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Lei de Gauss: Fluxo Elétrico e Superfícies Gaussianas, Manuais, Projetos, Pesquisas de Eletromagnetismo

Capítulo 2 do livro 'física universal' aborda a lei de gauss, que relaciona o fluxo elétrico através de uma superfície fechada com a carga elétrica dentro dela. O texto explica como a lei de gauss pode ser derivada da lei de coulomb e fornece exemplos simples de sua aplicação. Além disso, o texto discute materiais condutores e isolantes, e como a carga se acumula na superfície de condutores.

O que você vai aprender

  • Qual é a Lei de Gauss e como ela se relaciona com a Lei de Coulomb?
  • Qual é a diferença entre materiais condutores e isolantes?
  • Como se determina o campo elétrico em diferentes situações usando a Lei de Gauss?

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Copacabana
Copacabana 🇧🇷

4.4

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Cap´ıtulo 2
Lei de Gauss
2.1 Fluxo El´etrico
Figura 2.1: Fluxo de Econstante atrav´es
de A perpendicular. (Serway)
O fluxo ΦEde um campo vetorial ~
Econstante per-
pendicular a uma superf´ıcie A´e definido como
ΦE=EA (2.1)
Fluxo mede o quanto o campo atravessa a superf´ıcie.
Mede densidade de linhas de campo.
Figura 2.2: Fluxo de Econstante atrav´es
de A formando ˆangulo θ. (Serway)
O fluxo ΦEde ~
Econstante formando um ˆangulo θ
com A´e definido como
ΦE=EA cos θ=~
E·~
A(2.2)
Mede o quanto a componente perpendicular do
campo, i.e. Ecos θ, atravessa a superf´ıcie A. Ou,
similarmente, o quanto o campo Eatravessa a com-
ponente normal da ´area, i.e. Acos θ.
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Cap´ıtulo 2

Lei de Gauss

2.1 Fluxo El´etrico

Figura 2.1: Fluxo de E constante atrav´es de A perpendicular. (Serway)

  • O fluxo ΦE de um campo vetorial E~ constante per- pendicular a uma superf´ıcie A ´e definido como

ΦE = EA (2.1)

  • Fluxo mede o quanto o campo atravessa a superf´ıcie. Mede densidade de linhas de campo.

Figura 2.2: Fluxo de E constante atrav´es de A formando ˆangulo θ. (Serway)

  • O fluxo ΦE de E~ constante formando um ˆangulo θ com A ´e definido como

ΦE = EA cos θ = E~ · A~ (2.2)

  • Mede o quanto a componente perpendicular do campo, i.e. E cos θ, atravessa a superf´ıcie A. Ou, similarmente, o quanto o campo E atravessa a com- ponente normal da ´area, i.e. A cos θ.

22 CAP´ITULO 2. LEI DE GAUSS

Figura 2.3: Fluxo el´etrico atrav´es da su- perf´ıcie A. O fluxo ´e positivo, zero e nega- tivo nos pontos 1, 2 e 3 respectivamente, de acordo com o ˆangulo θ. (Serway)

  • Generalizando para um campo el´etrico qualquer e uma superf´ıcie qualquer, o fluxo el´etrico ΦAE atrav´es de A ´e definido como

ΦAE ≡

A

E^ ~ · d A~ (2.3)

onde d A~ ´e o vetor ´area perpendicular `a superf´ıcie. Novamente E~ · d A~ = E dA cos θ, onde θ ´e o ˆangulo entre E~ e d A~, conforme Fig. 2.

  • Para θ < 90 o, Φ > 0, fluxo saindo.
  • Para θ > 90 o, Φ < 0, fluxo entrando.
  • Para θ = 90o, Φ = 0, sem fluxo.

2.2 Lei de Gauss

A Lei de Gauss relaciona o fluxo el´etrico atrav´es de uma superf´ıcie fechada A com a carga el´etrica qin dentro da superf´ıcie

ΦAE ≡

A

E^ ~ · d A~ = qin ǫ 0

(Lei de Gauss) (2.4)

A Lei de Gauss ´e uma das Eqs. de Maxwell, i.e. ´e uma lei fundamental do eletromagnetismo. Vamos mostrar que a Lei de Coulomb para cargas pontuais implica a Lei de Gauss. Nos exemplos, ser´a trivial mostrar que a Lei de Gauss implica a Lei de Coulomb e, portanto, elas s˜ao equivalentes.

Figura 2.4: A Lei de Gauss ´e verificada para uma carga pontual usando a Lei de Cou- lomb. (Halliday)

Primeiramente, considere uma carga pontual como na Fig 2.4, cujo campo el´etrico a uma distˆancia r ´e dado pela Lei de Coulomb. Considere o fluxo ΦE atrav´es de uma superf´ıcie Gaussiana esf´erica de raio r e centro na carga. Por simetria E~ ´e paralelo a d A~, e temos

ΦE =

A

E^ ~ · d A~ =

A

E dA cos 0

= E

A

dA = EA

q 4 πǫ 0 r^2

(4πr^2 ) = q ǫ 0

Portanto a Lei de Gauss ´e obtida nesse caso. Considere agora o fluxo em uma superf´ıcie qualquer. O ponto crucial ´e que o fluxo atrav´es dessa superf´ıcie ´e igual ao fluxo atrav´es da superf´ıcie esf´erica.

24 CAP´ITULO 2. LEI DE GAUSS

Figura 2.8: Fluxo por uma superf´ıcie qualquer devido a uma carga pontual. O fluxo ´e igual ao fluxo atraves de uma superf´ıcie esf´erica interna `a superf´ıcie qualquer, i.e. Φ = q/ǫ 0 , implicando a Lei de Gauss. (Young)

2.3 Condutores e Isolantes

Materiais podem ser classificados de acordo com a facilidade com que as cargas negativas (el´etrons) se movem no interior deles. Materiais que permitem que cargas se movam livremente s˜ao chamados condutores e materias que n˜ao permitem tal movimento s˜ao chamados isolantes. Exemplos de condutores sao os metais em geral, o corpo humano, ´agua com ´acido, base ou sais. Exemplos de n˜ao-condutores incluem n˜ao-metais, borracha, pl´astico, vidro e ´agua pura. Semicondutores s˜ao intermedi´arios entre condutores e isolantes, como o silicon e germˆanio em chips de computadores. Supercondutores s˜ao condutores perfeitos. Carga em excesso em um condutor sempre se acumla na sua superf´ıcie. Para mostrar isso, considere uma superf´ıcie Gaussiana dentro do condutor. O campo no interior deve ser nulo

E^ ~ = 0 (2.7)

pois, se n˜ao fosse, as cargas estariam se movendo dentro do condutor, o que n˜ao ocorre, pois elas rapidamente entram em equil´ıbrio eletrost´atico. Para que o campo seja nulo, ´e preciso que n˜ao haja carga dentro da superf´ıcie Gaussiana. Segue que toda a carga se acumula na superf´ıcie do condutor.

2.4 Exemplos

A Lei de Gauss ´e ´util em situa¸c˜oes em que a simetria permite o uso de superf´ıcies gaussianas convenientes, que facilitam a determina¸c˜ao do campo el´etrico. A seguir, alguns exemplos simples.

2.4.1 Carga Pontual: Lei de Coulomb

Considere uma carga pontual e uma superf´ıcie Gaussiana esf´erica ao seu redor.

2.4. EXEMPLOS 25

Figura 2.9: Lei de Gauss para uma carga pontual reproduz a Lei de Coulomb. (Halliday)

Por simetria E~ ´e paralelo a d A~, e temos que

A

E^ ~ · d A~ =

A

E dA cos 0

= E

A

dA = EA

= E(4πr^2 )

q ǫ 0

o que implica

E =

q 4 πǫ 0 r^2

Ou seja, a Lei de Gauss reproduz a Lei de Coulomb, provando que elas s˜ao equivalentes.

2.4.2 Casca Esf´erica e Esfera S´olida

Com a Lei de Gauss, ´e trivial obter os teoremas de Newton sem calcular integrais. A ´unica coisa relevante ´e a carga interna `a superf´ıcie gaussiana. Para pontos fora da casca, uma superf´ıcie gaussiana esf´erica permite concluir que o campo da casca esf´erica ´e o mesmo de uma carga no seu centro. O mesmo vale para a esfera s´olida. J´a para pontos no interior da casca, como n˜ao h´a cargas dentro da superf´ıcie gaussiana, o campo ´e zero. Para a esfera s´olida, somente a carga interior contribui, e o campo cresce linearmente.

2.4.3 Linha de Carga Infinita

Figura 2.10: Lei de Gauss para uma linha carregada infinita. (Halliday)

Considere uma linha de carga infinita, como na Fig 2.10. Nesse caso, o problema tem simetria cil´ındrica, j´a que todos os pontos a uma distˆancia r da linha de carga s˜ao equivalentes. Considerando a superf´ıcie gaussiana mostrada na figura e aplicando a Lei de Gauss, temos ∮

A

E^ ~ · d A~ =

A

E dA = E

A

dA = EA

= E [(2πr)h]

q ǫ 0 = λh ǫ 0

Portanto

E =

λ 2 πǫ 0 r

Note que esse ´e o mesmo resultado que obtivemos integrando o campo el´etrico na linha infinita. Note ainda que a resposta n˜ao depende da altura h da superf´ıcie gaussiana, pois essa aparece tanto no fluxo quanto na carga e ´e cancelada.