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Júlio Emílio Braz: Felicidade não tem cor - História e Lições Sobre o Preconceito, Notas de estudo de Língua Portuguesa

Júlio emílio braz é um autodidata mineiro que se transformou em escritor de histórias infantojuvenis. Felicidade não tem cor apresenta a história de fael, um menino negro que sofre preconceito e busca ajuda para se tornar branco. A história mostra o poder transformador da leitura e o valor da auto-estima. Além da história, o texto traz comentários sobre o livro e propostas de atividades para o leitor.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

jacare84
jacare84 🇧🇷

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JÚLIO EMÍLIO BRAZ
Felicidade não tem cor
ILUSTRAÇÕES: ODILON MORAES
Leitor iniciante
Leitor em processo
Leitor fluente
Children Book Award, na Áustria, pela versão alemã do seu li-
vro Crianças na Escuridão (Kinder im Dunkeln); e pelo mesmo
livro, o “Blue Cobra Award”, do Swiss Institute for Children’s
Book. Para ele, escrever é, antes e acima de tudo, um imenso
prazer. Acredita piamente no poder transformador da leitura.
Ele mesmo pode se considerar o maior exemplo disso: foram os
livros que leu na infância e adolescência que construíram o es-
critor que é até hoje. Durante muitos anos, eles e apenas eles
lhe deram esperanças de que poderia ser mais do que era e de
que a realização de seus sonhos era apenas uma questão de
inteligência, paciência e persistência.
RESENHA
Maria Mariô, a boneca de pano negra, ficava no fundo da caixa
da sala de brinquedos da escola. Às vezes se magoava, pois poucas
crianças a procuravam para brincar; mas, paciente e filósofa, ela se
conformava. Um dia conhece Fael, menino negro como ela. O so-
nho dele era ser branco, por isso vivia pensando em ir falar com Cid
Bandalheira, o disk-jóquei da Rádio Roda-Viva, para pedir o ende-
reço do pop star Michael Jackson, que sabia o segredo para virar
branco. O que Fael não agüentava eram os apelidos que lhe davam:
Carvão, Negão, e outros ainda piores. Seu grande inimigo é
Romãozinho, com quem acaba se engalfinhando na escola. É
suspenso, sente-se injustiçado e incompreendido até pelos pais e
assim resolve fugir, decidido a buscar ajuda com Cid Bandalheira.
Nessa fuga, leva junto a boneca, que se tornara sua confidente.
Depois de muitos percalços, ele chega aos estúdios da Rádio Roda-
Viva. Ali, uma surpresa o espera: seu ídolo, o maior disk-jóquei do
planeta, o exímio dançarino, vive numa cadeira de rodas. Depois de
uma longa conversa, Fael entende que não se pode dar asas ao
preconceito e desiste da sua idéia. Passa a aceitar-se, desvia suas
energias para coisas mais gratificantes e assim amadurece mais feliz.
COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA
Mostrando os sentimentos de um menino negro em relação a
seus colegas e a sua família, o livro traz à tona a questão do
preconceito. A boneca de pano, no papel de narradora, imprime
à questão um tom ao mesmo tempo bem-humorado e filosófico,
de quem sente na pele o problema, mas o analisa sob outro pon-
to de vista. Na trilha do preconceito racial, diversas atitudes
preconceituosas, algumas quase imperceptíveis porque rotinei-
ras, vão revelando outras vítimas: os muito magros, os gordos, os
Felicidade não tem cor
JÚLIO EMÍLIO BRAZ
UM POUCO SOBRE O AUTOR
Júlio Emílio Braz nasceu em abril de 1959. É mineiro da cida-
dezinha de Manhumirim, mas aos cinco anos veio para o Rio de
Janeiro, cidade que adotou como lar. É autodidata. Lê desde os
seis anos e o aprendeu sozinho, com revistas de terror da Edito-
ra Vecchi, do Rio de Janeiro. Começou sua carreira de escritor
por acaso: acabara de perder seu emprego e um amigo, que
trabalhava numa editora, insistiu para que ele procurasse o edi-
tor das tais revistas e oferecesse seus trabalhos. Acabou dando
certo e até hoje tem histórias em quadrinhos publicadas em
várias editoras no Brasil e em outras tantas em Portugal, Bélgi-
ca, França, Holanda, Cuba e EUA. Mais tarde, começou a escre-
ver livro de bolso de bangue-bangue sob 39 pseudônimos dife-
rentes. Em 1986, ganhou o Prêmio Angelo Agostini de Melhor
Roteirista de Quadrinhos e, em 1988, publicou seu primeiro
infanto-juvenil, Saguairu, pela Atual Editora, que lhe rendeu o
Prêmio Jabuti de Autor Revelação no ano seguinte. Até hoje,
tem 77 livros publicados em 14 editoras diferentes. Escreveu
roteiros para o humorístico Os Trapalhões da TV Globo e algu-
mas mininovelas para a televisão do Paraguai. Ganhou o Austrian
PROJETO DE LEITURA
Maria José Nóbrega
Rosane Pamplona
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Baixe Júlio Emílio Braz: Felicidade não tem cor - História e Lições Sobre o Preconceito e outras Notas de estudo em PDF para Língua Portuguesa, somente na Docsity!

JÚLIO EMÍLIO BRAZ

Felicidade não tem cor

ILUSTRAÇÕES: ODILON MORAES

Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fluente

PROJETO DE LEITURA

Maria José Nóbrega

Rosane Pamplona

Felicidade não tem cor

JÚLIO EMÍLIO BRAZ

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Júlio Emílio Braz nasceu em abril de 1959. É mineiro da cida- dezinha de Manhumirim, mas aos cinco anos veio para o Rio de Janeiro, cidade que adotou como lar. É autodidata. Lê desde os seis anos e o aprendeu sozinho, com revistas de terror da Edito- ra Vecchi, do Rio de Janeiro. Começou sua carreira de escritor por acaso: acabara de perder seu emprego e um amigo, que trabalhava numa editora, insistiu para que ele procurasse o edi- tor das tais revistas e oferecesse seus trabalhos. Acabou dando certo e até hoje tem histórias em quadrinhos publicadas em várias editoras no Brasil e em outras tantas em Portugal, Bélgi- ca, França, Holanda, Cuba e EUA. Mais tarde, começou a escre- ver livro de bolso de bangue-bangue sob 39 pseudônimos dife- rentes. Em 1986, ganhou o Prêmio Angelo Agostini de Melhor Roteirista de Quadrinhos e, em 1988, publicou seu primeiro infanto-juvenil, Saguairu, pela Atual Editora, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Autor Revelação no ano seguinte. Até hoje, tem 77 livros publicados em 14 editoras diferentes. Escreveu roteiros para o humorístico Os Trapalhões da TV Globo e algu- mas mininovelas para a televisão do Paraguai. Ganhou o Austrian

incapacitados fisicamente. Nesse sentido, o livro é um alerta à consciência do leitor. E uma lição sobre o valor da auto-estima e das atitudes positivas.

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, História, Artes (teatro)

Temas transversais: Ética

Público-alvo: Leitor fluente

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

Antes da leitura:

  1. Pergunte aos alunos o significado da palavra “preconceito”. Quem consegue explicar essa idéia? Seria interessante consultar o dicionário e também analisar a etimologia da palavra ( pré+conceito ), o que pode ajudar a esclarecer o conceito.
  2. Levando em conta o chavão preconceituoso, eu?, levantar a questão com os alunos: Você se acha preconceituoso? Já se sen- tiu vítima de preconceitos? Colher alguns depoimentos em voz alta e pedir que cada um faça um registro por escrito — e para si mesmo — sobre o que pensa a esse respeito. Esse registro será relido e talvez alterado após a leitura do livro.

Durante a leitura:

  1. “Coitado do Fael! Tinha vezes em que eu achava que ele vivia fazendo tempestade em copo d’água [...] Outras vezes, no entanto, eu chegava à con- clusão de que ele tinha um pouco de razão.” Antecipe esse trecho do livro (que está bem no começo) aos alu- nos e peça para prestarem atenção aos sentimentos do protago- nista, Fael, observando se ele parece melindroso demais ou tinha razão para se magoar. Peça que imaginem também como se sen- tiriam se a situação fosse com eles.
  2. Peça que prestem atenção também aos momentos em que o próprio Fael demonstra ter preconceito (por exemplo, com vergo- nha dos pais, nunca avisava em casa sobre as reuniões na escola).
  3. Informe-os que algumas passagens do personagem-narrador (a boneca) estão em itálico. Desafie-os a tentar descobrir, ao

longo da leitura, qual a função do estilo da fonte. (São os mo- mentos em que a boneca parece dirigir-se ao próprio Fael e não ao leitor.)

Depois da leitura:

  1. Retome com eles: em que momentos Fael revela ter precon- ceitos? Pergunte-lhes o que acharam da atitude do pai de Fael em relação à suspensão do filho. Se não ficou visível, apontar para o aluno o preconceito presente nas palavras do pai. As per- guntas apontam para a idéia trazida no texto de que o precon- ceito é disseminado também pelas próprias vítimas.
  2. Façam um levantamento de todas as personagens que, além de Fael, eram vítimas de preconceito (a boneca de pano, os cole- gas, Cera, Japa, Pitaluga, etc. e até Cid Bandalheira). Verifique se entenderam o que provocava o preconceito, em cada caso.
  3. Peça agora que releiam com atenção o depoimento que escre- veram sobre o preconceito. Pergunte: Agora que você já leu o livro, há algo que gostaria de modificar no seu registro?
  4. Investigue se algum aluno já viveu ou já observou situações cotidianas semelhantes às do livro. Peça que façam um relato disso.
  5. Os apelidos podem ser muito gostosos quando vêm carrega- dos do afeto das pessoas de quem gostamos. Outros podem ser muito dolorosos quando vêm carregados de preconceito e discri- minação. Discuta a respeito do assunto lidando com os apelidos da turma.
  6. A seguir, organize-os em grupos e proponha que escolham uma dessas situações e criem uma cena teatral para apresentar a situ- ação escolhida aos colegas. Após a apresentação, abram um es- paço para debates e perguntas.
  7. Dependendo de seus objetivos, pesquise a respeito da escravi- dão no Brasil ou a respeito de movimentos sociais contemporâ- neos de valorização da cultura negra.
  8. Compartilhar histórias dos mitos afro-brasileiros é também um modo de mudar olhares: leia para seus alunos Os príncipes do destino: histórias da mitologia afro-brasileira, de Reginaldo Prandi, da Editora Cosac & Naify.