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Um trabalho de conclusão de curso sobre a importância da liderança na gestão escolar. O autor reflete sobre conceitos relacionados à gestão escolar, liderança e qualidade educacional, utilizando fontes da revista gestão escolar. O texto aborda a importância de uma gestão efetivamente democrática, liderança compartilhada e coliderança, e o papel do gestor na formação dos docentes e demais funcionários. O autor também destaca a necessidade de um gestor ciente de seu papel de líder para garantir o sucesso da escola.
Tipologia: Resumos
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Exercício da liderança para a condução do trabalho em equipe
São Leopoldo 2018
Exercício da liderança para a condução do trabalho em equipe
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão e Supervisão Escolar, pelo Curso de Especialização em Gestão e Supervisão Escolar: desafios do trabalho coletivo na escola da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS Orientadora: Profa. Esp. Ana Paula S. Souza
São Leopoldo 2018
“A escola é o que dela fazem seus profissionais e estes são aquilo que a escola orienta que sejam” (LÜCK, 2012, p. 45).
O presente trabalho de conclusão de curso surgiu a partir de motivações de pesquisa baseadas em minha trajetória pessoal e profissional. Meus caminhos profissionais sempre estiveram relacionados à escola, e pensar esta instituição, desde então, tem sido recorrente. Cursando uma Pós-Graduação na área de gestão e supervisão escolar, evidencia-se meu anseio sobre refletir as práticas de gestão. Ciente das diferentes atribuições de um gestor escolar, este trabalho enfoca questões de liderança para a prática eficaz desse profissional, compreendendo sua relevante função de mobilizador. Para tanto, este trabalho busca através de levantamento bibliográfico e excertos de matérias de capa veiculas entre os anos de 2015 e 2017 da revista gestão Escolar, de caráter ilustrativo, responder a pergunta de pesquisa: ‘qual a importância da liderança na gestão das escolas?’. A reflexão e o levantamento bibliográfico apontam para a necessidade de investir em ações efetivas de gestão democrática como forma de assegurar o envolvimento e participação de toda a equipe e comunidade escolar, gerando assim uma motivação comum. Sendo a liderança uma postura de influência e estimulação, o gestor dotado dessas características, impulsiona sua esquipe na busca pela garantia de uma escola de qualidade, que promova uma aprendizagem legítima. Refletir sobre os impactos da gestão escolar para o funcionamento da escola é exercício fundamental para o profissional efetivamente preocupado com o sucesso da escola. Este é um tema que merece ênfase nos cursos de formação de gestores e até mesmo nas licenciaturas, visto que os docentes também executam funções de liderança, além de destaque nos discursos sobre a qualidade da escola e da educação.
Palavras-chave: Gestão. Gestão Democrática. Liderança. Participação. Mobilização.
Pensar sobre os desafios atuais da educação nos remete a uma reflexão sobre a escola, suas práticas e objetivos. A aprendizagem é a razão de existir da escola e todos os seus processos devem estar em consonância para a efetivação da aprendizagem dos alunos. O funcionamento de uma escola depende do envolvimento e comprometimento de todos os envolvidos. Funcionários da limpeza, cozinha, segurança, área administrativa, docentes, todos são elementos fundamentais para a garantia do cumprimento daquilo a qual a escola se propõe: a qualidade no processo de ensino e aprendizagem. Essa qualidade é conceituada de diferentes formas, conforme as particularidades de cada instituição. Esse conceito, assim como o caminho pelo qual a escola pretende percorrer para atingir sua finalidade deve estar descrito no Projeto Político Pedagógico. Assim como em quaisquer instituições, a escola é uma organização, na qual se dedicam ao seu funcionamento diferentes pessoas, com atribuições específicas. Para conduzir o processo se faz necessária a presença de um gestor, nesse caso, o gestor escolar, juntamente com uma equipe – vice, supervisor e orientador escolar – conforme as necessidades e organização de cada escola/mantenedora. A esse gestor é atribuído o papel de promover e acompanhar o trabalho diário da escola, zelando pela qualidade e eficácia, essencialmente, do processo de ensino e aprendizagem. Suas demandas são variadas, e não é uma tarefa fácil. Faz-se necessário o conhecimento de diferentes áreas de trabalho, preparo para executar atividades financeiras, domínio de legislações e discernimento para aplicar os investimentos na escola. Além disso, os desafios diários requerem do gestor postura desacomodada e perspicaz para atender as demandas locais, da comunidade, da equipe de trabalho e de sua mantenedora. Para além dessas questões, um ponto que merece destaque na função de gestão escolar é a importância do desenvolvimento de liderança para o bom andamento das atividades. A aprendizagem, dentro de uma escola, ocorre pela ação de diferentes pessoas. São vários os fatores que contribuem para a aprendizagem dos alunos e o envolvimento de cada membro da equipe de trabalho é essencial para o efetivo desempenho de suas atividades. Sendo assim, o gestor tem o desafio de que, com liderança, possa organizar sua equipe de trabalho de tal forma que mobilize o trabalho conjunto e participativo, utilizando-se de medidas da gestão
democrática para garantir o envolvimento de todos no sentido de colaboração e comprometimento. Com levantamento bibliográfico, o presente trabalho de conclusão de curso busca responder ‘qual a importância da liderança na gestão das escolas?’, discorrendo e refletindo sobre aspectos cotidianos da escola. O capítulo 1 intitulado Sobre a Pesquisa , aborda os elementos e considerações da minha vida profissional que me motivaram a levantar inquietações de pesquisa. Ainda neste capítulo é descrita a metodologia de pesquisa e os caminhos escolhidos para subsidiar as reflexões sobre liderança e gestão escolar; No capítulo 2 – Liderança e gestão: foco na qualidade escolar – aponta conceitos sobre gestão escolar, gestão democrática, Projeto Político Pedagógico e liderança, a fim de contribuir para a reflexão posterior sobre práticas de liderança, utilizadas pelo gestor escolar; Denominado como Revista Gestão Escolar: as repercussões da liderança no funcionamento da escola, o capítulo 3 apresenta excertos de matérias de capa da revista Gestão Escolar veiculadas entre os anos de 2015 e 2017, como fonte ilustrativa para reflexões sobre a prática de gestão escolar sob a ótica da liderança. No capítulo 4 – Liderança na prática: os desafios da gestão – exponho ponderações sobre os desafios de uma gestão efetivamente comprometida com sua influência e liderança perante uma equipe. Por fim, apresento as considerações finais deste estudo, assim como a relevância do tema para as discussões atuais sobre educação.
Universidade, optei por cursar Técnico em Administração na mesma instituição onde conclui o Ensino Médio. Estar estudando no turno da noite, em que as demandas eram menores e o volume de pessoas também, trouxe-me uma visão um pouco mais pessimista sobre a escola. Discursos insatisfeitos dos professores sobre os investimentos da equipe e a baixa procura pelo Ensino Técnico, alarmaram-me sobre uma possível crise camuflada e problemáticas nas relações entre gestão e docentes. E foi ainda cursando o Ensino Técnico, que recebi minha primeira oportunidade de emprego, um estágio voluntário nesta mesma instituição escolar, no setor da biblioteca. Foi a partir de então que minha postura e percepção da escola passou de espectador para ator. Pude então visualizar um clima organizacional pesado, de uma instituição que estava em crise por perder alunos e por uma administração centralizadora e diretiva. Os funcionários, em sua maioria, demonstravam receosos em relação à equipe de gestão. Além das cobranças por resultados, pressão dos “clientes”: os pais e insegurança pelo futuro da instituição, havia uma relação conflituosa de comunicação com a direção. Embora preocupada com o desenvolvimento da instituição e o visível e positivo engajamento da gestão para com avanços e melhorias, muitas vezes eram utilizados discursos com intencionalidade de motivar a equipe de trabalho (- “Sem alunos, não tem emprego”), que na verdade soavam de forma ameaçadora e, acredito que, surtiam efeitos contrários aos esperados. Atuei durante sete anos nessa instituição, e vi passar por lá três diferentes gestões. Sendo assim, pretendo discorrer sobre cada uma delas a fim de aclarar minhas percepções e motivações para a pesquisa sobre gestão e liderança. Com a direção já mencionada, atuei por quatro anos. Meu estágio permaneceu voluntário por mais algum tempo, após fizemos o contrato remunerado o que me trouxe muita satisfação. Aquela instituição fazia parte da minha história e da minha família, além de ser próxima à minha residência e com horários que me permitiam iniciar minha formação universitária com facilidades para o deslocamento. Aliás, veio da própria equipe de gestão o incentivo para cursar um curso de Licenciatura. Como estagiária, no setor da biblioteca, minha função era ampla. Cada dia era um novo dia, e só chegando na escola para saber em que setor atuaria no dia. Geralmente minha atribuição era auxiliar nas substituições. Com um pouco mais de 17 anos, e encerrando um curso Técnico em Administração, substituía professores de
Educação Infantil ou Ensino Médio. Porém, o que me fez efetivamente optar pela docência e, mais especificamente pela Pedagogia, foi a experimentação da escola com a classe de Turno Integral. Para atingir as famílias que necessitavam de espaço para seus filhos pequenos no turno da manhã (turmas de Séries Iniciais e Educação Infantil eram disponibilizadas apenas no turno da tarde), a equipe diretiva resolveu implantar o projeto de Turno Integral. Dois alunos de Educação Infantil foram os primeiros a participar da experiência. Passariam o dia todo na escola, três vezes por semana, sendo que no turno da manhã teriam atividades diversificadas e no turno da tarde seriam orientados a suas turmas específicas. Como era uma experiência, não havia necessidade (sob o ponto de vista da equipe de gestão) de contratar um profissional naquele momento. Sendo assim, as crianças estariam sob minha responsabilidade, na biblioteca da escola, onde, durante o turno da manhã, eu era a responsável pelas atividades realizadas. Houve aceitação das famílias, oficializou-se o Turno Integral, mas não assumi as turmas por uma questão de formação. Para tanto, foram contratadas estagiárias de Pedagogia. Essa experiência, especificamente, despertou-me o gosto pela docência, assim como as recorrentes substituições em sala de aula, e então, ingressei no Curso de Pedagogia. Estive por dois anos como estagiária, o tempo máximo de renovação dos estágios, sempre intencionando uma possível admissão por CLT. Porém, não foi bem assim que ocorreu. Esgotadas as possibilidades de renovação de estágio, passei então a ser contratada por cooperativa. Com minhas funções cada vez mais amplas: zelar pela biblioteca, atender na recepção, participar da equipe de vendas (apresentar a escola para interessados), realizar substituições da falta de professores, atender na secretaria nos períodos de alta demanda e realizar atividades de reparo e manutenção da instituição e, frustrada com a modalidade de meu contrato de trabalho, pude ver com mais clareza pontos de escape da gestão para os problemas diários: a remediação. Além do receio de ser exposta pelas advertências da direção, havia ainda mais um desconforto: as amplas funções que eram exigidas de grande parte dos funcionários da instituição. A escola cumpria seu papel razoável sob a condição de remediações e deslocamentos. Próximo ao término dessa gestão, fui admitida por CLT como Auxiliar administrativa e minha atuação passou a ser junto à secretaria da escola. A fim de impulsionar a instituição, a nova gestão entrou repleta de ideias e
voz silenciada pelas exigências dos clientes. A escola estava em uma crise de número de alunos que já beirava a, no mínimo, sete anos. Com o afastamento de uma professora da Educação Infantil devido à gravidez de risco e, estando a três meses de concluir o curso de Graduação em Pedagogia, fui convidada a assumir a turma, sem alteração em minha função. Foi minha primeira experiência como docente. No ano seguinte, fui contratada então como professora e assumi a mesma turma, agora em outro nível. Minha caminhada com eles não durou muito tempo, pois em março do mesmo ano assumi um concurso municipal. Embora com três equipes de diretivas diferentes, a escola nunca perdeu sua identidade de instituição acolhedora e familiar, o que me fez estar engajada nas melhorias da escola durante tanto tempo. Era um espaço de significado pessoal. Os apontamentos sobre o perfil das gestões, que merecem atenção e reflexão, dizem respeito à conduta perante a equipe de funcionários. Muitas vezes a única “motivação” era o medo de encerrar as atividades da escola. Faltava um envolvimento de equipe, descompromissada ao fato do receio em perder seu emprego. Um envolvimento pela unificação de objetivos e gosto por algo em comum. Algo que atribuo à uma boa condução de equipe: a liderança. Em uma instituição pública tive surpresas quanto ao relacionamento entre grupo docente e gestão. Essa relação não é alicerçada pela autoridade e sim tida por igualdade. Não que isso seja tão positivo assim, pois muitos problemas da escola são justamente oriundos da necessidade de um impulso de gestão que seja adotado por um grupo comprometido. O que nem sempre acontece e, muitas vezes, não recebe adeptos. Membros da equipe desistiram de sua função, justamente por não conseguirem desempenhar seu papel com a qualidade desejada por não conseguirem modificar os vícios atuais. A direção da escola no momento de meu ingresso era tradicional na comunidade estando há muitos anos à frente da direção da escola. Havia respeito às posições e relação fraterna entre grupo docente e equipe diretiva, porém, a escola estava um pouco parada no tempo, justamente pela dificuldade de inserir o novo no contexto das práticas escolares. Após dois anos, houve alteração na direção e, então, foi possível perceber falhas na relação. A não aceitação de ideias tornou-se ainda mais corrente. Muitas questões políticas passaram a permear os discursos na escola, falhas e colapsos passaram a ser atribuídos a fatores políticos com mais frequência. E é desse ponto que parto para minha pesquisa. Ao iniciar o ano letivo com discursos políticos e
pouco motivacionais, pude fazer um movimento de rememorar experiências, que me proporcionou vislumbrar minhas referências de liderança e os impactos no desenvolvimento do grupo de trabalho e nos resultados. Estando eu cursando uma Pós-Graduação na área da Gestão e Supervisão Escolar a fim de obter maiores conhecimentos sobre o funcionamento da escola, percebi que não posso concentrar- me apenas nos aspectos administrativos da função. Ser gestor significa estar à frente de pessoas. E estar à frente pressupõe orientar, traçar uma rota. Ciente da relevância das relações para o desenvolvimento humano e pensando na função da escola
Voltada para a realização plena do ser humano e, é importante que se diga de todos os seres humanos do país, num momento de escolarização em massa que, finalmente, o país atinge. Tal realização plena do ser humano – crianças, jovens ou adultos – é alcançada por meio da convivência e da ação concreta, qualificadas pelo conhecimento. (PENIN; VIEIRA, 2002, p.28)
Torna-se imprescindível refletir sobre as relações que ocorrem nos bastidores da escola, pois elas repercutem no processo e andamento do trabalho docente, assim como nos resultados obtidos pelas instituições. Afinal, para além do aspecto cognitivo, a escola é uma instituição que “precisa prover a pessoa de conhecimentos intelectuais, morais e éticos, para que possa ter responsabilidade consigo mesma e para com o outro.” (BOVETO, OLIVEIRA et al., 2013, p.158). Neste estudo falarei com mais frequência sobre a escola pública, por ser meu campo profissional atual, não deixando de contrapor ou referenciar a minha experiência no setor educacional privado mencionado anteriormente. Anseio, a partir dele, refletir sobre a relação de liderança entre o gestor educacional e sua equipe de trabalho, mais especificamente os docentes. Partindo da ideia de que o sucesso de uma escola é percebido pelo desempenho dos alunos, em sua totalidade e diversidade e que ele depende da participação e envolvimento de toda equipe escolar e, especialmente, das lideranças (DAVIS; GROSBAUM, 2002) faz-se necessário discutir sobre os impactos da liderança na rotina da escola e na busca pela qualidade da educação. O gestor escolar tem inúmeras demandas e desafios diários. É responsável direto pelo andamento da instituição e, muitas vezes, a pressão administrativa o submergi em questões burocráticas e legais. São essas funções fundamentais, bem como as questões relacionais e suas implicações para o trabalho. Busco, através
Sendo a revista artefato de mídia impressa e estando ela presente no campo educacional, suas veiculações podem ser elementos norteadores de discussões sobre a rotina escolar. Considerando a intenção do presente estudo, busquei revistas na área da Gestão Educacional. Mesmo que menos populares no meio docente, defini como elemento de pesquisa a Revista Gestão Escolar, pertencente ao mesmo grupo da Revista Nova escola, sendo essa sim, fortemente popular nas instituições. Embasando as discussões com referências de CORSETTI (2015), LUCK (2011; 2012), PARO (2001) entre outros autores que se relacionam com o tema desta pesquisa, farei análises bibliográficas de referências e de revistas. Conforme destaca Gil (2017) “A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”, assim sendo, o presente estudo é constituído por reflexões promovidas por análises bibliográficas e autorais. Para tanto, obtive acesso às edições da Revista Gestão Escolar dos anos de 2015, 2016 e 2017, onde selecionei, através da análise das matérias de capa das revistas, cinco matérias para apoiar a reflexão, descritas no próximo subcapítulo.
2.3 Revista Gestão Escolar
O material midiático escolhido por mim como uma das fontes bibliográficas deste estudo é encontrado em versão impressa ou digital. As revista Gestão Escolar podem ser obtidas também por meio de assinatura digital, opção feita por mim para acesso e pesquisa. A revista é produzida pela Associação Nova Escola, organização sem fins lucrativos que, em seu site^1 , ressalta a missão de oferecer recursos de qualidade para professores e gestores a fim de transformar a educação brasileira. A revista era publicada pela Fundação Victor Civita que em 2016 anunciou a transferência das marcas Nova escola e Gestão Escolar para a Fundação Lemann objetivando dar impulso para ambas revistas e dando continuidade aos seus
(^1) Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/
esforços à valorização dos educadores brasileiros, por meio do Prêmio Educador Nota 10^2. A Fundação Lemann trabalha desde 2002 visando melhorar a Educação pública no Brasil e cria a Associação Nova Escola a fim de gerenciar as iniciativas das marcas Nova Escola e Gestão Escolar. Definida como uma organização familiar, sem fins lucrativos, que atua sempre em parceria com Governos e outras entidades da sociedade civil, de maneira plural, inclusiva e buscando caminhos que funcionam na escala dos desafios do Brasil^3 , a Fundação também é mantenedora da base de dados educacionais QEdu. Cabe destacar a intencionalidade dessa pesquisa em extrair excertos das reportagens com a finalidade de elucidar a reflexão e abordar temáticas pertinentes. Os discursos retirados de materiais da mídia necessitam de ponderação em sua análise visto que não podem ser considerados como verdades absolutas tendo em vista
O papel estratégico da mídia de massa na visibilidade das questões públicas nas democracias contemporâneas. [...] diversos temas e questões competem entre si para obter atenção da opinião pública e só se transformam verdadeiramente em questões públicas quando ganham visibilidade nos meios de comunicação de massa. (AZEVEDO, 2006, p.98)
Sendo assim, as reportagens selecionadas entre os anos de 2015 e 2017, em sua maioria se referem a experiências e relatos de gestores no que se refere à relação com o corpo docente. Dentre as revistas analisadas, selecionei cinco edições considerando a pertinência do tema das matérias de capa ao objetivo do presente estudo. Tendo como base os anos de 2015, 2016 e 2017, selecionei uma reportagem de capa veiculada no ano de 2015 e duas reportagens de capa veiculada no ano de 2016 e de 2017. Abaixo apresento as reportagens selecionadas:
Matéria de capa: Como lidar com a falta de professores Edição nº 38 Jun/Jul 2015
(^2) Fonte disponível em: https://fvc.org.br/especiais/nossa-historia/ (^3) Fonte disponível em: https://fundacaolemann.org.br/somos#somos-projects
Para iniciar uma reflexão sobre a gestão escolar pautada na liderança a fim de impulsionar a escola para um caminho de efetiva participação e engajamento de todos os membros do processo, faz-se necessário mencionar alguns conceitos fundamentais para embasar a reflexão. Ao pensar na palavra gestor relacionando-a ao seu sinônimo administrador, é possível vincular o termo a poder. Apesar da relação de comando e subordinação, não são esses os aspectos que caracterizam a gestão e sim o caráter mediador do gestor para o cumprimento de uma finalidade, utilizando-se de recursos da forma mais adequada (PARO, 2001). Sendo o gestor escolar responsável direto pelo funcionamento da escola, cabe a ele conduzir sua equipe de trabalho para a realização de um objetivo comum. Dessa forma, é imprescindível que o gestor saiba a finalidade da escola o os objetivos e aspiração de sua instituição a fim de conduzir sua equipe neste caminho. Lück (2011, p.96) destaca que “a gestão é indicada como um processo pelo qual se mobiliza e coordena o talento humano, coletivamente organizado, de modo que as pessoas, em equipe, possam promover resultados desejados”. O gestor, enquanto responsável pelo encaminhamento de sua equipe, deve ter clareza sobre os objetivos da escola, para ser um bom disseminador do propósito da educação. Surge, então, a necessidade de conceituar a qualidade da educação a fim de entender qual o propósito da escola e o caminho que se pretende trilhar para atingi- lo. Entendendo a qualidade como um “conceito histórico, que se altera no tempo e no espaço” (DOURADO; OLIVEIRA, 2009, p. 203), cabe refletir sobre o que se pensa sobre qualidade no momento atual. Vemos crescer cada dia mais a ideia de escola enquanto serviço e não direito. Conceitos como o da Qualidade Total, onde os alunos são vistos como clientes e a escola estando a serviço dos clientes caminha em direção as suas preferências (TAVARES; FALEIRO, 2015) e medidores da educação como as avaliações em larga escala, são divisores na obtenção do direito de aprender. Em uma lógica de mercado, as escolas do setor privado tendem a sair na frente no quesito qualidade da formação, deixando os alunos da escola pública atrás nessa caminhada. Tavares e Faleiro (2015, p. 89) ainda falam sobre a equiparação e garantia do
Direito social para a maioria da população brasileira, que historicamente foi excluída dos sistemas escolares. Antes, por meio do impedimento ao acesso às escolas e, agora, através da negação a uma qualidade educacional que lhe garanta uma vida digna Isto se refere à qualidade da educação como direito social e não como produto mercadológico. A qualidade da educação está relacionada ao sucesso escolar dos alunos, através do acesso e permanência de todos na escola. Davis e Grosbaum (2002, p.77) sinalizam que
O sucesso de uma escola é medido pelo desempenho de seus alunos. Se os alunos, cada um no seu ritmo, conseguem aprender continuamente, sem retrocessos, a escola é sábia e respeitosa [...] se ela conseguir oferecer uma educação de boa qualidade a todos os seus alunos, independentemente de sua origem social, raça, credo ou aparência, certamente é uma escola de sucesso. A aprendizagem é o que define o sucesso de uma escola e sua qualidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento dos alunos. O entendimento de que a qualidade diz respeito ao cumprimento do objetivo da escola deve ser absorvido por toda equipe, conduzida pelo gestor. A escola de qualidade entende a importância do ensino e aprendizagem (PARO, 2001) e destina todos os seus esforços para a eficiência desses processos. Em estudo realizado por Borges (2015) sobre a percepção dos gestores municipais relacionada às condições físicas de suas escolas, foi sinalizado pelos gestores que a questão da qualidade vai além de aspectos da infraestrutura, que também são fundamentais. Fatores como “a condição socioeconômica das famílias, a qualificação e a dedicação dos docentes e o interesse dos alunos” (BORGES, 2015, p. 41) são essenciais na garantia da qualidade. A escola caminha através de união de esforços de todos os envolvidos em seus processos. Sejam gestores, docentes, funcionários, alunos ou comunidade escolar, a cada um é atribuída uma tarefa a fim de garantir o efetivo direito à aprendizagem. Sob esse olhar de importância de todos os envolvidos consiste a lógica da gestão democrática considerada como “meio pelo qual todos os segmentos que compõem o processo educativo participam da definição dos rumos que a escola deve imprimir à educação de maneira a efetivar essas decisões num processo contínuo de avaliação de suas ações. ” (GRACINDO, 2007, p. 34). Merece