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Guias e Dicas
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Introdução ao Estudo da Bíblia, Manuais, Projetos, Pesquisas de Teologia

Estudando Teologia Bíblica Instituto de Teologia

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 07/11/2019

jonas-carvalho
jonas-carvalho 🇧🇷

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BEM VINDO!

Olá, seja bem-vindo ao PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO da Escola do Discípulo. Nós da Primeira Igreja Batista de Campo Grande estamos muito felizes e nos sentimos honrados com a sua presença. Nas próximas semanas vamos refletir sobre a importância da igreja nas casas, o que chamamos de células. Temos aprendido que os grupos pequenos são mais do que uma mera estratégia, mas a própria igreja de Jesus, em seu modelo apresentado no Novo Testamento. Nossa igreja já tem caminhado nesta direção há algum tempo e podemos ver quantos frutos preciosos Deus já tem nos dado. Se você quer ser um cristão autêntico, você também vai perceber que não há melhor lugar para se colocar em prática os valores do Reino de Deus do que em um grupo pequeno. COMO APROVEITAR MELHOR AS AULAS

  • Procure chegar no horário para não perder nada;
  • Tenha um caderno de anotações e caneta para registrar o que achar interessante;
  • Faça perguntas. Este é o lugar mais apropriado para tirar as suas dúvidas;
  • Não falte. Cada aluno tem direito a duas faltas no curso, por isso busque se organizar. Se tiver muitas faltas, infelizmente não poderá terminar o curso;
  • Pratique o que aprender. A grande medida do crescimento espiritual vem pela prática da verdade e não só pelo seu conhecimento. COMO APROVEITAR MELHOR ESTE MATERIAL Esta apostila em suas mãos foi preparada especialmente para você, então:
  • Tenha o hábito de ler a lição antes das aulas para assimilar melhor o conteúdo;
  • Traga sempre a apostila com você para poder fazer observações e perguntas; Que Deus lhe abençoe.

AULA 01 – INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Durante este curso faremos um rápido panorama do antigo testamento da bíblia sagrada, estudaremos um pouco sobre a história de Israel como o plano de Deus para redimir a humanidade, a importância dos livros poéticos assim como a importância dos profetas e o conteúdo de suas mensagens. Mas, para compreendermos melhor o Antigo Testamento, antes precisamos entender como podemos conhecer à Deus e como o antigo testamento foi escrito e organizado da maneira em que temos hoje. Nesta aula, estudaremos a maneira como Deus se revelou ao ser humano, como podemos conhece-lo, quais são as maneiras que Deus escolheu se revelar. Veremos como o Antigo Testamento foi escrito, preservado e se ele é digno de confiança como texto histórico.

O DEUS QUE SE REVELA

Como podemos conhecer a Deus? Isso é possível? Para muitos nos dias de hoje Deus é apenas uma invenção do ser humano para tentar explicar as coisas inexplicáveis do mundo. Neste sentido, Deus seria apenas o resultado de nosso cognitivo limitado que tentamos preencher com o sobrenatural. É certo que não podemos colocar Deus dentro de uma caixa e afirmar: “Deus é isso ou aquilo”. Só é possível conhece-lo porque ele se deixa ser conhecido através de sua auto- revelação. Deus escolheu se mostrar para sua criação; é o que chamamos de Revelação. Ele em seu grande amor optou por se fazer conhecido e tornou isso possível por intermédio de sua auto-revelação na natureza e na história. Não é possível colocar Deus em uma gaiola e dizer que sabemos tudo sobre Ele, nós apenas conhecemos aquilo que Ele escolheu se mostrar; não sabemos o quanto Deus se revelou e possivelmente grande parte ainda continua sendo um mistério.

Em um sentido mais elaborado, o conceito de “revelação” não significa mera transmissão de um conjunto de conhecimentos, mas sim a manifestação pessoal de Deus na história. Deus tomou a iniciativa por intermédio de um processo de auto-revelação, que atinge seu ápice e plenitude na história de Jesus de Nazaré. Quando falamos da revelação de Deus podemos interpretar que Ele se revela de algumas maneiras: A REVELAÇÃO GERAL DE DEUS Podemos entender como revelação Geral ou Revelação Natural a possibilidade de conhecer parte da sabedoria de Deus por intermédio do mundo que ele criou. Observando a ordem e a beleza de sua criação podemos encontrar Deus se manifestando através de sua obra. Inclui tudo que Deus revelou no mundo à nossa volta, incluindo o próprio homem. Não é possível ter um pleno conhecimento do plano de salvação de Deus na revelação geral, mas é uma ótima forma de se entender que existe um Deus que quer ser conhecido. Algumas maneiras que podemos ver o caráter de Deus em sua criação:  A Revelação Natural : “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. ” Salmos 19:1. Podemos ver o caráter de Deus através de sua criação, assim como sabemos que existe um artista por trás de um quadro, também podemos entender que existe um Deus inteligente e criativo por trás da criação. Além de toda beleza da criação o universo demonstra uma ordem e um propósito, apontando para um ser sobrenatural que planejou e criou todas as coisas.  A revelação Moral: De fato, quando os gentios, que não têm a lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a lei; pois mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus corações. Disso dão testemunho também a consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo- os. ” Romanos 2:14,15 Todos nós temos um senso de moralidade, uma ideia do que é certo e errado, isso indica que existe um ser acima de nós que implantou isso em nossos corações.

que acontecem na história real, como quaisquer outros eventos. Se alguém tivesse uma filmadora, quando as águas do Mar Vermelho se abriram, teria gravado o evento em vídeo, como faria com qualquer outro acontecimento normal.  A revelação escrita: Outra maneira como Deus se revelou foi através da bíblia. Homens que viveram sua experiência com Deus registraram de forma inspirada pelo Espírito em textos escritos. Em Alguns casos vemos estes textos sendo ditados diretamente por Deus, como por exemplo os dez mandamentos e as falas dos profetas quando diziam “assim diz o Senhor”. Outros textos da bíblia foram escritos por homens que foram testemunhas oculares dos eventos em que Deus se mostrava, outros escreveram suas experiências pessoais com Deus como Davi. O Antigo Testamento nos diz que que o resultado da revelação especial do Senhor nas Escrituras é perfeito. A revelação especial é necessária porque, como vimos anteriormente, a revelação geral não é suficiente para proporcionar todo o conhecimento de Deus necessário para nos relacionarmos com ele. O ser humano só poderá ser salvo se crer no evangelho. Mas como o apóstolo Paulo disse: “como crerão naquele de quem não ouviram? ” (Rm 10.14). A revelação de Deus mostra que ele intervém na criação para se relacionar pessoalmente com suas criaturas. Os milagres, as visões e as comunicações verbais são eventos sobrenaturais. Através de nosso estudo bíblico, entendemos que a revelação de Deus é o processo e o resultado da comunicação racional e proposicional entre Deus e a raça humana. Essa comunicação inclui a revelação de informações com conteúdo intelectual e racional, e também a revelação da pessoa de Deus no encontro pessoal com o homem. Deus ainda continua se revelando? Cremos que a revelação máxima de Deus foi a pessoa de Jesus Cristo, portanto não cremos que Deus se revela com mensagens que contradizem ao que Jesus ensinou. Acreditamos que as escrituras contêm toda a revelação de Deus que precisamos para nossa vida hoje, e o Espírito Santo nos ilumina para interpretá- las.

O ANTIGO TESTAMENTO É DIGNO DE CONFIANÇA?

Muitos nos dias de hoje insistem em dizer que o antigo testamento não aconteceu de verdade, que é apenas um livro de mitos e fábulas e que não pode ser levado a sério como um livro que conte a verdadeira história de Deus se revelando a sua criação. Nesta seção apresentaremos algumas evidencias literárias e arqueológicas que nos mostram que o antigo testamento pode sim ser considerado um livro histórico de confiança. Ausência de embelezamento. O Antigo estamento não tem medo de mostrar todos os problemas de suas personagens, não esconde nenhum pecado ou coisas ruins e vergonhosas que o povo de Deus fez. Nas tradições antigas não se registravam em escritos as ações vergonhosas de um povo, mas isso não acontece no Antigo Testamento, uma grande evidencia de que seu conteúdo é verdade. Evidências arqueológicas O propósito da arqueologia é recuperar a cultura material dos povos da antiguidade e, assim, tentar reconstruir sua história e seu estilo de vida. Para atingir esse objetivo é necessário o trabalho conjunto de um grande número de especialistas. Os objetos mais comuns encontrados na arqueologia do Oriente Médio são pedaços de cerâmica. A principal contribuição da arqueologia para o estudo da bíblia é o esclarecimento que oferece sobre o cotidiano dos tempos bíblicos como política, costumes e práticas dos povos antigos. A arqueologia também nos ajuda a confirmar a autenticidade de nomes, lugares e acontecimentos registrados na bíblia. Deve-se, porém, reconhecer que, na maioria dos casos, a arqueologia é incapaz de fazer tal confirmação e, às vezes, pode até dificultar a tarefa do apologeta. A arqueologia é capaz de oferecer fatos (ex: Senaqueribe realmente

▪ Mencionam a rota comercial: Sodoma, Gomorra, Adamá, Zeboim e Zoar (Gn.14.8) ▪ Mencionam os hititas. o PRISMA DE TAYLOR ▪ Escrito em cuneiforme em 800 a.C ▪ Menciona Senaqueribe (2a Reis 19) ▪ Menciona Taharca – o grande rei cuxita. ▪ As crônicas Babilônicas dizem que quando Senaqueribe voltou para casa, seus dois filhos se levantaram e o mataram.  A inspiração Divina o Existem centenas de evidências que mostram a autoridade do Antigo Testamento, mas a principal delas é a nossa fé, a fé de que foi o próprio Deus quem inspirou e direcionou todas as coisas para que o Antigo Testamento fosse preservado sobrenaturalmente. Agora que entendemos um pouco de como podemos conhecer a Deus, estuaremos como o Antigo testamento foi escrito e compilado da maneira que o conhecemos hoje. A FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO Na criação do homem a escrita ainda não havia sido desenvolvida, as histórias dos feitos de Deus foram sendo transmitidas por tradição oral durante séculos, sendo preservadas sobrenaturalmente por Deus. De acordo com a história geral a escrita começou a ser desenvolvida em torno de 3.500 anos a.C e foi nos tempos de Moisés que o povo hebreu começou a registrar os feitos de Deus em palavras escritas.

O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico em sua maior parte e alguns trechos em aramaico. O hebraico é uma língua em que a mensagem é mais sentida que meramente pensada. A língua hebraica é expressada mediante metáforas vividas e audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa dos acontecimentos, sendo por isso denominada de língua pictórica. Outra característica da língua hebraica é o fato de ser pessoal, apelando diretamente ao coração e às emoções, e não apenas à mente e à razão. O At foi composto durante o período de mil anos que se estenderam de meados do segundo a meados do primeiro milênio a.C. Embora o NT considere Deus o autor do AT pela inspiração do Espirito Santo, pelo menos quarenta autores diferentes foram identificados. Entre os escribas antigos estão personalidades bíblicas bem conhecidas: Moisés, Davi e Salomão. Autores menos conhecidos incluem hebreias como Débora e Miriã e gentios como Agur e Lemuel. O AT contem cinco gêneros ou tipos literários: Lei, narrativa histórica, poesia, sabedoria e profecia. Os materiais que eram utilizados para a escrita naquele tempo eram: tabuinhas, velino, pergaminho, couro e papiro. Outros materiais também utilizados para a escrita eram o metal (Ex. 28:36), a cera (Is. 8:1), as pedras preciosas (Ex. 39:6- 4), os cacos de louça ou ostracos (Jó 2:8). Durante a história do povo de Israel, homens inspirados pelo Espirito Santo registraram as palavras de Deus em forma escrita, que mais tarde seria organizado no Antigo Testamento como conhecemos. A formação do Cânon O termo “cânon” é derivado da palavra grega kanõn, que quer dizer “vara reta, beira reta, régua”. São os livros que foram considerados inspirado por Deus e que formaram a bíblia. Nas escrituras hebraicas há 39 livros que os judeus aceitam como canônicos. São os mesmos que foram aceitos pela igreja apostólica, e pelas Igrejas Protestantes desde os dias da Reforma. Mas logo vem a pergunta: Que é que torna canônico um livro da Escrituras? Quando é que o povo de Deus na antiguidade considerou ou aceitou os vários livros que compões o Antigo Testamento como sendo Canônicos?

A ORGANIZAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

Nossa bíblia não está organizada em ordem cronológica, ou seja, não está compilada como uma linha do tempo onde cada livro é uma sequência do anterior. A palavra bíblia significa biblioteca, e assim como em uma biblioteca, os livros do Antigo Testamento estão organizados por temas, cada um em sua categoria. Por isso é tão importante entendermos como eles estão organizados. A princípio, na bíblia hebraica os livros foram organizados em apenas três categorias: A torá (ou pentateuco) que são os 5 primeiros livros da bíblia, Os profetas e Os Escritos. Em nossa bíblia o Antigo testamento está organizado em 5 categorias: Pentateuco, Históricos, Poéticos, Profetas Maiores e Profetas Menores. Para facilitar a visualização da estrutura do AT vamos usar gráfico que chamaremos de “Arco do AT” PENTATEUCO Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio

POÉTICOS

Jó Salmos Provérbios Eclesiastes Cântico dos Cânticos

PROFETAS MAIORES

Isaías Jeremias Lamentações Ezequiel Daniel HISTÓRICOS Josué Juízes Rute 1 Samuel 2 Samuel 1 Reis 2 Reis 1 Crônicas 2 Crônicas Esdras Neemias Ester

PROFETAS MENORES

Oséias Joel Amós Obadias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias

POR QUE ESTUDAR O ANTIGO TESTAMENTO?

“A ação inspiradora de Deus no Antigo Testamento era como um filete de pólvora, cuja a cor era igual à cor da terra. Antes, já se sabia da sua existência e do seu destino, mas não se conhecia ainda seu traçado preciso nem o conteúdo concreto desse traçado. Esse filete estava sendo conduzido por Deus até chegar ao fogo. No momento em que cristo chega, ressuscita e comunica o Espírito, o fogo se acende e se estende à pólvora, iluminando, de repente, o seu traçado invisível. ” (Carlos Mesters) Apenas conhecendo o antigo testamento é que podemos ter um pleno conhecimento da identidade e da mensagem de Cristo. É impossível falar de salvação ou plano de redenção sem entender toda história do povo de Israel e como Deus foi preparando tudo para a vinda do messias. Você já parou para pensar como é maravilhoso ter um Deus que escolheu se revelar para nós? Diante de toda a criação ele optou por se mostrar por meio de um relacionamento pessoal. É possível conhecer a Deus pessoalmente! Tenha um tempo de oração e comece a buscar por esse relacionamento pessoal com o Deus criador de todas as coisas e que nos ama om um amor incondicional.

ensina em vez de lhe sobrepor as ideias. Quando o leitor permite que a Bíblia fale do próprio ponto de vista e com seus propósitos, ele pode estar mais aberto para aprender o que ela pretende ensinar. É claro que Deus pode falar conosco e se revelar com uma leitura superficial das escrituras, quem somos nós para dizer como Deus vai agir? Mas o estudo aprofundado pode render resultados ainda maiores, porém é acompanhado de maior dificuldade. Aspectos da interpretação bíblica Um dos principais princípios da interpretação já foi citado: devemos permitir que a Bíblia fale por si só. É difícil consegui-lo, pois todo intérprete possui pressuposições, isto é, ideias preestabelecidas sobre o que a Bíblia é, o que ela diz e como todas as coisas se enquadram. Elas podem moldar a interpretação do texto e distorcê-la. A interpretação adequada não exige que os leitores eliminem todas as pressuposições, mas insiste em que eles reconheçam sua existência, reavaliando constantemente sua validade e subordinando-as ao texto das Escrituras. O objetivo desse princípio é impedir que os intérpretes manipulem o texto conforme seus interesses. Para o texto transmitir autoridade, ele deve desfrutar de certa autonomia. É importante entender que a bíblia foi escrita por nós, mas não para nós. Ou seja, ela foi escrita para um determinado tempo, onde os autores, inspirados por Deus, tinham objetivos claros e definidos. Para entendermos a autoridade bíblica precisamos buscar as intenções dos autores do texto. É como se fosse uma tarefa de ler uma carta enviada para uma outra pessoa, para entender precisamos saber qual a cosmovisão (visão de mundo) do destinatário. Procedimentos de interpretação Mas como determinar a intenção do autor? Primeiro , o gênero literário deve ser identificado. Na literatura atual, uma biografia não deve ser lida como suspense nem uma peça como poesia. O gênero literário influencia a abordagem e a interpretação da obra. Isso também se aplica ao AT. A profecia é um gênero

diferente da literatura proverbial. O intérprete deve, inicialmente, identificar o gênero e aprender tudo o que pode sobre ele. Em segundo lugar , é importante descobrir o que for possível sobre o público para o qual a obra foi escrita, e ainda as circunstâncias da composição. Esses fatos podem afetar a interpretação de certas afirmações. Em terceiro lugar , por meio da análise do contexto, devemos tentar identificar a intenção do autor ou editor. Esta pode ser explícita ou deduzida de observações relativas à seleção e à organização do material feitas por ele. Como leitores e estudiosos da bíblia, se conhecermos bem o autor, o público, a situação e o gênero literário, estaremos aptos para nos colocarmos no lugar do ouvinte e entendermos as palavras e, especialmente, a mensagem do trecho interpretado. A interpretação exige que nos tomemos, na medida do possível, parte do público original. A mensagem a eles transmitida é a mesma para nós. O MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO A história da nação israelita desenvolveu-se em um contexto geográfico específico. Por essa razão, a Bíblia leva a sério a geografia e registra acontecimentos reais ocorridos no tempo e no espaço. A Bíblia não é uma passagem secreta que leva a uma história fictícia como As crônicas de Nárnia. No entanto, não é simplesmente uma coleção de registros antigos. Também não tenciona ser um jornal ou manual topográfico. Como a arqueologia, a geografia expande nosso conhecimento do ambiente das narrativas bíblicas e enriquece, dessa forma, nossa compreensão de certos textos do AT. O mundo físico do AT era o Oriente Próximo Antigo, conhecido atualmente por Oriente Médio ou, às vezes, sudoeste da Asia. As narrativas do AT abrangem a região da Mesopotâmia a leste, Ásia Menor ou Anatólia ao norte, a região siro- palestina e Egito a oeste, e a península arábica ao sul. Os atuais Irã e Iraque ocupam a maior parte da antiga Mesopotâmia, enquanto a Ásia Menor hoje é denominada Turquia, e a Arábia Saudita controla a maior parte da península arábica. Quase 4/5 da história do AT ocorre na área siro-palestina na costa leste

EGITO

O Egito antigo era dividido em reino do Alto Egito (ao longo da estreita faixa do vale do rio ao sul) e reino do baixo Egito (basicamente a área do delta ao norte). PENÍNSULA ARÁBICA É um planalto enorme. A terra é, em grande parte, desértica, dunas de areia e campos de lava cercados por orlas marítimas relativamente férteis. A península é dividida em três regiões: 1) o nordeste chamado Arábia de Petra; 2) o deserto da Arábia ao norte e na região central; e 3) a faixa litorânea sul chamada Arábia afortunada. A PALESTINA Recebeu este nome por causa dos filisteus que se instalaram ao longo da costa do Mediterrâneo por volta de 1300 a 1200 A.C. Antes das migrações filisteias, a região chamava Canaã. Esse termo significava “terra da púrpura” e, provavelmente, originou-se da tintura produzida por moluscos muricídeos encontrados em abundancia ao longo da costa.

AULA 03 – A HISTÓRIA DE ISRAEL – PARTE I

Introdução O Antigo Testamento apresenta o pano de fundo histórico com base no qual somos capazes de compreender o Novo. Isso se torna aparente diante do fato de o Novo Testamento conter mais de 600 referências ou alusões ao Antigo. Para entender a identidade de Jesus e forma que ele viveu em seu ministério precisamos antes compreender todo o contexto histórico do povo de Israel. Por isso nas próximas aulas estudaremos o plano de redenção de Deus através da História. Na aula de hoje faremos um breve panorama da história do Povo de Deus desde a Criação até um pouco antes do povo entrar na terra prometida. Nosso objetivo é que você possa entender um pouco mais de todo o contexto histórico do povo de Deus e ter mais clareza para interpretar a bíblia. A ERA DOS PRIMÓRDIOS – O COMEÇO DE TUDO Gênesis 1 – 11 Espaço de Tempo: da criação do mundo até aprox. 2000 a.C. Genesis é o livro do princípio e contém a base de boa parte da teologia do AT. É o primeiro livro do pentateuco, também conhecido por torá. É essencial compreender o conteúdo e a mensagem deste livro para estudar o restante da bíblia. Ele não é um livro de ciências, embora os cientistas estejam corretos em investigar suas afirmações. Não é uma obra de biografias, apesar de aprendermos muito com a vida dos homens e mulheres descritos em suas páginas. Não é um compêndio de história, embora siga o caminho da história. É um livro de teologia, apesar de não ser organizado sistematicamente. O texto de Gênesis 1-11 é a introdução da Bíblia como um todo. Apesar de sucinta, essa seção cobre um período muito maior do que o restante do Antigo Testamento – de Abraão a Malaquias. Ao longo das escrituras, encontramos inúmeras referências que ampliam e expõe significado dessa primeira parte. Esses capítulos são fundamentais para compreendermos corretamente toda a revelação divina transmitida na forma escrita.