










Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Produto interno bruto (PIB) é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em dado período. Essa definição pode parecer bem ...
Tipologia: Notas de aula
1 / 18
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
466 PARTE VIII DADOS MACROECONÔMICOS
empresa específica ou um mercado, indicam algo sobre toda a economia. m1croeconom1a^ •^ • o estudo de como famílias e empresas tomam decisões e de como interagem nos mercados macroeconomia^ • o estudo de fenômenos queafetam aeconomia como um todo, incluindo inflação, desemprego e crescimento econômico Como vimos no Capítulo 2, a ciência econômica se divide em dois ramos: microeco-
sas individuais tomam decisões e interagem umas com as outras nos mercados. A
é explicar as mudanças econômicas que afetam muitas famílias, empresas e mercados simultaneamente. Os macroeconomistas abordam diversas questões: Por que a renda média é elevada em alguns países e baixa em outros? Por que os preços sobem rapida- mente em algumas épocas e permanecem mais estáveis em outras? Por que a produção e o emprego aumentam em alguns anos e se contraem em outros? O que o governo pode fazer para promover o crescimento acelerado da renda, a baixa inflação e um nível de emprego estável? Estas perguntas são todas de natureza macroeconômica porque se referem ao funcionamento da economia como um todo. Como a economia nada mais é que um conjunto de muitas famílias e muitas empre- sas que interagem em muitos mercados, a microeconomia e a macroeconomia estão intimamente associadas. As ferramentas básicas de oferta e demanda, por exemplo, são tão cruciais para a análise macroeconômica quanto para a microeconômica. Mas estudar a economia levanta alguns desafios novos e intrigantes. Neste capítulo e no próximo, abordaremos alguns dos dados que os economistas e os formuladores de políticas usam para monitorar o desempenho da economia. Esses dados refletem as mudanças econômicas
PIB, que mede a renda total de um país. O PIB é a estatística econômica acompanhada com mais atenção porque é considerada a melhor medida do bem-estar econômico de uma sociedade. RENDA EDESPESA DA ECONOMIA Se você fosse julgar a situação econômica de uma pessoa, olharia primeiramente para sua renda. Uma pes- soa com renda elevada tem mais facilidade para pagar pelos bens necessários e supérfluos que existem. Não é de surpreender que pessoas de renda elevada desfrutem de melhor padrão de vida - melhor moradia,
minar a renda total obtida por todos os membros da economia. Essa é a função do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB mede duas coisas ao mesmo tempo: a renda total de todas as pessoas da economia e a despesa total com os bens e serviços produzidos na economia. O PIB consegue medir tanto a renda total quanto
duas partes: um comprador e um vendedor. Cada dólar de despesa de algum comprador corresponde a um dólar de renda para um vendedor. Suponha, por exemplo, que Karen pague a Doug $ 100 para que corte seu gramado. Nesse caso, Doug é um vendedor de um serviço e Karen é uma compradora. Doug ganha $100 e Karen gasta$ 100. Assim, a transação contribui igualmente para a renda da economia e para a despesa do país. O PIB, independentemente de ser medido pela renda ou pela despesa, aumenta em $ 100. Outra maneira de enxergar a igualdade entre renda e despesa é por meio do diagrama de fluxo circular representado na Figura 1. Como vimos no Capítulo 2, esse diagrama descreve todas as transações que envol- vem as famílias e as empresas de uma economia simples. Podemos simplificar as coisas supondo que todos os bens e serviços são comprados por famílias e que elas gastam toda a sua renda. Nessa economia, as famílias compram bens e serviços das empresas; essas despesas fluem através dos mercados de bens e ser-
468 PARTE VIII DADOS MACROECONÔMICOS produto interno bruto (PIB) o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país, em dado período
não pagam aluguel. O governo inclui a moradia própria no PIB estimando o valor de aluguel. Ou seja, o PIB se baseia na hipótese de que o proprietário pague o valor imputado do aluguel a si próprio, de modo que o aluguel esteja incluído tanto em suas despesas quanto em sua renda.
todos os itens produzidos e vendidos ilegalmente, como as drogas ilegais. Exclui também itens produzidos e consumidos em casa e que, portanto, nunca entram no mercado. As verduras que você compra na quitan- da fazem parte do PIB, o que não ocorre com as verduras que você cultiva em casa. Essas exclusões do PIB podem, por vezes, levar a resultados paradoxais. Por exemplo, quando Karen paga a Doug para que corte seu gramado, a transação faz parte do PIB. Se ela se casasse com Doug, a situação mudaria. Embora Doug possa continuar a cortar o gramado de Karen, o valor do serviço deixa de ser in- cluído no PIB porque o serviço de Doug não está mais sendo vendido em um mercado. Assim, quando Karen e Doug se casam, o PIB se reduz. li ... (^) bens (^) e serviços. (^) ... li O PIB inclui tanto os bens tangíveis (alimento, vestuário, carros) quanto os serviços intangíveis (cortes de cabelo, faxina, consultas médicas). Quando você compra um CD de sua banda predileta, está comprando um bem, e o preço de compra faz parte do PIB. Quando você paga para assistir a um show da mesma banda, está comprando um serviço, e o preço do ingresso também faz parte do PIB. "fi. ... 1na 1 s ... li Quando a International Paper produz papel que a Hallmark usa para fazer um cartão, o papel é chamado
CAP ÍT U LO 23 MEDINDO A RENDA NACIONAL 469 dos bens intermediários já está incluído no preço dos bens finais. Somar o valor de mercado do papel ao valor de mercado do cartão seria uma dupla contagem, ou seja, contar duas vezes (incorretamente) o papel. Uma exceção importante a esse princípio surge quando um bem intermediário é produzido e, em vez de ser usado, é acrescentado ao estoque de bens de uma empresa para ser usado ou vendido em uma data posterior. Nesse caso, o bem intermediário é considerado^11 final", nesse momento, e seu valor como inves- timento em estoque é incluído como parte do PIB. Portanto, os acréscimos ao estoque são somados ao PIB; quando o bem em estoque for, mais tarde, utilizado ou vendido, as reduções do estoque serão subtraídas do PIB. li ... (^) prod UZI 'd os ... " O PIB inclui os bens e serviços produzidos no presente. Não inclui transações que envolvam itens produzi- dos no passado. Quando a Ford produz e vende um carro novo, o valor do carro é incluído no PIB. Quando uma pessoa vende a outra um carro usado, o valor do carro usado não é incluído no PIB. li ... (^) em um pai , (^) s... " O PIB mede o valor da produção dentro dos limites geográficos de um país. Quando um cidadão canaden- se trabalha temporariamente nos Estados Unidos, sua produção faz parte do PIB dos Estados Unidos. Quando um cidadão norte-americano é dono de uma fábrica no Haiti, a produção de sua fábrica não faz parte do PIB dos Estados Unidos (mas, sim, do Haiti). Assim, os itens criados serão incluídos no PIB de um país se forem produzidos internamente, independentemente da nacionalidade do produtor. .. em um dado período" O PIB mede o valor da produção que tem lugar em um intervalo de tempo específico. Geralmente esse inter- valo costuma ser de um ano ou um trimestre. O PIB mede o fluxo de renda e despesa durante esse intervalo. Quando o governo divulga o PIB de um trimestre, geralmente o apresenta /1 a uma taxa anual", ou anualizado. Isso significa que o valor relatado do PIB é o montante de renda e despesa durante o trimes- tre multiplicado por 4. O governo usa essa convenção para facilitar a comparação entre os valores trimes- trais e anuais do PIB. Além disso, quando o governo divulga o PIB trimestral, apresenta os dados depois de terem sido modi-
te mostram com clareza que a economia produz mais bens e serviços em algumas épocas do ano que em outras (como você pode imaginar, dezembro, com suas compras de fim de ano, é um dos pontos altos). Quando monitoram as condições da economia, economistas e legisladores frequentemente preferem olhar além dessas variações sazonais. Assim, os estatísticos do governo ajustam os dados trimestrais de maneira a excluir o ciclo sazonal. Os dados sobre o PIB divulgados nos noticiários são sempre ajustados sazonalmente. Vamos agora repetir a definição de PIB:
CAP ÍTULO 23 MEDINDO A RENDA NACIONAL 471 · · · · · · · · · · · · · · · · · Saiba mais sobre ... OUTRAS MEDIDAS DE RENDA Quando o Departamento de Comércio dos Estados Unidos calcula o PIB do país, acada três meses, calcula também várias outras medi- das de renda para obter um panorama maiscompleto sobre o que está acontecendo na economia. Essas outras medidas diferem do PIB porque incluem ou excluem certas categorias de renda. O que se segue é uma breve descrição de cinco dessas medidas de renda, ordenadas da maior para a menor.
472 PARTE V III DADOS MACROECONÔMICOS Compras do governo compras do governo gastos em bens e serviços pelos governos mun1c1pa1s,•^ •^ • estaduais e federal
Exportações líquidas exportações líquidas despesas, por parte de estrangeiros, em bens produzidos internamente (exportações) menos despesas em bens estrangeiros por parte de residentes internos (importações)
O PIB e seus componentes Esta tabela mostra o PIB total da economia norte-americana em 2009 e sua divisão entre os quatro componentes. Ao ler a tabela, lembre-se da identidade Y =C+ I + G+ EL. Total Per capita Porcentagem (bilhões de dólares) (em dólares) do total Produto interno bruto, Y $ 14 .259 $46.372 100% Consumo, C 1 0.093 32.823 71 Investimento, I 1. 623 5.278 11 Compras do governo, G 2.933 9.540 21 Exportação líquida, EL -390 -1.269 - Fonte: U. S. Department of Commerce. A soma das partes que não correspondam ao total deve-se aos arredon- damentos feitos.
474 PARTE VIII DADOS MACROECONÔMICOS
Esta tabela mostra como calcu- lar o PIB real, o PIB nominal e o deftator do PIB para uma eco- nomia hipotética que só produz cachorros-quentes e hambúrgueres. Preços e quantidades Ano (^) cachorros-quentesPreço^ dos^ Quantidade^ de^ Preço^ dos^ Quantidade^ de cachorros-quentes hambúrgueres hambúrgueres 2010 s 1 100 s 2 50 2011 2012 s 2 150 s 3 100 s 3 200 s 4 150 Cálculo do PIB nominal 201 O ($ 1 por cachorro-quente x 100 cachorros-quentes}+($ 2 por hambúrguer x 50 hambúrgueres} = S 200 2011 ($ 2 por cachorro-quente x 150 cachorros-quentes}+($ 3 por hambúrguer x 100 hambúrgueres} = S 600 2012 ($ 3 por cachorro-quente x 200 cachorros-quentes}+($ 4 por hambúrguer x 150 hambúrgueres} = S1. Cálculo do PIB real (ano-base 2010) 201 O ($ 1 por cachorro-quente x 100 cachorros-quentes}+($ 2 por hambúrguer x 50 hambúrgueres) = S 200 2011 ($ 1 por cachorro-quente x 150 cachorros-quentes}+($ 2 por hambúrguer x 100 hambúrgueres) = S 350 2012 ($ 1 por cachorro-quente x 200 cachorros-quentes}+($ 2 por hambúrguer x 150 hambúrgueres) = S 500 Cálculo do deflator do PIB 2010 ($200/$200}X 100 = 100 2011 ($ 600 / $ 350} X 100 = 171 2012 ($ 1. 200 / $ 500} X 100 = 240 PIB real
CAP ÍTULO 23 MEDINDO A RENDA NACIONAL 475
te as mudanças nas quantidades produzidas. Assim, o PIB real é uma medida da produção de bens e servi- ços da economia. Ao calcularmos o PIB, nosso objetivo é medir o desempenho da economia como um todo. Como o PIB real mede a produção de bens e serviços da economia, ele reflete a capacidade da economia em satisfazer as necessidades e os desejos das pessoas. Assim, o PIB real é uma medida melhor do bem-estar econômico que o PIB nominal. Quando os economistas falam do PIB da economia, geralmente estão se referindo ao PIB real, não ao nominal. E, quando falam do crescimento da economia, eles medem esse crescimento como a variação percentual do PIB real de um período para outro. Odeflator do PIB Como acabamos de ver, o PIB nominal reflete tanto as quantidades de bens e serviços produzidas na economia quanto os preços destes. Entretanto, mantendo os preços cons- tantes nos níveis do ano-base, o PIB real reflete somente as quantidades produzidas. A partir dessas duas estatísticas, podemos calcular uma terceira, chamada deflator do PIB, que reflete apenas os preços dos bens e serviços.
Deflator do PIB = PIB nominal PIB real
deflator do PIB uma medida do nível de preços calculada como a razão entre o PIB nominal e o PIB real multiplicada por 100 Como o PIB nominal e o PIB real devem ser iguais no ano-base, o deflator do PIB para o ano-base é sempre igual a 100. O deflator do PIB para os anos subsequentes mede a variação do PIB nominal a partir do ano-base que não pode ser atribuída a uma variação do PIB real. O deflator do PIB mede o nível de preços corrente em relação ao nível de preços do ano-base. Para veri- ficar por que isso é verdade, vamos considerar dois exemplos simples. Primeiro, imagine que as quantidades produzidas na economia aumentem com o tempo, mas os preços permaneçam os mesmos. Nesse caso, tanto o PIB nominal quanto o PIB real aumentam juntos, de modo que o deflator do PIB é constante. Suponha agora que os preços aumentem com o tempo, mas as quantidades produzidas permaneçam as mesmas. Nesse segundo caso, o PIB nominal aumenta, mas o PIB real se mantém inalterado, de modo que o deflator do PIB também aumenta. Observe que, em ambos os casos, o deflator do PIB reflete o que está acontecendo com os preços, não com as quantidades. Vamos examinar novamente o exemplo numérico da Tabela 2. O deflator do PIB é calculado na parte inferior da tabela. Em 201 0, o PIB nominal é $ 200 e o PIB real também é $ 200, então o deflator é 100. (O deflator é sempre 100 no ano-base.) Em 201 1, o PIB nominal é$ 600, e o PIB real,$ 350, portanto o deflator do PIB é 171.
de um período para o outro. Quando se emprega o deflator, a taxa de inflação entre dois anos consecutivos é calculada da seguinte forma: Taxa de inflação no ano 2 = Deflator do PIB no ano 2 - deflator do PIB no ano 1 Deflator do PIB no ano 1
Como o deflator do PIB aumentou em 2011 de100 para 171, a taxa de inflação é 100 x (171-100) / 1 00, ou 71 %. Em 2012, o deflator do PIB aumentou de 171 , no ano anterior, para 240, portanto a taxa de inflação é 100 X (240 -171) / 171, OU 40%.
CAPÍTULO 23 MEDINDO A RENDA NACIONAL 477 Grande parte da macroeconomia tem por objetivo explicar o crescimento de longo prazo e as flutuações de curto prazo do PIB real. Como veremos nos próximos capítulos, precisamos de modelos diferentes para esses dois propósitos. Como as flutuações de curto prazo representam
variáveis macroeconômicas fundamentais, incluindo o PIB, no longo prazo. Então, em capítulos posteriores, vamos nos basear nessa análise para explicar as flutuações de curto prazo. •
PIB EBEM-ESTAR ECONÔMICO No início do capítulo, dissemos que o PIB é a melhor medida do bem-estar econômico de uma sociedade. Agora que sabemos o que é PIB, podemos avaliar essa afirmação. Como vimos, o PIB mede tanto a renda total quanto a despesa total da economia em bens e serviços.
medida natural do bem-estar econômico do indivíduo médio. Algumas pessoas, entretanto, contestam a validade do PIB como medida do bem-estar. Quando o
medidas econômicas: [O produto interno bruto] não leva em consideração a saúde de nossas crianças, a qualidade de sua educa- ção ou a felicidade de suas brincadeiras. Não inclui a beleza de nossa poesia nem a solidez de nossos casa- mentos, a inteligência do nosso debate público ou a integridade dos funcionários públicos. Não mede nem nossa coragem, nem nossa sabedoria, nem nossa devoção ao país. Em resumo, mede tudo, exceto aquilo que faz a vida valer a pena, e pode nos dizer tudo sobre a América, exceto a razão pela qual nos orgulhamos de ser norte-americanos. Muito do que Robert Kennedy disse está correto. Então, por que nos preocupamos com o PIB? A resposta é que um PIB elevado nos ajuda, de fato, a levar uma vida confortável. O PIB não mede a saúde das crianças, mas países com PIBs maiores podem arcar com o custo de um melhor atendimento de saúde para suas crianças. O PIB não mede a qualidade da educação, mas países com PIBs maiores podem ter sistemas educacionais melhores. Ele não mede a beleza da nossa poesia, mas países com PIBs maiores podem ensinar mais cidadãos a ler e a apreciar a poesia. O PIB não leva em consideração nossa inteligência, integridade, coragem, sabedoria ou devoção ao país, mas todos esses louváveis atributos são mais fáceis de desenvolver quando as pessoas estão menos preocupadas em garantir as necessidades materiais da vida. Em suma, o PIB não mede diretamente as coisas que fazem a vida valer a pena, mas mede nossa capacidade de obter os insumos para uma vida que valha a pena. O PIB, entretanto, não é uma medida perfeita do bem-estar. Algumas coisas que contribuem para uma boa vida ficam de fora dele. Uma delas é o lazer. Suponha, por exemplo, que todas as pessoas da economia subitamente começassem a trabalhar todos os dias da semana, em vez de desfrutar de lazer nos fins de semana. Mais bens e serviços seriam produzidos e o PIB aumentaria. Mas, apesar do aumento do PIB, não poderíamos concluir que todos estariam em melhor situação. A perda de bem-estar decorrente da redução do lazer seria compensada pelos ganhos de bem-estar decorrentes da produção e do consumo de uma maior quantidade de bens e serviços. Como o PIB usa os preços de mercado para avaliar bens e serviços, ele desconsidera o valor de quase todas as atividades que ocorrem fora dos mercados. Mais especificamente, o PIB omite o valor dos bens e
478 PARTE V III DADOS MACROECONÔMICOS · · · · · · · · · · · · · · · · · Notícias
economia subterrâneo.
Por Doug Campbell Este é um relato breve e notável de como recentemente participei da economia subterrânea: no meio da tarde do dia mais frio, no inverno passado, um homem
que limpe a neve da entrada por apenas
chegava a 15 graus negativos. "Feito''. res- pondi. Meia hora depois, dei a ele uma nota de 5 dólares e agradeci por ter me poupado o trabalho. Oficialmente, foi uma transação não oficial - sem registros, sem pagamento de impostos e sem seguir normas de segu- rança. (Pelo menos, presumo que ele não se incomodaria em declarar essa renda ou registrá-la nos órgãos competentes.) Portanto, era tecnicamente ilegal. E, claro, esse tipo de atividade acontece o tempo todo. Diferenças internacionais na economia subterrânea País Economia subterrânea como uma porcentagem do PIB Bolívia 68% Zimbábue 63 Peru 61 Tailândia 54 México 33 Argentina 29 Suécia 18 Austrália 13 Reino Unido 12 Japão 11 Suíça 9 Estados Unidos 8 Fonte: Friedrich Schneider. Valores referentes a 2002. O tamanho da economia oficial dos Estados Unidos, medido pelo PIB, era de
economia informal - sem incluir atividades ilegais como tráfico de drogas e prostituição
Quando definida de modo mais com- pleto, a economia subterrânea, informal ou das sombras, envolve, sob outros aspectos, transações legaisque não são declaradas ou registradas. Trata-se de uma rede amplaque inclui tudo: pagamento de serviços de babás, troca de reparos domésticos com vizinhos ou mesmo o fato de não declarar
"economia subterrânea" tende a fazer com que ela pareça mais sinistra que real- mente é. As atividades criminosas compõem grande parte do que se poderia chamar restaurante, o valor dessa refeição faz parte do PIB. Mas, se ele preparar a mesma refeição para a farm1ia, o valor que agregou aos ingredientes não entrará para o PIB. De forma similar, o serviço de cuidar das crianças oferecido em creches faz parte do PIB, enquanto o serviço de cuidar das crianças realizado pelos pais em casa não faz parte do PIB. O trabalho voluntário contribui para o bem -estar dos membros da sociedade, mas o PIB não reflete essas contribuições. Outra coisa que o PIB exclui é a qualidade do meio ambiente. Imagine que o governo elimine todas as regulamentações ambientais. As empresas poderiam, então, produzir bens e serviços sem levar em consideração a poluição que criam, e o PIB poderia aumentar. Mas o bem-estar provavelmente dimi- nuiria. A deterioração da qualidade do ar e da água mais que contrabalançaria os ganhos decorrentes da m aior produção. O PIB também não diz nada a respeito da distribuição da renda. Uma sociedade em que 100 pessoas
sofram sem ganhar nada. Poucas pessoas olhariam para essas duas situações e diriam que são equivalentes.
480 PARTE V III DADOS MACROECONÔMICOS · · · · · · · · · · · · · · · · · Notícias
Com o incentivo do presidente francês, alguns economistas já consideram o uso de medidas mais eficazes para avaliar o bem-estar econômico.
Por David Jolly PARIS - Na segunda-feira, o presidente
francesa de estatística a necessidade de considerar com mais ênfase fatores como qualidade de vida e meio ambiente na men- suração da saúde econômica de um país. Sarkozy fez essa declaração após aceitar um relatório de um painel de economistas renomados, encarregados da revisão da adequação do atual padrão de bem-estar fiscal: o produto interno bruto. O painel, presidido por Joseph E. Sen, da Harvard University - ambos agra- ciados com o Prêmio Nobel -, concluiu que o PIB era insuficiente e que medidas de sustentabilidade e bem-estar humano devem ser incluídas. Um "foco exagerado na métrica do PIB" também contribuiu para o início da crise financeira atual de acordo com o relatório. Os formadores de políticas brindaram o aumento do crescimento econômico, en- quanto outros dados, como os que indicavam o aumento do endividamento insustentável de famílias e das empresas, foram ignora- dos, conforme apontou o relatório. "A mensagem principal é afastar-se da obsessão pelo PIBe entender seus limites", "Há muitos aspectos de nossa sociedade que não são cobertos pelo PIB:'[...] OPIBé a medida do valor de mercado de todos os bens eserviços produzidos na econo- mia. Seu desenvolvimento na década de 1930, quando o governo norte-americano estava procurando novas ferramentas para mensu- rar com maior exatidão a renda e o produto nacionais, foi considerado um dos avanços mais importantes na macroeconomia. No entanto, há uma forte crítica pelo fato do PIB, apesar de capturar o cresci- mento ou a contração da economiaglobal, ser uma ferramenta imperfeita para descre- ver a saúde social. Os Estados Unidos, por exemplo, com a Stiglitz, da Columbia University, e Amartya argumentou^ Stig^ litz^ em^ uma^ entrevista.^ maior^ economia^ do^ mundo,^ naturalmente
Esta tabela mostra o PIB per capita e outras três medidas de qualidade de vida para 12 países destacados.
País de adultos (2007) devida (^) (% da população) (% da população) Estados Unidos s45.592 79 anos 99% 63% Alemanha 34.40^1 80 99 Japão (^) 33.632 83 99 67 Rússia 14.690 66 99 15 México 14.^104 76 93 Brasil 9.567 (^72 90 ) China 5.383 73 93 9 Indonésia 3.843 71 92 7 rndia 2.753 63 66 3 Paquistão 2.496 66 54 7 Nigéria 1. 969 48 72 4 Bangladesh 1. 241 66 54 0, Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano de 2009, Nações Unidas. Dados sobre o PIBreal, expectativa de vida ealfabetização são de 2007. Os dados sobre uso da internet são de 2005.
estão no topo dos ronkings do PIB, mas o país tem classificação baixa em outros crité- rios. Oíndice de desenvolvimento humano do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, que incorpora o PIB como apenas um de vários critérios, classificou a Islândia, a Noruega e o Canadá nas três primeiras posições em 2008, e os Estados Unidos, em 15° lugar. Os índices de desen- volvimento humano também procuram incorporar a importância de uma vida lon- ga e saudável, o acesso ao conhecimento e um nível de vida satisfatório. Como alternativa para a perseguição do PIBpelo mundo desenvolvido, o Butão, um pequeno reino no Himalaia, criou uma nova medida: a "felicidade nacional bruta", composta de 4 pilares, 9 domínios e 72 indicadores de felicidade. [...] De acordo com o relatório da comissão de Stiglitz, conhecido formalmente como "The measurement of economic per- formance and social progress revisited" Fonte: New York Times, 15 set. 2009. CAP ÍTULO 23 MEDINDO A RENDA NACIONAL 481 ["A medição do desempenho econômico e do progresso social revisitados"], um dos problemas mais evidentes era usar o cresci- mento econômico como um substituto de bem-estar, devido ao fato de que essa ação
de mortalidade infantil, altas taxas de mortalidade materna, altas taxas de desnutrição infantil e
lar frequentam efetivamente a escola e aquelas que o fazem dispõem de menos professores por aluno. Esses países também tendem a ter menos televisores, menos telefones, menos ruas pavi- mentadas e menos casas com eletricidade. Os dados internacionais não deixam dúvida de que o
TESTE RÁPIDO Por que os formuladores de políticas devem se preocupar com o PIB? CONCLUSÃO Este capítulo discutiu como os economistas medem a renda total de um país. A medição, naturalmente, é somente um ponto de partida. Grande parte da macroeconomia tem por objetivo revelar os determinantes de longo e curto prazo do produto interno bruto de um país. Por exemplo, por que o PIB é mais elevado nos ,. Estados Unidos e no Japão que na India e na Nigéria? O que os governos dos países mais pobres podem fazer para promover o crescimento mais rápido do PIB? Por que o PIB dos Estados Unidos aumenta rapida-