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J R.R.-Tolkien - O-Hobbit, Notas de estudo de Informática

filme legal

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 09/12/2013

carlos-eduardo-souza-pereira-6
carlos-eduardo-souza-pereira-6 🇧🇷

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J.R.R. TOLKIEN
O HOBBIT
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J.R.R. TOLKIEN

O HOBBIT

Orelha da capa Um grande clássico moderno e prelúdio de O Senhor dos Anéis Bilbo Bolseiro é um hobbit que leva uma vida confortável e sem ambições, raramente aventurando-se para além de sua despensa ou sua adega. Mas seu contentamento é perturbado quando Gandalf, o mago, e uma companhia de anões batem em sua porta e levam-no para uma expedição. Eles têm um plano para roubar o tesouro guardado por Smaug, o Magnífico, um grande e perigoso dragão. Bilbo reluta muito em participar da aventura, mas acaba surpreendendo até a si mesmo com sua esperteza e sua habilidade como ladrão! Escrito para os filhos de J. R. R. Tolkien, O Hobbit conquistou sucesso imediato quando foi publicado em 1937. Vendeu milhões de cópias em todo o mundo e estabeleceu-se como "um dos livros mais influentes de nossa geração." THE TIMES http://groups.google.com.br/group/digitalsource

De maneira similar, o título da introdução, p. XIII, significa "The Hobbit, or There and Back Again", que, em português, corresponde a: O HOBBIT ou LÁ E DE VOLTA OUTRA VEZ E em runas seria escrito da seguinte forma: O EDITOR

Índice I. Uma festa inesperada II. Carneiro assado III. Um breve descanso IV. Montanha acima, montanha adentro V. Adivinhas no escuro VI. Da frigideira para o fogo VII. Estranhos alojamentos VIII. Moscas e aranhas IX. Barris soltos X. Uma acolhida calorosa XI. Na soleira da porta XII. Informação de dentro XIII. Fora de casa XIV. Fogo e água XV. Tempestade à vista XVI. Um ladrão na noite XVII. Explode a tempestade XVIII. A viagem de volta XIX. A última etapa

Esta é uma história de muito tempo atrás. Naquela época, as línguas e as letras eram muito diferentes das que empregamos hoje. O inglês foi usado para representar essas línguas. Mas dois pontos devem ser observados: (1) Em inglês, o único plural correto de dwarf (anão) é dwarfs, e o adjetivo é dwarfish. Nesta história, usam-se dwarves e dwarvish*, mas apenas quando se fala do antigo povo a que pertenciam Thorin Escudo de Carvalho e seus companheiros. (2) Orc não é uma palavra inglesa. Ocorre em um ou dois lugares, mas é geralmente traduzida como goblin (ou hobgoblin no caso das espécies maiores). Orc é a forma hobbit do nome dado naquele tempo a essas criaturas e não tem nenhuma relação com orc, ork (orca), que se aplicam a animais marinhos aparentados com o golfinho. O motivo para este uso é oferecido em O Senhor dos Anéis, III, p. 639. Runas eram antigas letras originalmente entalhadas ou riscadas em madeira, pedra ou metal e que, portanto, eram finas e angulosas. Na época desta história, apenas os anões empregavam-nas com regularidade, especialmente para registros privados ou secretos. Suas runas estão representadas neste livro por runas inglesas, que hoje são conhecidas por poucos. Se as runas no mapa de Thror forem comparadas com as transcrições em letras modernas, o alfabeto, adaptado ao inglês moderno, poderá ser descoberto e o título rúnico acima também poderá ser lido. No Mapa são encontradas todas as runas normais, exceto para X. I e U são usadas no lugar de J e V. Não havia runas para Q (use CW) nem para Z (pode-se usar a runa dos anões se necessário). Descobrir-se-á, porém, que algumas runas individuais representam duas letras modernas: th, ng, ee, outras runas do mesmo tipo também foram usadas algumas vezes. A porta secreta estava marcada com D Na borda havia uma mão apontando para esta e embaixo estava escrito:

CAPÍTULO I

Uma festa inesperada

(Fig. 1) Roger Garland – A Colina Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e úmida, cheia de restos de minhocas e com cheiro de lodo, tampouco uma toca seca, vazia e arenosa, sem nada em que sentar ou o que comer: era a toca de um hobbit, e isso quer dizer conforto. A toca tinha uma porta perfeitamente redonda como uma escotilha, pintada de verde, com uma maçaneta brilhante de latão amarelo exatamente no centro. A porta se abria para um corredor em forma de tubo, como um túnel: um túnel muito confortável, sem fumaça, com paredes revestidas e com o chão ladrilhado e atapetado, com cadeiras de madeira polida e montes e montes de cabides para chapéus e casacos — o hobbit gostava de visitas. O túnel descrevia um caminho cheio de curvas, afundando bastante, mas não em linha reta, no flanco da colina. — A Colina, como todas as pessoas num raio de muitas milhas a chamavam —, e muitas portinhas redondas se abriam ao longo

dela, de um lado e do outro. Nada de escadas para o hobbit: quartos, banheiros, adegas, despensas (muitas delas), guarda-roupas (ele tinha salas inteiras destinadas a roupas), cozinhas, salas de jantar, tudo ficava no mesmo andar, e, na verdade, no mesmo corredor. Os melhores cômodos ficavam todos do lado esquerdo (de quem entra), pois eram os únicos que tinham janelas, janelas redondas e fundas, que davam para o jardim e para as campinas além, que desciam até o rio. Esse hobbit era um hobbit muito abastado, e seu nome era Bolseiro. Os Bolseiros viviam nas vizinhanças da Colina desde tempos imemoriais, e as pessoas os consideravam muito respeitáveis, não apenas porque em sua maioria eram ricos, mas também porque nunca tinham tido nenhuma aventura ou feito qualquer coisa inesperada você podia saber o que um Bolseiro diria sobre qualquer assunto sem ter o trabalho de perguntar a ele. Esta é a história de como um Bolseiro teve uma aventura, e se viu fazendo e dizendo coisas totalmente inesperadas. Ele pode ter perdido o respeito dos seus vizinhos, mas ganhou — bem, vocês vão ver se ele ganhou alguma coisa no final. A mãe desse nosso hobbit — o que é um hobbit? Imagino que os hobbits requeiram alguma descrição hoje em dia, uma vez que se tornaram raros e esquivos diante das Pessoas Grandes, como eles nos chamam. Eles são (ou eram) um povo pequeno, com cerca de metade da nossa altura, e menores que os anões barbados. Os hobbits não têm barba. Não possuem nenhum ou quase nenhum poder mágico, com exceção daquele tipo corriqueiro de mágica que os ajuda a desaparecer silenciosa e rapidamente quando pessoas grandes e estúpidas como vocês e eu se aproximam de modo desajeitado, fazendo barulho como um bando de elefantes, que eles podem ouvir a mais de uma milha de distância. Eles têm tendência a serem gordos no abdome, vestem-se com cores vivas (principalmente verde e amarelo), não usam sapatos porque seus pés já têm uma sola natural semelhante a couro, e também pêlos espessos e castanhos parecidos com os cabelos da cabeça (que são encaracolados), têm dedos morenos, longos e ágeis, rostos amigáveis, e dão gargalhadas profundas e deliciosas (especialmente depois de jantarem, o que fazem duas vezes por dia, quando podem). Agora vocês sabem o suficiente para continuarmos. Como eu estava dizendo, a mãe desse hobbit — isto é de Bilbo Bolseiro — era a

muito tempo, na verdade, não passara por ali desde que seu amigo, o Velho Túk, morrera, e os hobbits quase se haviam esquecido de seu aspecto. Estivera viajando, para além da Colina e do outro lado do Água, cuidando de seus próprios negócios, desde que eles todos eram meninos e meninas hobbits. Tudo o que Bilbo, sem suspeitar de nada, viu naquela manhã foi um velho com um cajado. Usava um chapéu azul, alto e pontudo, uma capa cinzenta comprida, um cachecol prateado sobre o qual sua longa barba branca caia até abaixo da cintura, e imensas botas pretas. — Bom dia! — disse Bilbo sinceramente. O sol brilhava, e a grama estava muito verde. Mas Gandalf lançou-lhe um olhar por baixo de suas longas e espessas sobrancelhas, que se projetavam da sombra da aba do chapéu. — O que você quer dizer com isso? — perguntou ele. — Está me desejando um bom dia, ou quer dizer que o dia está bom não importa que eu queira ou não, ou quer dizer que você se sente bem neste dia, ou que este é um dia para se estar bem? — Tudo isso de uma vez — disse Bilbo. — É uma manhã muito agradável para fumar um cachimbo ao ar livre, além disso. Se você tiver um cachimbo com você, sente- se e tome um pouco do meu fumo! Não há pressa, temos o dia todo pela frente! — E então Bilbo se sentou numa cadeira à sua porta, cruzou as pernas e soprou um belo anel de fumaça cinzenta que se ergueu no ar sem se desmanchar e foi flutuando sobre a Colina. — Muito bonito! — disse Gandalf. — Mas eu não tenho tempo para soprar anéis de fumaça esta manhã. Estou procurando alguém para participar de uma aventura que estou organizando, e está muito difícil achar alguém. — Acho que sim, por estes lados! Nós somos gente simples e acomodada, e eu não gosto de aventuras. São desagradáveis e desconfortáveis! Fazem com que você se atrase para o jantar! Não consigo imaginar o que as pessoas vêem nelas — disse o nosso Sr. Bolseiro, colocando um polegar atrás dos suspensórios e soprando outro anel de fumaça ainda maior. Depois pegou sua correspondência matinal e começou a lê-la, fingindo não prestar mais atenção ao velho. Havia decidido que não era do tipo que o agradava e queria que ele fosse embora. Mas o velho não se mexeu. Ficou parado, apoiando-se no seu cajado, observando o hobbit sem dizer nada, até que Bilbo se sentiu

meio embaraçado, e até um pouco contrariado. — Bom dia! — disse ele finalmente. — Nós não queremos aventuras por aqui, obrigado! Você podia tentar além da Colina ou do outro lado do Água. — Com isso quis dizer que a conversa estava terminada. — Você usa Bom Dia para um monte de coisas! — disse Gandalf. — Agora está querendo dizer que quer se livrar de mim e que o dia não ficará bom até que eu vá embora. — De jeito nenhum, de jeito nenhum, caro senhor! Deixe-me ver, acho que não sei o seu nome. — Sim, sim, meu caro senhor, e eu sei o seu, Sr. Bilbo Bolseiro. E você sabe o meu nome, embora não se lembre de que ele se refere a mim. Eu sou Gandalf, e Gandalf significa eu! E pensar que eu viveria para escutar um “Bom dia” do filho de Beladona Túk como se fosse um simples mascate que bate de porta em porta! — Gandalf, Gandalf! Puxa vida! Não o mago errante que deu ao Velho Túk um par de abotoaduras de diamante que se abotoavam e nunca se soltavam até que fosse ordenado? Não o camarada que costumava contar histórias maravilhosas nas festas, sobre dragões, orcs e gigantes e sobre resgates de princesas e sobre a sorte inesperada de filhos de viúvas? Não o homem que costumava fazer fogos de artifício especialmente maravilhosos! Eu me lembro deles! O Velho Túk costumava soltá-los na véspera do Solstício de Verão. Esplêndido! Eles subiam como grandes lírios e bocas-de-leão e laburnos de fogo, ficavam no céu durante todo o entardecer! — Vocês já devem ter notado que o Sr. Bolseiro não era tão prosaico como queria acreditar que fosse, e também que gostava muito de flores. — Ora, ora! — continuou ele. — Não o Gandalf que foi responsável por tantos moços e moças tranqüilos partirem em loucas aventuras? Qualquer coisa, desde subir em árvores até visitar elfos, ou navegar em navios, navegar para outras praias! Puxa! A vida costumava ser muito interessante... quero dizer, você costumava perturbar muito as coisas por estas bandas naquela época. Eu peço desculpas, mas não imaginava que ainda estava na ativa. — Onde mais eu poderia estar? — disse o mago. — De qualquer forma, estou satisfeito em saber que você se lembra de alguma coisa a meu respeito. Parece que a

Pendurou a capa com capuz no cabide mais próximo e: — Dwalin, às suas ordens! — disse ele, fazendo uma grande reverência. — Bilbo Bolseiro às suas! — disse o hobbit, surpreso demais para perguntar qualquer coisa no momento. Quando o silêncio que se seguiu tornou-se incômodo, ele acrescentou: — Estava quase na hora do meu chá, por favor, venha e sirva-se. — Talvez ele tenha sido um pouco seco, mas suas intenções eram gentis. E o que vocês fariam, se um anão aparecesse sem ser convidado em sua casa, e pendurasse suas coisas no seu corredor sem uma palavra de explicação? Não fazia muito tempo que eles estavam à mesa, na verdade, mal tinham chegado ao terceiro pedaço de bolo, quando veio um toque ainda mais alto da campainha. — Com licença — disse o hobbit, e foi até a porta. — Então, finalmente você chegou! — Era o que ele ia dizer para Gandalf desta vez. Mas não era Gandalf. Em vez dele, ali estava na entrada um anão que parecia muito velho, com uma barba branca e um capuz vermelho, que também pulou para dentro assim que a porta foi aberta, como se tivesse sido convidado. — Vejo que já começaram a chegar — disse ele quando viu pendurado o capuz verde de Dwalin. Pendurou o seu perto do outro, e: — Balin, às suas ordens — disse, com a mão sobre o peito. — Obrigado! — disse Bilbo, ofegante. Não era a coisa certa para dizer, mas o já começaram a chegar o agitara muito. Ele gostava de visitas, mas gostava de conhecê-las antes que chegassem, e preferia convidá-las por sua própria conta. Teve um pensamento horrível de que o bolo poderia não ser suficiente e então ele, como anfitrião, que sabia de sua obrigação e se resignava a ela apesar do sofrimento, poderia ter de ficar sem. — Entre e tome um pouco de chá! — conseguiu dizer, depois de respirar fundo. — Um pouco de cerveja me cairia melhor, se não lhe fizer diferença, meu bom senhor — disse Balin, agitando a barba branca. — Mas eu não recuso um pouco de bolo... bolo de sementes se você tiver. — Um monte! — Bilbo se viu respondendo, para sua própria surpresa, e se viu também correndo até a adega para encher uma caneca de cerveja, e depois para a despensa para pegar dois belos e redondos bolos de sementes que fizera aquela tarde

para petiscar depois do jantar. Quando voltou, Balin e Dwalin estavam conversando à mesa como velhos amigos (na verdade, eles eram irmãos). Bilbo arriou a cerveja e o bolo com um baque na mesa diante deles, quando veio um toque forte da campainha de novo, e depois outro toque. “Gandalf, com certeza, desta vez”, pensou ele, enquanto arfava ao longo do corredor. Mas não era. Eram mais dois anões, ambos com capuzes azuis, cintos de prata e barbas amarelas, e cada um deles carregava um saco de ferramentas e uma pá. Quando saltaram para dentro, assim que a porta começou a se abrir, Bilbo não ficou nem um pouco surpreso. — Em que posso ajudá-los, meus anões? — disse ele. — Kili, às suas ordens! — disse o primeiro. — E Fili! — acrescentou o segundo, e ambos retiraram seus capuzes azuis e fizeram reverência. — As suas ordens, e de sua família — respondeu Bilbo, lembrando-se das boas maneiras desta vez. — Dwalin e Balin já estão aqui, pelo que vejo — disse Kili. — Vamos nos juntar à multidão! “Multidão!”, pensou o Sr. Bolseiro. “Isso não soa bem. Realmente preciso me sentar um pouco e colocar a cabeça no lugar, e tomar alguma coisa.” Ele só tinha tomado um gole — no canto, enquanto os quatro anões se sentavam em volta da mesa e conversavam sobre minas e ouro e problemas com os orcs e as depredações de dragões, e um monte de outras coisas que ele não entendia, e não queria entender, porque soavam aventureiras demais — quando dingue-lingue-dongue-longue, sua campainha tocou novamente, como se algum menino-hobbit estivesse tentando arrancá-la fora. — Alguém está à porta! — disse ele, piscando. — Pelo som, eu diria que uns quatro — disse Fili. — Além disso, nós os vimos vindo atrás de nós ao longe. O pobrezinho do hobbit sentou-se no corredor e colocou as mãos na cabeça, querendo saber o que havia acontecido e o que iria acontecer, e se eles todos iriam ficar para o jantar. Então a campainha tocou outra vez, mais alto que nunca, e ele correu para a porta. Não eram quatro no fim das contas, eram CINCO.

— Agora estamos todos aqui! — disse Gandalf, olhando para a fileira de treze capuzes, capuzes de festa, removíveis, da melhor qualidade, e seu próprio chapéu, pendurados nos cabides. — Que reunião alegre! Espero que tenha sobrado alguma coisa para os atrasados comerem e beberem! O que é isso? Chá! Não, obrigado! Um pouco de vinho tinto para mim, eu acho. — Para mim também — disse Thorin. — E geléia de framboesa e torta de maçã — disse Bifur. — E pastelão de carne com queijo — disse Bofur. — E torta de carne de porco com salada — disse Bombur. — E mais bolo, e cerveja clara, e café, se não se incomoda — disseram os outros anões através da porta. — Sirva também alguns ovos, meu bom rapaz! — disse Gandalf para ele ouvir, enquanto o hobbit se esbaforia para as despensas. — E traga também a salada de galinha com picles. “Parece que ele sabe tanto sobre o conteúdo das minhas despensas quanto eu”, pensou o Sr. Bolseiro, que estava se sentindo positivamente aturdido e começava a se perguntar se a mais infame das aventuras não tinha vindo parar exatamente dentro de sua casa. Na hora em que tinha acabado de pegar todas as garrafas e comidas e facas e garfos e copos e pratos e colheres e coisas empilhadas em grandes bandejas, já estava ficando com muito calor, e com o rosto vermelho, e zangado. — Raios partam esses anões! — disse em voz alta. — Por que eles não vêm dar uma ajuda? — Dito e feito! Lá estavam Balin e Dwalin na porta da cozinha, e Fili e Kili atrás deles, e antes que o hobbit pudesse dizer faca eles tinham arrebatado as bandejas e um par de mesinhas para a sala e arrumado tudo de novo. Gandalf sentou-se à cabeceira com todos os anões em volta: e Bilbo se sentou num banquinho ao lado do fogo, mordiscando um biscoito (estava totalmente sem apetite) e tentando fingir que tudo aquilo era perfeitamente normal e nada parecido com uma aventura. Os anões foram comendo e comendo, e conversando e conversando, e o tempo passou. Finalmente eles afastaram as suas cadeiras, e Bilbo foi retirar os pratos e copos. — Imagino que vocês todos vão ficar para o jantar? — disse ele, com sua voz

mais educada e calma. — É claro! — disse Thorin. — E até depois disso. Não devemos terminar até muito tarde, e precisamos de um pouco de música primeiro. Agora vamos limpar tudo! Então os doze anões — não Thorin, ele era importante demais e ficou conversando com Gandalf — puseram-se imediatamente de pé, e fizeram grandes pilhas com todas as coisas. E foram, sem esperar por bandejas, equilibrando colunas de pratos, cada uma com uma garrafa no topo, em uma única mão, enquanto o hobbit corria atrás deles quase gemendo de pavor: “Por favor, tenham cuidado” e “por favor, não se incomodem, eu posso cuidar disso!”. Mas os anões apenas começaram a cantar: Copos trincados e pratos partidos! Facas cegas, colheres dobradas! É isso que em Bilbo causa gemidos Garrafas em cacos e rolhas queimadas! Pise em gordura, corte a toalha! Sobre o tapete jogue os ossinhos! O leite entornado no chão se coalha! Em cada porta há manchas de vinho! Jogue esta louça em água fervente, Soque bastante com este bastão, Se nada quebrar, por mais que se tente, Faça rolar, rolar pelo chão! Isso é o que Bilbo Bolseiro detesta! Cuidado! Cuidado com os pratos da festa! E é claro que eles não fizeram nenhuma dessas coisas terríveis, e que tudo estava limpo e guardado a salvo com a rapidez de um relâmpago, enquanto o hobbit ficava dando voltas e voltas na cozinha tentando ver o que eles estavam fazendo. Depois voltaram e encontraram Thorin com os pés sobre a guarda da lareira, fumando um cachimbo. Estava soprando os maiores anéis de fumaça, e onde quer que ordenasse que os anéis fossem, eles iam — para cima da chaminé, para baixo da mesa, ou dando voltas