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Lagoas de Estabilização, Notas de estudo de Engenharia Ambiental

Dimensionamento de Lagoas de Estabilização

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 08/12/2011

joaquim-de-araujo-jose-5
joaquim-de-araujo-jose-5 🇧🇷

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1. Lagoas Facultativas
1.1. Introdução
As lagoas facultativas são a variante mais simples do sistema de lagoas de estabilização.
Basicamente, o processo consiste na retenção dos esgotos por um período de tempo longo o
suficiente para que os processos naturais de estabilização da matéria orgânica se desenvolvam.
As principais vantagens e desvantagens das lagoas facultativas estão associadas, portanto, a
predominância dos fenômenos naturais.
1.2. Descrição do Processo
A DBO solúvel e finamente particulada e estabilizada aerobiamente por bactérias dispersas no
meio liquido, ao passo que a DBO suspensa tende a sedimentar, sendo estabilizada
anaerobiamente por bactérias no fundo da lagoa. O O2 requerido pelas bactérias e fornecido pelas
algas, através da fotossíntese.
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  1. Lagoas Facultativas

1.1. Introdução

As lagoas facultativas são a variante mais simples do sistema de lagoas de estabilização. Basicamente, o processo consiste na retenção dos esgotos por um período de tempo longo o suficiente para que os processos naturais de estabilização da matéria orgânica se desenvolvam. As principais vantagens e desvantagens das lagoas facultativas estão associadas, portanto, a predominância dos fenômenos naturais.

1.2. Descrição do Processo

A DBO solúvel e finamente particulada e estabilizada aerobiamente por bactérias dispersas no meio liquido, ao passo que a DBO suspensa tende a sedimentar, sendo estabilizada anaerobiamente por bactérias no fundo da lagoa. O O 2 requerido pelas bactérias e fornecido pelas algas, através da fotossíntese.

Eficiência:

DBO (%) 70 – 85

N (%) 30 – 50

P (%) 20 – 60

Coliformes (%) 60 – 99 Requisito de área (m^2 /hab) 20 – 50 Custos de implantação (U$/hab) 10 – 50

Vantagens:

 Satisfatória remoção de DBO;  Eficiente na remoção de patogenos;  Construção, operação e manutenção simples;  Reduzidos custos de implantação e operação;  Ausência de equipamentos mecânicos;  Requisitos energéticos praticamente nulos;  Satisfatória resistência a variações de carga;  Remoção e lodo necessária apenas após tempo > 20 anos.

Desvantagens:

 Elevados requisitos de área;  Dificuldade em satisfazer padrões mais restritivos de lançamento;  A simplicidade operacional pode trazer o descaso com a manutenção (crescimento da vegetação);  Possivel necesidade de remoção de algas do efluente para o cumprimento de padrões mais rigorosos;  Performance variável com as condições climáticas (temperatura e insolação);  Possibilidade de crescimento de insetos.

A taxa a ser adotada varia com as condicoes ambientais (radiação solar, temperatura e vento). Em nosso pais tem-se adotado taxas variando de:

 Regioes com inverno quente e elevada insolação – 240 a 350  Regioes com inverno e insolacao moderados – 120 a 240  Regioes com inverno frio e baixa insolação – 100 a 180

Relacao entre a Taxa de Aplicacao Superficial (Ls) e Temperatura (t)

Ls = 350 * (1,107 – 0,002 * T) (T -25)

T = Temperatura media do ar no mês mais frio, oC

Obs.: A área de uma lagoa facultativa não deve ser superior a 15 ha.

b) Tempo de detenção

O volume requerido para a lagoa pode ser calculado com base no tempo de detenção e Q de projeto, sendo expresso em dias.

t = V/Q

Onde:

V = Volume requerido (m^3 ) T = Tempo de Detencao (d) Q = Vazao media afluente (m^3 /d)

Obs.: t = 15 a 45 dias (sofre forte influencia da temperatura)

c) Profundidade

A penetração da luz e fundamental para o funcionamento da lagoa.

h = V/A

Onde :

h – Profundidade (m) V = Volume (m^3 ) A = Area (m^2 )

Aspectos relacionados a profundidade da lagoa:

Rasa:

 As lagoas rasas (h < 1,0 m) podem se comportar como totalmente aeróbias;  Maior área superficial;

 A penetração de luz ao longo da profundidade e praticamente total;  Maior produção de algas, > pH, que ocasiona a precipitação de fosfatos;  Maior remoção de patogenos;  Devido a baixa profundidade pode se desenvolver vegetacao (h < 60 cm);  Lagoas rasas são amis afetadas por variacao da temperatura ambiente.

Profunda:

 Lagoas com h > 1,2 m possibilita um maior TDH para estabilização de M.O.;  Performance mais estavel (menos afetada por condições ambientais);  Maior volume de armazenamento do lodo;  A camada inferior permanece em condições anaerobias;  A decomposição anaeróbia não consome OD;  As lagoas mais profundas permitem a expansão futura (inclusão de aeradores).

Condicoes ambientais:

As principais condições ambientais em uma lagoa de estabilização são a radiacao solar, a temperatura e o vento.

A radiação solar influencia na velocidade da fotossíntese;

A temperatura influencia na:

  • Velocidade da fotossíntese;
  • Taxa de decomposição bacteriana;
  • Solubilidade e transferência dos gases;
  • Condicoes das misturas.

Vento:

  • Condicoes de misturas;
  • Reaeracao atmosférica.

d) Geometria

O projeto das lagoas poderá fazer um aproveitamento do terreno disponível e da sua topografia para se obter a relação mais adequada do comprimento/largura (L/B). Sistemas com L/B elevado tendem ao fluxo em pistao, enquanto lagoas com L/B proximo a 1,0 (lagoas quadradas) tendem ao regime de mistura completa. Mas frequentemente, a relação L/B das lagoas facultativas se situa na seguinte faixa:

Relacao comprimento/largura (L/B) = 2 a 4

DBO EFLUENTE SOLUVEL E PARTICULADA

A DBO afluente C 0 e admitida como a DBO total (solúvel + particulada). DBO solúvel e o remanescente do tratamento. DBO particulada e causada pelos sólidos em suspensão no efluente. Os S.S. são predominantemente algas que poderão ou não exercer alguma demanda no corpo receptor.

 Caso as algas morram sua estabilização consumira O 2 ;  Se as algas continuarem a se multiplicar poderão ter efeito benéfico na produção de O2;  Caso o efluente seja usado para irrigação as algas podem também ser benéficas.

Os S.S. das lagoas facultativas são em torno de 60 a 90% algas, cada 1 mg de algas gera uma DBO de 0,45 mg. Desta forma, 1 mg/l de sólidos em suspensão no efluente e capaz de gerar uma DBO na faixa de 0,6 * 0,45 = 0,3 mg/l a 0,9 * 0,45 = 0,4 mg/l.

1 mg S.S./l = 0,3 a 0,4 mg DBO/l

REMOCAO DE DBO SEGUNDO OS REGIMES HIDRAULICOS IDEALIZADOS

Como foi visto anteriormente, o modelo de fluxo em pistão e o mais eficiente em termos de remoção de M.O., no entanto a mistura completa e a mais indicada quando se tem uma grande variabilidade de cargas. Os sistemas de fluxo em pistão estão também sujeitos a uma elevada demanda de O 2 proximo a entrada. Neste local poderão ocorrer condições anaeróbias.

O projeto de lagoas devera fazer um aproveitamento do terreno disponível.

Usualmente tem-se adotado o modelo de mistura completa no dimensionamento devido a:

 Calculo mais simples;  Dimensionamento leva a um posicionamento a favor da segurança.

O valor do coeficiente de remoção de DBO foi obtido por diversos pesquisadores, e o usualmente mais utilizado e:

K = 0,30 a 0,35 d-

O coeficiente de remoção de DBO (K) pode ser obtido através da seguinte relacao empírica:

K = 0,091 + 2,05 * 10 -4^ * Ls  Ls = Taxa de aplicação superficial

Para diferentes temperaturas pode ser corrigida através da seguinte equação:

Kt = K20 * θ T-

θ = coeficiente de temperatura (1,05) K20 = Coef. Remoção a 20º C Kt = Coeficiente de remoção da DBO em uma temperatura qualquer.

Considera-se T a media do liquido no mês mais frio.

Outro parâmetro a ser determinado e o numero de dispersão, que pode ser obtido por:

d = (L/B)/- 0,261+ 0,254 * (L/B) + 1,014 * (L/B)^2

L = comprimento da lagoa (m) B = largura da lagoa (m) d = numero de dispersão

Valores Usuais

L/B 1 2 a 4 5 a 10 1,0 0,2 a 0,5 0,1 a 0,

Exercicio:

ACUMULO DE LODO

A taxa de acumulo médio de lodo em lagoas facultativas e de 0,03 a 0,08 m3/hab.ano.

Do lodo acumulado, apenas cerca de 5% e representado pela areia, apesar disso pode ser necessário a remoção de areia, apesar disso pode ser necessário a remoção de areia, já que esta tente a se concentrar próximo as entradas.

CARACTERISTICAS DE OPERACAO

A interpretação da cor predominante na lagoa pode esclarecer as condições do seu funcionamento.

VERDE ESCURO E PARCIALMENTE TRANSPARENTE

 Presenca pouco importante de outros microorganismos no efluente;  Altos valores de pH e OD;  Lagoa em boas condições.

VERDE AMARELADA OU EXCESSIVAMENTE CLARA

 Crescimento de rotíferos, protozoários ou crustáceos que se alimentam das algas, podendo causar sua destruição em poucos dias.  Caso as condições persistam haverá decréscimo de OD e eventual mal cheiro.

ACINZENTADA

 Sobrecarga de MO e ou tempo de detenção curto;  Fermentacao na camada de lodo incompleta;  A lagoa devera ser posta fora de operação.

VERDE LEITOSA

 A lagoa esta em processo de auto- floculacao decorrente da elevação de pH e da temperatura;  Precipitacao de hidróxidos de magnésio e de cálcio, arrastando consigo algas e outros microorganismos.

AZUL ESVERDEADA

 Excessiva proliferação de algas azuis;

 A floração de certas espécies formam natas que se decompõem facilmente, provocando a exalação de maus odores, reduzindo a penetração de luz e, em conseqüência diminuindo a produção de O 2.

POS TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LAGOAS

Há varias possíveis formas de se melhorar a qualidade do efluente de lagoas, visando principalmente a remoção de SS (algas), sendo os mais comuns: filtros de areia intermitente, filtros de pedra, micropeneiras, coagulação e clarificação, flotação entre outros.

Efluentes mais restritivos precisam ser avaliados a aplicação de lagoas ou métodos mais avançados de tratamento.

Utilizacao de água pos causa polemica.

EXEMPLOD E DIMENSIONAMENTO