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Guias e Dicas
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Introdução à Psicanálise: O Método Catártico e o Recalque, Notas de aula de Psicanálise

O desenvolvimento do método catártico na psicanálise, desde sua origem com breuer e anna o. Até a formulação do conceito de recalque por freud. Aborda a trajetória metodológica de freud, desde a hipnose até a associação livre, e discute a importância do recalque como mecanismo de defesa e sua relação com a neurose. O texto também apresenta a segunda tópica freudiana, incluindo o conceito de eu ideal e sua relação com o narcisismo.

Tipologia: Notas de aula

2017

À venda por 09/01/2025

rafaelacad
rafaelacad 🇧🇷

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1986 - “surgimento” da psicanálse. análise do psiquismo. método - interpretação livre
1901 - publicação de a interpretação dos sonhos
1880 - tratamento da primeira histérica - Ana O
histeria - base do inicio da psicanálise. origem no termo grego pra útero (também chamado de matriz)
instinto - necessidade. trocar por pulsão
CHARCOT: teoria do trauma: eventos traumáticos não esperados pelo sujeito que é posteriormente apagado da
consciência do sujeito. mais tarde, os sintomas da histeria apareceriam por conta deste evento traumático - muito
mecanicista: acidente
josef breuer e o caso anna o (bertha papperheim)
publicado em Estudos Sobre Histeria - 1995
Anna O foi tratada por um médico chamado Josef Breur, um dos precursores da psicanálise, entre 1880 - 1882.
Quando freud foi para paris encontrar Charcot, Freud já era amigo de Breuer (que como era 14 anos mais velho, foi como
um pai pra Freud).
Breuer era um clínico geral e um médico de família (que fazia visitas para ver como estava a saúde das famílias que,
em geral, pertencia a alta burguesia vienense). A família Papperheim era atendida por ele.
Bertha tinha um amor fervoroso pelo pai e se dedicou fielmente ao tratamento, não aceitando enfermeiras e cuidando
sozinha. Com o tempo, foi se esgotando ao passar noites em claro e adoecendo. Cai enferma e o pai falece pouco tempo
depois.
Bertha tinha 21 anos de idade no início de seu tratamento com Breuer e estava praticamente incapacitada, pois ao
longo do tempo que cuidava do pai doente foi desenvolvendo uma série de sintomas histéricos conversivos (sintomas que
se apresentam no corpo). Estava entrevada em cima de uma cama - paralisias com contraturas, insônia severa. Embora
alfabetizada em alemão, ela esqueceu a língua e só conseguia se expressar em inglês - a língua materna de Viena é alemão
- e quando pegava um livro em alemão, só conseguia entender o que estava escrito caso traduzisse para o inglês.
Estrabismo convergente, não conseguia tomar água (hidrófoba) e chupava laranja para se hidratar.
Breuer não tinha contato com os estudos de Charcot. Como era clínico e médico de família, tinha seu consultório e
uma carruagem (era rico) e passava na casa de suas famílias clientes. Voltava para o consultório para atender seus clientes
com hora marcada e, ao fim da tarde, passava na casa de outras famílias.
A princípio, Breuer não sabia o que fazer com Anna. Porém todos os finais da tarde ia na casa da garota e observava,
as vezes massageava e tocava para massagear a contratura e melhorar a paralisia dos membros superiores e inferiores,
além de conversar. Anna O era fascinada por Breuer assim como era pelo pai. Ele percebe que nessas visitas rotineiras a
recorrência de um fenômeno: ela entrava espontaneamente em um estado alterado de consciência. Ficava extremamente
agitada; gritava; na medida em que suas contraturas e paralisias permitiam, jogava objetos e quebrava coisas; e
principalmente colocava em palavras as fantasias pelas quais estava tomada no momento. Isso ocorria pois o limiar de sua
consciência baixava e se permitia fazer tudo o que apenas pensava.
Dizia para Breuer que se sentia mais tranquila, mais leve depois que extravasava. Breuer pensa que no estado
hipnóide, o extravasamento produzia um efeito terapêutico naquele quadro de sofrimento vivido. Se ela espontaneamente
entra no estado alterado de cns (hipnóide) e se permite falar e fazer coisas que não se permite fazer quando está não
alterada, então pensa em sistematizar o quadro: provocar a hipnose em Anna e, e a medida que a paciente está
hipnotizada, fazer perguntas sobre algo que ela não conseguiria dizer conscientemente. Ficou conhecido como Método
(hipno) Catártico.
Catarse: catarsys. Remete à expurgar afetos enlatados → “colocar pra fora”.
Breuer decide sistematizar o método catártico e diz que os afetos de Anna O estavam enlatados e, já que não eram
expulsos pela palavra, encontram vazão por outra via: o corpo (somático) - por isso uma histeria de conversão. O que foi
contido na situação original fica registrado como traço mnemônico e o sintoma histérico é a vazão desse afeto.
Quando Breuer visitava Anna O, tratava apenas um sintoma. Tratava em primeira instância sintomas que de a curto a
longo prazo poderiam prejudicar a vida da paciente.
Breuer pega uma laranja (que tem grande significado para a paciente) e induzia a hipnose. Pedia para que ela
contasse sobre a origem dos sintomas, que não lembrava em estado não hipnótico. Observa que quando a lembrança vinha
acompanhada de exteriorização afetiva, o sintoma tende a ter uma remissão: é curado. O método então trata-se do sujeito
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● 1986 - “surgimento” da psicanálse. análise do psiquismo. método - interpretação livre ● 1901 - publicação de a interpretação dos sonhos ● 1880 - tratamento da primeira histérica - Ana O

● histeria - base do inicio da psicanálise. origem no termo grego pra útero (também chamado de matriz) ● instinto - necessidade. trocar por pulsão

CHARCOT: teoria do trauma: eventos traumáticos não esperados pelo sujeito que é posteriormente apagado da consciência do sujeito. mais tarde, os sintomas da histeria apareceriam por conta deste evento traumático - muito mecanicista: acidente

josef breuer e o caso anna o (bertha papperheim)

publicado em Estudos Sobre Histeria - 1995

Anna O foi tratada por um médico chamado Josef Breur, um dos precursores da psicanálise, entre 1880 - 1882. Quando freud foi para paris encontrar Charcot, Freud já era amigo de Breuer (que como era 14 anos mais velho, foi como um pai pra Freud). Breuer era um clínico geral e um médico de família (que fazia visitas para ver como estava a saúde das famílias que, em geral, pertencia a alta burguesia vienense). A família Papperheim era atendida por ele. Bertha tinha um amor fervoroso pelo pai e se dedicou fielmente ao tratamento, não aceitando enfermeiras e cuidando sozinha. Com o tempo, foi se esgotando ao passar noites em claro e adoecendo. Cai enferma e o pai falece pouco tempo depois. Bertha tinha 21 anos de idade no início de seu tratamento com Breuer e estava praticamente incapacitada, pois ao longo do tempo que cuidava do pai doente foi desenvolvendo uma série de sintomas histéricos conversivos (sintomas que se apresentam no corpo). Estava entrevada em cima de uma cama - paralisias com contraturas, insônia severa. Embora alfabetizada em alemão, ela esqueceu a língua e só conseguia se expressar em inglês - a língua materna de Viena é alemão

  • e quando pegava um livro em alemão, só conseguia entender o que estava escrito caso traduzisse para o inglês. Estrabismo convergente, não conseguia tomar água (hidrófoba) e chupava laranja para se hidratar. Breuer não tinha contato com os estudos de Charcot. Como era clínico e médico de família, tinha seu consultório e uma carruagem (era rico) e passava na casa de suas famílias clientes. Voltava para o consultório para atender seus clientes com hora marcada e, ao fim da tarde, passava na casa de outras famílias. A princípio, Breuer não sabia o que fazer com Anna. Porém todos os finais da tarde ia na casa da garota e observava, as vezes massageava e tocava para massagear a contratura e melhorar a paralisia dos membros superiores e inferiores, além de conversar. Anna O era fascinada por Breuer assim como era pelo pai. Ele percebe que nessas visitas rotineiras a recorrência de um fenômeno: ela entrava espontaneamente em um estado alterado de consciência. Ficava extremamente agitada; gritava; na medida em que suas contraturas e paralisias permitiam, jogava objetos e quebrava coisas; e principalmente colocava em palavras as fantasias pelas quais estava tomada no momento. Isso ocorria pois o limiar de sua consciência baixava e se permitia fazer tudo o que apenas pensava. Dizia para Breuer que se sentia mais tranquila, mais leve depois que extravasava. Breuer pensa que no estado hipnóide, o extravasamento produzia um efeito terapêutico naquele quadro de sofrimento vivido. Se ela espontaneamente entra no estado alterado de cns (hipnóide) e se permite falar e fazer coisas que não se permite fazer quando está não alterada, então pensa em sistematizar o quadro: provocar a hipnose em Anna e, e a medida que a paciente está hipnotizada, fazer perguntas sobre algo que ela não conseguiria dizer conscientemente. Ficou conhecido como Método (hipno) Catártico. Catarse: catarsys. Remete à expurgar afetos enlatados → “colocar pra fora”. Breuer decide sistematizar o método catártico e diz que os afetos de Anna O estavam enlatados e, já que não eram expulsos pela palavra, encontram vazão por outra via: o corpo (somático) - por isso uma histeria de conversão. O que foi contido na situação original fica registrado como traço mnemônico e o sintoma histérico é a vazão desse afeto. Quando Breuer visitava Anna O, tratava apenas um sintoma. Tratava em primeira instância sintomas que de a curto a longo prazo poderiam prejudicar a vida da paciente. Breuer pega uma laranja (que tem grande significado para a paciente) e induzia a hipnose. Pedia para que ela contasse sobre a origem dos sintomas, que não lembrava em estado não hipnótico. Observa que quando a lembrança vinha acompanhada de exteriorização afetiva, o sintoma tende a ter uma remissão: é curado. O método então trata-se do sujeito

revivenciar o momento original, de forma que nessa revivecência aparece o que não foi exprimido na cena original. Pela primeira vez, ocorre uma cura pela fala. Todas as origens dos sintomas retomam a época que cuidava do pai. Há registros de que no final do tratamento houve algo que deixou Breuer assustado. Foram dois anos de tratamento, onde Anna criou uma fascinação por Breuer e ele estava empolgado com os resultados. Contava para sua mulher sobre seus avanços, que começou a ficar com ciúmes e pede para que o marido se afaste da paciente. Ele acata e resolve colocar um fim ao tratamento, comunicando o fim dos encontros e uma viagem com sua esposa. Na manhã seguinte, Breuer é chamado na casa de Anna pois a paciente estava tendo uma crise histérica terrível, dizendo “está nascendo o filho que terei com Dr. Breuer” - parto histérico. Anna estava desenvolvendo uma gravidez imaginária - em 1905, Freud diz que Anna foi desenvolvido algo chamado posteriormente como amor de transferência. Anna se tornou a precursora da assistência social na Alemanha, mas entrava e saída de instituições hospitalares por conta de sua histeria. Ao Freud voltar de Paris (1885), procura Breuer (viu Charcot usar hipnose em Paris) e pede por maiores detalhes do caso por estar interessado no método ao perceber que muitos pacientes nervosos apareciam no consultório dos neurologistas, sem alteração fisiológica para explicar seus sintomas. Freud passa a utilizar o método em seus pacientes para testar sua aplicabilidade.

o caminho de freud - trajetória metodológica

1885 - ao voltar de Paris, procurou Breuer mais uma vez e pede detalhes sobre o caso Anna O. Breuer sugere que Freud utilize o método catártico em seu consultório para verificar se é um método de aplicabilidade geral e se há vantagem no uso deste. ler estudos sobre a histeria 1886 - começa a usar o método de Breuer. A medida que usa, percebe que tem vantagens e limitações. ➔ vantagens: efeitos terapêuticos rápidos ➔ desvantagens: os efeitos terapêuticos rápidos também podem sofrer recaídas rapidamente. efeito terapêutico rapidamente se vai. Costumava haver um maior número de recaídas quando, por algum motivo, a relação entre o médico e entre o/a paciente sofria um abalo. Além disso, nem todos os pacientes eram hipnotizáveis, o que fazia Freud achar que era um mal hipnotizador (quando usamos um método, é fundamental que nós estejamos convictos do funcionamento desse método. Freud, contudo, não tinha muita convicção da hipnose de Breuer por não sabia o que estava na base do funcionamento da hipnose) e as curas eram efêmeras: tinham uma curta duração. 1889 - vinha procurando por um novo método para trabalhar com aqueles pacientes não hipnotizáveis. Toma conhecimento de experiências feitas em uma cidade no interior da França, Nancy, por um médico chamado H. Bernheim, e vai ao seu encontro levando consigo uma paciente chamada Frau (senhora) Emmy Von N - Fany Moser (provavelmente era ela). O médico utilizava um método que não precisava utilizar a hipnose todas as vezes, e ficou conhecido como método da incitação (incitar - provocar, instigar). A base do método eram experiências com sujeitos que haviam passado por hipnose e, enquanto hipnotizados, recebiam uma consigna que era esquecida depois que acordavam. Bernheim estava convicto de que se utilizasse um método para extrair a força as memórias do sujeito, elas viriam sem precisar passar pelo estado hipnótico. Colocava as mãos na testa e atrás da cabeça e colocava pressão. Dizia “vou tirar as mãos da sua cabeça e você vai se lembrar do que foi dito enquanto estava hipnotizado” - o paciente lembrava. As memórias, então, não haviam sido esquecidas: estavam em algum lugar. Contudo, a paciente de Freud havia sido submetida ao método e não houve resultado. Bernheim diz que seu método funciona bem com os pacientes de sua clínica hospitalar, mas na particular era menos eficaz. Ou seja, dependia do grau de vulnerabilidade do sujeito, do quanto se deixava sugerir. Freud volta para Viena com a paciente e passa a utilizar o método da incitação em pacientes que não eram hipnotizados. A longo prazo, contudo, o método se tornava exaustivo e passa a perceber que quanto mais forçada fosse a investida, mais o paciente repelia a tentativa. Diante da impossibilidade de hipnose da Emmy Von N, Freud utiliza o método da incitação. Toda vez que ficava emparedada, falava “fique quieto. não me toque. cale-se”. Ou seja, demandava justamente o contrário: deixá-la livre para falar - o que queria dizer era “pare de me dizer o que você quer que eu fale. me deixe falar”. Freud, então, muda de atitude e recua, fica mais passivo. Deixa a fala cada vez mais por conta da paciente (tanto dela quanto dos outros). A medida que o foco recai sobre os pacientes e os deixa mais livres para falar, ele descobre que há uma forma de investigar os processos mentais dos pacientes sem a hipnose - nascimento do início do método da associação livre (onde o

Positivismo contra a ideia de Ics: como se prova a sua existência, como quantificar/medir? Psicanálise é posta a prova como ciência. Se sabe da existência da eletricidade pelos efeitos que ela produz: o choque, os interruptores. mesmo com o Ics: a gente sabe da existência por seus efeitos - sonhos, sintomas, atos falhos e chistes (as formações do Ics). Tais formações são como o recalcado poderá retornar com suas “máscaras”, com um representante que não sabemos nada a respeito dele a priori. Só sabemos do retorno do recalcado a partir dos associações que o sujeito faz. A partir do efeito, descobrimos aS causaS. Essas formações são vestígios dos quais a gente parte para reconstituir a causalidade do efeito.

Apresentação sintomática neurótica: obsessão (exemplo do lavar as mãos - vontade de afogar o sobrinho. não posso afogar, tomo banho cada vez que o vejo e depois cada vez mais recorrente), fobia/histeria de angústia (um representante psíquico pulsional renegado e o afeto relacionado a ele - angústia, no caso - se desloca para aquela situação ou aquele objeto diante do qual o sujeito mais uma vez se encontra angustiado), histeria conversiva.

A neurose é uma das maneiras que o organismo psíquico encontra para se defender de conflitos que não foram passíveis de sofrer total recalcamento (Nasio, 1991). Com a ocorrência de um trauma, origina-se no psiquismo uma força excedente de energia que necessita ser recalcada, contudo, o processo de recalque também origina força no psiquismo no que tenta dominar essa carga, de modo que as forças entram em conflito. O que acontece no caso das neuroses, é o fato de que o recalque falha, de modo que a energia excedente originada pelo trauma, que também podemos denominar de gozo inconsciente e doloroso, vence a força do recalque, colocando o sujeito a mercê de profundo sofrimento, de modo que se desenvolve a neurose como a forma do organismo se proteger, transformando esse gozo doloroso sem que ele seja totalmente destrutivo para o sujeito. Os três tipos de neurose têm como objetivo comum substituir um gozo inconsciente e perigoso por um sofrimento consciente e suportável, contudo, podemos distingui-los entre si de acordo com os principais mecanismos de defesa utilizados nessa transformação da carga excedente, havendo, então, três formas diferentes de se viver a neurose (Nasio, 1991).

Quando falamos de sintoma na psicanálise, falamos de sintoma NEURÓTICO. A neurose tem dois tempos: invasão de uma ideia intrusiva na Cs (vinculado a um representante pulsional do tipo sádico - fazer algo contra o outro). essa ideia por ser incompatível ao Eu, o sujeito procurará mantê-la afastada da Cs por meio de rituais chamados medidas protetivas: a compulsão. Os rituais chegam a um nível em que toma conta da vida do sujeito. a ideia intrusiva vai desaparecer da CS E o ritual serve para evitar a intrusão dela

Ato falho: lapsos de linguagem (querer falar alguma coisa e falar outra), parapraxia (ao invés de fazer algo que tinha uma intenção Cs, se faz outra). algo que eu gostaria de ter dito/feito mas, ao invés disso, faço outra coisa que me surpreende (que pode me causar sofrimento, vergonha). o reprimido promove uma conciliação com o Eu e aparece algo do Ics do sujeito de maneira metaforizada. não sabemos a princípio o que o ato falho significa - a pessoa que o cometeu precisa fazer associações. ➔ Chistes: censura colocada pelo supereu. dizer algo brincando de duplo sentido. pode ser tanto consciente quanto inconsciente

a interpretação dos sonhos

Sonhos na antiguidade eram mensagens dos deuses para aqueles que dormiam. função premonitória. O sonho serve para proteger o sono, para que continuemos dormindo. É comum que estímulos provenientes do entorno seja transformado em imagens oníricas para que continuemos dormindo: um telefone toca e eu sonho que estou falando com alguém. No estado de sono, a vigília do Eu é rebaixada - ele dorme. Contudo, dorme pouco. Co-operam na formação do sonho o resto diurno (algo que ficou do dia e que não prestamos atenção - um resíduo do recalcado (desejo- desejo é algo ics) Pcs que se associa durante o sono a algo do recalcado que faz uma mistura) e o desejo que no sonho se manifesta. Freud descobre que os sonhos são manifestações disfarçadas de desejos reprimido e que os sonhos têm significado, mas o saber sobre ele só tem como ser produzido a partir das associações que aquele quem sonhou faz a respeito do sonho

  • é um significado particular para um. cabe ao analista interpreta-lo. O sonho possui um conteúdo manifesto, que é o relatado. Esse é o ponto de partida, o que está acima da linha do recalque. O ponto máximo da angústia do sonho é

quando estamos mais próximos do desejo (desejo é ics. eu sei o que quero, mas não o que eu desejo. É o que só podemos reconhecer por aproximações).

Como interpretar um sonho?

PASSO UM: O primeiro procedimento clássico feito por Freud era que o sujeito relatasse novamente o sonho (conteúdo manifesto): o analista precisava lembrar, memorizar o sonho na literalidade para que não “colocasse na boca do analisante o que ele não proferiu” e para perceber se, nesse segundo relato, ocorrem acréscimos ou supressões de detalhes. Quando esses nuances apareciam no segundo relato, significava que tais detalhes estavam na censura na primeira vez que o sonho foi relatado. Se além de acrescentar ele suprime uma parte, essa supressão havia sofrido a ação da censura.

Sonhei com muitos gatos, eles eram muitos, era uma garagem, por exemplo, e eu tentava colocá-los todos dentro de um saco Sonhei com muitos gatos amarelos , eles eram muitos, era uma garagem, de um shopping por exemplo, e eu tentava colocá-los todos dentro de um saco

PASSO DOIS: Se dividia o sonho em partes significativas e pedia para os pacientes fazerem associações

CONTEÚDO MANIFESTO Sonhei com muitos gato /, eles eram muitos, / era uma garagem, por exemplo / e eu tentava colocá-los todos dentro de um saco CONTEÚDO LATENTE chamo meus namorados de gato, mas o último eu não consigo chamar de gato.

Cabe ao analista escutar essas associações da maneira mais imparcial possível. provavelmente, eles escutará um aspecto comum em todas as associações - elas nunca são aleatórias. Esse aspecto comum pode ser chamado de desejo que o sonho quer se desfazer, aquilo que no conteúdo manifesto do sonho se disfarça e, pra saber disso, é preciso colocar o sonho no processo de análise. Dois mecanismos fazem parte da formação do sonho: deslocamento e condensação (do conteúdo latente). Porém, só sabemos que isso aconteceu ao fazer a análise - o conteúdo manifesto é representante do conteúdo recalcado que eu não tenho acesso.

pulsão e sexualidade

IMPORTANTE: Sexualidade diferente de genitalidade.

1905 - 3 ensaios sobre uma teoria da sexualudade. Na época, vigorava uma moral vitoriana (rainha púdica), que apregoava uma sexualidade normal como aquela em que os atos sexuais eram praticados heterosexualmente e visando a reprodução. Tudo que fugisse disso era considerado como perversões da sexualidade. Neurose como causada pela restrição desses casos Freud destrói a ideia de sexo para a reprodução e desvincula sexualidade de genitalidade.

  1. fez uma breve explanação sobre as perversões da sexualidade.
  2. relação entre sexualidade normal e desvios da sexualidade. Percebe que não há tanta diferença assim. No final, mostra para o leitor de onde provém os representantes psíquicos da pulsão que se tornam recalcados pelo sujeito para que sua sexualidade entre em uma normatização - sexualidade infantil.

DESVIO E NORMA: O que é normal em uma determinada época, lugar, cultura pode não ser normal em outra época, lugar ou cultura. Normal é o que está “na moda”, quando um grande contingente de pessoas segue um determinado ditame social. Se você não está na moda, você está pra um dos dois lados - é um desviado.

Freud fala sobre as perversões da sexualidade, daquelas que estavam no desvio. Classifica a sexualidade desviante:

t e m

n

objeto substituto através do qual a criança se apazigua. pela primeira vez, a criança consegue substituir um objeto na sua ausência (psiquicamente falando). Ao colocar na boca um objeto/parte do corpo, pode se deduzir que a criança já tem a capacidade de fantasiar (presentificar o objeto na sua ausência). No adulto, a fase oral continua (fumar, morder caneta, beijar - as pulsões orais estão se satisfazendo, mas sem destaque).

2 FASE ANAL - nasce imaturo também na questão do controle voluntário sobre a musculatura. O controle esfincteriano, mesmo com a maturidade da criança, demanda de outro, de uma comparação social para desfraldar (ver seus excretos como algo nojento, ver o amigo sem fralda, a mãe mediando para usar o vaso). A criança aprende a trocar o prazer imediato por uma respeitabilidade social. Se faz um trato com a criança - você não vai sair do penico antes de fazer cocô. a criança não faz e faz na sala, em cima do sofá - a mãe tem uma reação ruim. Quando faz cocô no penico, recebe aprovação social. A pulsão anal é altamente recalcada principalmente nos homens. segurar o cocô até não poder mais - situação de controle sobre seu produto e sobre o outro. Enquanto não faz, a mãe fica do seu lado Cocô e dinheiro como objetos, produtos do trabalho pessoa avarenta - prende. pessoa explosiva - solta. a fase anal persiste diante da vida nessa questão da economia, de reter ou soltar. pessoas presas na fase anal geralmente tem a postura mais tensa - desprazer.

3 FASE FÁLICA (3-6 anos) - zona genital. investigações infantis sobre as diferenças anatômicas sobre os sexos biológicos. contemporânea ao complexo de édipo e castração. Surge a curiosidade da criança pela curiosidade anatômico sobre os sexos, despertada pela pergunta “de onde vêm os bebês?”. A criança fica intrigada com a diferença e coincide que o menino, por exemplo, está “faceiro” com seu pênis (a criança mexe, se masturba - mais visível no menino) e parte de uma premissa que todos têm o mesmo sexo que ele. As mães, contudo, não gostam do hábito da criança de mexer no pênis - tentam interditar o gozo (satisfação sobretudo autoerótica), necessário para inseri-la em uma racionalidade social. Os educadores fazem uma ameaça de castração (tira a mão aí que vai machucar) contudo, a ameaça mais ou menos velada não é levada a sério porque ele não percebe que há outros sexos. A criança continua suas investigações até que se depara com o outro sexo - será que ela mexeu e caiu? será que ainda vai crescer? A ameaça mais ou menos velada começa a fazer sentido - então eu corro o risco de perder. Cria-se uma angústia de perder aquilo que tem. A menina também está “feliz” com seu sexo e ainda não se deu conta de que os homens têm um sexo diferente que ela e por isso detém um poder. A princípio, se parte da premissa de que não há diferença anatômica entre os sexos. Mas, ao constatar que existe o pênis e que aqueles que o carregam desfrutam de um privilégio. Se eu não tenho e por isso eu não desfruto de certos privilégios, quais possibilidades me restam? A de reivindicar. Podem se iludir sobre ter tendo um filho, se vestindo como homens, etc. Os efeitos psi da constatação da diferença anatômica entre os sexos é o que coloca o sujeito na via de uma sexualidade ou de outra. Fálica vem de falo - o significante de pênis. o pênis é o suporte anatômico do falo. Diz respeito à potência, ao poder, ligado ao masculino mas não ao sexo biológico. Um pênis sem potência não é um falo e uma mulher sem pênis pode ser fálica (não tem pênis então falicida o corpo - uma mulher “empoderada”, salto alto batom vermelho decote “poderosa” etc etc etc; busca pelo poder também pode ser conhecimento).

4 PERÍODO DE LATÊNCIA - entre 7 e 8 anos. toda a curiosidade mais dieta com relação \ás questões secuais é modificada e passa a se dirigir a interesses mais sublimados. Hoje em dia esse período está se encurtando - a entrada na puberdade acontece mais cedo. Ocorre uma genitalização das crianças -

5 FASE GENITAL - marcada pela maturação dos órgãos genitais para a reprodução.

esse infantil persiste e se manifesta mesmo sobre recalque - sonhos, ato falho, xiste, etc.

introdução à segunda tópica freudiana

conferência: a dissecção da personalidade psíquica

Isso (Id, das Es); eu (Ego, das Ich); Supereu (superego, das überich)

A segunda tópica aparece como complemento da primeira tópica e deriva de descobertas clínicas de Freud nas duas primeiras décadas do séc XX. Até o momento, o eu é considerado como uma instância inteiriça que envia contra investimentos na tentativa de romper o recalque. No texto sobre as pulsões, por exemplo, só há menção ao Ego (pulsões do Eu). No texto Sobre o narcisismo: uma introdução, Freud percebe que o Eu não é apenas sujeito que investe libido, também é objeto de investimento libidinal. Nas psicoses, onde há ruptura do sujeito com a realidade e a recusa dessa, a libido retirada desse fragmento de realidade volta para o próprio eu que fica investido de libido. No sono, a libido também retorna, bem como a dor

➔ Como a lei do Supereu é introjetada? Herdeiro do Complexo de Édipo. Identificação com os pais Identificação: promover uma modificação no seu Ego na medida em que você incorpora no seu eu um traço do outro

  • o eu se modifica em função a esse traço incorporado. O Eu é constituído pela incorporação dos traços dos suscetíveis objetos amados, identificados e perdidos.

A criança quando nasce é amoral. A noção de certo e errado vem dos pais (cuidadores). Função materna e paterna podem ser ocupados por qualquer pessoa Função Paterna - diz respeito ao exercício de um corte. No narcisismo primário não há uma diferenciação da criança no meio que a circunda ou a mãe - nesse momento, há a ocorrência de uma absoluta indiferença entre mãe e criança. A entrada de um terceiro promoverá essa diferenciação, uma castração (corte). A função paterna é tudo aquilo que exerce um corte na relação mãe-filhx, e a interdição ao incesto (uma lei que diz para a mãe não incorporar o filho e que diz que o filho não é tudo para a mãe - ele é faltoso, não é o lugar do falo da mãe, por isso precisa de subjetivar e virar um sujeito). A introjeção da lei Paterna se dá via Complexo de Édipo, quando ele se finda, se declina. O complexo é contemporâneo ao complexo de castração e fase fálica. É uma relação triangular que implica pelo menos três elementos: a função mãe, a criança e a função Pai. menino se apaixona pela mãe e se rivaliza com o pai, incorporando em si algum traço dele. O declínio do complexo de Édipo: renúncia da criança aos primeiros objetos de amor: os pais. Ao não poder tê-los, se compensa sendo em partes o que eles são (identificação). A lei do pai é instaurada pela mãe.

Instância parental: mistura entre pai e mãe. O superego passa a ser o representante dos nossos pais da primeira infância, aqueles que precisamos renunciar. Quem faz a função do pai e da mãe a princípio é quem instaura a lei. Isso tem a ver com a incorporação da lei paterna, que passa pela identificação que a criança faz com a instância parental (fusão entre pai e mãe) e o supereu aparece como uma representação dessa instância parental, que faz parte do nosso psiquismo. Não se precisa mais então de um pai e de uma mãe para falar o que é certo porque o superego faz esse papel após incorporar essa lei Os pais educam as crianças muito mais com base nos preceitos do superego do que do ego - faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Isso ocorre que na educação das crianças, algo se transmite transgeracionalmente: s atos vão se repetindo através das gerações já que o superego é a representação de uma instância parental. Embora Freud atribua três funções pro supereu (observação do eu, cs crítica do eu e mensurar o quanto o eu se aproxima do ideal de eu), a lei do supraeu é muitas vezes irracional pois, muitas vezes, carregamos preceitos que não temos como argumentar com ele - é assim porque tem que ser assim. É uma lei cega e irracional, então grande parte do supraeu é inconsciente já que é transgeracional e tem leis irracionais, ele vem do Eu que também é em parte inconsciente. Se para começar quem coloca as leis são os pais, não transgredimos pois tememos que com a transgressão possamos perder o amor dos pais. Ao longo do tempo, passamos a não transgredir por medo de perder o amor do superego, já que somos em parte o que os pais são. O supereu, então, é uma instância que aparece no homem moderno - o homem culpado. aquele homem que se não transgride, não transgride porque se sente culpado por fazer o que fez e se tortura sobre isso. O supraeu é bastante sádico e interdita o gozo - vivemos sobre o imperativo do gozo. Fazemos muitas exigências com nós mesmos. Antigamente, a perfeição exigida era a moral e hoje é a de desempenho, já que nada é suficiente.

contra o Eu. Na virada maníaca, acontece o contrário: o eu encosta no supereu. A distância entre eu e ideal de Eu não há porque o Eu VIRA o ideal de Eu.

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Histeria: conflito psíquico que se manifesta metaforicamente através de uma enervação somática Neuroses e seus diferentes mecanismos de defesa A neurose é uma das maneiras que o organismo psíquico encontra para se defender de conflitos que não foram passíveis de sofrer total recalcamento (Nasio, 1991). Com a ocorrência de um trauma, origina-se no psiquismo uma força excedente de energia que necessita ser recalcada, contudo, o processo de recalque também origina força no psiquismo no que tenta dominar essa carga, de modo que as forças entram em conflito. O que acontece no caso das neuroses, é o fato de que o recalque falha, de modo que a energia excedente originada pelo trauma, que também podemos denominar de gozo inconsciente e doloroso, vence a força do recalque, colocando o sujeito a mercê de profundo sofrimento, de modo que se desenvolve a neurose como a forma do organismo se proteger, transformando esse gozo doloroso sem que ele seja totalmente destrutivo para o sujeito.

Dentro do campo das neuroses há basicamente três grupos de categorias pelas quais os processos de defesa se desenvolvem: a histeria, a obsessão e a fobia. Os três tipos de neurose têm como objetivo comum substituir um gozo inconsciente e perigoso por um sofrimento consciente e suportável, contudo, podemos distingui-los entre si de acordo com os principais mecanismos de defesa utilizados nessa transformação da carga excedente, havendo, então, três formas diferentes de se viver a neurose (Nasio, 1991).

A neurose enquanto obsessão refere-se ao sofrimento consciente no pensamento. Nesta condição o gozo inconsciente e perigoso é deslocado para o pensamento, para o campo das ideias conscientes (Nasio, 1991). Como coloca Freud, a carga afetiva é separada de sua ideia original e ligada a outras representações toleráveis. De acordo com a teoria freudiana, na neurose obsessiva ocorre a substituição da representação original ligada ao trauma por representações que fazem parte da vida da pessoa no momento em que expressa os sintomas obsessivos, podendo essa substituição ser consciente ou não (Macedo, 2005). Um exemplo deste tipo de neurose pode ser encontrado em pacientes que possuem rituais de um valor religioso particular, que realizam esses rituais em função de crenças que desenvolvem de que se não realizadas elas trarão péssimas consequências, que acreditam em presságios, em grande parte sem importância. Esses pacientes acabam por ter suas lembranças embaralhadas, sua sequencia de tempo na memória alterada, o que dá sustentação aos pensamentos neuróticos, às crenças ritualísticas (Oliveira, 2011).

A neurose enquanto fobia refere-se ao sofrimento consciente com relação ao mundo externo. Nesse caso, o gozo inconsciente e intolerável é projetado para fora do sujeito, sendo cristalizado em algum elemento do ambiente externo, o qual passa a ser o objeto ameaçador (Nasio, 1991). Um exemplo de sujeito que apresenta esta condição pode ser encontrado no estudo freudiano sobre o Pequeno Hans, onde Freud discute que a fobia apresentada por Hans com relação a cavalos representa na verdade a angústia que surge em Hans no que ele percebe a falta do falo em mulheres e relaciona isso à punição paterna, a angústia que surge no que, de acordo com Freud, meninos vivenciam o final do complexo edípico com o complexo de castração, sendo que essa mesma situação pode ser evidenciada no caso do Homem dos Lobos, onde, no lugar do medo de cavalos, há o medo de lobos (Henckel & Berlinck, 2003).

Por último, neurose enquanto histeria refere-se ao sofrimento vivido no corpo. O gozo inconsciente e doloroso é convertido em sofrimento corporal, o que antes correspondia ao investimento energético de um conteúdo inconsciente, passa a expressar-se em uma rede somática (Nasio, 1991). Na conversão, o que chama a atenção é o seu valor simbólico, a tal ponto que os sintomas obedecem a uma anatomia puramente fantasmática (Andrade, 1995). Um exemplo de caso que remonta a neurose histérica pode ser encontrado no filme “Dirigindo no Escuro” (Allen, 1995), onde o protagonista sofre de cegueira histérica. No momento em que o personagem retoma o contato com situações conflitantes da sua vida, ocorre o retorno de um conflito psíquico que havia sido recalcado e que vence o recalcamento, convertendo-se em uma cegueira, a qual não possui causas orgânicas visto que é um processo histérico. Ou seja, por não recalcar plenamente o que promove seu conflito psíquico e por não conseguir lidar conscientemente com ele, o conflito se transforma no sintoma corporal.