de semelhan¸ca da
Anais do IX Congresso de Ecologia do Brasil, 13 a 17 de Setembro de 2009, ao Louren¸co - MG 1
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LEVANTAMENTO DE ARTR ´OPODES ASSOCIADOS A SERAPILHEIRA DURANTE

UM PER´IODO DE ESTIAGEM EM UM REMANESCENTE FLORESTAL EM AUGUSTO

PESTANA (RS BRASIL).

L.F. Diel^1

A.A. Schock^1 ; L.I, Jacobosky^1 ; T.W. Soardi^1 ; S.D.O. Estulano^1 ; R.D. Moura^1 ; G.B. Teixeira^1.

1 - Universidade Regional do Noroeste do Estado, Departamento de Biologia e Qu´ımica, Rua do Comercio 3000, Bairro Universit´ario, 98700 - 000, Rio Grande do Sul, Brasil.Telefone: 55 3332 - 0477-leonardo.diel@unijui.edu.br

INTRODUC¸ ˜AO

A serapilheira ´e composta por restos de mat´eria orgˆanica, principalmente de origem vegetal, em diferentes est´agios de decomposi¸c˜ao que encontram - se como camada superficial de solos de ecossistemas terrestres (Begon et al., ,2007). Essa camada orgˆanica ´e considerada um dos componentes importantes na ciclagem de nutrientes em ecossistemas flo- restais tropicais. O ac´umulo de serapilheira depende de fa- tores como a produtividade prim´aria da comunidade vegetal e outras propriedades do meio ambiente e suas altera¸c˜oes, como por exemplo, o clima, tendo neste a pluviosidade como um dos principais componentes (Santos, 2000). A serapilheira abriga uma enorme diversidade de artr´opodes nos tr´opicos (Atkin & Proctor, 1988). O numero de artr´opodes do solo e da serapilheira e geralmente cinco vezes maior do que o encontrado nas copas das arvores de uma floresta (May, 1990 apud Correia 2002) A fauna associada a serapilheira ´e classificada por tamanho em trˆes grupos: mi- crofauna, mesofauna e macrofauna (Swift et al., 979). Esta fauna exerce papel fundamental na fragmenta¸c˜ao do mate- rial vegetal e na regula¸c˜ao indireta dos processo biol´ogicos do solo, atrav´es de diferentes n´ıveis de intera¸c˜oes com os microorganismos. Apesar destes organismos apresentarem uma similaridade funcional, observam - se diferen¸cas com rela¸c˜ao aos limites de tolerˆancia ambiental requerimentos fisiol´ogicos e preferˆencias de micro - habitat (Perry et al., 989). A composi¸c˜ao e a estrutura das comunidades de artr´opodes de serapilheira s˜ao influenciadas por condi¸c˜oes ambientais como umidade, o tipo de forma¸c˜ao vegetal, a massa e a profundidade da serapilheira e a diversidade de micro - h´abitats (Menezes et al.,. 2002). O nicho ´e formado pelas varias dimens˜oes necess´arias para a sobrevivˆencia de um ser. Dimens˜oes estas que podem ser: condi¸c˜oes (umidade, temperatura, pH e luminosidade) ou recursos (alimento, ´agua). Eles interagem formando os limites, onde tal ser poder´a viver, crescer e se reproduzir. Considera - se um nicho como um hipervolume n - dimen- sional em que n ´e o numero de dimens˜oes que o constituem

(Begon et al., ,2007). Desta forma a falta ou excesso de condi¸c˜oes e recursos, como por exemplo, a falta de chuva e por conseq¨uˆencia de umi- dade da serapilheira, pode afetar de formas diferentes os grupos que constituem sua fauna.

OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho ´e levantar as ordens de artr´opodes presentes na serapilheira de um remanescente florestal du- rante um per´ıodo de estiagem.

MATERIAL E M ´ETODOS

O trabalho foi realizado em uma ´area de remanescente flo- restal de 78 h´a localizada no Instituto Regional de Desen- volvimento Rural-IRDER, no munic´ıpio de Augusto Pes- tana (RS) (28º 26’ 30, 26’ S, 54º 00’ 58, 31 W). A coleta foi realizada entre os dias 17 a 19 de abril de 2009. Para amostragem de artr´opodes foram selecionados 5 pontos lo- calizados a 20 metros da borda, e outros 5 pontos localiza- dos a 150 metros da borda (centro). Em cada ponto foram delimitados 2 quadrantes distantes 1 metro um do outro, medindo 0,5m x 0,5m, medidos com o aux´ılio de uma trena e fixados com estacas de madeira e barbante. Dentro de cada parcela observada a umidade presente nas folhas e no solo. Toda a mat´eria orgˆanica presente nesta parcela foi removida manualmente e acondicionada em sacos pl´asticos, numerados conforme o local de coleta. O material coletado foi colocado em bandejas pl´asticas e a triagem foi feita pelo m´etodo de observa¸c˜ao visual, com esfor¸co amostral de 45 minutos por saco. Os indiv´ıduos foram colocados em vidros e fixados em ´alcool 70%. No laborat´orio foram identificados com auxilio de estereomicrosc´opio e classificados por ordem. An´alises estat´ısticas foram feitas a partir do software Bioe- stat 5.0 (Ayres et al., 2007). O ´ındice de similaridade Jac- card foi utilizado para avaliar o grau de semelhan¸ca da

composi¸c˜ao de esp´ecies entre as ´areas. A diversidade das esp´ecies entre os ambientes de borda e centro foi avali- ada pelo ´ındice de Shannon - Wiener. Os dados clima- tol´ogicos de pluviosidade, e temperatura foram fornecidos pela esta¸c˜ao climatol´ogica localizada no pr´oprio IRDER.

RESULTADOS

Foram coletados um total de 353 indiv´ıduos, pertencentes a 15 ordens, destas uma era exclusiva da borda e cinco exclusi- vas do centro, do total de indiv´ıduos, 188 foram encontrados na borda e 165 no centro. As ordens mais representativas na borda foram: Araneae (70,74%) seguido por Hymenoptera (23,40%) e Cole´optera (4,25%). No centro foram Araneae (36,36%) seguidos por Hymenoptera (33,93%) e D´ıptera (10,90%). Os indiv´ıduos encontrados pertenciam ao grupo da macrofauna, seres que apresentam largura corporal de 2 a 20 mm como: opili˜oes, is´opodes, d´ıpteros cole´opteros, arane´ıdeos e moluscos. (Begon et al., 2007, Correia 2002). O ´ındice de similaridade Jaccard em rela¸c˜ao a composi¸c˜ao de esp´ecies entre borda e centro foi de 6,66%, apresentando assim, um baixo grau de similaridade na composi¸c˜ao de esp´ecies entre as ´areas. Com rela¸c˜aoa diversidade, o ´ındice de diversidade de Shannon - Wiener foi maior no centro (H’ = 0,7380) do que na borda (H’ = 0,5549), apresentando uma diferen¸ca pouco significativa, entre os ambientes de borda e centro (d = 0,1831). O n´umero de ordens, sendo que das 15 encontradas seis es- tavam representadas por apenas um indiv´ıduo, e tamb´em o total de artr´opodes coletados foi baixo. Sendo que os gru- pos mais representativos como Araneae e Hymenoptera n˜ao est˜ao diretamente associados com a decomposi¸c˜ao da ser- apilheira, utilizando, esta apenas como abrigo, sitio de re- produ¸c˜ao ou para forragear. A maior diversidade no centro j´a era esperada, pois uma maior diversidade estrutural do ambiente implica em uma maior diversidade de esp´ecies (Pi- anka 1983). O centro da mata apresenta melhores condi¸c˜oes como variedade e disponibilidade de compostos orgˆanicos na serapilheira, microclima mais est´avel maior sombreamento e umidade favorecendo esp´ecies menos tolerantes (Vallejo et al., 987). A baixa captura, de animais associados ao grupo da meso- fauna, como ´acaros (11 indiv´ıduos), colˆembolos e enquitrei- deos (nenhum representante) n˜ao era esperada. Segundo Heisler 1989. Oribatei (Acari: Cryptostgmata) e os Collem- bola s˜ao os dois grupos mais abundantes em esp´ecies e in- div´ıduos da fauna ed´afica. Por mais que os colˆembolos s˜ao os menos indicados `a coleta por busca visual, devido a ca- pacidade de fuga imediata pelo salto (Borror 1981 apud Ferreira et al., 1998), acreditamos que n˜ao foi este o mo- tivo da ausˆencia, pois, n˜ao foram observados indiv´ıduos, nas amostras de serapilheira coletada. O baixo numero de animais coletado, pode ser uma con- seq¨uˆencia da falta de umidade da serapilheira, que em am- bos os pontos de coleta, estava visualmente seca, pouca agregada, em raz˜ao da escassez de chuva. Nos 30 dias que antecederam a coleta a precipita¸c˜ao acumulada foi de 8,4mm e a temperatura media no per´ıodo foi de 22ºC, o que provavelmente provocou um desequil´ıbrio entre a en- trada de ´agua no sistema e a perda desta por evapora¸c˜ao.

Esta falta de ´agua torna a serapilheira in´ospita para al- gumas esp´ecies. A escassez de umidade pode restringir os processos metab´olicos e aumentado a taxa de mortalidade em ordens mais sens´ıveis (Rovedder et al., 2001). A fauna ed´afica responde de forma variada a altera¸c˜oes nos n´ıveis de umidade da serapilheira, apenas as esp´ecies mais tolerantes a seca sobreviver˜ao. Isso pode afetar diretamente as teias alimentares do solo. A teia alimentar decompositora tem um papel fundamental em modificar a disponibilidade de nutrientes para as plantas (Wardle 1999).

CONCLUS ˜AO

A baixa representatividade de microartr´opodes represen- tantes do grupo da mesofauna, pode estar relacionado a baixa umidade presente no seu habitat. Mudan¸cas clim´aticas afetam diretamente a diversidade de artr´opodes associados a serapilheira, podendo levar a um desequil´ıbrio em todo o sistema decompositor. E com isso modificar toda a ciclagem de nutrientes causando uma estagna¸c˜ao na de- composi¸c˜ao da serapilheira. Os autores agradecem a A.C. Escaio, pelos coment´arios e sugest˜oes para realiza¸c˜ao deste trabalho.

REFER ˆENCIAS

Atkin, L. & J. Proctor. 1988. Invertebrates in the litter and soil on Volc´an Barva, Costa Rica. J. Trop. Eco., 4: 307 - 310. Ayres, M.M;. Ayres Jr. D.L. Ayres, A.A.. Santos.

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Pianka, E.R. 1983. Evolutionary ecology 3rd edition. Harper eRow, New York. Rovedder, A.P; Spagnollo, E.; Venturini, S.; Antoniolli, I. 2001. Abundˆancia e diver- sidade de artr´opodes nos solos aren´ıticos da regi˜ao