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artigo sobre lâmpada de wood na dermatologia - aplicações na prática diária
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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328
Autores: John Verrinder Veasey^1 Bárbara Arruda Fraletti Miguel^2 Roberta Buense Bedrikow 2
(^1) Setor de Infectologia da Clínica de Dermatologia da Santa Casa de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil. (^2) Clínica de Dermatologia da Santa Casa de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil.
Correspondência para: John Verrinder Veasey Hospital Santa Casa de São Paulo Edifício Conde de Lara – 5o^ andar Rua Dr. Cesário Mota Jr, 112 Vila Buarque 01221-020 São Paulo, SP Brasil E-mail : johnveasey@uol.com.br
Data de recebimento: 05/01/ Data de aprovação: 14/12/
Trabalho realizado na Instituição Clínica de Dermatologia do Hos- pital da Santa Casa de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum Conflito de Interesses: Nenhum
DOI: http://dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.
RESU MO A prática clínica do dermatologista baseia-se na análise das lesões cutâneas. Essa análise é feita essencialmente pela observação clínica, e atualmente complementada com exames como a dermatoscopia e a microscopia confocal. Apesar de seu baixo custo, a lâmpada de Wood tem sido cada vez menos utilizada como método diagnóstico auxiliar. Apresentamos diversos casos de utilização da lâmpada de Wood sendo de grande auxílio ao dermatolo- gista. Esperamos assim incentivar o uso desse aparelho na prática diária. Palavras-chave: fluorescência; diagnóstico; malassézia; propionibacterium acnes ; porfirias; vi- tiligo; melanose; eritrasma; corynebacterium; tinha do couro cabeludo
ABSTRACT The dermatologist's clinical practice is based on the analysis of cutaneous lesions that is carried out mainly by clinical observation, and currently supplemented with tests such as dermoscopy and confocal microscopy. Despite its low cost, the Wood's lamp has been decreasingly used as an auxiliary diagnos- tic method.The authors of the present study describe several cases of use of the Wood’s lamp where it provided valuable assistance to the dermatologist, aiming at encouraging the use of this device in the daily practice. Keywords: fluorescence; diagnosis; malassezia; propionibacterium acnes; porphyrias; vitiligo; melano- sis; erythrasma; corynebacterium; tinea capitis
A dermatologia é especialidade médica em que a observação das lesões clínicas é fundamental para o diagnóstico das doenças. Com o passar dos anos novos aparelhos foram desenvolvidos para auxiliar a análise das lesões durante a consulta médica, tais como o dermatoscópio e o microscópio confocal. Com o uso dessas novas tecnologias os aparelhos centenários como a lâmpada de Wood (LW) têm entrado em desuso. A LW foi descrita em 1903 pelo físico Robert W. Wood e se baseia no princípio de fluorescência emitida pela pele quando iluminada por comprimento de onda baixo, entre 340-400nm. O olho humano recebe os fótons emitidos pela pele, tanto os refle- tidos pela luz visível (comprimento de onda entre 400 e 700nm) quanto os emitidos por fluorescência. Entretanto a quantidade dos emitidos pela reflexão é muito maior do que aquela por fluores- cência, o que nos impede de evidenciar a olho nu essa pequena quantidade. Sendo assim, para identificar a fluorescência da pele deve-se submeter o paciente, em ambiente escuro e sem luz visível, à irradiação com a LW, que emite luz com comprimento de onda entre 320-400nm. 1, Seu uso é abrangente, e cada dermatose pode apresentar co- loração específica na fluorescência (Tabela 1). Pode ser aplicada em
Lâmpada de Wood na Dermatologia 329
Tabela 1: Aspectos da luminescência à lâmpada de Wood em seus diversos usos DOENÇA LUMINESCÊNCIA
INFECÇÕES FÚNGICAS
Tinea Capitis Azul-esverdeada ( M. canis ) Azul-claro ( T. schoenleinii ) Pitiríase versicolor Amarelo-prateada Foliculite pitirospórica Limite do folículo branco brilhante
INFECÇÕES BACTERIANAS
Tricomicose Vermelho-coral Eritrasma Vermelho-coral Acne Verde-azulada/ laranja-avermelhada Pseudômonas Amarelo-esverdeada
ALTERAÇÕES PIGMENTARES
Vitiligo Azul brilhante Melasma Marrom-escuro Esclerose tuberosa Branco
Hipomelanose macular progressiva Azul brilhante e folículos vermelho-coral
PORFIRIA Porfiria Urina vermelho-coral
distúrbios da pigmentação (hipo/hiperpigmentação) tanto para avaliação precisa dos limites e características das lesões quanto para análise de possíveis lesões subclínicas não evidenciadas pela reflexão da pele, apenas por sua fluorescência. Esse é o caso, por exemplo, do vitiligo^3 (Figura 1) e do melasma.^1 Em doenças neoplásicas também tem sido descrito seu uso para análise das lesões e, mais recentemente, para a programação cirúrgica das lesões, determinando as margens com mais exatidão^4. O diagnóstico de dermatoses infecciosas também se be- neficia com o uso da LW. Nesses casos, geralmente, a fluores- cência destacada não é a emitida pela pele, mas sim pelo agente infeccioso e/ou seus metabólitos. 1,2, A tinea capitis provocada por algumas espécies fúngicas pode emitir fluorescência, como no caso do parasitismo pelo gênero Microsporum sp emitindo uma coloração azul-esverdeada (Figura 2), e pelo Trychophyton schoenleinii emitindo uma colora- ção azul-clara. 1,2^ Nas infecções provocadas pela malassézia, entre
elas a pitiríase versicolor (Figura 3), pode-se evidenciar a fluores- cência das lesões; isso só acontece, entretanto, nas lesões provoca- das pela espécie Malassezia furfur, que tem essa característica por produzir os metabólitos fluorescentes como o pityrialactone.1, O eritrasma e a tricomicose (Figura 4), doenças provocadas pela infestação do Corynebacterium minutissimum e C. tenuis , respec- tivamente, apresentam fluorescência vermelho-coral.1,2^ Derma- toses que apresentam o parasitismo da bactéria Propionibacterium acnes , como o caso da acne e da hipomelanose macular progressiva (Figura 5), também podem apresentar fluorescência.^5 Assim como a LW pode evidenciar o metabólito dos agentes infecciosos que parasitam o ser humano provocando dermatoses, é possível também avaliar os metabólitos produzidos pelo próprio ser humano. Um exemplo é a presença de porfirina na urina de pacientes com algumas porfirias (Figura 6), sendo a cutânea tarda a mais conhecida. 1,
Figura 1: Lesões de vitiligo, mais bem evidenciadas na lâmpada de Wood que ao exame em luz visível
Figura 2: Tinea capitis provocada por Microsporum canis , apresentando à luz de Wood fluorescência azul-esverdeada nas áreas descamativas e folí- culos parasitados