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Este trabalho analisa os benefícios do desenho para o desenvolvimento infantil, demonstrando como o estímulo ao desenho pode ajudar no desenvolvimento emocional, intelectual, social, perceptual e motor da criança. Além disso, discute as diferentes fases do desenho infantil e a importância do adulto em incentivar a criatividade da criança, sem impor estereótipos.
Tipologia: Exercícios
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
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Rio Claro-SP 2012
Orientadora: Maria Isabel Nogueira Tuppy
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia.
Agradeço primeiramente a Deus, pela força, perseverança, luz e coragem que recebi para a realização desse trabalho, sem Ele eu jamais conseguiria seguir em frente. À minha mãe Deize, ao meu pai Zezo e ao meu irmão Neto, pela paciência e compreensão que tiveram comigo no momento em que concretizava essa pesquisa, pois em muitos momentos, me exaltei, me angustiei, fiquei ansiosa e nervosa, descontando assim esses sentimentos nessas pessoas que tanto amo. À minha orientadora Bel que, desde o momento em que pedi para me orientar até a conclusão desse trabalho, sempre se empenhou em ajudar-me com toda a dedicação, atenção e paciência. À minha tia Mônica, que por diversas vezes me ajudou durante a graduação. Às minhas amigas de escola, que sempre estiveram ao meu lado durante meus 4 anos de estudo. Às minhas amigas da faculdade que, com certeza, guardarei em meu coração e levarei para o resto de minha vida. Agradeço pelos momentos inesquecíveis vividos ao lado delas. Ao Colégio Koelle, instituição na qual trabalho e que me proporcionou inúmeras experiências. Agradeço também à primeira turma de Maternal com a qual trabalhei, que me deu a certeza da profissão a seguir, me animando muitas vezes quando pensava em desistir. A todos os professores com os quais tive aula, por todo o conhecimento que transmitiram à nossa turma, por todo o empenho que tiveram na preparação das aulas para nos tornarmos bons educadores. Enfim, agradeço a todos que fizeram e fazem parte da minha vida e que colaboraram, de alguma forma, para a conclusão do Curso de Pedagogia e para o término dessa pesquisa.
O presente trabalho teve como objetivo analisar os benefícios do desenho para o desenvolvimento infantil, do estímulo à criança para desenhar. Com essa pesquisa pretendeu-se, demonstrar as virtudes que o desenho pode trazer para a vida da criança em âmbitos como, o desenvolvimento emocional, intelectual, social, perceptual e motor, buscando maneiras de incentivar o desenho infantil. Essa pesquisa tem caráter bibliográfico e focaliza autores como Viktor Lowenfeld, Robert Read, Edith Derdik, Georges- Henri Luquet, Ana Mae Barbosa entre outros que defendem o desenho como forma de expressão significante para o desenvolvimento infantil.
Palavras- chave: desenho infantil, arte e educação, desenvolvimento infantil.
A arte na escola sempre foi um assunto que me despertou a atenção e, a partir do momento em que comecei a trabalhar com a educação infantil, que passei a conhecer as práticas diárias escolares em relação às artes, com um enfoque em especial no desenho, tive o interesse em me aprofundar nesse assunto e pesquisar sobre observações que me intrigaram.
Como se sabe, o ensino da arte é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois arte é conhecimento e envolve o pensamento, o sentimento estético e a formação intelectual do aluno (ZANIN, 2004, p.57).
Geralmente, as atividades de expressão artística não costumam ser valorizadas nas práticas diárias das escolas. Na maioria das vezes, o educador focaliza em suas aulas apenas conteúdos como: português, matemática, história, geografia, ciências, entre outras, fazendo assim com que as atividades relacionadas às artes não recebam a devida importância, no entanto, devemos considerar o que diz Castanho:
A arte é uma atividade humana de valor cognoscitivo pleno. O pensamento plástico é uma das atividades primeiras do homem, tão fundamental como as outras formas de explorar a realidade. Assim, a arte não é atividade complementar, acessória, mas um dos aspectos para entender a historicidade da sociedade humana (CASTANHO, 2005, p. 88).
Segundo Osinski, “As origens da arte coincidem com as origens do próprio homem como ser pensante” (1998, p. 13) e, sendo assim deve ser valorizada como atividade fundamental no processo educativo.
O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referências a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender (BRASIL,1997, p.19).
O terceiro capítulo aborda a importância do estímulo ao desenho infantil, demonstrando os benefícios que o desenho acarreta para a vida da criança e as contribuições que ele traz para o seu desenvolvimento em amplos sentidos. Finalizando, são apresentadas estratégias que podem ser utilizadas pelos adultos para incentivar a criança a desenhar. O capítulo trata de materiais interessantes que podem ser usados, ambientes adequados para a realização de atividades de expressão artísticas, ampliação de experiências e vivências, entre outros.
Na concepção de Porcher (1982),
Entendemos por desenho o conjunto das atividades humanas que desembocam na criação e fabricação concreta, em diversos materiais, de um mundo figurativo, de um mundo de figuras. Essas figuras podem ser feitas de formas carregadas de emotividade e afetividade, de formas codificadas, signos de uma linguagem elaborada (desenho industrial) elas exigem, para sua fabricação, de colaboração da mão, do olho, de instrumentos, de técnicas e de materiais (PORCHER, 1082, p. 102).
Existe a idéia de educação voltada ao mercado de trabalho e assim as atividades de expressão artística são pouco enfatizadas nas escolas e acabam sendo julgadas como algo sem valor pra a sociedade.
Os sistemas educacionais, por força das circunstâncias, estão mais voltados para a educação técnica e profissionalizante. Essa postura inibe o ato perceptivo, condicionando-o a uma visão temporal e histórica (DERDYK, 1989, p. 18).
O desenho, por exemplo, não recebe a ênfase que deveria receber, isso pode ocorrer devido a uma pressão pelo ensino técnico, que prepare para o mundo do trabalho. Mas, talvez, a razão principal por esse pouco caso, seja a falta de discussão do assunto, acarretando a incompreensão do real significado do desenho e dos benefícios que ele pode trazer, inclusive para o setor produtivo.
Seja no significado mágico que o desenho assumiu para o homem das cavernas, seja no desenvolvimento do desenho pra a construção de maquinários no início da era industrial, seja na sua aplicação mais elaborada para o desenho industrial e a arquitetura, seja na função de comunicação que o desenho exerce na ilustração, na história em quadrinhos, o desenho reclama a sua autonomia e sua capacidade de abrangência como um meio de comunicação expressão e conhecimento (DERDYK, 1989, p. 29).
Pertence à natureza humana a necessidade da comunicação. Desde os primórdios de sua evolução o homem procurou maneiras de se expressar e se comunicar transmitindo suas concepções e se relacionando com o meio em
A capacidade de desenhar faz parte do ser humano, mas assim como nenhuma pessoa nasce sabendo falar, andar e escrever, o desenho também é uma capacidade que vai se estabelecer a partir de muitas e sucessivas experiências que determinada pessoa irá vivenciar (BINFARÉ, 2009, p. 20).
Tendo em vista os benefícios que o desenho é capaz de proporcionar para a vida dos serem humanos é possível compreender a necessidade de incentivar as crianças a desenharem, bem como conhecer todas as fases de evolução que pelas elas passam na produção dos desenhos. O desenho infantil evolui à medida que a criança vai se desenvolvendo e vivenciando experiências. Essa evolução apresenta algumas características comuns entre as crianças, definindo, o que os estudiosos chamam de estágios regulares. Muitos autores relatam esses estágios de evolução do desenho em suas obras, entre eles se encontram, por exemplo, Viktor Lowenfeld, Georges-Henri Luquet , Cyril Burt e Jean Piaget cujos trabalhos são importantes referenciais teóricos da área em foco e que procuraremos sintetizar a seguir.
2.1 Viktor Lowenfeld
As crianças desenham de formas previsíveis, passando por sucessivas fases, razoavelmente definidas, que começam com as primeiras garatujas, numa folha de papel, e que vão progredindo através da adolescência. Embora consideremos essas etapas como diferentes passos no desenvolvimento da arte, é difícil, às vezes, dizer onde uma termina e começa a outra. Quer dizer, a evolução, na arte, é contínua, e as fases são típicos pontos intermédios no curso do desenvolvimento (LOWENFELD; BRITTAIN , 1977, p. 54).
Lowenfeld denomina os estágios dos desenhos infantil como: estágio das garatujas, fase da figuração pré esquemática, fase esquemática, e fase da figuração realista.
x Estágio das garatujas: São os rabiscos desordenados em que a criança, em geral, não levanta o lápis do papel e produz movimentos contínuos. Com o passar do tempo esses rabiscos vão se tornando mais organizadas e os movimentos ficam mais controlados. A criança passa a se interessar pelo que desenha, assim revelando sentimentos, pensamentos e desejos.
[...] essa fase assinala o fim de seu desenvolvimento artístico e, com frequência, encontramos adultos que, quando solicitados para desenhar alguma coisa, fazem um desenho muito típico dos doze anos de idade (LOWENFELD; BRITTAIN, 1977, p.56).
2.2 Georges-Henri Luquet
Segundo Luquet (1979, p. 35) “Um desenho é um conjunto de traços cuja execução foi determinada pela intenção de representar um objecto real, que a semelhança procurada seja ou não obtida”. Luquet traz outras definições a respeitos dos estágios evolutivos do desenho. Para ele existem quatro estágios diferentes na evolução do grafismo. São eles: Realismo fortuito, Realismo falhado, Realismo intelectual e Narração gráfica.
x Realismo fortuito: Tem início em torno dos dois anos e acontece quando a criança deixa de rabiscar, começa a ver uma analogia entre seu traçado e um objeto e passa a nomear o que produz.
Nesse momento, a criança não está ainda na posse de uma perfeita faculdade gráfica. É capaz de produzir de uma maneira mais constante traçados que, pelo menos a seus olhos, parecem qualquer coisa, mas até agora nunca fez qualquer desenho cuja intenção de representar fosse procedida e provocada pela intenção de representar um objecto determinado (LUQUET, 1979, p. 141).
x Realismo falhado: Ocorre dos 3 a 4 anos quando a criança tenta fazer com que um desenho seja realista mas esse não chega a sê-lo.
O primeiro dos obstáculos que se depara ao realismo é de ordem puramente física: a criança não sabe ainda dirigir e limitar seus movimentos gráficos de modo a dar ao seu traçado o aspecto que queria (LUQUET, 1979, p. 147).
Ainda no que diz respeito aos obstáculos que a criança se depara,
A intenção realista encontra ainda um outro obstáculo, já não de ordem gráfica, mas psíquica, ou seja, de caracter ao mesmo tempo limitado e descontínuo da atenção infantil. Por isso se explica que, nos seus primeiros desenhos, a criança só reproduz um número muito restrito de pormenores ou elementos efectivos do objecto representado (LUQUET 1979, p. 148)
x Realismo intelectual: Essa fase começa aos 4 anos podendo se estender até os 12 anos e sua característica principal é o fato de a criança desenhar aquilo que sabe e não o que vê. Realizam desenhos no plano deitado e utilizam a transparência ou representação simultânea do objeto.
Esse realismo intelectual pode ser levado até o ponto de reproduzir no desenho não só os elementos concretos invisíveis, mas mesmo os elementos abstratos que só têm existência no espírito do desenhador (LUQUET, 1979, p. 160).
x Narração gráfica: Acontece aos 12 anos. Nessa fase a criança descobre a perspectiva, leis e convenções da representação do desenho. A criança busca representar um objeto da maneira mais real possível com proporções e detalhes. Os desenhos tendem a se juntar às produções adultas.
2.3 Cyril Burt
Burt (apud READ, 2001) descreve as fases de evolução do desenho como sendo: Rabiscos, Linha, Simbolismo descritivo, Realismo descritivo, Realismo visual, Repressão e Renascença artística.
x Rabiscos: essa fase ocorre entre os 2 aos 3 anos e se subdivide em quatro partes: o Rabiscos sem objetivo , que são apenas movimentos musculares do ombro; o Rabiscos propositais que são aqueles que atraem a atenção da criança e podem ser nomeados; o Rabiscos imitativos que são movimentos musculares que se desconcentram do braço e se dirigem ao pulso e em
2.4 Jean Piaget
Piaget (apud GIMENEZ, 2009) denomina as fases do desenho em 5 partes.
x Garatuja: Faz parte da fase pré operatória, que vai dos 2 aos 7 anos. É uma fase muito prazerosa para a criança. A figura humana praticamente inexiste. Essa fase pode ser dividida em: o Desordenada: A criança faz movimentos extensos e desordenados; o Ordenada : A criança passa a fazer movimentos circulares e longitudinais e se interessa pelas formas que produz, a figura humana aparece de uma forma imaginária apenas; o Identificada: São formas irreconhecíveis feitas pela criança que passa a atribuir nomes e contar histórias.
x Pré-esquematismo: Ocorre a descoberta da relação entre o desenho, pensamento e realidade. Os desenhos não têm relação entre si e ficam dispersos no espaço em que se desenha. Nessa fase inicia-se uma mudança de símbolos. As cores utilizadas não correspondem às da realidade.
x Esquematismo: Pertence à fase das operações concretas que vai dos 7 aos 10 anos. São feitos esquemas representativos, a criança passa a definir o conceito da figura humana, porém aparecem desvios do esquema como, mudança de símbolo, negligência e exageros. A criança descobre a relação das cores com os objetos. A linha de base é o primeiro conceito utilizado para definição de espaço.
x Realismo: Começa a existir maior consciência do sexo e se desenvolve autocrítica pronunciada. As linhas de bases são abandonadas para dar lugar à descoberta do plano e superposição. Aparecem formas geométricas, as linhas da figura humana não aparecem mais. O desenho se torna mais rígido e formal.
x Pseudo Naturalismo: Encontra-se na fase das operações abstratas e ocorre dos 10 anos em diante. Ela assinala o fim da arte como atividade espontânea. O espaço apresenta profundidade e os desenhos possuem proporções. As figuras humanas apresentam características sexuais exageradas, e as cores são utilizadas de formas objetivas ou subjetivas.
Compreendendo as concepções dos autores Viktor Lowenfeld, Georges- Henri Luquet, Cyril Burt e Jean Piaget a respeito da evolução do desenho é possível notar que a forma como as crianças desenham é a mesma em todas as visões, porém o que as difere é a nomenclatura utilizada pelos autores e também a definição das idades em que as fases ocorrem. Um exemplo disso é que Lowenfeld nomeia os rabiscos desordenados das crianças como Fase das garatujas que ocorrem dos 2 aos 4 anos, já Burt nomeia essa mesma fase como fase dos Rabiscos e acontecem dos 2 aos 3 anos. Outro exemplo disso diz a respeito da denominação feita por Luquet na fase de Narração gráfica que para ele começa a partir dos 12 anos e é onde a criança descobre a perspectiva, leis e convenções da representação do desenho. Já Piaget nomeia essa fase como Pseudo naturalismo que é a fase onde aparece o fim da arte como atividade espontânea, onde aparecem as proporções e profundidades e acontece dos 10 anos em diante. Resumindo, pode-se observar que os autores destacados explicam o desenvolvimento do desenho infantil utilizando nomenclaturas diferentes e classificando as fases em diferentes idades, porém muitas vezes caracterizadas de uma mesma forma.