






Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Uma introdução aos conceitos fundamentais da psicanálise de sigmund freud, explorando temas como o inconsciente, o aparelho psíquico, as pulsões, o narcisismo e o complexo de édipo. O texto aborda a teoria freudiana de forma clara e concisa, utilizando exemplos e referências para facilitar a compreensão dos conceitos.
Tipologia: Notas de aula
1 / 11
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
➔ enunciado(s) - fatos da linguagem. descrição fiel e exata daquilo que é dito. não utilizado na psicanálise ➔ enunciação - como se diz o fato. posição do sujeito diante do que é dito, que é o que interessa. O trabalho do psicanalista se volta para a relação que o sujeito mantém com a linguagem. Isso não acontece no consciente. Freud era neurologista. a medida que a observação clínica e os estudos vão acontecendo, freud vai concebendo um modelo de aparato psíquico que leva em consideração um sistema inconsciente. que em relação como outro, faz alguém ser aquilo que é. freud difere de todos os autores que falavam de inconsciente e inconsciência como uma “franja” da consciência, um estado de torpor em que a cns está rebaixada. Inconsciência antes de freud - região obscura, um enaltecimento da própria consciência. é a consciência tendo noção de que há um lugar que ela não tem acesso ao conteúdo, impossibilidade da consciência conhecer a si mesma. o incs de freud leva em consideração um aparato psíquico composto por sistemas que se inter relacionam. ele é autônomo e funciona conforme determinadas regras. é possível curar-se de si mesmo? depende do que é a cura. pode ser silenciar o sintoma, usar o sintoma como força. assim como os animais têm instinto, aquele que fala tem pulsão.
Desde Platão, se inaugura uma maneira de problematizar uma possibilidade de se conhecer. Quem conhece, tem um exercício de conhecer algo, é o homem dotado de razão (essa razão que diferencia o homem do animal). Porém, se estamos falando de homem, estamos ainda recorrendo a um universal: o sujeito do conhecimento, que não tem um corpo físico. Com Descartes, a questão do sujeito e da subjetividade é explicitada pela primeira vez. Mesmo assim, ainda se trata de um sujeito e de uma subjetividade suprahistórica e supraindividual (como se flutuasse em um campo acima da experiência real, vivida). É nesse sentido que talvez seja complicado se enquadrar a psicanálise em termos epistemológicos em um campo do saber que a precedeu pois, pela primeira vez, o que se coloca em relevo não é o sujeito, a subjetividade suprahistórica (que não é corporal, que não tem endereço) e sim se atenta na singularidade da subjetividade e do sujeito. por isso é impossível fazer generalizações. Séc XIX - uma loucura passível de ser criada, controlada através das drogas (haxixe). Se percebe que não há muita diferença entre alguém que sonha e um “louco acordado”. A psicanálise se constrói a partir de um conjunto de saberes desse século. Se ainda existia a discussão de histeria ser uma simulação ou não por não mostrar causa orgânica, havia uma tendência de a prática médica se assemelhar à um laboratório para procurar causas orgânicas na loucura. Foi um fracasso - ideia de “doença mental”, sem causa orgânica. Freud, um neurologista, começa a pensar sobre o aparelho psíquico e identifica em termos neuronais certas especializações desse conjunto de células, e certo trânsito de energia para tentar explicar o que ninguém sabia o que era. “no contexto da psicanálise, o neurologista é ultrapassado pelo psicanalista”. O aparelho psíquico é composto por grupos neuronais especializados que circula energia. A carta 52 (pg 176 VOL 01) é anterior ao capítulo 7 de interpretação dos sonhos, e tenta explicar a pré história da inconsciência. Explica o funcionamento do aparelho psíquico. Foi quando Freud começa a escrever o conceito sobre "aparelho psíquico" e formula uma tese de que a memória não se faz presente de uma só vez, mas se desdobra em vários tempos. W PERCEPÇÃO - neurônio das percepções, os quais a consciência se liga mas não retém na memória. W (Wahrnehmungen): representam percepções que se enodam (knuepft) à consciência. Não guardam em si nenhum traço de memória (Gedaechtnis) do que aconteceu. Wz SIGNOS DE PERCEPÇÃO - primeiros registros inacessíveis à consciência. é o signo de percepção, é a primeira inscrição (Niederschrift), primeiro
registro das percepções. Não tem acesso à consciência e se articula numa associação de simultaneidade (Gleichzeitigkeitassoziation). [Lacan afirmou no Seminário 11 que o verdadeiro nome de Wz, é o significante. (p. 48)]. Ub INCONSCIÊNCIA - segunda transcrição, também inacessível à consciência. i nconsciência é a segunda inscrição (Niederschrift) é o segundo registro e está ordenada por relações causais (Kausalbeziehungen). Neste sistema se localizam vestígios (Spuren) que correspondem a recordações de conceitos (Begriffserinnerungen). Como os Wahrnehmungszeichen (signos de percepção), estes vestígios (Spuren) são inacessíveis à consciência. Vb PRÉ CONSCIÊNCIA - quando uma marca aqui se liga a uma palavra, pode se juntar à consciência. é a terceira inscrição denominada de pré-consciência, que se apresenta ligada a representações verbais, as palavras. É o nosso eu (ego). Freud utiliza a palavra transcrição (Umschrift) para denominar esta terceira inscrição. Esta “consciência-pensar” (Denkbewusstsein) secundária se enoda (geknuepft) às percepções em um tempo a posteriori (nachtraeglich). A memória (Gedaechtinis) fica excluída deste enodamento consciência-percepção, sendo reservada ao sistema inconsciente. O eu, nesse contexto, tem uma atividade inibitória no sentido de manejar a energia que mantinha a excitação do aparato psíquico. o eu regula o que entra, o que passa e o que sai de energia. No VOL V - A psicologia dos processos oníricos CAP VII (pg 115), Freud explica o modelo do pente invertido, tomando como base o modelo do arco reflexo pra pensar o aparelho psíquico e para explicar a constituição e composição de sistemas que se relacionam entre si - PRIMEIRA TÓPICA (Ics, Pcs, Cs). FIG 1: Há um sentido de energia. O sistema perceptual (que capta estímulos e não há memória) recebe estímulos internos e externos que serão propagados no interior do aparelho, seguindo um sentido até escoar no sistema motor (respostas motoras). A luz, por exemplo, é captada pelo sistema psíquico e escoa para o motor, que fecha o olho para não recebê-la, ou seja, “corremos” dela. Já com a fome não é possível fazer isso, é preciso. O estímulo, então, pode não chegar na consciência, mas isso não quer dizer que ela não existe. Identificamos a figura básica de um arco reflexo: no lado esquerdo a extremidade sensória e no direito a extremidade motora. É assim o funcionamento do aparelho psíquico na vida de vigília. FIG 2: Os traços mnemônicos (de memória) são um outro aparelho que aparece e é colocadas no modelo. Em nosso aparelho psíquico, permanece um traço das percepções que incidem sobre ele. A este podemos descrever como “traços mnêmicos”, e à função que com ele se relaciona damos o nome de “memória”. Eles são responsáveis pelos registros e associações. Para torná-lo um pouco mais complexo, Freud introduz algumas modificações nessa figura. Primeiro ele introduz os dentes correspondentes aos traços de memória, próximos da extremidade perceptiva, e depois, em uma terceira figura, introduz os sistemas pré-consciente (Pcs) e inconsciente (Ucs).^12 Quer dizer, enquanto na vigília o aparelho psíquico segue a direção progrediente, passando pelo inconsciente até chegar à consciência; durante o sono, o caminho percorrido pelos pensamentos oníricos é inverso, seguindo um caminho regrediente (p.578). Abolida a motilidade durante o sono, no lugar da percepção temos uma alucinação. Eis o sonho. FIG 3: as coisas vão acontecendo e vão sendo registradas. dentre alguns traços, alguns se marcam (os mnêumios) e dessas marcas, se constitui um sistema: os traços mais arcaicos são o que constituem o núcleo do inconsciente, um sistema regido por leis próprias. Há também o pré-consciente e o consciente. quando não em vigília (dormindo), a consciência fica rebaixada e parece que o sentido é regressivo. Há determinadas marcas que não conseguem passar para a consciência, e algumas que não oferecem nenhum risco ao sistema Pcs/Cs. Mas alguns traços mnemônicos, algum desejo do inconsciente, podem se ligar com determinadas palavras e atingir à consciência por meio dos sonhos..
O recalcado constitui o Ics mas o Ics não é constituído apenas pelo recalcado, tem o Isso. Nem tudo o que constitui o Ics são os conteúdos recalcados: há também o Isso (Id), marcas remotas que não fazem parte de um campo semântico mas que tem efeito no sujeito. Contudo, ao se ligar a uma ideia após o contato com o mundo externo e catexias abandonadas, tornam-se e constituem o Eu (Ego). Quando o filho do homem nasce, há um amontoado caótico de sensações orgânicas que Freud chama de autoerotismo, e as pulsões parciais (não são integrais) se satisfazem parcialmente em locais do organismo (pois ainda não há corpo). O cuidador precisa ir libidinando o corpo: dar mamadeira, por exemplo. A criança não se diferencia do outro, mas começa a ter noção de dentro e fora (do corpo) que vai auxiliar a criar um universo intrasubjetivo e um universo externo, um corpo próprio, que dependem do Eu para unificar o que é parcial. Essa libido presente na criança pode cataxisar objetos do mundo exterior e retornar pra si. No retorno da libido, se traz um traço do objeto (por exemplo da pessoa que se ama, como a mãe) e esses sentimentos, essas identificações, esses traços também constituem o Eu. O Eu é sujeito, mas pode tomar o lugar do objeto quando se autoanalisa. Ex: estou lendo um texto, que é o objeto. Quando penso “não entendi o texto”, ele está se avaliando e se colocando como objeto. “Voz da Consciência” A diferença entre um sujeito com transtorno e um “são” está no fato de que no são a capacidade do Eu de se tomar como objeto está integrada, sabemos que a voz interna vem de nós mesmos. Nos sujeitos com transtorno está separado pois a voz da ordem vem de outro lugar que não do Eu, vem de um terceiro: “pegue uma arma e mate todos”. A relação com o mundo externo e a possibilidade de tomar a si como objeto a partir de sua própria reflexão, forma a parcela da consciência do Eu, que também é inconsciente por vir do Isso. Por ter consciência de si, ele pode se julgar, se criticar, e parte autocrítica do Eu forma o Supereu. o Supereu é responsável por criticar o Eu, é a “voz da consciência”. O Eu, então, é o ponto que precisa lidar o que vem do Isso (campo pulsional), as exigências do mundo externo, e ser o objeto do açoite que vem do Supereu. Se isso que chamamos de Cs está dentro de nós, não esteve desde sempre. A Cs vem depois da sexualidade (a sexualização do corpo “é menino”, “é cabeludo”): é por intermédio da precocidade do aparato mental que ainda será constituído que aparece a sexualidade. Quem cuidará da criança não conseguirá frear a catexia que a criança dirige para seu cuidador. Não há como frear essas pulsões e, em um determinado momento, a criança quer “se grudar” na mãe: ir para o trabalho, deitar na cama dos pais, etc. Os pais lidarão com a situação e esse “vai para o seu quarto”, “tem que andar limpinho”, etc é de fora: há alguém contendo essas pulsões. Por meio da mediação, a criança vai se constituindo e aprendendo. É no momento em que a lei dos pais de “não pode dormir aqui” que se instala o Supereu, e as catexias investidas nos cuidadores são abandonadas - o amor investido pelos pais, o medo do castigo. Há, depois, uma subjetivação e internalização da lei parental que é herdada pelo Supereu. LER CASO SCHREBER Eu e consciência não se coincidem, pois parte do Eu é inconsciente.
texto: a pulsão (instinto) e deus destinos (vicissitudes) - transformações, mudanças inesperadas) prazer: diminuição da tensão do aparelho anímico desprazer: tensão do aparelho anímico. A pulsão (trieb) aparece em Freud como excitação sexual, moção de desejo, estímulo pulsional, excitação. Contudo, embora use alguns desses termos para se referir à pulsão, o psicanalista NÃO usa o sinônimo instinto mesmo que apareça nas traduções. A pulsão não é sinônimo de instinto, mesmo que a tradução do inglês que é utilizada traga como a mesma coisa. Pelo lado da fisiologia, pulsão (que vem de dentro do próprio corpo) é próxima ao conceito de estímulo (que vem de fora). O que vem de fora é como se fosse uma força de impacto, que vai e volta. na pulsão, a força é constante e jamais para. Os estímulos exógenos podem não ser recebidos - se eu fechar os olhos. na pulsão, a fuga dos estímulos endógenos é
inútil. Reiz traduzido como estímulo do alemão, que nesse caso tem como contexto algo que irrita e desestabiliza (irritação da faringe - sede; irritação da mucosa do estômago - fome). Sede e fome são diferentes da luz porque a ùltima inside no corpo, as últimas incidem do corpo e ADVÉM do corpo. Pulsão seria um estímulo para o psíquico. Um conceito fronteiriço entre o anímico e o somático, como representante psíquico dos estímulos oriundos do interior do corpo que alcançam o aparato psíquico, como uma medida da exigência de trabalho imposta ao anímico em decorrência de sua relação com o corporal. Pulsão é um conceito que se depreendeu dessa força constante que á a relação entre corpo e mente, e aquilo que vai representar esta relação no aparelho mental é o representante da própria relação que é o estímulo para o mental. O que se recalca é o representante ideativo da pulsão, mas não a pulsão em si. A pulsão, mesmo sendo inibida, VAI se satisfazer. Elementos da pulsão: ➔ pressão: drang , pode se traduzir também como ímpeto ou ânsia. particular aspecto de uma somação de força que apresenta o decorrente aspecto pressionador da pulsão, seu fator motor. É a força constante da pulsão, o fator motor. A pulsão é sempre ativa (a há atividade em toda passividade). A pressão é a própria atividade da pulsão, o elemento motor que a própria atividade da pyulsão, o elemento motor que faz movimento à satisfação, à eliminação da tensão. É diferente do desejo. ➔ meta: ziel (meta que se atinge, alvo). é sempre a satisfação, alcançada pela supressão do estado de estimulação da fonte pulsional. Se a meta é sempre a satisfação, mesmo inibidas as pulsões se satisfazem. ➔ objeto: noção de objeto com um sentido de representação ou concepções. é aquele junto ao qual ou através do qual a pulsão alcança a meta, a sua satisfação. É o que há de mais variado, não se trata de objeto material, pode ser até mesmo uma parte do corpo. Qualquer coisa serve. ➔ fonte: processo somático em que um órgão ou parte dele, cujo estímulo é representante na vida anímica pela pulsão. Só podem ser inferidas, só sabemos da origem somente a partir da sua satisfação. ex: casos de transtornos alimentares - os médicos acham que a fonte é alimentar, mas não é. Estes outros campos trabalham a fonte como algo originário, a psicanálise inverte. Destinos das pulsões ➔ Reversão em seu contrário: passagem da atividade para a passividade (sadismo-masoquismo, voyeurismo- exibicionismo); inversão de conteúdo (amor-ódio) ➔ Retorno em direção à própria pessoa: troca de objeto sem a variação da meta (masoquismo: sadismo voltado ao próprio eu; exibicionismo inclui a contemplação do próprio corpo ➔ Recalque: representante da pulsão insuportável ao Eu é recalcado para não alcançar a Cs. ➔ Sublimação: algo conflituoso, insuportável (pulsão de matar) ver endereçada para um fim socialmente justificável (um médico que faz cirurgia para abrir corpos) pulsão de autoconservação: que mantém, conservam a vida. Pulsão do Eu. Tem como objetivo a manutenção da espécie. Energia que a mantém está a serviço do eu. pulsões sexuais: regidas pelo princípio do prazer. Energia é a libido
- as duas são pulsões de vida, cuja energia é a libido. A libido pode tomar o próprio Eu como objeto de investimento - mas a libido é uma energia com contorno sexual. Portanto, há uma sexualização do Eu.
texto: repressão (1915). “A teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise” (FREUD, [1915] 1996, p.26)
1987 - Freud, em uma carta para Fliess, fala sobre um fenômeno infantil: o apaixonamento pela mãe acompanhado de um ódio mortal ao pai. Não faz parte, ainda, dos estudos da teoria da sexualidade, muito menos a infantil. Esse acontecimento não é identificado como um comportamento sexual, mas sim sentimentos de amor e ódio pelas figuras parentais. Posteriormente, Freud “descobre” a sexualidade infantil (outros já teorizavam sobre). Complexo de Édipo (CE) surge como a inscrição individual daquilo que constitui o social humano - interdição do incesto. Porém, o CE diz respeito ao desejo. O interdição diz respeito a uma troca - se abro mão de uma mulher para um homem, um homem abre mão de uma mulher pra mim. O filho luta pelo amor da mãe, e não pela disputa de um objeto de troca matrimonial. A interdição do Édipo e do incesto não acontecem se não houver a função do pai. O assassinato do pai funda o pai enquanto o pai. Antes de ser morto, é um pai mítico que tem como função provocar amor e ódio simultaneamente. O pai castrador, que proíbe, precisa morrer para os filhos viverem. três ensaios sobre a sexualidade: sexualidade humana como desviante e perversa - a finalidade não é reprodução. a pulsão sexual pode ter como objeto qualquer coisa, e o objetivo é a satisfação. Se a pulsão não possui objeto específico, a satisfação é parcial - portanto ela persiste em uma procura indefinida. a sexualidade infantil: a partir de 1914, o termo perde seu caráter designativo sobre comportamentos sexuais na infância e começa a ser utilizado como conceito para explicar a natureza da sexualidade humana. Sexualidade infantil como definidora da sexualidade humana - seja adulta ou infantil: a sexualidade sempre será parcial e marcada pela incompletude. Sugar como uma das primeiras exteriorizações da sexualidade infantil: prazer do sugar, e não uma necessidade fisiológica de nutrição. Tem frequentemente como objeto do sugar uma parte do próprio corpo (dedo, por ex) que faz com que seja independente de um objeto externo (seio). Essa lógica (prazer e independência) leva a Freud postular o conceito do autoerotismo. teoria da libido : aparato psíquico como um aparato de captura, de contenção, de transformação de algo que chega a partir do exterior. Libido aparece como uma energia psíquica, uma expressão anímica da pulsão sexual. Características: ● a libido se refere a pulsão sexual e somente a ela, irredutível a qualquer outra forma de energia anímica (diferente do que propõe Jung - libido pode ser sexualizada e dessexualizada); ● caráter qualitativo e quantitativo. Quanti pois se refere a um quantum de libido, uma força ou energia capaz de aumento ou diminuição e cuja distribuição ou deslocamento permite explicar a sexualidade humana. Quali sendo responsável pela distinção da libido e outra energia que pode servir de suporte aos processos psi- marca o lugar do não-sexual, que vai ser ocupado pelas pulsões de eu e depois pela pulsão de morte. Freud defende uma concepção dualista entre pulsão sexual e pulsão do Eu. Contudo, ao falar da energia que as mantém, não explica de onde vem a energia a serviço do Eu. Esses pares de opostos são abalados pela primeira vez em 1914, com a introdução do conceito de narcisismo, fica claro que as pulsões sexuais podem retirar a libidoinvestida nos objetos e fazer voltar sobre o próprio eu, constituindo-se em uma libido narcísica. Em 1920, Freud unifica as pulsões sexuais e de autoconcervação em pulsões de VIDA, que tem a libido como energia, contrapostas às pulsões de MORTE, que tem a destrutividade como energia. A libido é neutra, não existe uma libido masculina e uma feminina. Mas é de natureza masculina, pois é ativa. Não traz uma indicação quanto à natureza do objeto que deva investir, sua única referência são as primeiras experiências de satisfação. Assim, a libido busca reviver essas experiências mas, como foi inicialmente obtida no seio materno, a direção é a de um reencontro desse objeto - que é impossível. A mãe, então, aparece como aquela que ocupa o lugar da coisa a ser encontrada.
➔ autoerotismo: (uma esfera formada por peças soltas). o desenho é um corpo despedaçado Estado original da sexualidade infantil que vem antes do narcisismo. A criança nasce como um amontoado de sensações orgânicas distintas, desarticuladas, desarranjadas. Precisa de um cuidador que satisfaça todas as suas necessidades em função de sua prematuridade. A pulsão aparece como um eco, algo que necessita ser satisfeito - a pulsão encontra satisfação (parcial) em partes do corpo, visando o prazer do órgão. A libido (que depende dos cuidadores) adquire seu sentido na medida em que se desempenha diferentemente das relações que objetivam articular o Eu e o mundo exterior. Ao sugar, a criança não busca a satisfação de uma necessidade mas sim a um prazer já experimentado (o da mamada). O objeto passa a ser uma parte do próprio corpo, em geral o dedo. O autoerotismo é momento da experiência, das fantasias arcaicas do corpo despedaçado - ainda não há uma unidade, um aparato psíquico, um Eu, um corpo. As palavras marcam, fundam esse aparato até que se chega na ocasião de um narcisismo primário. ➔ narcisismo primário - formação do eu / estágio do espelho Para o autoerotismo passar para o narcisismo primário, é preciso que haja a formação do Eu, chegando até a se confundirem. Dependerá da libido investida pelos pais nesse corpo, supondo que esse amontoado de funções orgânicas seja um sujeito: o nome, a suposição de que um choro significa fome ou cólica, etc. O narcisismo primário é a constituição do próprio eu, fornecido pelo investimento libidinal dos cuidadores, que vem muito do narcisismo primário deles (atribuem os filhos como perfeitos, concedem privilégios que eles próprios precisaram abandonar. Neste primeiro momento, TODA a libido é investida no Eu, e não em objetos externos - “sua majestade, o bebê!” se forma, o ideal de Eu, partindo da imagem unificada que a criança faz do próprio corpo e da revivescência do narcisismo dos pais. PASSAGEM: é tudo voltado pra ele. se tem um eu, tem um dentro e também tem um fora: troca ➔ narcisismo secundário Com a castração, a criança investe sua libido em objetos externos, que posteriormente volta a tomar o Eu como objeto. Cada vez que vai, volta com traços dos objetos - é uma relação objetal. Meu pai é forte, quero ser como ele _Para ele, a fase da infância que antecede a formação do ego é caracterizada pela ausência de relações objetais. Nessa fase, entendida como anobjetal, todo o investimento libidinal do bebê é feito no seu próprio corpo, quando satisfaz suas pulsões parciais por meio das zonas erógenas a elas correspondentes. A esse estado de satisfação em si mesmo, Freud chamou de narcisismo primário. O narcisismo primário, no entanto, só se mantém com o amor dos pais e é por ele potencializado através da "onipotência que se cria no encontro entre narcisismo nascente do bebê e o narcisismo renascente dos pais" (POULICHET, 1992, p.42). Nesse sentido, Freud recorda como os pais depositam na criança todos os seus sonhos de realizações, todas as suas fantasias de onipotência e perfeição, chegando mesmo a ignorar "aquisições culturais que seu próprio narcisismo foi forçado a respeitar, e a renovar em nome dela as reivindicações aos privilégios de há muito por eles próprios abandonados" (FREUD, 1914/1974, p.108). Assim, a depender do desejo dos pais, a criança não experimentaria perdas e nem sofrimentos. Esse estado paradisíaco de perfeição e completude, entretanto, está fadado a ser interrompido sob pena de a criança não ascender ao estatuto de sujeito. Com efeito, desde cedo, a criança está exposta às exigências do ambiente assim como os seus pais. Aos poucos, a criança irá se dar conta de que não é tudo para a sua mãe, de que esta tem outros interesses. Essa percepção da criança é, nas palavras de Poulichet (1992): "[...] a ferida infligida ao narcisismo primário da criança. A partir daí, o seu objetivo consistirá em fazer-se amar pelo outro, em agradá-lo para reconquistar seu amor; mas isso só pode ser feito através de certas exigências do ideal do eu" (p.51). É dessa forma, pois, que a criança entra no segundo estágio de narcisismo, ao qual Freud denominou de narcisismo do ego ou narcisismo secundário, porque foi retirado dos objetos a partir dos processos de identificação com as figuras parentais ou seus representantes. De modo geral, tanto os traços do narcisismo primário como os do narcisismo secundário irão constituir a personalidade e acompanhar o indivíduo durante toda a sua existência. Foi a partir do olhar libidinizado da mãe que a criança reconheceu-se e se sentiu amada. Daí para a frente, todas as suas escolhas objetais e realizações terão por base esse período em que foi possível o desenvolvimento do amor por si mesma. Sobre as escolhas objetais, Freud (1914/
o desenvolvimento sexual de uma criança avança até determinada fase, na qual o órgão genital já assumiu o papel principal. Esse órgão genital é apenas o masculino, ou, mais corretamente, o pênis; o genital feminino permaneceu irrevelado.(FREUD, 1924: 194) O segundo tempo do complexo de castração do menino é marcado pelas ameaças verbais dos pais contra suas manipulações auto-eróticas oriundas do seu interesse nos genitais (fase fálica) e o terceiro é o da constatação visual da região genital da menina e o que o menino vê não é a vagina, mas sim uma falta de pênis. Ele acha a idéia de seres desprovidos de pênis inconcebível e a crença de que é impossível haver seres sem pênis resiste às evidências visuais a ponto de ele crer que a menina possui um pênis, mas que é pequeno e que algum dia irá crescer. As mulheres mais velhas e respeitáveis como sua mãe possuiriam um pênis grande. O quarto tempo é o momento de angústia, quando o menino percebe que também sua mãe é desprovida de pênis. A rememoração das ameaças verbais do segundo tempo vem conferir sua significação plena à percepção visual de um perigo até ali negligenciado(NASIO, 1989: 15.). Em um só depois é que a ameaça de castração é significada e faz efeito. Quando um menino pela primeira vez chega a ver a região genital de uma menina, começa por demonstrar irresolução ou falta de interesse; não vê nada ou rejeita o que viu (...) somente mais tarde, quando possuído de alguma ameaça de castração, é que a observação se torna importante para ele; se então a relembra ou repete, ela desperta nele uma terrível tormenta de emoção e o força a acreditar na realidade da ameaça de que havia rido até então.(FREUD, 1925: 281.) Sob o efeito da angústia o menino aceita a interdição da mãe enquanto objeto sexual e reconhece a lei paterna no intuito de manter seu pênis, tornando assim possível sua identidade masculina: as catexias de objeto são abandonadas e substituídas por identificações; a autoridade do pai é introjetada e dá origem ao supereu, que perpetua a proibição contra o incesto, impedindo o retorno da catexia libidinal; e as tendências libidinais são dessexualizadas e sublimadas (o que acontece com toda transformação em identificação), inibidas em seu objetivo e transformadas em afeição. Todo esse processo assegurou a permanência do órgão genital, mas paralisou-o ao remover sua função, daí o período de latência. O término do complexo de castração é para o menino também o término do complexo de Édipo, que não é simplesmente recalcado, ele desfaz-se literalmente em pedaços sob o impacto da ameaça de castração [... ] nos casos ideais, não mais subsiste sequer no inconsciente (FREUD, 1908.). Já na menina, o complexo de castração inaugura seu complexo de Édipo que é uma formação secundária. Enquanto, nos meninos, o complexo e Édipo é destruído pelo complexo e castração, nas meninas ele se faz possível e é introduzido através do complexo de castração (FREUD, 1925: 285.). Enquanto o menino que demora dois tempos para admitir a castração, o efeito na menina é instantâneo e a visão do pênis a obriga-a a admitir sua castração. Ela passa, então, a invejar o órgão masculino. Freud diz que Elas notam o pênis de um irmão ou companheiro de brinquedo, notavelmente visível e de grandes proporções, e imediatamente o identificam com o correspondente superior de seu próprio órgão pequeno e imperceptível; dessa ocasião em diante caem vítimas da inveja do pênis. (FREUD, 1925:280) A menina, a princípio, não associa a castração a todas as mulheres e acha que sua situação se trata de um infortúnio pessoal. Só depois ela percebe que todas as mulheres são castradas, inclusive sua própria mãe. Humilhação narcísica, a castração encerra o complexo de Édipo negativo da menina, criando um ódio por sua mãe por ela não lhe ter dado um pênis e um desprezo por ela mesma ser castrada. Ela se volta então para o pai na esperança de dele ganhar o pênis que lhe foi negado, constituindo o complexo de Édipo positivo. Esse desejo de ganhar um pênis acaba por ser substituído pelo desejo de ter um filho do pai. A libido da menina desliza para uma nova posição ao longo da linha - não há outra maneira de exprimi-lo - da equação 'pênis-criança'. Ela abandona seu desejo de um pênis e coloca em seu lugar o desejo de um filho; com esse fim em vista, toma o pai como objeto de amor. A mãe se torna o objeto de seu ciúme. A menina transformou-se em uma pequena mulher. (Ibid, 284.) Enquanto as ameaças visam o pênis, seus efeitos incidem sobre a fantasia incestuosa em relação à mãe, em outras palavras, visam obrigá-lo a renunciar à satisfação incestuosa de algum dia tomar o lugar do pai ao lado da mãe. A ameaça de castração encarna a função de Lei contra o incesto, descrita em Totem e Tabu, na qual o pai primevo reservaria para si todas as mulheres, ameaçando seus filhos de castração como pena por infringir a Lei. Enquanto o menino se sente ameaçado pelo pai em resposta às suas atividades auto-eróticas e incestuosas com a mãe, a menina sente sua falta de pênis como um dano sofrido que ela procura negar, compensar ou reparar (LAPLANCHE & PONTALIS, 1997:73). menina: castrada pra entrar no édipo. Resolve sua falta de falo com a maternidade
O complexo de Édipo refere-se à forma mítica da srcem da Lei. A Lei simbólica está referida à psicanálise como a noção de Lei primordial, fundadora das leis sociais. Ela equivale ao que Freud nomeou como a Lei dainterdição do incesto. O gozo a que o sujeito aspira, figurado pelo incesto mãe-filho, não é permitido em razão da intervenção da instância paterna, representada pelo Pai simbólico. Freud abordou a estrutura da Lei que vem barrar o gozo incestuoso da mãe com o filho em dois mitos – Totem e tabu e Édipo –, nos quais encontramos, respectivamente, como assinala Antonio Quinet, duas versões do pai: o Pai-gozo, que está fora da Lei, é o pai da horda primitiva; e o Paidesejo, que instaura a Lei, é o pai edípico. O mito de Édipo evidencia que o gozo da mãe está interditado, ao passo que o mito de Totem e tabu associa tal interdição ao parricídio. Triangulação fálica entre cça, mãe e falo. Na mãe, a criança é tomada como o falo que supostamente tampona aquilo que a falta, da mesma maneira que a criança se coloca no lugar do falo que tampona a falta da mãe. Ou seja, não indica outra coisa que não seja uma falta. A criança fica assujeitada ao desejo da mãe. É importante que essa mãe também exista uma mulher, que ganhe peso e tenha uma autoridade, a Lei do pai em sua fala, já que também está submetida a essa lei. Um significante, o nome do pai, deverá fazer uma espécie de borda no desejo da mãe, que significa uma incógnita no nenê (quer mamar mas não pode). O nome do pai vai substituir essa incógnita e se inscrever no outro, implica na significação fálica e inscreve no outro a ausência do falo. A lei do pai primeiramente diz não ao filho (não vais gozar com tua mãe) e diz não a mãe (não vai reintegrar o fruto do próprio ventre) e ao mesmo tempo dá um nome a esse bebê colocando uma certa linhagem entre as gerações (filho de com a fulana de tal, essa mulher não pode ser desejada). Algo vai fazer essa lei do pai, um operador lógico. não necessita ser um pai. quando o bebê nasce já existe o mundo, a linguagem. essa metáfora justamente arranca da natureza e coloca o sujeito na cultura. LEI DA LINGUAGEM no segundo momento, do édipo, há uma outra triangulação: mãe pai e criança. o nenê não está mais no lugar privilegiado de majestade, a mãe também ama o pai. a criança entra em uma rivalidade com o pai (é minha namorada) porque supõe que o pai tem o que ele não tem (é grande, forte, valente). é um símbolo de algo que está em jogo nessas relações. antes era ter ou não ter (castração) e agora é ser ou não ser. essa transição, essa rivalidade com o pai e o falo imaginário até se transformar no simbólico é o que acarreta a entrada do terceiro tempo do édipo. ser TÃO quanto o pai. o que ta em jogo então são os significantes. o modo como o sujeito se defende do édipo ou da castração recai nas estruturas: quando recalca - neurose não se escreve ou escreve fora - psicose denega - perversão
importância dos conceitos vistos: prática da psicanálise: efeito da linguagem sobre o corpo, que afeta. a maneira como o dito afeta o sujeito vai dizer da condição - clínica do detalhe existem traços, coisas que se repetem. em histéricas, há um universal: algo no corpo. há um jeito singular, idiossincrático de viver esse universal. Freud depreende da experiência clínica uma teoria - há uma inversão da coisa, diferente das outras abordagens e da psicologia em si. em uma observação, se depreende alguns universais NA ANÁLISE: em primeiro lugar, vai existir mal estar de alguém que bate na porta e marca uma sessão. depois, vem a entrevista preliminar - investigação de dimensões: dimensão do sintoma, onde uma coisa é a queixa que o sujeito traz, outra é o que ele realmente pede (queixa relatada e queixa real); dimensão da transferência, onde o significante da transferência não tem como saber; e a dimensão diagnóstica