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Análise da formação de preços e equilíbrio de mercado segundo Adam Smith, Esquemas de Introdução à Economia

Este documento analisa as ideias de adam smith sobre a formação de preços no contexto da situação das empresas perante o mercado, com foco em concorrência perfeita e monopólio. Além disso, aborda a teoria dos preços e a resposta dos consumidores e produtores a alterações relativas dos preços. Também é discutido o conceito de preços de mercado e o equilíbrio de mercado.

O que você vai aprender

  • Como as alterações relativas de preços afetam a resposta dos consumidores e produtores?
  • Como Adam Smith explica a formação de preços em concorrência perfeita?
  • Quais são as ideias de Adam Smith sobre o monopólio?
  • O que é um preço de mercado e como se relaciona com o equilíbrio de mercado?
  • O que é a Teoria dos Preços e como se relaciona com as ideias de Adam Smith?

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Ronaldinho890
Ronaldinho890 🇧🇷

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Carlos Miguel Oliveira
28-01-2008
INTRODUÇÃO À
ECONOMIA
Instituto Superior de Línguas e Administração
CADERNO 1 - MICROECONOMIA
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Baixe Análise da formação de preços e equilíbrio de mercado segundo Adam Smith e outras Esquemas em PDF para Introdução à Economia, somente na Docsity!

Carlos Miguel Oliveira

I NTRODUÇÃO À

E CONOMIA

Instituto Superior de Línguas e Administração

CADERNO 1 - MICROECONOMIA

FICHA TÉCNIC A

Manual de Introdução à Economia

Carlos Miguel Oliveira

Versão 01

ISLA de Vila Nova de Gaia Direcção Académica

Depósito Legal 000 000/

ISBN 000-00-0000-

  • 1.1. O OBJECTO DA ECONOMIA
  • 1.2. A ESCASSEZ E A ESCOLHA
  • 1.3. QUESTÕES NORMATIVAS E QUESTÕES POSITIVAS NA ANÁLISE ECONÓMICA
  • 1.4. A RACIONALIDADE ECONÓMICA
  • 1.5. O CRITERIO DO CUSTO/BENEFÍCIO NO PROCESSO DE DECISÃO
    • 1.5.1. OS ERROS MAIS COMUNS NA TOMADA DE DECISÃO
  • 1.6. O MERCADO
    • 1.6.1. AFINAL QUEM DIRIGE O MERCADO?
    • 1.6.2. A MÃO INVISÍVEL NO CONTEXTO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA
  • 1.7. O PAPEL ECONÓMICO DO ESTADO
    1. Procura e Oferta
    • 2.1 A procura de mercado
    • 2.2.. A oferta de mercado
    1. ELASTICIDADES
    • 3.1. A ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA (Ed)
    • 3.2. A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA (Eo)
    • 3.3. OUTRAS ELASTICIDADES DE PROCURA
    1. A ESCOLHA DO CONSUMIDOR e A PROCURA DE MERCADO
    • 4.1. O CONJUNTO DE OPORTUNIDADES OU A RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL
    • 4.2. ORDENAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS
    • 4.3. A UTILIDADE
    • 4.4. A PROCURA INDIVIDUAL E DO MERCADO
    1. TEORIA DA EMPRESA: PRODUÇÃO e CUSTOS DE PRODUÇÃO
    • 5.1. TEORIA DA PRODUÇÃO
      • 5.1.1 Introdução
      • 5.1.2. Análise da Produção com um factor Variável
      • 5.1.3. Análise da Produção com dois factores variáveis
    • 5.2. TEORIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
      • 5.2.1. CUSTOS DE OPORTUNIDADE VRS CUSTOS CONTABILISTICOS
      • 5.2.2. CUSTOS A CURTO PRAZO
      • 5.2.3. CUSTOS A LONGO PRAZO
    1. ESTRUTURAS DE MERCADO
    • 6.1. INTRODUÇÃO
    • 6.2. O MERCADO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA..........................................................................
    • 6.3. MONOPÓLIO
    • 6.4. OLIGOPÓLIO.............................................................................................................................
  • 6.4.1. O MODELO DE COURNOT E BERTRAND
  • 6.4.2. O MODELO DE EDGEWORTH..............................................................................................
  • 6.4.3. O MODELO DE CHAMBERLIN
  • 6.4.4. TEORIA DE JOGOS
  1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA

1.1. O OBJECTO DA ECONOMIA

A economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos.

Como disciplina académica, a economia tem dois séculos. Adam Smith publicou o seu livro pioneiro

A riqueza das Nações em 1776 (ano da declaração de independência dos E.U.A^1 ), dando um

elevado contributo na análise do modo como os mercados organizavam a vida económica e geravam um rápido crescimento económico. Demonstrou que um sistema de preços e de mercado é capaz de coordenar os indivíduos e as empresas sem necessidade de qualquer direcção central. Começava a era do capitalismo, marcada pela proliferação das empresas do sector ferroviário, têxtil e outros, que estenderam a sua influência a todas as partes do mundo. Com o início da Revolução Industrial na Grã-Bretanha, desenvolveu-se paralelamente a ideologia do liberalismo clássico e do capitalismo. Estas ideias liberais eram baseadas nos fundamentos da doutrina do lassaiz-faire, segundo a qual caberia aos governos assumirem exclusivamente as funções que apoiassem e estimulassem as actividades lucrativas, e a interferência governamental era proibida nos demais assuntos económicos. O liberalismo proporcionou as bases filosóficas do sistema capitalista e criou na Inglaterra uma atmosfera favorável ao desenvolvimento do sistema fabril.

Adam Smith mostrou uma preocupação com a análise das empresas, no contexto da sua situação perante o mercado, desenvolvendo as ideias do laissez-faire e mão invisível, procurando explicar a formação dos preços com base em duas teorias de organização do mercado, a saber, a concorrência perfeita e o monopólio. A primeira foi adoptada na Teoria Económica tradicional por mais de 150 anos sem contestação. Nesse sistema, a empresa tem os seus preços determinados pelo mercado, através da inter-relação entre a oferta e a procura. A flutuação dos preços determina a produção, os custos e o lucro. Para Adam Smith, o sistema de preços era infalível, pois levaria sempre ao equilíbrio de firma e da economia.

Assim, resumidamente, o mercado de concorrência perfeita ou pura é concebido como organizado por um grande número de empresas, que individualmente são pequenas em relação ao todo (mercado) e não podem exercer influência perceptível no preço. O produto é homogéneo, ou seja, qualquer empresa vende um produto idêntico ao de qualquer outra e, portanto, os compradores são indiferentes ao comprarem a qualquer vendedor Observa-se a existência da livre mobilidade dos recursos, no sentido de que cada recurso pode imediatamente entrar e sair do mercado como respostas a impulsos monetários. O outro sistema de organização de mercado examinado pelos clássicos é o monopólio, definido como uma situação em que há apenas um produtor num mercado bem definido, sem a existência de rivais ou concorrentes directos.

Posteriormente, com os neoclássicos, a Teoria dos Preços foi formulada em termos de uma nova teoria do valor baseada nos conceitos de “utilidade” (já desenvolvidos pelos clássicos) passou a constituir a essência do pensamento microeconómico, ou seja, da tomada de decisões. A teoria da empresa, desenvolvida sobre este prisma, passa a descrever o equilíbrio da empresa como sendo

(^1) Não é uma coincidência o aparecimento destes dois documentos. O movimento pela libertação política da tirania das monarquias europeias surgiu quase simultaneamente com as tentativas de emancipação dos preços e salários da pesada regulamentação estatal.

Na microeconomia, os preços relativos tem um papel fundamental na análise económica. Aqui nós estudamos a resposta dos consumidores e produtores a alterações relativas dos preços, tratando sempre a questão de uma forma homogénea. Na macroeconomia os preços têm uma importância relativa.

1.2. A ESCASSEZ E A ESCOLHA

A microeconomia é o estudo de como as pessoas fazem opções sob condições de escassez. Não devemos dar uma interpretação restritiva à escassez porque mesmo quando os recursos materiais são abundantes outros recursos importantes não o serão.

Ex. O dinheiro é um recurso escasso, mas para um magnata que contraia uma doença mortal a escassez não reside no dinheiro, mas sim no tempo, na energia e na mobilidade física necessária ao desempenho das suas actividades normais.

O tempo e o dinheiro não são os únicos recursos escassos. Toda a escolha envolve considerações importantes de escassez. Conviver com a escassez é a essência da condição humana. Na verdade, se não fosse o problema da escassez, a vida ficava desprovida de muito do seu sentido e dificilmente qualquer decisão teria importância para alguém com um tempo de vida infinito e recursos materiais inesgotáveis.

De facto, toda a nossa vida é um complexo problema de múltipla escolha. Simultaneamente, os indivíduos e as empresas tem inúmeras escolhas e decisões a tomar (quando e como aumentar o output, produzir o output interna ou externamente; etc.), e nem todas podem revestir a característica económica (apesar de existir sempre uma possível explicação). Na nossa análise preocupar-nos-e-mos com as escolhas económicas mais convencionas, envolvendo a alocação de recursos escassos de forma eficiente.

Os recursos produtivos são usualmente classificados nas seguintes categorias:

- Recursos naturais: terra, água, ar, minerais e florestais; - Recursos humanos: trabalho especializado e não especializado; - Recursos de capital: máquinas, equipamentos, edificações; - Recursos organizacionais: uma categoria especial que deriva da combinação e potenciação dos recursos da instituição. Consiste na combinação dos três recursos anteriores para produção de um output. Esta acção envolve riscos, cabendo ao empresário a responsabilidade organizativa.

No futuro falaremos de recursos produtivos com factores de produção e estudaremos a forma como as empresas combinarão os recursos escassos na produção de bens e serviços. Bens e serviços que também serão escassos para o consumidor, sendo as suas alocações feita (em sistema capitalista) através dos mercados. Aqui os consumidores terão que decidir, tendo em atenção que o seu poder de compra é limitado (escasso) e deve ser alocado pelos diferentes tipos de bens e serviços, que constituem o seu cabaz de compras.

O nosso objecto de estudo centrar-se-á nas decisões individuais feitas pelos consumidores, empresas e governo (que de uma forma menos extensa afecta a última alocação dos recursos escassos da sociedade).

1.3. QUESTÕES NORMATIVAS E QUESTÕES POSITIVAS NA ANÁLISE ECONÓMICA

Num sentido mais lato saber se as áreas de floresta virgem devem ser ou não protegidas, ou se o governo deveria ou não garantir o rendimento mínimo nacional são afinal questões normativas - questões que envolvem os nossos valores. Uma questão normativa é urna questão sobre o que tem de ser ou deveria ser. Por si só a análise económica não consegue responder a estas questões.

A análise económica pisa terrenos mais firmes quando se trata de responder a questões positivas - questões acerca das consequências políticas e mecanismos institucionais específicos. Se proibirmos o abate de árvores nas florestas virgens, o que pode acontecer ao preço da madeira? Que outros materiais poderiam ser desenvolvidos e a que preço? Qual a influência do rendimento mínimo nacional no desemprego? Estas são questões económicas positivas, e as respostas são nitidamente importantes para o nosso pensamento sobre as questões normativas subjacentes. Aqui as afirmações económicas começam com pressupostos a partir dos quais se derivam conclusões (comprovadas empiricamente). A análise económica positiva não envolve valores ou opiniões, tendo as suas respostas relevância importante para a formação do nosso pensamento sobre as questões normativas subjacentes.

1.4. A RACIONALIDADE ECONÓMICA

Ser racional quer dizer tomar decisões de acordo com o critério custo-benefício, isto é, actuar se e só se os benefícios excederem os custos.

Existem dois critérios de racionalidade:

Baseada no egoísmo - critério segundo a qual o indivíduo racional considera somente os custos e benefícios que se referem directamente a eles. Este padrão, explicitamente, anula motivações como tentar fazer os outros felizes, tentar fazer o que esta correcto, etc.

Baseado no objectivo imediato - teoria segundo a qual as pessoas racionais agem eficientemente na procura de qualquer objectivo que tenham no momento da tomada da decisão. O atractivo deste critério mais geral é o de que ele envolve motivações (dever, gostar, caridade, etc.).

Por exemplo, se o desejo irresistível de um fumador é o de saborear um charuto esta conduta seria racional segundo o critério do objectivo imediato, sempre que a pessoa não pagasse mais pelo charuto do que o necessário. O facto de se arrepender posteriormente a ter fumado um cigarro, ou, inclusive isso ser causa de morte prematura, não é simplesmente relevante segundo este critério. Segundo o critério do egoísmo, pelo contrário, esta conduta seria irracional.

Ambos os critérios encontram amplas aplicações na análise económica. Qualquer um dos padrões que empreguemos implica uma solução de compromisso.

1.5. O CRITERIO DO CUSTO/BENEFÍCIO NO PROCESSO DE DECISÃO

emprego que se arranja é menos desagradável, quanto mais instrução e experiência se tiver. Iniciando de imediato um curso universitário é possível evitar os trabalhos menos agradáveis. Por isso para a maioria das pessoas, faz mais sentido tirar primeiro um corso universitário e só depois começar a trabalhar. É certamente mais sensato frequentar um curso universitário com 20 anos do que com 50. E ste exemplo é uma ilustração perfeita do argumento de Friedman relativamente ao modo de avaliar uma teoria. Ninguém pensa que os estudantes que terminam o ensino secundário decidem quando devem iniciar o seu curso universitário com base em cálculos que envolvem custos de oportunidade Pelo contrário, a maior parte dos estudantes vai para uma universidade assim que termina o ensino secundário porque é o que fazem todos os seus colegas. Socialmente é o que se deve fazer. Este hábito não surgiu do nada, e tem subsistido porque é talvez o mais eficiente.

Porque é que os bancos pagam juros?

Suponha que é banqueiro e que alguém lhe deposita 1 000 u.m. no dia 1 de Janeiro sem que você tenha que lhe pagar juros. Você pode pegar no dinheiro e comprar um bem produtivo, como por exemplo um pinhal. Suponha que todos os anos as árvores crescem em média 6% e que o preço de uma árvore é proporcional à quantidade de madeira que contém Nesta óptica poderia ao fim do ano vender o pinhal por 1060 u.m. e ganhar 60.

Mas esta opção também é valida para a pessoa que depositou o dinheiro no seu banco. Esta pessoa estará disposta a deixá-lo utilizar o seu dinheiro, mas apenas se você o compensar pelo custo de oportunidade de não o ter utilizado ele próprio. Se lhe pagar 5% de juros, ele provavelmente aceitará já que não terá o trabalho de cuidar das árvores, ficando você com os restantes 1% ( 10 u.m.) por ter tratado desse assunto.

O conceito de Custo de oportunidade tem tanto de simples como de importante no estudo da microeconomia. A arte de aplicar este conceito correctamente está na forma como se consegue reconhecer o maior valor alternativo que é sacrificado com o prosseguimento de uma certa actividade.

Erro 2. Não ignorar os custos irrecuperáveis

Frequentemente um custo de oportunidade não parece ser um custo relevante, quando na realidade o é. Outro erro comum quando se tomam decisões é considerarmos determinado custo como relevante quando na realidade não o é. Isto acontece frequentemente com os custos irrecuperáveis, custos esses que já foram incorridos no momento em que a decisão é tomada. Ao contrário dos custos de oportunidade, estes custos deverão ser ignorados. O princípio de que se devem ignorar os custos irrecuperáveis ressalta claramente, do seguinte exemplo.

Você está a planear uma viagem de cerca de 400 km. À excepção do custo, é-lhe completamente indiferente entre ir no seu próprio carro ou de avião. O bilhete de avião custa 13 000u.m., e você não sabe qual será o custo de levar o seu carro. Assim, telefona para a Hertz para ter um valor estimativo. A pessoa com quem fala diz-lhe que para fazer essa estimativa deve começar por considerar os custos de um carro típico, onde se fazem, por exemplo, 17 000 Km. Assim:

Seguro 130 000u.m.

Juros 260 000u.m.

Combustível e óleo 130 000u.m.

Manutenção 130 000u.m.

Total 650 000u.m.

Dividindo este valor total por 17000 Km, conclui que o preço por Km é 38u.m.20. Se usa este número para calcular a custo da viagem de carro, conclui que lhe iria custar 15 280u.m.. Dado que este valor é mais elevado do que os 13 000u.m. do bilhete do avião, decide ir de avião. Se decidir desta maneira, você comete um erro não considerar os custos irrecuperáveis. O valor do seguro e dos juros não varia conforme o número de quilómetros que efectua num ano. Ambos são custos irrecuperáveis e serão sempre os mesmos quer viaje ou não com o cano. Dos custos mencionados, o óleo, o combustível e a manutenção são os únicos que variam consoante o número de quilómetros que efectuar. Isto dá-lhe um custo de 260 000u.m. por 17 000km, ou seja, 15u.m.30/Km. Ao preço de 15u.m.30/km, a viagem só lhe custará 6120u.m.; e dado que este valor é muito mais baixo que o bilhete de avião, deve ir de automóvel.

No Exemplo anterior, note o papel desempenhado pela suposição de que, exceptuando os custos, lhe era indiferente o meio de transporte utilizado. Isto permite-nos afirmar que o único factor que se devia considerar era o custo actual dos dois modos de transporte. Se preferisse um meio ao outro, tinha também de ter em consideração o peso dessa preferência. Assim, por exemplo, se estivesse disposto a pagar 7800u.m. para evitar a maçada de guiar, o custo real de guiar passaria a ser de 13 920u.m., e não 6120u.m., e neste caso deveria ir de avião.

Erro 3. Focar apenas alguns custos relevantes

Uma pessoa que ao tomar uma decisão seja vítima da falácia do custo irrecuperável, tem em atenção um custo que deveria ter ignorado. A falácia do custo de oportunidade é exactamente o oposto: ignorar custos que deveriam ter sido considerados. Mas o exemplo que se segue tornará claro que os custos de oportunidade não são os únicos custos que as pessoas tendem a ignorar.

O impulso de muitos consumidores preocupados com a poupança de combustível seria escolher imediatamente um carro com baixo consumo de Combustível como o Opel Corsa TD. Mas provavelmente não haverá tantas Corsas TD disponíveis. Suponha que existe um total de 1000 Corsas TD e 1000 Sport 1.4 gasolina. Se alugar um Diesel em vez de um a gasolina, alguém terá de alugar um a gasolina em vez de um a Diesel. Se o meu objectivo é poupar energia só deveria alugar o Diesel se a pessoa que vai ficar com o a gasolina fizer menos quilómetros por ano do que eu.

Mas quem é que pode adivinhar se é isso que vai acontecer? Se as taxas de aluguer dos dois automóveis estiverem estabelecidas no mercado e cada um escolher geralmente o carro que vai minimizar as suas despesas totais com as deslocações, podemos dizer isto: o facto de eu escolher

um Diesel vai reduzir o consumo de energia da sociedade se, e apenas se, o TD for menos dispendioso, para mim, do que o 1.4Gasolina. Para perceber porquê, repare primeiro que, se a gasolina custar 168u.m. o litro, o custo anual do Corsa a gasolina é dado pelo cálculo

em que K é o número de quilómetros que eu faço por ano e 340.000u.m. a aluguer anual do veiculo em 5 anos. O custo correspondente para o Diesel será:

( )

×

K

Cg

Mercado é o mecanismo pelo qual os compradores e vendedores de uma mercadoria se confrontam para determinar o seu preço e quantidade.

Num sistema de mercado tudo tem preço. O preço representa o valor de um bem em termos monetários, ou seja, representam as condições em que os indivíduos e as empresas trocam os diferentes bens. Quando concordo em comprar um telemóvel a um vendedor por 50.000u.m., isto significa que ele vale mais de 50.000u.m. para mim e menos de 50.000u.m. para o vendedor.

Os preços também servem de sinais para os produtores e consumidores. Se por exemplo os consumidores quiserem mais telemóveis, a sua procura irá aumentar, mas como os vendedores estão com as suas existências reduzidas aumentam o preço do produto para racionar a oferta limitada. Por sua vez o preço mais elevado irá estimular a produção (o contrário também é verdadeiro).

O que é verdade para os mercados de consumo também o é para os mercados de factores de produção, tais como o trabalho, capital, etc., Os preços coordenam as decisões dos produtores e dos consumidores num mercado. Os preços mais elevados tendem a reduzir as compras dos consumidores e estimularem a produção. Os preços mais baixos estimulam o consumo e retraem a produção.

Os preços são o pêndulo do mecanismo de mercado

O equilíbrio de mercado representa um equilíbrio entre todos os compradores e vendedores. Todos, consumidores e empresas pretendem comprar ou vender algumas quantidades dependendo do preço. O mercado estabelece o preço de equilíbrio que equipara os desejos dos vendedores e consumidores. O preço representa o equilíbrio entre a oferta e a procura. Os preços ajudam a equiparar o consumo e a produção (a oferta e a procura).

Os três problemas económicos - O quê, como e para quem

O próprio mercado tem capacidade para resolve-los, através do seu equilíbrio.

1. O quê será produzido é determinado pela decisão de compra dos consumidores. O

dinheiro que deixa nas caixas das empresas vai acabar por proporcionar os salários, as rendas e os dividendos que os consumidores, como empregados, recebem como remuneração.

As empresas, por seu lado, são movidas pelo desejo de maximizar os seus lucros - lucros que correspondem a diferença entre as receitas líquidas (lucro total), ou a diferença entre as vendas e os custos totais (as empresas são atraídas pelos lucros elevados da produção de bens com elevada procura.

Os custos relativos também afectam a produção e o comércio entre países. O Japão produz e exporta electrónica de consumo e importa alimentos, enquanto os EUA importam electrónica de consumo e exportam alimentos. Quem toma estas decisões? É o governo ou o congresso japonês? De facto não é nenhum deles. É o sistema de preços quem toma as decisões. Dado que existe em abundância nos EUA, a terra é relativamente barata e os custos dos alimentos são relativamente baixos. Porque a terra é escassa e cara no Japão, enquanto o talento tecnológico é relativamente abundante, os custos dos alimentos são relativamente elevados enquanto os da electrónica de consumo são baixos. Analisando os sinais dos preços da terra e do trabalho, as empresas, os agricultores e os consumidores podem escolher o bem que será mais apropriado produzir, negociar e consumir.

2. A concorrência entre os diferentes produtores é que determina como as coisas são produzidas. A

melhor forma de os produtores alcançarem um preço de concorrência e maximizarem o lucro é manterem os custos no mínimo, através da adopção dos métodos de produção mais eficientes.

O mais importante a apreender é o posicionamento tecnológico e a forma mais eficiente de utilizar a tecnologia ao longo do tempo.

3 - Para quem são as coisas produzidas é determinado pela oferta e procura nos mercados dos

factores de produção - Os mercados determinam os salários, as rendas da terra, as taxas de juro e os lucros - passaremos a designá-los por preços dos factores de produção. Através do somatório dos rendimentos dos factores de produção, podemos calcular o rendimento da população. A repartição do rendimento entre a população é portanto determinada pelo montante possuído de factores (horas-homem, hectares de terreno, etc.) e pelos preços dos factores (níveis salariais, rendas da terra, etc.).

1.6.1. AFINAL QUEM DIRIGE O MERCADO?

Os consumidores não podem, por si só, ditar quais os bens que devem ser produzidos. A procura dos consumidores tem de se encaixar com a oferta de bens e serviços pelas empresas.

Os custos empresariais e as decisões de oferta, juntamente com a procura dos consumidores, ajudam a determinar o que deve ser produzido.

Os mercados funcionam como um link , que reconcilia os gostos dos consumidores com as limitações tecnológicas das empresas.

O lucro tem um papel muito importante no dia-a-dia do mecanismo de mercado, constituem o prémio ou castigo para as empresas, induzindo-as a produzir da forma mais eficiente possível os bens mais desejados.

Uma imagem dos Preços e dos Mercados

A figura abaixo representada dá-nos uma visão global de como os consumidores e produtores actuam em conjunto para determinar os preços e as quantidades, tanto de factores de produção como das produções.

Em cima estão os mercados dos produtos, em baixo os mercados dos factores de produção.

Os consumidores compram bens e vendem factores de produção, as empresas vendem bens e serviços e adquirem factores de produção. Os consumidores usam o seu rendimento da venda de trabalho e outros factores para adquirir bens às empresas; estas baseiam os preços dos seus bens nos custos do trabalho e do património. Os preços nos mercados de bens são estabelecidos de modo a equiparar a procura dos consumidores com a oferta das empresas; os preços no mercado de factores são estabelecidos de modo a equilibrar a oferta dos consumidores com a procura das empresas.

A procura e a oferta formam uma teia de relações interdependentes que se conjugam através do mecanismo de mercado para resolver os problemas económicos.

determinados pelos custos de produção ou mercados, desaparecendo a propriedade da mão invisível.

Em concorrência perfeita e sem falhas de mercado, os mercados conseguirão extrair tantos bens e serviços quantos os recursos disponíveis o permitam.

1.7. O PAPEL ECONÓMICO DO ESTADO

Como sabemos, uma economia de mercado perfeitamente concorrencial não existe. As economias de mercado estão prejudicadas pelo:

  • Monopólio;
  • Poluição;
  • Desemprego e inflação;
  • Injustiça na repartição do rendimento.

Em resposta às falhas de mercado (mecanismos de mercado), os países introduziram o conceito da “Mão Visível do Governo”:

Substituindo o mercado ao possuírem certas actividades;

  • Regulamentado;
  • Incentivando o Investimento, Investigação e Educação;
  • Cobrando impostos – redistribuindo rendimento

As três funções básicas que o Estado deve promover são:

  1. Eficiência – As falhas de mercado levam a ineficiências:

Em situações de concorrência imperfeita, o preço não é determinado pelo mecanismo de mercado. Um ex. típico é o poder monopolístico que conduz a alterações na própria estrutura de mercado. Nas últimas décadas os governos têm refreado este poder através da proibição de fixação de preços ou divisões de mercado.

Dentro da economia existem Externalidades 4 , que ocorrem quando as empresas, indivíduo ou

estado impõe custos ou benefícios a outros que se situam fora do mercado. O governo criou regulamentação própria para externalidade como a poluição do ar, da água, sonora, detritos industriais, etc.,

Os Bens públicos são actividades económicas que proporcionam grandes ou pequenos benefícios para a comunidade. Estas actividades não podem ser entregues à iniciativa privada, porque não a gere da forma mais eficiente possível (ex. construção de auto-estradas, apoio a ciência e saúde).

  1. Equidade – Os mercados não produzem necessariamente uma repartição do rendimento que possa ser encarada como socialmente justa ou equitativa. Uma sociedade de mercado de puro laissez-faire poderá produzir níveis de desigualdade do rendimento e do consumo que sejam inaceitáveis. O rendimento pode ser resultado de padrões aleatórios como a herança, o azar, o

(^4) Existem críticos e defensores da regulamentação dos mercados e externalidades. Tudo se prende à forma como ela é efectuada.

preço dos factores, acasos tecnológicos^5. Como forma de repartição do rendimento existem os

impostos e/ou sistemas de transferência de rendimento (Seg. Social, subsídios, etc.)

  1. Crescimento económico e estabilidade – os governos através de políticas e instrumentos macroeconómicos (políticas fiscais e monetaristas) conseguem (às vezes) influenciar os níveis de despesa, produto, inflação e desemprego.

(^5) Um acaso tecnológico, como por exemplo a invenção de um robot, poderá reduzir a mão de obra em determinada actividade, transferindo o rendimento para os proprietários da tecnologia.

  1. P ROCURA E O FERTA

A temática da economia encontra-se associada, a maior parte das vezes, a procura e oferta. A análise da procura e oferta é considerada como uma importante ferramenta exploratória e preditiva.

Antes de iniciarmos o estudo em mais detalhe, e como este é um curso introdutório, procuraremos clarificar alguns do termos utilizados:

  • A procura é a relação entre o preço de mercado e a quantidade que os consumidores estão dispostos a adquirir de determinado produto. Quando falamos de procura estamo-nos a referir a uma quantidade “desejada”. Este pressuposto é muito importante para o entendimento de que a quantidade que os consumidores procuram de determinado bem e a determinado preço de mercado nem sempre é a quantidade que as pessoas adquirem.
  • A oferta traduz a relação entre o preço de mercado e a quantidade que as empresas (vendedores) estão dispostos a oferecer no mercado.

A análise baseada na oferta e procura é do tipo “what if” (e se..), representando o relacionamento entre quantidades oferecidas e procuradas a determinado nível de preço do mercado.

Poderemos considerar uma curva da procura do Ferrari Enzo Dino que procurará responder a quantas unidades seriam compradas se o seu preço de venda fosse de 10.000€. Com certeza a resposta seria: muitas! Esta resposta traduziria um desejo e não as quantidades reais de ferraris que seriam adquiridas no mercado, uma vez que a quantidade oferecida a este preço seria próxima ou mesmo igual a 0 (zero). O estudo da procura e da oferta permitem-nos retirar algumas conclusões sobre as alterações do comportamento dos agentes face a alterações de variáveis do meio envolvente ao mercado, à organização ou ao consumidor. Este estudo deverá ser feito antes da ocorrência das alterações, tornando-se um importante instrumento na predição das consequências de fenómenos económicos (e.g. o que acontecerá se o imposto sobre um bem aumentar 10%?).

Outro conceito importante a reter é o de preço de mercado. Na nossa análise iremos tratá-lo de forma indistinta relativamente a factores como a localização, espaço de venda, qualidade do produto… Sabemos que o preço é uma variável importante para o consumidor e que o mesmo é diferenciado por loja, região e outros factores que potenciam a descriminação. Contudo vamos encara-lo como uma espécie de preço médio de mercado. De notar que nossa análise iremos relacionar duas variáveis: preço e quantidade. Do ponto de vista formal o preço poderá explicar a quantidade procurada ou oferecida, ou a quantidade procurada e/ou oferecida poderão explicar o preço a fixar no mercado.

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