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Intoxicações por Medicamentos, Notas de estudo de Toxicologia

Os medicamentos são uma das principais causas de intoxicação em animais domésticos, especialmente cães, gatos e bovinos. As intoxicações podem ocorrer devido ao uso incorreto, superdosagem ou administração acidental de fármacos destinados a outras espécies. Entre os grupos de medicamentos mais comumente associados às intoxicações estão os antiparasitários, antibióticos, anticonvulsivantes e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).

Tipologia: Notas de estudo

2025

Compartilhado em 27/05/2025

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Tema: Intoxicações por Medicamentos
Sumário
Avermectinas e Abamectina.............................................................................1
Antibióticos em Cães..........................................................................................2
Anticonvulsivantes: Fenobarbital.....................................................................3
Intoxicação por Medicamentos do TDAH em Cães e Gatos.........................4
Atomoxetina........................................................................................................8
Toxicologia das Lactonas Macrocíclicas...........................................................9
Introdução:
Os medicamentos são uma das principais causas de intoxicação em
animais domésticos, especialmente cães, gatos e bovinos. As intoxicações
podem ocorrer devido ao uso incorreto, superdosagem ou administração
acidental de fármacos destinados a outras espécies. Entre os grupos de
medicamentos mais comumente associados às intoxicações estão os
antiparasitários, antibióticos, anticonvulsivantes e anti-inflamatórios não
esteroidais (AINEs).
Avermectinas e Abamectina
1.1 Introdução:
A abamectina é um antiparasitário utilizado em medicina veterinária
e na agricultura como inseticida.
Derivada da fermentação do Streptomyces avermitilis, pertence ao
grupo das avermectinas, que inclui também ivermectina e
doramectina.
Utilizada a partir dos anos 1980, possui amplo espectro de ação
contra endo e ectoparasitas.
Pode causar intoxicações severas em bezerros jovens e cães com
mutação MDR1.
1.2 Sinais Clínicos:
Fase inicial: hiperexcitabilidade, tremores musculares.
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Tema: Intoxicações por Medicamentos

Sumário

Avermectinas e Abamectina............................................................................. 1 Antibióticos em Cães.......................................................................................... 2 Anticonvulsivantes: Fenobarbital..................................................................... 3 Intoxicação por Medicamentos do TDAH em Cães e Gatos......................... 4 Atomoxetina........................................................................................................ 8 Toxicologia das Lactonas Macrocíclicas........................................................... 9 Introdução: Os medicamentos são uma das principais causas de intoxicação em animais domésticos, especialmente cães, gatos e bovinos. As intoxicações podem ocorrer devido ao uso incorreto, superdosagem ou administração acidental de fármacos destinados a outras espécies. Entre os grupos de medicamentos mais comumente associados às intoxicações estão os antiparasitários, antibióticos, anticonvulsivantes e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).

Avermectinas e Abamectina

1.1 Introdução:  A abamectina é um antiparasitário utilizado em medicina veterinária e na agricultura como inseticida.  Derivada da fermentação do Streptomyces avermitilis, pertence ao grupo das avermectinas, que inclui também ivermectina e doramectina.  Utilizada a partir dos anos 1980, possui amplo espectro de ação contra endo e ectoparasitas.  Pode causar intoxicações severas em bezerros jovens e cães com mutação MDR1. 1.2 Sinais Clínicos:  Fase inicial: hiperexcitabilidade, tremores musculares.

 Fase seguinte: hipotonia muscular generalizada, depressão progressiva.  Em casos graves: ataxia, midríase, paresia, coma, diminuição do tônus da língua e lábios, sialorréia e morte. 1.3 Tratamento:  Não há antídoto específico.  Tratamento sintomático: o Controle das convulsões: diazepam (0,5-1 mg/kg, IV) ou fenobarbital (2-4 mg/kg, IV). o Fluidoterapia IV (solução fisiológica ou Ringer lactato). o Monitoramento neurológico e suporte respiratório. o Em cães com mutação MDR1, evitar avermectinas devido ao risco elevado de neurotoxicidade.

Antibióticos em Cães

2.1 Introdução:  Em medicina veterinária, os antibióticos são amplamente utilizados para tratar infecções bacterianas, mas podem causar reações adversas graves.  As reações adversas a medicamentos (ADRs) podem ser imprevisíveis e variar em intensidade, podendo levar à morte em casos severos. 2.2 Sinais Clínicos:  Aminoglicosídeos: nefrotoxicidade, ototoxicidade, bloqueio neuromuscular.  Fluoroquinolonas: artropatia em cães jovens.  Sulfonamidas: anemia não regenerativa, febre, fotossensibilidade.  Penicilinas: reações alérgicas, desde erupções cutâneas até choque anafilático. 2.3 Tratamento:

o Suporte nutricional (dieta hipoproteica). o Administração de silimarina (10-15 mg/kg, VO, BID).

  1. Mutação MDR 4.1 Introdução:  A mutação MDR1 (nt230(del4)) causa aumento da sensibilidade a certos medicamentos.  Comum em raças como Collie, Australian Shepherd, Shetland Sheepdog e outros. 4.2 Sinais Clínicos:  Em cães com mutação MDR1, avermectinas, acepromazina, butorfanol e outros fármacos podem causar depressão neurológica severa. 4.3 Tratamento:  Interromper o medicamento imediatamente.  Suporte neurológico com controle de convulsões e fluidoterapia. Outras informações:  Abamectina: o Sinais clínicos: hiperexcitabilidade, hipotonia muscular, coma, morte. o Tratamento: diazepam ou fenobarbital, fluidoterapia IV, monitoramento neurológico.  Aminoglicosídeos: o Sinais clínicos: nefrotoxicidade, ototoxicidade. o Tratamento: suspensão do medicamento, fluidoterapia, furosemida.  Fluoroquinolonas: o Sinais clínicos: artropatia.

o Tratamento: interrupção imediata, controle da dor.  Sulfonamidas: o Sinais clínicos: anemia não regenerativa, fotossensibilidade. o Tratamento: fluidoterapia, corticosteroides, transfusão se necessário.  Penicilinas: o Sinais clínicos: reações alérgicas, choque anafilático. o Tratamento: epinefrina, corticosteroides, suporte respiratório.  Fenobarbital: o Sinais clínicos: hepatopatia crônica, anasarca, ascite, icterícia. o Tratamento: suspensão do fenobarbital, suporte hepático com silimarina, fluidoterapia.  Cães com mutação MDR1: o Sinais clínicos: depressão neurológica, ataxia, coma. o Tratamento: suporte neurológico, controle de convulsões, interrupção do medicamento.

Intoxicação por Medicamentos do TDAH em Cães e

Gatos

Fonte principal: Stern & Schell (2012)

1. Definição e ClassificaçãoADD/ADHD: Transtorno comportamental neurodesenvolvimental com padrões de desatenção e/ou hiperatividade, afetando funções sociais, emocionais, cognitivas, comportamentais e acadêmicas.  Tratamento humano: Uso de estimulantes (anfetaminas, metilfenidato) e não-estimulantes (atomoxetina). 2. Medicamentos Envolvidos Tabela com nomes comerciais, princípios ativos e formulações disponíveis (vide documento para detalhes completos).

o Hiperatividade: 0,09 mg/kg o Tremores e convulsões: 0,3–0,5 mg/kg  Metilfenidato: o Hiperatividade: 0,56 mg/kg o Convulsões: 13,7 mg/kg

4. Diagnóstico  Histórico de exposição, pílulas no vômito  Testes de urina humana: sensível para cães  Cromatografia e espectrometria de massa (em casos legais) 5. Diagnóstico Diferencial  Pseudoefedrina, cocaína, metanfetamina, metilxantinas, serotonérgicos, etc. 6. Tratamento Objetivos:  Prevenir absorção do fármaco  Controlar sinais de estimulação do SNC  Corrigir hipertermia  Corrigir alterações cardiovasculares  Preservar a função renal 6.1 Ações imediatas (descontaminação) Emese (vômito induzido):  Indicada se ingestão há <30 min (produtos de liberação imediata) ou até 2h se liberação prolongada e sem sinais clínicos  Contraindicada se houver sinais de excitação (hiperatividade, tremores)  Indutores: o Apomorfina (cães)

o Peróxido de hidrogênio a 3% VO (cães) Carvão ativado:Dose: 1–4 g/kg VO  Pode repetir meia dose 8 horas após a primeira, se sinais persistirem  Monitorar risco de hipernatremia e vômito Lavagem gástrica:  Indicada para superdoses elevadas  Realizar com anestesia geral e tubo endotraqueal com balonete  Instilar carvão ativado via sonda antes de reverter anestesia 6.2 Controle dos sinais clínicos Sedação / controle de sinais do SNC (fenotiazinas):Acepromazina: 0,05 mg/kg IV; pode aumentar gradualmente até 1, mg/kg conforme resposta  Clorpromazina: 0,5 mg/kg IV, também titulável  Benefícios adicionais: efeito antiarrítmico (Clorpromazina), hipotensor e antipirético Controle de tremores e convulsões:Fenobarbital: 3–4 mg/kg IV  Propofol ou anestesia inalatória se refratários  Metocarbamol: 50–220 mg/kg IV, lentamente (máx. 2 mL/min) Controle de taquicardia:Propranolol: 0,02–0,06 mg/kg IV lentamente  Esmolol: 25–200 μg/kg/min IV contínuo (se refratário)  Contraindicar betabloqueadores em hipertensos graves Acidificação urinária:Ácido ascórbico: 20–30 mg/kg (VO, IV, SC ou IM)  Cloreto de amônio: 100–200 mg/kg/dia VO, dividido em 4 doses

3. Tratamento  Não há antídoto específico  Aplicam-se medidas gerais e suporte como para as anfetaminas

Toxicologia das Lactonas Macrocíclicas

Fonte principal: Merola & Eubig (2012)

1. Substâncias EnvolvidasAvermetinas: ivermectina, abamectina, doramectina, eprinomectina, selamectina  Milbemicinas: milbemicina oxime, moxidectina, nemadectina 2. Mecanismo de Toxicidade  Ligação a canais de cloro (GABA-A em mamíferos)  Atravessam a barreira hematoencefálica quando P-gp é deficiente ou saturada  Efeitos iniciais excitatórios (tremores) e posteriormente inibitórios (ataxia, coma) 3. Papel da P-Glicoproteína (P-gp)  Expulsa xenobióticos da barreira hematoencefálica  Gene ABCB1: mutações levam à deficiência de P-gp →acúmulo de MLs no SNC  Raças mais afetadas: Collies, Pastores Australianos, Shelties, Whippets, entre outros 4. Sinais Clínicos  Ataxia, letargia, coma, tremores, convulsões, midríase, cegueira  Sinais podem durar dias a semanas devido à meia-vida longa 5. Tratamento Sem antídoto específico — baseia-se em descontaminação e suporte intensivo:

Emese: até 30–60 min da ingestão se animal estiver assintomático  Carvão ativado: dose única nas primeiras 4h; considerar doses repetidas a cada 8h por 2 dias  Cuidados com aspiração: não induzir vômito nem administrar carvão ativado em pacientes sintomáticos ou com reflexo de deglutição ausente  Fluidos IV: manter hidratação e função renal  Suporte intensivo: ventilação mecânica, controle de temperatura, controle de convulsões (fenobarbital, propofol)  Monitoramento: ECG, eletrólitos, função hepática e renal, sinais de DIC

6. Prognóstico  Com tratamento agressivo, mesmo animais gravemente afetados podem se recuperar totalmente  Prognóstico reservado em casos com convulsões prolongadas, coma profundo ou falência múltipla