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Guias e Dicas
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Anatomia: Definições, Divisões e Nomenclatura, Trabalhos de Anatomia

Uma introdução à anatomia, descrevendo suas diferentes divisões, a importância da nomenclatura e a posição fundamental do indivíduo para o estudo. Além disso, são abordados os planos de inscrição e secção, termos de posição e direção, e a importância da estrutura fibrosa chamada fascia.

O que você vai aprender

  • Que significa a palavra anatomia?
  • Quais são as diferentes divisões da anatomia?
  • O que é a nomenclatura anatômica e por que é importante?

Tipologia: Trabalhos

2021

Compartilhado em 09/02/2022

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ana-clara-cardoso-13 🇧🇷

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA - Prof. José A. Thomazini
FMRP-USP
=============================================================
Definição e Divisão
Etimologicamente, Anatomia significa cortar em partes. Entretanto esse termo
tem um significado muito mais amplo, pois a Anatomia estuda a forma e a estrutura de
seres vivos ou objetos e as relaciona com a função. Duas frases muito citadas definem
bem a importância desta ciência: “A forma é a imagem plástica da função”(Ruffini) e “A
Anatomia está para a Fisiologia, assim como a Geografia está para a História: o cenário
dos eventos” (Fernel). Uma definição assim tão ampla abrange vários níveis de
observação como o macroscópico (vista desarmada), mesoscópico (lupa), microscópico
(microscópio de luz) e o submicroscópico (microscópio eletrônico).
A Anatomia macroscópica humana estuda o corpo humano e, conforme o
enfoque, recebe várias denominações:
ANATOMIA SISTEMÁTICA OU DISCRITIVA: - estuda de modo analítico e
separadamente as várias estruturas dos sistemas que constituem o corpo, o esquelético, o
muscular, o circulatório, etc.;
ANATOMIA TOPOGRÁFICA OU REGIONAL: - estuda, de uma maneira sintética,
as relações entre as estruturas de regiões delimitadas do corpo;
ANATOMIA DE SUPERFÍCIE OU DO VIVO: - estuda a projeção de órgãos e
estruturas profundas na superfície do corpo, é de grande importância para a compreensão
da semiologia clínica;
ANATOMIA FUNCIONAL: - estuda segmentos funcionais do corpo estabelecendo as
relações recíprocas e funcionais das várias estruturas dos diferentes sistemas;
ANATOMIA APLICADA: - salienta a importância dos conhecimentos anatômicos para
as atividades médicas, clínica ou cirúrgica e mesmo para as artísticas;
ANATOMIA RADIOLÓGICA: - estuda o corpo usando as propriedades dos raios X e
constitui, com a Anatomia de Superfície, a base morfológica das técnicas de exploração
clínica;
ANATOMIA COMPARADA: - estuda a Anatomia de diferentes espécies animais com
particular enfoque ao desenvolvimento ontogenético e filogenético dos diferentes órgãos.
Neste texto o enfoque da Anatomia será feito sob o seu aspecto funcional e
aplicado. Os segmentos do corpo serão examinados como um todo funcional sem
restringir-se às várias regiões topográficas. Depois de estudar genericamente cada um dos
elementos que constituem o corpo, o tegumento, os nervos, os vasos, os músculos e as
vísceras, serão analisados os segmentos: coluna vertebral, pescoço e cabeça, membros
superior, tórax, abdome, pelve e membro inferior. Estes segmentos serão abordados
como unidades morfofuncionais tal como se apresentam na prática médico-cirúrgica. As
aplicações práticas dos dados anatômicos mais importantes serão referidas com a
finalidade de motivar e chamar a atenção para a importância do conhecimento anatômico.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA - Prof. José A. Thomazini FMRP-USP ============================================================= Definição e Divisão Etimologicamente, Anatomia significa cortar em partes. Entretanto esse termo tem um significado muito mais amplo, pois a Anatomia estuda a forma e a estrutura de seres vivos ou objetos e as relaciona com a função. Duas frases muito citadas definem bem a importância desta ciência: “A forma é a imagem plástica da função”(Ruffini) e “A Anatomia está para a Fisiologia, assim como a Geografia está para a História: o cenário dos eventos” (Fernel). Uma definição assim tão ampla abrange vários níveis de observação como o macroscópico (vista desarmada), mesoscópico (lupa), microscópico (microscópio de luz) e o submicroscópico (microscópio eletrônico). A Anatomia macroscópica humana estuda o corpo humano e, conforme o enfoque, recebe várias denominações: ANATOMIA SISTEMÁTICA OU DISCRITIVA : - estuda de modo analítico e separadamente as várias estruturas dos sistemas que constituem o corpo, o esquelético, o muscular, o circulatório, etc.; ANATOMIA TOPOGRÁFICA OU REGIONAL : - estuda, de uma maneira sintética, as relações entre as estruturas de regiões delimitadas do corpo; ANATOMIA DE SUPERFÍCIE OU DO VIVO : - estuda a projeção de órgãos e estruturas profundas na superfície do corpo, é de grande importância para a compreensão da semiologia clínica ; ANATOMIA FUNCIONAL: - estuda segmentos funcionais do corpo estabelecendo as relações recíprocas e funcionais das várias estruturas dos diferentes sistemas; ANATOMIA APLICADA: - salienta a importância dos conhecimentos anatômicos para as atividades médicas, clínica ou cirúrgica e mesmo para as artísticas; ANATOMIA RADIOLÓGICA : - estuda o corpo usando as propriedades dos raios X e constitui, com a Anatomia de Superfície, a base morfológica das técnicas de exploração clínica; ANATOMIA COMPARADA: - estuda a Anatomia de diferentes espécies animais com particular enfoque ao desenvolvimento ontogenético e filogenético dos diferentes órgãos. Neste texto o enfoque da Anatomia será feito sob o seu aspecto funcional e aplicado. Os segmentos do corpo serão examinados como um todo funcional sem restringir-se às várias regiões topográficas. Depois de estudar genericamente cada um dos elementos que constituem o corpo, o tegumento, os nervos, os vasos, os músculos e as vísceras, serão analisados os segmentos: coluna vertebral, pescoço e cabeça, membros superior, tórax, abdome, pelve e membro inferior. Estes segmentos serão abordados como unidades morfofuncionais tal como se apresentam na prática médico-cirúrgica. As aplicações práticas dos dados anatômicos mais importantes serão referidas com a finalidade de motivar e chamar a atenção para a importância do conhecimento anatômico.

MÉTODO DE ESTUDO

A dissecção constitui o método de eleição para o aprendizado em Anatomia. Dissecando ou estudando em peças previamente dissecadas obtém-se a maior soma de conhecimentos em Anatomia. Cada segmento será examinado através de dissecções estratigráficas ou apresentados como cortes totais do corpo ou segmentos isolados de cadáveres previamente fixados. O exame do vivo será feito com o emprego de radiografias, pela analogia de superfície e usando técnicas semelhantes às empregadas no exame clínico de paciente: inspeção, palpação, percussão e ausculta de indivíduos vivos, além de se valer de instrumentos como o otoscópio, o oftalmoscópio, o rinoscópio e outros. A finalidade primeira não é fazer diagnóstico clínico-patológico, mas projetar órgãos profundos na superfície do corpo e observar estruturas como o olho, a cavidade nasal, o ouvido externo. O estudo da anatomia do vivo estimula a exploração do corpo e prepara o estudante para futuras atividades profissionais. NOMENCLATURA ANATÔMICA Para descrever o corpo humano os primeiros anatomistas tiveram que padronizar suas descrições para evitar a grande confusão de termos que surgiram. Uma mesma estrutura recebia vários nomes o que tornava impossível a internacionalização da descrição anatômica. ( Figura I-1. Posição Anatômica) Reunidos em congresso, a primeira decisão dos anatomistas foi escolher o latim, uma língua morta, para nomear todos os termos anatômicos. A partir do latim estes termos foram traduzidos para a vernáculo de cada país. A relação geral dos termos latinos, com alguns termos gregos, denomina-se Nomina Anatômica. A segunda decisão foi descrever o corpo humano a partir de uma posição única, a chamada Posição Anatômica. Nesta posição o indivíduo está de pé, com os membros superiores ao longo do corpo, as palmas das mãos voltadas para a frente, os calcanhares unidos, os dedos dos pés dirigidos para a frente e a cabeça em posição horizontal, como se olhasse para o horizonte. Esta posição eqüivale à posição fundamental do ginasta (Fig. I-1) e tem que ser mentalizada não importando a posição em que se encontre o doente ou o cadáver. Uma vez definida a posição anatômica, era necessário estabelecer os limites do corpo através de planos tangentes ao mesmo. Os planos tangentes à cabeça, aos pés, ao ventre, ao dorso, e os laterais delimitam, inscrevem ou contém o corpo e pôr isto são chamadas de Planos de Inscrição ou Tangentes do corpo.

Em linguagem anatômica, os termos têm definição precisa e universal que será usada com o mesmo significado pôr toda a vida profissional, pois constitui também a base da linguagem médica. TERMOS DE POSIÇÃO, DIREÇÃO E SITUAÇÃO. Superior ou cranial, inferior ou podal, anterior ou ventral , posterior ou dorsal e lateral são termos de posição em relação aos planos de inscrição e indicam proximidade a estes planos. São termos comparativos e indicam que uma estrutura é, pôr exemplo, mais cranial que outra. Nenhum órgão ou estrutura é simplesmente cranial ou ventral pois estes planos são tangentes e portanto estão fora do corpo e surgem apenas como referência. Medial também é um termo de posição e indica proximidade do plano mediano em relação a outra estrutura. A direção de um órgão ou estrutura é indicada pelos eixos. Os termos são: longitudinal ou crânio-caudal , ântero-posterior ou dorso-ventral e látero-lateral. O eixo do coração, pôr exemplo, se dirige obliquamente de posterior para anterior, da direita para a esquerda e de cranial para caudal. Mediano, médio e intermédio , são termos que indicam situação. Uma estrutura é dita mediana quando está situada no plano mediano ou sagital mediano. Médio e intermédio são termos que indicam situação de uma estrutura entre outras duas. Para alguns são sinônimos; para outros médio é a estrutura que fica entre uma estrutura superior ou cranial e outra inferior ou caudal, ou seja, quando as estruturas se põem no sentido crânio-caudal. Intermédio refere-se à estrutura situada entre uma lateral e outra medial, isto é, no sentido látero-lateral. A fig. I-4 procura ilustrar estes conceitos. (Figura I-4. Termos de posição, direção e situação da mão) OUTROS TERMOS ANATÔMICOS Proximal e Distal são termos usados para indicar estruturas mais próximas ou distantes de um ponto de irradiação. São termos restritos aos membros, indicando maior ou menor proximidade da raiz do membro e, no sistema circulatório, para indicar maior ou menor proximidade do coração. Palmar ou volar são sinônimos de anterior quando usados para nomear a face anterior da mão. Plantar e dorsal são usados para indicar as faces dos pés. Interno e Externo são expressões usadas para indicar as faces dos órgãos ocos ou de cavidades. Superficial e profundo indicam, respectivamente, menor e maior distância da superfície do corpo. Existe, entretanto, um limite definido para indicar estruturas superficiais e profundas. Este limite será estudado com o tegumento.

Aferente e eferente indicam direção: eferente, do centro para a periferia (centrífugo); aferente da periferia para o centro (centrípeto): usados em anatomia para vasos e nervos. Nas descrições anatômicas muitos termos especiais, a maioria regionais, são empregados: Oral e aboral são termos restritos ao tubo digestivo e indicam estruturas mais próximas ou distantes da boca. Radial e ulnar significam mais próximo dos ossos rádio e ulna respectivamente, assim como tibial e fibular para a tíbia e a fíbula. Para os dentes são usadas expressões que definem suas faces: oclusal para a face mastigadora; vestibular para a face voltada para o vestíbulo bucal; mesial para a face voltada para a linha mediana, considerando também a seqüência da arcada dental, a lingual para a face voltada para a língua. Existem termos anatômicos que precisam ser desde o início conceituados uma vez que gerais e surgirão com freqüência nas descrições anatômicas. Fascia é uma estrutura fibrosa de espessura variável que reveste órgãos ou delimita estruturas. Caracteristicamente uma fascia tem o tecido fibroso que a constitui dispondo em um único plano apresentando um aspecto de folha ou lâmina. As fascias de revestimento, de inserção e de contenção dos músculos, são exemplos típicos. Pedículo é o conjunto de estruturas, vasos, nervos e ductos destinados a um órgão. Como pôr exemplo, pode-se citar o pedículo hepático (artéria hepática, veia porta e ducto colédoco além dos nervos e linfáticos do fígado), o pulmonar (artéria e veia pulmonares e brônquicas e brônquios, nervos e linfáticos do pulmão). Hilo de um órgão é o sítio pôr onde entram e saem os elementos do pedículo. Hilo renal, hilo hepático e hilo pulmonar, são exemplos. Feixe vásculonervoso é um conjunto de vasos e nervos enfeixados pôr uma bainha conjuntiva comum. No pescoço existe um feixe vásculonervoso constituído pela artéria carótida, veia jugular interna e nervo vago, contidos pôr uma bainha conjuntiva comum chamada bainha carotídea. Plexo ou rede é uma malha situada em territórios arteriais, venosos ou linfáticos, assim como no de nervos periféricos, resultado de subdivisões e reuniões (anastomoses) dessas estruturas. Os plexos vasculares existem para garantir o fluxo do fluído circulante oferecendo várias opções ou vias alternativas, e mesmo com a finalidade de reduzir velocidade e igualar pressão. Estes plexos, em geral em vasos de pequeno calibre, garantem a irrigação arterial ou a drenagem venosa e linfática de órgãos ou segmentos. Os plexos nervosos representam um emaranhado de fibras nervosas e podem ser comparados aos cabos de transmissão (os nervos) com os pares de fios (as fibras nervosas) de uma rede telefônica onde os aparelhos seriam as terminações nervosas e a central telefônica o sistema nervoso central, com mudança de direção de uma fibra de um cabo para outro dentro da malha. Normal, variação e anormal , são termos anatômicos, que dependem do conceito de normalidade. Normal, é termo que se refere ao que é mais freqüente, isto é, o que é comum à maioria dos indivíduos. É portanto um conceito estatístico. Variação é o que foge à regra geral, difere do comum, sem entretanto comprometer a função do órgão ou segmento. O local de bifurcação de um vaso importante, como a artéria braquial é um exemplo. Anormal é o que difere do normal, do comum, comprometendo a função. A presença de dedo supranumerário compromete a função da mão. A anormalidade pode

A paquimeria é o princípio pelo qual o corpo é construído pôr duas metades desiguais, uma anterior e outra posterior, separadas pelo plano de secção frontal (coronal). Cada metade recebe o nome de paquímero sendo que em cada um predomina um tubo. No embrião de 4 semanas no paquímero anterior ou ventral se localiza o tubo digestivo primitivo e no paquímero posterior o tubo neural (Fig. I-7). Após o nascimento a paquimeria persiste. O paquímero anterior abriga várias vísceras derivadas do tubo digestivo primitivo e pôr isto é também chamado de paquímero visceral. O paquímero posterior contém os derivados do tubo neural, ou seja, o encéfalo e a coluna vertebral com a medula espinhal (Fig. I-8). (Figura I-8. Tubos neural e visceral nos paquímeros posterior e anterior no adulto) A antimeria é o princípio pelo qual o corpo é construído pela reunião de duas metades iguais e simétricas separadas pelo plano sagital mediano. Cada uma destas metades é chamada de antímero direito e esquerdo. A antimeria verdadeira só existe no embrião como mostra a Fig. I-9. Com o desenvolvimento, antes mesmo do nascimento, a simetria interna começa a desaparecer: o fígado se desenvolve predominantemente no antímero direito, o baço no esquerdo e assim pôr diante. Persiste, a simetria bilateral externa que, assim mesmo, é só aparente no adulto (Fig. I-10). Um dos antímeros sempre predomina sobre o outro dependendo se o indivíduo é destro ou não. (Figura I-9. Vista dorsal de um embrião humano de 4 semanas mostrando a simetria perfeita de seus antímeros) As duas metades da fotografia do rosto de um indivíduo, quando sobrepostas não coincidem completamente mostrando que a simetria externa não é perfeita. Quando se comparam órgãos duplos a assimetria pode ser de forma (o pulmão direito tem três lobos e o esquerdo dois); de tamanho (o ovário direito maior que o esquerdo). Como conclusão podemos dizer que o corpo é construído segundo modelos estratigráfico, paquimérico, antimérico e metamérico que já se definem na quarta semana de vida embrionária. ANATOMIA INDIVIDUAL Cada indivíduo apresenta uma constituição corporal própria (fenótipo) que é resultado do somatório de fatores herdados (genótipo) e adquiridos do meio ambiente em que vive e se desenvolve. (Figura I-10. Simetria externa aparente dos antímeros D e F no indivíduo adulto).

Esta constituição corporal individual, dependendo do tipo morfológico, pode apresentar variação de maior grau que aqueles observados entre os sexos ou grupos etários e étnicos. O principal fator de diferenciação individual é certamente o herdado, isto é, o genótipo. O outro fator (fenótipo) é o desenvolvimento desigual dos indivíduos. O crescimento do corpo obedece às leis gerais, uma das quais é a alternância de ritmo com fases de crescimento rápido. Os fatores ambientais atuam sobre o ritmo de crescimento principalmente nas fases de rápido desenvolvimento, como a primeira infância e a puberdade. Estes fatores ambientais são geográficos e sócio-econômicos que incluem a habitação, trabalho, saúde e principalmente alimentação. Uma deficiência alimentar, principalmente protéica, na primeira infância pode comprometer irremediavelmente o desenvolvimento físico e mental de um indivíduo. BIÓTIPOS Com base em dados morfológicos e ou psicomorfológicos os indivíduos foram estatisticamente classificados em tipos constitucionais ou biótipos. A classificação de Viola (1933) baseia-se em dados puramente morfológicos (antropométricos) e deve ser aqui referida. Este autor classificou os indivíduos em três tipos: em um extremo estariam os Longilíneos com uma conformação geral estreita e fina, estatura alta, membros longos, pescoço longo e fino, ombros pendentes e um tronco onde o tórax predomina sobre o abdome; no outro extremo estariam os Brevilíneos com conformação geral larga e arredondada, estatura baixa, membros curtos, pescoço curto e grosso, ombros horizontais e um tronco grande de secção cilíndrica onde o abdome predomina sobre o tórax; o tipo Normolíneo apresentaria características intermediárias entre os tipos extremos. A Fig. I-11 mostra a silhueta destes três tipos constitucionais encontrados pôr Lacaz de Morais (1939) na população de brancos nativos do Estado de São Paulo. Os tipos constitucionais já tiveram grande importância em clínica. Os textos de semiologia médica de algumas décadas atrás salientavam a relação entre a forma exterior do corpo com a forma e posição das vísceras, uma predisposição mórbida especial e uma estrutura psicológica específica para cada tipo constitucional. (Figura I-11. Silhueta dos tipos constitucionais) Os brevilíneos (megalosplâncnicos ou apopléticos de outras classificações) apresentariam “notável predisposição para as manifestações artríticas, obesidade, gota, diabetes, litíases (hepática e renal) além de hipertensão arterial e outras afeções cardiovasculares. Psicologicamente estes indivíduos seriam extrovertidos e ciclotímicos com humor entre extrema alegria e tristeza”.