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Palavras-chave: Letramento literário, Leitura literária, Educação literária, Oficina de leitura. 1. LETRAMENTOS. De todas as competências culturais, ler é, ...
Tipologia: Slides
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Faculdade de Ciências e Tecnologia – Departamento de Educação – UNESP / Presidente Prudente
Cefor da Câmara dos Deputados / Brasília Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita – Faculdade de Educação – UFMG Resumo: Considerando que a escrita acompanha a vida das pessoas do começo ao fim, as práticas sociais que articulam a leitura e a produção de textos em contextos diversificados são denominadas letramento. Entre esses contextos, a literatura ocupa uma posição privilegiada porque conduz ao domínio da palavra a partir dela mes- ma. Por força dessa característica, o letramento literário requer da escola um tratamento diferenciado que enfati- ze a experiência da literatura. Uma forma de proporcionar tal experiência pode ser efetivada por meio de oficinas de leitura, as quais buscam desenvolver a competência leitora dos alunos por meio de estratégias específicas. Palavras-chave: Letramento literário, Leitura literária, Educação literária, Oficina de leitura.
CONTEÚDO E DIDÁTICA DE ALFABETIZAÇÃOL cantamos foram antes escritas. Tiramos carteira de motorista e precisamos conhecer as leis que estão escritas. Namoramos e trocamos as cartas pelos e-mails e torpedos para falar de amor com suas palavras truncadas. Casamos e temos filhos, assinamos contratos, seguimos instruções e lemos o jornal de domingo. A vida é, a todo momento, permeada pela escrita. Para entendermos como a escrita atravessa a nossa existência das mais variadas maneiras, criamos o termo letramento, ou seja, designamos por letramento os usos que fazemos da escrita em nossa sociedade. Dessa forma, letramento significa bem mais do que o saber ler e escrever. Ele responde também pelos conhecimentos que veiculamos pela escrita, pelos mo- dos como usamos a escrita para nos comunicar e nos relacionar com as outras pessoas, pela maneira como a escrita é usada para dizer e dar forma ao mundo, tudo isso de maneira bem específica. Falando de uma maneira mais elaborada, letramento designa as práticas sociais da escrita que envolvem a capacidade e os conhecimentos, os processos de interação e as rela- ções de poder relativas ao uso da escrita em contextos e meios determinados (STREET, 2003). É porque as práticas sociais da escrita são diversificadas que, talvez, seja mais adequado falar de letramentos, assim no plural, para designar toda a extensão do fenômeno, ou mesmo de multi-letramentos, que procura abranger toda a complexidade dos meios de comunicação de que, hoje, dispomos (THE NEW LONDON GROUP, 1996). Vem dessa compreensão da pluralidade do letramento a extensão do significado da palavra para todo processo de constru- ção de sentido, tal qual encontramos em expressões como letramento digital, letramento in- formacional, letramento visual, letramento financeiro, letramento midiático ou em expressão concorrente a exemplo do “numeramento”, usado para designar o processo de construção de sentido feito com os números e não as palavras.
CONTEÚDO E DIDÁTICA DE ALFABETIZAÇÃOL (2008), quando lemos, os pensamentos preenchem nossa mente, fazemos conexões com o que já conhecemos ou, ainda, inferimos o que vai acontecer na história. São as conversas interiores com o texto que está sendo lido e o que passa pela nossa mente quando lemos que nos ajudam a criar um sentido. Assim, tornar visível o invisível, ou seja, fazer com que os alunos percebam o que vem em mente quando leem é função do professor. A sugestão é que ele estabeleça em sua rotina não só momentos de leitura individual, mas também espaços em que molde o ato de ler. Para tanto, um texto deve ser escolhido e sua leitura em voz alta iniciada com interrupções do próprio docente que, ao perceber uma habilidade de leitura, a comenta e a exemplifica aos alunos. De acordo com Pressley (2002), são sete as habilidades ou estratégias no ato de ler: conhe- cimento prévio, conexão, inferência, visualização, perguntas ao texto, sumarização e síntese. Claro que, ao ler, todas essas habilidades são colocadas em ação sem uma ordem específica, mas ao ensinar ao aluno tais mecanismos, o professor agirá didaticamente, explicando-os conforme surgem no decorrer da leitura do texto. O conhecimento prévio é considerado por vários autores como a estratégia “guarda-chu- va”, pois a todo momento o leitor ativa conhecimentos que já possui com relação ao que está sendo lido. Assim, antes de ler, as crianças geralmente acionam conhecimentos prévios que podem estar relacionados às ideias do texto. A atividade de acionar essas informações inter- fere diretamente na compreensão durante a leitura. Passar rapidamente os olhos pela história na pré-leitura, frequentemente, resulta na formulação de hipóteses baseadas no conhecimento prévio do leitor sobre o assunto tratado na narrativa e a forma como ele é abordado. Tais hi- póteses representam o começo da compreensão dos significados do texto e serão confirmadas durante a leitura do livro. A estratégia de conexão permite à criança ativar seu conhecimento prévio fazendo cone- xões com aquilo que está lendo. Assim, relembrar fatos importantes de sua vida, de outros textos lidos e de situações que ocorrem no mundo, em seu país ou sua cidade, ajuda a compre- ender melhor o texto em questão. Outra estratégia, a inferência, é compreendida como a conclusão ou interpretação de uma informação que não está explícita no texto, levando o leitor a entender as inúmeras facetas do que está lendo. Uma inferência é uma suposição ou uma oferta de informação que não está explícita no texto – algo como ler nas entrelinhas. Quase de maneira espontânea, realizamos a estratégia de visualização, pois ao ler, deixa- mos nos envolver por sentimentos, sensações e imagens, os quais permitem que as palavras do texto se tornem ilustrações em nossa mente. Essa estratégia é uma forma de inferência, por isso tanto a visualização, quanto a inferência propriamente devem ser trabalhadas de maneira bem próxima. Ao visualizarmos quando lemos, vamos criando imagens pessoais e isso man- tém nossa atenção permitindo que a leitura se torne significativa.
CONTEÚDO E DIDÁTICA DE ALFABETIZAÇÃOL Ensinar os alunos a fazerem perguntas ao texto também auxilia na compreensão da histó- ria. Essa estratégia ajuda as crianças a aprenderem com o texto, a perceberem as pistas dadas pela narrativa e, dessa maneira, facilita o raciocínio. Os alunos podem aprender a perguntar ao texto e essas questões podem ser respondidas no decorrer da leitura com base no texto ou com o conhecimento do próprio leitor. Já a habilidade da sumarização parte do pressuposto de que precisamos sintetizar aquilo que lemos, e para que isso seja possível é necessário aprender o que é essencial em um tex- to, ou seja, buscar a essência, separando-a do detalhe. Ao elencar aquilo que é importante na narrativa, o professor poderá mostrar ao aluno as ideias principais do texto, aumentando assim a chance de compreender melhor a história lida. Por fim, a estratégia de síntese significa mais do que resumir um texto, pois ao resumir anotamos as ideias principais de um parágrafo ou de um texto, parafraseando-o. A síntese ocorre quando articulamos o que lemos com nossas impressões pessoais, reconstruindo o próprio texto, elencando as informações essenciais e modelando-as com o nosso conheci- mento. Ao sintetizar, não relembramos apenas fatos importantes do texto, mas adicionamos novas informações a partir de nosso conhecimento prévio, alcançando uma compreensão maior do texto. Dessa forma, a primeira atividade da oficina de leitura são essas aulas introdutórias, em que o professor modela uma ou duas estratégias de compreensão do texto, para a seguir orientar a prática guiada. Segundo Girotto e Souza (2010), nessa etapa, professor e alunos praticam a estratégia juntos em um contexto de leitura partilhada, refletindo por meio do texto e construindo significados através da discussão. As crianças devem explicitar para os colegas as estratégias que estão sendo feitas no decorrer da leitura. Depois disso, os alunos tentam aplicar sozinhos as habilidades de leitura – leem indivi- dual e silenciosamente. Podem anotar seus pensamentos ao lado do texto ou em post-its e o docente, geralmente, conversa com as crianças sobre seus achados, suas questões ao texto. A última etapa das oficinas de leitura, como vemos no gráfico abaixo, é a avaliação e a conversa em grupo sobre o texto lido. Esse momento serve para o professor avaliar se os objetivos foram alcançados, a recepção de seus alunos e o envolvimento no ato de ler. De acordo com Girotto e Souza “[...] o professor precisa ainda retomar o processo de leitura a fim de verificar o quê, para quê, como e em que momento os alunos utilizaram a referida estratégia de leitura”. (2010, p. 63).
CONTEÚDO E DIDÁTICA DE ALFABETIZAÇÃOL Referências COSSON, Rildo. Letramento literário: educação para vida. Vida e Educação , Fortaleza, v. 10, p. 14-16, 2006a. COSSON, Rildo. Letramento literário : teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006b. GIROTTO, Cyntia; SOUZA, Renata. Estratégias de leitura: para ensinar alunos a compreenderem o que lêem. In: SOUZA, Renata (org.) Ler e compreender : estratégias de leitura. Campinas: Mercado de Letras, 2010. HARVEY, Stephanie; GOUVIS, Anne. Strategies that work: teaching comprehension for understanding and engagement. USA: IRA, 2008. PAULINO, Graça; COSSON, Rildo. Letramento literário: para viver a literatura dentro e fora da escola. In: ZILBERMAN, Regina; RÖSING, Tania (Orgs.). Escola e leitura : velha crise; novas alternativas. São Paulo: Global, 2009. PRESSLEY, Michael. Reading instruction that works : the case for balanced teaching. New York: Gilford, 2002. SOARES, Magda. A escolarização da literatura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA, Aracy Alves Martins et al (Orgs.). A escolarização da leitura literária : o jogo do livro infantil e juvenil. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. STREET, Brian. What’s “new” in New Literacy Studies? Critical approaches to literacy in theory and practice. Current issues in Comparative Education , [New York], v. 5, n. 2, p. 77-91, Columbia University, 2003.Disponível em: http://www.tc.columbia.edu/cice/Archives/5.2/52street.pdf. Acesso em: 28 jun. 2007. THE NEW LONDON GROUP. A pedagogy of multiliteracies: designing social futures. Harvard Educational Review , v. 66, n. 1, 1996. Disponível em: <http://wwwstatic.kern.org/filer/blogWrite44ManilaWebsite/paul/ articles/A_Pedagogy_of_Multiliteracies_Designing_Social_Futures.htm>. Acesso em: 10 mar. 2007. ISSN 0017-
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