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Um estudo que avalia os hábitos de barbear de voluntários com foliculite da barba, dividindo-os em dois grupos: um que recebeu orientações e um gel pós-barba com óleo essencial de melaleuca, e outro que recebeu apenas orientações. O estudo mostrou que o grupo que utilizou o gel teve uma redução significativa na gravidade das lesões, demonstrando a eficácia da adoção de hábitos corretos associados ao uso do gel pós-barba.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Jocenara Bernardi
Santa Cruz do Sul 2016
Jocenara Bernardi
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade de Santa Cruz do Sul, para obtenção do título de Tecnóloga em Estética e Cosmética.
Orientadora: Profª. Ms. Arlete Klafke
Santa Cruz do Sul 2016
Agradeço a minha família e ao meu namorado pelo amor que me fortalece todos os dias. Em especial agradeço a minha orientadora Profª. Ms. Arlete Klafke, pela dedicação, pela paciência, por dispor e compartilhar seu conhecimento, fundamental para o desenvolvimento e realização deste estudo. Aos meus voluntários que se comprometeram a compartilhar comigo seus hábitos ao barbear, utilizaram o produto sugerido e doaram um pouco do seu tempo, tornando assim este trabalho possível. Ao laboratório do curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética por ter cedido sua estrutura impecável para a realização desta pesquisa.
A foliculite é uma afecção cutânea que atinge o folículo piloso, designada de sicose ou foliculite da barba quando atinge os pelos da região da barba. Essa manifestação afeta principalmente os jovens adultos do sexo masculino e desenvolve no local um processo inflamatório multifatorial, seja por infecção bacteriana ou favorecida pela má higiene e o barbear incorreto. O diagnóstico clínico é realizado avaliando-se as características das lesões e os tratamentos derivados da gravidade envolvem o uso de antibioticoterapia de uso local ou sistêmico específicos para a bactéria causadora, anti-inflamatórios, protocolos estéticos com uso de cosméticos adjuvantes, além de evitar fatores predisponentes, como a depilação incorreta. Este estudo se propôs avaliar os hábitos ao barbear adotados por voluntários do sexo masculino com foliculite da barba, realizando a intervenção dividindo os voluntários em dois grupos, onde o grupo teste além de receber orientações sobre o barbear correto utilizou um gel contendo 3% de óleo de melaleuca após o barbear e o grupo controle recebeu somente as orientações para correção dos hábitos. A avaliação foi conduzida pela contagem e classificação da gravidade das lesões antes e após 30 dias. Oito voluntários selecionados na Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, RS, cumpriram os critérios de inclusão do estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa desta instituição sob protocolo número 128227/2015. Ambos os grupos foram orientados para realizar o procedimento de barbear após o banho, utilizando o creme/espuma de barbear, obedecendo o sentido do crescimento do pelo e uma lâmina nova a cada semana, de uso exclusivo e pessoal. A contagem das lesões mostrou que o grupo teste teve uma redução significativa (p<0,05) na gravidade das lesões quando comparado ao grupo controle, mostrando efetividade na adoção de hábitos corretos associado ao uso do gel pós barba com comprovada ação anti - inflamatória.
Palavras-chave: sicose, barbear, óleo de melaleuca.
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importância para seu bem estar físico e emocional (BALKRISHNAN, 2006; JESUS, 2015). O Tecnólogo em Estética e Cosmética, inserido na atuação da saúde preventiva, pode orientar sobre hábitos a serem adquiridos para prevenir a patologia, como fazer a barba no sentido do crescimento do pelo, de preferência após o banho, não compartilhar a lâmina e reutiliza-lá o mínimo possível, utilizar espuma de barbear ou pré depilatório específico para esse processo assim como um pós barba adequado. Assim reitera-se a importância desse estudo que analisou o comportamento masculino em respeito aos seus hábitos ao barbear e associou cuidados pessoais corretos, com objetivo de alterar fatores que acarretam ou contribuem para a manifestação inflamatória da foliculite da barba, comparando entre dois grupos a efetividade dos novos hábitos associados ou não ao uso diário de um gel contendo óleo essencial de melaleuca.
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2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Avaliar o processo de barbear em um grupo de jovens, analisando o impacto do procedimento sobre o aparecimento da foliculite da barba e orientar sobre o uso de um produto com ativo antimicrobiano.
2.2 Específicos
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A derme é uma camada mais espessa, aproximadamente 2 mm. Constituída de tecido conjuntivo, região vascularizada, suprida por vasos linfáticos, nervos e terminações nervosas, com estrutura resistente e elástica devido às fibras colágenas, elásticas e reticulínicas, responsável pela proteção, flexibilidade, elasticidade, resistência à tração e termorregulação. É formada por duas camadas de limites pouco visíveis, uma mais superficial chamada papilar, formada por tecido conjuntivo frouxo, responsável por aumentar à zona de contato derme-epiderme e proporcionar mais resistência à pele; e outra mais profunda chamada reticular, constituída de tecido conjuntivo denso, onde encontram-se implantados os anexos cutâneos (GUIRRO; GUIRRO, 2002; GONCHOROSKI; CÔRREA, 2005, RIBERA; CHICO; CASALS, 2010). Unhas, glândulas (sebáceas e sudoríparas) e pelos, são estruturas anexas da pele. As glândulas sebáceas são encontradas em praticamente todo o corpo, formada por lipídeos, sendo responsável pelo aspecto oleoso da pele. As glândulas sudoríparas também são encontradas em grande parte do corpo, exceto região de glande e lábios e é responsável por secretar o suor (GUIRRO; GUIRRO, 2002; BORGES, 2006; RIBERA; CHICO; CASALS, 2010). Os pelos originam-se de uma invaginação da epiderme na derme, o folículo piloso, que por sua vez é constituído por bainhas epiteliais que rodeiam a raiz do pelo, na profundidade da pele. É através do folículo piloso, mais precisamente em sua porção terminal, que desembocam o suor e a oleosidade produzidos pelas glândulas. O folículo piloso e a glândula sebácea, juntamente com o músculo eretor do pelo, formam a unidade pilossebácea. A atividade mitótica dentro do folículo é responsável pelo crescimento do pelo (GUIRRO; GUIRRO, 2002; BORGES, 2006; GOMES; DAMAZIO, 2009; RIBERA; CHICO; CASALS, 2010). Os pelos são estruturas filamentosas, queratinizadas, que se projetam da superfície epidérmica da pele. O isolamento térmico é o principal, dentre as várias funções atribuídas a ele. Estão distribuídos por quase todo o corpo, exceto nas palmas das mãos, plantas dos pés e regiões glabras. Constituem-se em raiz (inserida na pele) e haste (porção externa). A estrutura da haste é constituída pela medula, córtex e cutícula. A medula é a parte central do pelo e não se sabe ao certo qual sua função. O córtex é rico em melanina, responsável pela pigmentação do pelo. A camada externa da haste é chamada de cutícula, tem aspecto escamoso,
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queratinizado e sem cor (GARTNER; HIATT, 1999; BORGES, 2006; INGBERMAN; FILHO, 2006; GOMES; DAMAZIO, 2009). Ao longo da vida, o pelo diferencia-se em três tipos: o lanugo, a pelugem e os pelos terminais. Os lanugos são pelos finos, que recobrem o neonato e caem ao longo dos primeiros dias de vida. A penugem, é um pelo fino e curto, com comprimento inferior a 2 cm. Já os terminais, são espessos, pigmentados, com comprimento maior, encontram-se no cabelo, sobrancelhas e cílios. A partir da puberdade em resposta aos hormônios andrógenos, surgem nas axilas, coxa e perna, no púbis e formam o bigode e a barba (GARTNER; HIATT, 1999; ROGERS, 2004; GOMES; DAMAZIO, 2009; RESTREPO, 2010). O ciclo biológico dos pelos, ou seja seu crescimento, passa por três distintas fases: anágena, catágena e telógena. Na fase anágena, os pelos têm crescimento ativo, que se estendem por meses a anos. O metabolismo da raiz garante a rápida divisão das células capilares, gerando novos fios e o crescimento sucessivo dos demais. 85% dos pelos se encontram nessa fase. A fase catágena é de transição, dura em torno de três semanas, onde os melanócitos cessam suas atividades e as células param de se multiplicar. A última fase, telógena, é caracterizada por um período de repouso do pelo, em um determinado momento o fio cai e um novo ciclo pilar inicia, aproximadamente após seis semanas (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998; ROGERS, 2004; BRENNER, 2006; RESTREPO, 2010). Na pele do homem, especialmente na face os poros mostram-se maiores e há quatro vezes mais sebo secretado devido à resposta aos hormônios masculinos (COSTA, 2012), o que os tornam mais propensos a acumular poluentes ambientais como poeira, que aprisionados nos poros propiciam o desenvolvimento de afecções nos folículos pilosos (LAUREANO, 2014).
3.1.1 Patologias associadas ao folículo piloso
A superfície cutânea é colonizada por microrganismos, bactérias do tipo residentes que vivem regularmente na nossa pele e outras transitórias, que colonizam eventualmente. Essa flora aeróbica utiliza-se da região úmida, pH alcalino, ácidos graxos não saturados e renovação constante da epiderme para se multiplicar. É constituída de cocos gram-positivos ( Staphylococcus spp. e Micrococcus spp.) e bastonetes gram-negativos ( Acinetobacter spp .). No folículo piloso, há a presença dos anaeróbicos Propionebacterium spp e Staphylococcus
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peito e costas que passam pelo processo de depilação (PERRY, 2002; RIBERA; CHICO; CASALS, 2010). Essa disfunção ocorre frequentemente em homens com pelos terminais grossos (ulotríquio), barba densa, que raspam a pele com lâmina, muito superficialmente, deixando as extremidades afiadas, favorecendo sua volta a epiderme (RIBERA; CHICO; CASALS, 2010; DIERNAES; BYGUM, 2013). Seu mecanismo patogênico pode ser observado na Figura 1, inclui penetração extrafolicular (o pelo reentra na pele) e transfolicular (pelo cresce perfurando a parede do folículo). Quando preso na cavidade do folículo, é identificado como um corpo estranho na epiderme, o que ativa uma resposta inflamatória do sistema imunológico, gerando edema, eritema, pápulas e pústulas inflamadas com diâmetro de 2 a 5 mm. Esse pelo atingirá a superfície à medida que crescer e atingir 10 mm de comprimento, o que cessa a inflamação. A pseudofoliculite é mais caracterizada por pelos encravados (ALCHORNE; ABREU, 2008; RIBERA; CHICO; CASALS, 2010; DIERNAES; BYGUM, 2013).
Figura 1 – Penetração extrafolicular (A) e penetração transfolicular (B) do pelo.
Fonte: (RIBERA; CHICO; CASALS, 2010).
3.3 Foliculite (sicose da barba)
A foliculite da barba ou sicose vulgar é uma infecção cutânea do folículo piloso. Pode ser de origem superficial como na Figura 2, onde afeta a parte superior do folículo piloso rente à superfície da pele, que apresenta-se avermelhada e inflamada, com pequenas pústulas vermelhas com ou sem pus. Geralmente causa prurido e sensibilidade na região. A foliculite da barba pode ser ainda de origem profunda, caracterizada por grandes áreas avermelhadas com lesões elevadas e presença de pus. Essas áreas apresentam-se sensíveis, doloridas (em alguns casos a dor é intensa) com prurido. Há maior chances de formação de furúnculos e cicatrizes nesse caso, podendo haver destruição do folículo piloso. Tem origem no
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sistema imunológico, o que configura uma reação inflamatória persistente denominada sycosis barbae (AGUILAR; SANTANDREU, 2014).
Figura 2 – Foliculite da barba superficial****.
Fonte: (DIERNAES; BYGUM, 2013).
3.3.1 Etiologia e Epidemiologia
A foliculite superficial é uma doença universal, atinge crianças e adultos. As sicoses são mais comuns durante os anos pós-púberes até idade adulta e as de origens profundas ocorrem em qualquer idade. A pseudofoliculite da barba, a foliculite traumática da barba e a sicose da barba, tem alta prevalência em negros, de 45% a 83%, sobretudo nos homens entre 14 e 25 anos (ALCHORNE; ABREU, 2008; LAUREANO, 2014). A idade, sexo, raça, o trabalho do paciente e a possibilidade de outras dermatites associadas, imunossupressão, uso prolongado de corticosteroides tópicos e antibióticos sistêmicos também devem ser questionadas, uma vez que a inflamação bacteriana desenvolve-se devido a um desequilíbrio da flora normal (ALCHORNE; ABREU, 2008; DIERNAES; BYGUM, 2013; AGUILAR; SANTANDREU, 2014). Sua etiologia deve-se ao Staphylococcus sp. coagulase positivo, além de outros agentes não bacterianos. É necessária uma detalhada avaliação do histórico do paciente. Questionar sobre infecções cutâneas anteriores, incluindo fatores predisponentes como abuso de drogas, deficiência imune, exposição à água
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A foliculite da barba deve ser diferenciada de outras causas infecciosas de foliculite facial: vírus (por exemplo, herpes simplex, varicela-zoster, molusco contagioso), fungos ( Candida spp, Pityrosporum spp ), e parasitas ( Demodex folliculorum ) (LAUREANO, 2014).
3.3.3 Avaliação da foliculite da barba
A foliculite é caracterizada visualmente pela presença de pequenas espinhas vermelhas, com ou sem pus que se desenvolvem em torno do folículos pilosos. A pele encontra-se avermelhada na região devido a inflamação. O acometido relata sentir sensibilidade e prurido na região após a raspagem da barba. Com o passar dos dias essas bolhas com pus se rompem, formando crostas na parte de cima destas espinhas. Sua avaliação envolve olhar a pele e excluir sintomas e sinais, que podem levar a outra potologia (ALCHORNE; ABREU, 2008).
A intensidade da foliculite na região de barba pode ser avaliada com a contagem das lesões e também conforme suas características, como exposto no Quadro 1, que avalia o número e a gravidade das lesões (RIBERA; CHICO; CASALS, 2010).
Quadro 1 – Avaliação de lesões conforme número e característica. Número de lesões: 0: Nenhum ferimento 1: < 10 lesões em cada lado 2: 10 a 20 lesões em cada lado 3: 20 a 30 lesões em cada lado 4: > 30 lesões em cada lado Gravidade das lesões: 0: Nenhum ferimento 1: micropápulas 2: micropápulas com ocasionais pequenas pústulas 3: micropápulas com grandes pústulas e moderada inflamação 4: micropápulas com pústulas generalizadas e intensa inflamação Fonte:(RIBERA; CHICO; CASALS, 2010, apud, DUNN, 1988).
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O diagnóstico clinico é realizada quando o quadro não responde a tratamentos convencionais, sendo necessário uma avaliação com bacterioscopia, feita em laboratório mediante isolamento e identificação de cocos gram positivos do gênero Staphylococcus sp, com auxílio de swab e coleta de secreção da lesão. Esta secreção é colocada em um meio de cultura ágar hipertônico manitol e incubado em estufa a 37 °C por 24 horas para a observação do crescimento bacteriano, que permite a diferenciação de bactérias do gênero Staphylococcus em dois grupos. A reação positiva é indicativo de S. aureus , enquanto a reação negativa indica outras bactérias do gênero Staphylococcus (MURRAY, 2006).
3.3.4 Tratamentos e cuidados da foliculite da barba
O objetivo é prevenir a manifestação, tratar as lesões e evitar ou minimizar a reincidência da patologia. O auto-tratamento geralmente resolve esta doença. O tempo de cura é de alguns dias a algumas semanas, a medida que o pelo atinge a parte externa do folículo. Tanto casos mais superficiais, quanto mais graves, podem ser amenizados com a adoção de alguns cuidados (ALCHORNE; ABREU, 2008; DIERNAES; BYGUM, 2013). O homem com pelo espesso chega a barbear-se duas vezes ao dia, podendo acarretar em formigamentos, ressecamento e vermelhidão no local. Alguns cuidados devem ser adotados para essa prática, como lavar a área a ser barbeada com água morna durante o período mínimo de 2 a 3 minutos, o que torna o pelo mais macio e expandido, facilitando sua retirada. O procedimento depilatório pode ser feito após o banho, uma vez que a pele após o banho se apresenta higienizada e preparada para receber uma sequência de cuidados que incluem tônicos faciais, hidratantes, pós barba, itens importantes após uma depilação (COSTA, 2012). O uso de creme de barbear 3 minutos antes de iniciar o barbear é indispensável para amolecer e manter úmida a pele da barba, aumentando a lubrificação da superfície permitindo que a lâmina deslize suavemente, evitando que a umidade evapore durante o procedimento do corte e a pele fique irritada. Para pessoas com tendência a pelos encravados e inflamados com pústulas após a depilação é recomendado o uso de creme pré depilatório com ativos cosmecêuticos como ácido salicílico ou peróxido de benzoíla 2 a 5% de ação queratolítica e bactericida. Tanto cremes depilatórios quanto pós depilatórios devem evitar o uso de fragrância e álcool, pois estes tendem a irritar a pele e sensibiliza-lá ao sol. O uso de