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Este texto apresenta a lectio divina do xxxi domingo do tempo comum (ano a), que aborda a leitura do evangelho de mateus (23, 1-12) e oferece uma reflexão sobre os fariseus. O texto contextualiza a passagem bíblica, analisa a opinião de jesus sobre eles e reflete sobre as implicações para a comunidade cristã.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
querer fazer a vontade de Deus. Podemos rezar, por exemplo, a oração: «Vinde, Espírito Santo,
- Enviai, Senhor, o vosso Espírito,
2) Leitura da Palavra de Deus: XXXI Domingo do Tempo Comum – (Mt 23, 1-12)
3) Meditar a Palavra de Deus:
Ambiente
O Evangelho deste domingo coloca-nos, mais uma vez, em Jerusalém, nos últimos dias antes da paixão e morte de Jesus. É nesses dias que se desenrola o confronto final entre Jesus e o judaísmo. Os líderes da nação judaica, escudados nas suas certezas, convicções e preconceitos, continuam a recusar a proposta do Reino e a preparar o processo contra Jesus. A passagem que hoje nos é proposta é a introdução a um extenso discurso de condenação, que Jesus pronuncia contra os líderes religiosos de Israel (cf. Mt 23,13-36). É neste discurso que aparecem os sete famosos "ai de vós, escribas e fariseus…". Para Mateus, o discurso é a resposta de Jesus à intransigência dos judeus em acolher as propostas de Deus. Ao longo do discurso, Mateus põe na boca de Jesus uma apreciação extremamente negativa dos escribas (especialistas da Escritura, muitos dos quais eram fariseus) e dos fariseus. É preciso dizer, no entanto, que este retracto dos fariseus não é totalmente justo… No geral, os fariseus eram crentes entusiastas, que procuravam conhecer e se esforçavam por cumprir escrupulosamente a Lei de Moisés. Estavam presentes em todos os passos da vida religiosa dos israelitas e procuravam instilar no Povo o respeito pela Lei, a fim de que Israel fosse, cada vez mais, um Povo santo, dedicado a Jahwéh e vivendo na órbita de Jahwéh.
Tratava-se de um grupo sério, bem intencionado, verdadeiramente empenhado na santificação da comunidade israelita. No entanto, o seu fundamentalismo em relação à Lei foi, algumas vezes, criticado por Jesus. Ao afirmarem a superioridade da Lei, desprezavam muitas vezes o Homem e criavam no Povo um sentimento de pecado e de indignidade que oprimia as consciências… Dando demasiado relevo à Lei, esqueciam o essencial - o amor e a misericórdia. E ao considerarem-se a si próprios os "puros" que viviam de acordo com a Lei, desprezavam o "'am aretz" (o "povo do país") que, por causa da ignorância e da dura vida que levava, não podia cumprir integralmente os preceitos da Lei. A opinião que Jesus fazia dos fariseus seria tão dura como a que este texto nos apresenta? Provavelmente não. É preciso recordar que o Evangelho segundo Mateus apareceu na parte final do séc. I (década de 80), quando os fariseus eram a corrente dominante no judaísmo e apareciam como o rosto polémico desse adversário judaico com que os cristãos todos os dias se confrontavam. Este texto deve estar marcado por essa perspetiva. Talvez mais do que transmitir a opinião de Jesus sobre os fariseus, apresenta a imagem que os cristãos dos finais do primeiro século tinham do judaísmo e dos seus líderes.
Mensagem O nosso texto divide-se em duas partes. Na primeira, Jesus traça um retracto dos fariseus (vers. 1-7); na segunda, Jesus deixa alguns conselhos aos discípulos para que não se transformem também em "fariseus" (vers. 8-12). Como são, então, os fariseus? Deles diz-se, em primeiro lugar, que se sentam na cadeira de Moisés (vers. 2). A expressão refere-se à autoridade exclusiva que os fariseus a si próprios se atribuíam para interpretar a Lei de Moisés (é preciso dizer, no entanto, que a acusação quadra melhor com os fariseus da época de Mateus, do que com os fariseus da época de Jesus: na época de Mateus - no judaísmo pós-destruição de Jerusalém - os fariseus já eram a corrente dominante e funcionavam como a autoridade exclusiva na interpretação e na aplicação da Lei, facto que não acontecia na época de Jesus). Eles são acusados aqui de se terem apropriado da Palavra de Deus e de a terem desvirtuado com regras, normas, obrigações interpretações legalistas e casuísticas que, em lugar de favorecerem o encontro do homem com Deus, só serviram para afastar cada vez mais os dois parceiros da Aliança. Deles diz-se, em segundo lugar, que são incoerentes (vers. 3). "Dizem e não fazem". O seu comportamento não é coerente com as suas palavras e os seus ensinamentos. Os cristãos são convidados a escutar os seus ensinamentos - coisa que muitos cristãos de origem judaica faziam - mas a não imitar o seu exemplo. Deles diz-se, em terceiro lugar, que carregam os homens com fardos pesados e insuportáveis (vers. 4). Na verdade, as exigências dos fariseus tornavam impossível a vida dos crentes, tantas eram as leis, as obrigações, as proibições que eles faziam derivar da Lei. A impossibilidade de conhecer e de cumprir todo esse imenso arsenal legal, criava nos crentes uma consciência de impureza e de pecado
De acordo com a nossa sensibilidade e a nossa experiência de todos os dias, quem tem razão? ♦ A Igreja, testemunha do Reino e dos valores propostos por Jesus, tem de ser uma comunidade de irmãos que vivem no amor. Nela, não podem ser determinantes os títulos, os lugares de honra, os privilégios, a importância hierárquica… Na comunidade cristã, a única coisa determinante é o serviço simples e humilde que se presta aos irmãos. Na prática, é assim que as coisas se passam? Que valor tem, na Igreja, os títulos, as posições hierárquicas, a visibilidade, os cargos, os privilégios, os lugares de honra? Tudo isso não poderá contribuir decisivamente para criar divisões que afetam a fraternidade e que negam os princípios sobre os quais se constrói o Reino? Quando a vida das nossas comunidades cristãs é marcada por lutas pelo poder, conflitos, ciúmes, a comunidade está a avançar em direção à fraternidade e ao amor? ♦ Mateus, ao apresentar-nos essa poderosa invetiva contra os "fariseus", está a avisar os crentes contra a perpetuação de um "farisaísmo" que destrói a comunidade. Está a sugerir que quando alguém se arroga o direito divino de se instalar na cadeira do poder e se constitui como único e decisivo critério de verdade, pode facilmente substituir o Evangelho pelas suas próprias normas, pelas suas próprias leis, pelos seus próprios esquemas e visões de Deus e do mundo. ♦ Mateus, ao escalpelizar a incoerência dos "fariseus", está a avisar-nos contra a tentação de mostrarmos o que não somos, de vendermos uma imagem "corrigida e aumentada" de nós próprios para obtermos o aplauso e admiração dos outros, de vivermos para as aparências e não para o compromisso simples e humilde com o Evangelho… É que a mentira e a incoerência destroem a paz do nosso coração, roubam-nos a alegria e a serenidade, comprometem o nosso testemunho, minam a comunidade e põem em causa os fundamentos do Reino. ♦ Mateus, ao denunciar a tendência dos "fariseus" para impor aos outros pesos insuportáveis, está a avisar-nos contra a tentação de inventar exigências e obrigações, mandamentos e leis que criam escravidão, que oprimem as consciências, que metem medo, que impedem os filhos de Deus de viverem livres e felizes. Isso acontece na Igreja de que fazemos parte? As cargas com que, às vezes, carregamos os homens e mulheres nossos irmãos, serão sempre consequência da radicalidade do Evangelho?
4) Rezar a Palavra de Deus.
5) Contemplar a Palavra.
6) Conservar a Palavra de Deus na vida.