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Intervalos de referência de hemograma da população adulta brasileira, Manuais, Projetos, Pesquisas de Hematologia

Este estudo teve como objetivo estimar os intervalos de referência (ir) de parâmetros de hemograma completo na população adulta brasileira. Foram aplicados critérios de exclusão, removidos outliers e feitos particionamentos por sexo, idade e raça/cor da pele para estabelecer os ir. Os resultados mostraram diferenças estatisticamente significativas nos ir segundo sexo, idade e raça/cor para diversos parâmetros do hemograma, como glóbulos vermelhos, hemoglobina, hematócrito, hcm, chcm, eosinófilos, monócitos, neutrófilos absolutos e plaquetas. As diferenças encontradas reafirmam a importância de se ter padrões laboratoriais próprios de referência para a população brasileira, a fim de melhorar a interpretação, precisão diagnóstica e qualidade dos cuidados e tratamento ofertados.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2024

Compartilhado em 28/08/2024

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silonita-santos 🇧🇷

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Interva los de referência de he mograma da populaç ão adulta brasilei ra. Rev Bras Epidemio l. 2023; 26(Suppl 1): e230004.supl.1 1
https://doi.org/10.1590/1980-549720230004.supl.1.1
Revista Brasileira de Epidemiologia
www.scielo.br/rbepid
Intervalos de referência de hemograma
da população adulta brasileira: Pesquisa
Nacional de Saúde
Blood count reference intervals for the Brazilian adult
population: National Health Survey
IUniversidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
– Belo Horizonte (MG), Brasil.
IIHospital Israelita Albert Einstein, Departamento de Patologia Clínica, Setor de Citometria de Fluxo
– São Paulo (SP), Brasil.
IIIUniversidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina, Programa de Pós - Graduação em Saúde
Pública – Belo Horizonte (MG), Brasil.
IVUniversidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno
Infantil e Saúde Pública – Belo Horizonte (MG), Brasil.
VUniversidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Departamento de Enfermagem, Programa de
Pós-Graduação em Ensino em Saúde – Diamantina (MG), Brasil.
ARTIGO ORIGINAL
RESUMO
Objetivo: Estimar os intervalos de referência (IR) de parâmetros de hemograma completo na população adulta brasileira. Métodos:
Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), entre 2014–2015. A amostra final constitui-se de 2.803 adultos.
Para estabelecer os IR, aplicou-se critérios de exclusão, removeram-se outliers e foram feitos particionamentos por sexo, idade e
raça/cor da pele. Adotou-se o método não paramétrico. As diferenças foram avaliadas pelos testes Mann Withney e Kruskal Wallis
(p0,05). Resultados: Houve diferenças estatisticamente significativas nos IR segundo sexo para glóbulos vermelhos, hemoglobina,
hematócrito, HCM, CHCM, eosinófilos, monócitos, neutrófilos absolutos e plaquetas (p0,05). Quando analisados por idade, houve
diferenças nos IR de mulheres para hematócrito, VCM, glóbulos brancos e RDW, e nos homens em glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos, eosinófilos, volume plaquetário médios, VCM, RDW e HCM (p0,05). Para raça/cor, houve diferenças nos IR de hemoglobina,
HCM, CHMC, glóbulos brancos e volume plaquetário médio, neutrófilos e eosinófilos absolutos (p0,05). Conclusão: As diferenças
encontradas nos IR de alguns parâmetros de hemograma nos adultos brasileiros, reafirmam a importância de se ter padrões
laboratoriais próprios de referência. Os resultados podem subsidiar a interpretação mais precisa dos exames, identificação adequada
e a prevenção de doenças no Brasil.
Palavras-chave: Inquéritos epidemiológicos. Valores de referência. Contagem de células sanguíneas. Leucócitos. Brasil.
AUTORA CORRESPONDENTE: Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de Sá. Avenida Professor Alfredo Balena, 190, Santa Efigênia, CEP 30130-100, Belo Horizonte
(MG), Brasil. E-mail: carolmichelettigomide@gmail.com
CONFLITO DE INTERESSES: nada a declarar
COMO CITAR ESSE ARTIGO: Sá ACMGN, Bacal NS, Gomes CS, Silva TMR, Gonçalves RPF, Malta DC. Intervalos de referência de hemograma da população adulta
brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2023; 26(Suppl 1): e230004.supl.1. https://doi.org/10.1590/1980-549720230004.supl.1.1
Esse é um artigo aberto distribuído sob licença CC-BY 4.0, que permite cópia e redistribuição do material em qualquer formato e para qualquer fim desde que
mantidos os créditos de autoria e de publicação original.
Recebido em: 31/08/2022
Revisado em: 02/12/2022
Aceito em: 05/01/2023
Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de SáI, Nydia Strachman BacalII , Crizian Saar GomesIII ,
Tércia Moreira Ribeiro da SilvaIV , Renata Patrícia Fonseca GonçalvesV, Deborah Carvalho MaltaIV
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https://doi.org/10.1590/1980-549720230004.supl.1.

www.scielo.br/rbepid Revista Brasileira de Epidemiologia

Intervalos de referência de hemograma

da população adulta brasileira: Pesquisa

Nacional de Saúde

Blood count reference intervals for the Brazilian adult

population: National Health Survey

I Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

  • Belo Horizonte (MG), Brasil.

II Hospital Israelita Albert Einstein, Departamento de Patologia Clínica, Setor de Citometria de Fluxo

  • São Paulo (SP), Brasil.

III Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina, Programa de Pós - Graduação em Saúde

Pública – Belo Horizonte (MG), Brasil.

IV Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno

Infantil e Saúde Pública – Belo Horizonte (MG), Brasil.

V Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Departamento de Enfermagem, Programa de

Pós-Graduação em Ensino em Saúde – Diamantina (MG), Brasil.

ARTIGO ORIGINAL

RESUMO

Objetivo: Estimar os intervalos de referência (IR) de parâmetros de hemograma completo na população adulta brasileira. Métodos: Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), entre 2014–2015. A amostra final constitui-se de 2.803 adultos. Para estabelecer os IR, aplicou-se critérios de exclusão, removeram-se outliers e foram feitos particionamentos por sexo, idade e raça/cor da pele. Adotou-se o método não paramétrico. As diferenças foram avaliadas pelos testes Mann Withney e Kruskal Wallis (p≤0,05). Resultados: Houve diferenças estatisticamente significativas nos IR segundo sexo para glóbulos vermelhos, hemoglobina, hematócrito, HCM, CHCM, eosinófilos, monócitos, neutrófilos absolutos e plaquetas (p≤0,05). Quando analisados por idade, houve diferenças nos IR de mulheres para hematócrito, VCM, glóbulos brancos e RDW, e nos homens em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, eosinófilos, volume plaquetário médios, VCM, RDW e HCM (p≤0,05). Para raça/cor, houve diferenças nos IR de hemoglobina, HCM, CHMC, glóbulos brancos e volume plaquetário médio, neutrófilos e eosinófilos absolutos (p≤0,05). Conclusão: As diferenças encontradas nos IR de alguns parâmetros de hemograma nos adultos brasileiros, reafirmam a importância de se ter padrões laboratoriais próprios de referência. Os resultados podem subsidiar a interpretação mais precisa dos exames, identificação adequada e a prevenção de doenças no Brasil. Palavras-chave: Inquéritos epidemiológicos. Valores de referência. Contagem de células sanguíneas. Leucócitos. Brasil.

AUTORA CORRESPONDENTE: Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de Sá. Avenida Professor Alfredo Balena, 190, Santa Efigênia, CEP 30130-100, Belo Horizonte (MG), Brasil. E-mail: carolmichelettigomide@gmail.com

CONFLITO DE INTERESSES: nada a declarar

COMO CITAR ESSE ARTIGO: Sá ACMGN, Bacal NS, Gomes CS, Silva TMR, Gonçalves RPF, Malta DC. Intervalos de referência de hemograma da população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2023; 26(Suppl 1): e230004.supl.1. https://doi.org/10.1590/1980-549720230004.supl.1.

Esse é um artigo aberto distribuído sob licença CC-BY 4.0, que permite cópia e redistribuição do material em qualquer formato e para qualquer fim desde que mantidos os créditos de autoria e de publicação original.

Recebido em: 31/08/ Revisado em: 02/12/ Aceito em: 05/01/

Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de Sá I^ , Nydia Strachman Bacal II^ , Crizian Saar Gomes III^ ,

Tércia Moreira Ribeiro da Silva IV^ , Renata Patrícia Fonseca Gonçalves V^ , Deborah Carvalho Malta IV

https://doi.org/10.1590/1980-549720230004.supl.1.

INTRODUÇÃO

Os intervalos de referência (IR) de hemograma (séries vermelha e branca) são importantes informações na prá- tica clínica^1 para a triagem de doadores de sangue, avalia- ção geral da saúde, estabelecimento eficaz de diagnóstico^2 , manejo e tratamento de doenças1-3. IR fidedignos direcionam a identificação de doenças de importante magnitude, como anemia, infecções e neopla- sias, e contribuem para o controle e prevenção^4. A anemia representa um problema de saúde global; em 2019, cor- respondeu a 1,8 bilhões de casos prevalentes no mundo^5 , e no Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), entre 2014 e 2015, houve uma prevalência de 9,9% em adultos e idosos^6. Globalmente, o câncer, em 2019, foi a segunda causa de óbitos (10.079.637), e no Bra- sil correspondeu a 266.034 mortes. As infecções do trato respiratório representaram a quarta causa de óbitos mun- diais (2.493.199), sendo a terceira causa no Brasil (88.640)^7. Porém, estabelecer IR constitui-se um desafio em razão da exigência do rigor metodológico com a necessidade de amostra representativa da população; cuidados na coleta, transporte, análises bioquímicas e estatísticas 1,8. Assim, de- terminar IR não é realidade de todos os países, restringin- do-se aos que conduzem estudos populacionais^9. Ademais, os IR são influenciados por fatores, como raça, etnia, índice de massa corporal (IMC)^10 , ritmo circa- diano, dieta, gravidez, ciclo menstrual11,12, menopausa^11 , atividade física, estresse, tabagismo e uso de medicações, bebidas alcoólicas ou cafeína^12. Por isso, recomenda-se a determinação de IR para a população em que serão aplica- dos 10,13, pois refletem a real condição de saúde^11. Mesmo sendo reconhecida a importância de se ter IR de próprios da população, no Brasil são adotados IR internacio- nais1,12. Até o momento, existe um único estudo, no qual foram calculados valores de referência para hemograma em adultos brasileiros com dados da PNS, pelo método paramétrico^1. A população tem influências nos valores de IR, por isso, avançar em métodos analíticos de cálculos pode minimi- zar tal efeito^2. A aplicação de uma única abordagem para cálculo de IR pode levar à imprecisão, sendo recomendado testar outras metodologias 13. Assim, torna-se importante a realização de estudos utilizando a mesma base de dados da PNS, em que se adotem diferentes métodos de deter- minação de IR. Este estudo analisou pela primeira vez os IR de hemogra- ma de adultos brasileiros com dados laboratoriais da PNS pelo método não-paramétrico, e conforme as recomenda- ções da Diretriz C28-A3^14 , referência amplamente adotada pelos laboratórios^13. Além disso, avançou ao ampliar os crité- rios de exclusão, incluir parâmetros de hemograma segun- do raça/cor e nas análises utilizadas para particionamento em relação ao estudo previamente realizado no Brasil^1. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo es- timar IR de hemograma na população adulta brasileira.

MÉTODOS

Desenho do estudo Estudo transversal, com dados da PNS, entre 2014 e 2015.

Contexto e fonte de dados A PNS é um inquérito de base domiciliar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)15,16. Na PNS 2013 foram entrevistados 60.202 adultos. A coleta de exames foi planejada em subamostra de 25% dos setores censitários da pesquisa, e realizada entre 2014 e 2015, em 8.952 adultos 16. As coletas de hemograma aconteceram a qualquer hora do dia em tubos com ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA). As amostras de sangue foram enca- minhadas para os laboratórios de referência selecionados por atender o controle de qualidade do Ministério da Saú- de. As amostras foram examinadas por analisador auto- mático de células^16. Por conta do desenho complexo de amostragem da PNS e das probabilidades desiguais de seleção, foram cal- culadas ponderações por procedimentos de pós-estrati- ficação. Os pesos amostrais foram adotados em todas as análises 16. Maiores detalhamentos sobre o plano amostral da PNS, procedimentos de coleta, envio e armazenamento das amostras estão disponíveis em outras publicações15,16. A base de dados utilizada encontra-se disponível em: ht- tps://www.pns.icict.fiocruz.br/.

Determinação dos intervalos de referência de hemograma Para redução de fatores que podem influenciar nos IR^11 , e objetivando alcançar uma população saudável, foram aplicados critérios de exclusão embasados na literatura1,8, e ampliados os critérios adotados no estudo nacional^1. Os critérios de exclusão utilizados, suas referências e pontos de cortes17-21^ estão no Material Suplementar 1. Para exclusão de outlier , utilizou-se inspeção visual e o método de Tukey. A identificação de outliers foi feita em intervalos interquartílico (IRQ), considerando-se o primeiro quartil (Q1) inferior e terceiro quartil (Q3) su- perior, segundo a fórmula: (Q1-(1,5xIRQ); Q3+(1,5xIRQ). Em níveis de <Q1-1,5 IQR e/ou >Q3+1,5 IQR, os outliers foram descartados 13. A amostra foi particionada segundo sexo, idade e raça/ cor da pele, por meio de testes estatísticos 11,14^ e conside- rando-se as condições biológicas que influenciam os IR^11. Os IR foram estimados considerando 95% dos indiví- duos saudáveis^9 , ligados aos percentis 2,5 e 97,5^14. Foram utilizadas amostras acima de 120 indivíduos nos particio- namentos por sexo e idade^14.

Participantes Os participantes foram adultos a partir de 18 anos. Foi utilizada a base de dados PNS, composta por 8.952 indiví-

https://doi.org/10.1590/1980-549720230004.supl.1.

13,3) e 40 a 59 anos (12,3–15,3; mediana 13,3) (p≤0,05) (Ma- terial Suplementar 3). Nas mulheres, houve diferenças para os LI e LS, e a mediana foi mais baixa para hematócrito (%) entre 18 e 39 anos (36,9–47,3; mediana 40,7), quando se comparou com 40 a 59 anos (36,6–48,4; mediana 41,3) e 60 anos ou mais (36,5–47,1; mediana 41,2). IR de VCM (fL) foram mais baixos nas mulheres entre 18 e 39 anos (81,6–100,9; mediana 90,5) do que aos 40 a 59 anos (82,2–100,7; me- diana 91,2). Foram mais baixos os LI e mediana de RDW (%) nas mulheres entre 18 e 39 anos (12,1–15,2; media- na 13,4) do que nas de 40 a 59 anos (12,3–15,4; media- na 13,5) e 60 anos ou mais (12,3–15,2; mediana 13,7) (p≤0,05) (Material Suplementar 4). Homens tiveram maiores contagens de glóbulos bran- cos (mm^3 ) entre 18 e 39 anos (2.970–9.990; mediana 6.000), comparado com 60 anos ou mais (2.600–9.400; mediana 5.640). LI e medianas de eosinófilos (mm^3 ) foram mais ele- vados nos homens entre 18 e 39 anos (26,1–661,2; mediana 190,1), comparando-se com 40 a 59 anos (16,8–679,8; me- diana 141,6 mm^3 ). IR de plaquetas (μl) foram mais baixos nos homens com o aumento da idade (18 a 39 anos: 144.000– 314.000; mediana 215.000; 40 a 59 anos: 143.000–322.000; mediana 215.000; 60 anos ou mais: 138.000–306.000; me- diana 203.000; p≤0,05) (Material Suplementar 5). Nas mulheres, houve diferenças para IR de glóbulos brancos (mm 3 ); a mediana e os LI foram mais proeminen- tes entre 18 e 39 anos (2.600-10.000; mediana 6.300) e de 40 a 59 anos (2.800–9.800; mediana 5.800) do que aos 60 anos ou mais (2.000–9.800; mediana 5.500 mm^3 ) (p≤0,05) (Material Suplementar 6).

IR de hemoglobina (g/dL) e de HCM (pg) foram mais ele- vados nos homens brancos (13,3–16,8; mediana 15,1; 27,0– 32,4; mediana 29,9) do que nos pardos (13,1–17,3; media- na 14,8; 26,5–32,2; mediana 29,7). As medianas de HCM foram mais baixas em homens pretos (29,3 pg) do que nos brancos (29,9 pg). O LS e a mediana de CHCM (g/dL) foram levemente mais elevados em homens brancos (30,4–34,6; mediana 32,8) que nos pardos (30,3–34,4; mediana 32,6) e pretos (30,5–34,3; mediana 32,8) (p≤0,05). IR de eosinófilos (mm 3 ) foram mais baixos nos homens brancos (17,1–648,0; mediana 151,2) do que nos pretos (38,5–678,5; mediana 230,1) e pardos (17,5–688,1; mediana 194,0) (p≤0,05) (Ma- terial Suplementar 7). IR de hemoglobina (g/dL) e HCM (pg) foram mais ele- vados nas mulheres de raça/cor branca (12,1–15,1; me- diana 13,4; 27,0–32,3; mediana 29,8) do que nas pardas (12,0–15,0; mediana 13,2; 26,4–32,2; mediana 29,4) e pre- tas (12,0–14,8; mediana 13,1; 26,3–31,8; mediana 28,9). A mediana e LI de VCM (fL) foi mais proeminente nas mulhe- res brancas (82,7–100,4; mediana 91,0) do que nas pretas (82,4–100,9; mediana 89,5). O LS de CHCM (g/dL) foi mais elevado nas mulheres brancas (30,4–34,2; mediana 32,7) que nas pardas (30,3–34,0; mediana 32,5) e pretas (30,5– 33,7; mediana 32,4). Mulheres brancas (2.900–10.000; mediana 6.300) apresentaram maiores valores de me- diana e de LI para glóbulos brancos (mm^3 ) do que as par- das (2.500–9.700; mediana 5.900) e pretas (2.650–10.100; mediana 5.600). Nas mulheres pardas (mediana 3.129) e pretas (mediana 2.866), as medianas de neutrófilos (mm^3 ) foram mais elevadas que nas brancas (mediana 2.597). Nas mulheres pardas (9,3–694,4; mediana 150,0), foram mais

Tabela 2. Intervalos de referência de hemograma série branca em adultos18 anos segundo sexo, Pesquisa Nacional de Saúde, Brasil, 2014-2015.

n: amostra; Min-Max: valor mínimo e valor máximo; LI: limite inferior (percentil 2,5); LS: limite superior (percentil 97,5). *Teste Mann Withney.

Exames Sexo n Mediana Min-Max LI LS p*

Glóbulos brancos (mm^3 )

Masculino 1.184 5.900 1.900–10.900 2.800 9. 0, Feminino 1.308 6.120 1.300–10.800 2.600 9.

Neutrófilos absolutos (mm^3 )

Masculino 1.173 3.143,7 399,6–7101,0 798,0 6.114, 0, Feminino 1.283 3.374,1 193,5–7078,5 887,0 6.429,

Eosinófilos absolutos (mm^3 )

Masculino 1.060 167,5 0,0–765,4 17,5 676, 0, Feminino 1.246 150,2 0,0–775,0 11,7 671,

Basófilos absolutos (mm^3 )

Masculino 1.165 23,4 0,0–99,2 0,0 78, 0, Feminino 1.295 22,2 0,0–99,0 0,0 80,

Linfócitos absolutos (mm^3 )

Masculino 1.158 1.996,9 255,6–3.843,0 717,0 3.511, 0, Feminino 1.293 2.002,2 303,4–3.874,2 742,0 3.411,

Monócitos absolutos (mm^3 )

Masculino 1.157 393,6 3,1–900,6 52,0 782 <0, Feminino 1.301 353,6 0,0–896,0 39,6 752,

Plaquetas (μl)

Masculino 1.183 210.000 105.000–365.000 143.000 315. <0, Feminino 1.353 234.000 126.000–364.000 145.000 337.

Volume plaquetário médio (fL)

Masculino 962 10,1 7,5–13,2 8,2 12, 0, Feminino 1.136 10,3 7,6–13,2 8,3 12,

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elevados a mediana e o LS de eosinófilos (mm^3 ) do que nas brancas (14,2–660,0; mediana 140,6). A mediana e o LI de volume plaquetário médio (fL) foi mais elevado nas mulheres brancas (8,4–12,7; mediana 10,4) que nas pardas (8,2–12,3; mediana 10,2) e pretas (8,3–12,9; mediana 10,2) (p≤0,05) (Material Suplementar 7).

DISCUSSÃO

Neste estudo foram estimados IR de hemograma de adultos brasileiros pelos exames da PNS, pelo método não-paramétrico. Foram observadas diferenças estatis- ticamente significativas para alguns componentes do he- mograma séries vermelha e branca quando analisados se- gundo sexo, idade e raça/cor. Os IR foram calculados por metodologia até então não testada, seguindo recomen- dações da literatura, no intuito de se obter valores cada vez mais acurados e confiáveis^13. Por conseguinte, diferen- ciou-se do único estudo nacional existente em que foram calculados valores de referência para adultos brasileiros, ao se utilizar abordagem não paramétrica e também pelos testes aplicados para estratificação da amostra, aplicação do método de Tukey para retirada de outlier e a ampliação dos critérios de exclusão do estudo de Rosenfeld et al.^1. A metodologia não-paramétrica aqui adotada está em consonância com estudos realizados em Gana 3 , Canadá^8 , Índia^9 , Kênia^10 e Coreia 22. Esse método é recomendado em razão de muitos analitos não apresentarem distribuição normal, e por ser mais simples, dependente apenas das classificações dos dados de referência dispostos em ordem crescente de tamanho^14. A literatura descreve que os re- sultados encontrados nos métodos paramétrico e não-pa- ramétrico costumam ser semelhantes 14. Como pode se ob- servar pelos valores de mediana encontrados neste estudo segundo sexo e nos valores das médias identificadas no es- tudo nacional para glóbulos vermelhos e brancos foram de 5,0 milhões/mm 3 e 6.142 mm 3 em homens e 4,5 milhões/ mm^3 e 6.426 mm^3 em mulheres, respectivamente 1. Para seleção dos indivíduos saudáveis, as exclusões foram definidas conforme Diretriz C28-A3^14 e embasadas em estudos1,8-10,23. Os procedimentos aqui adotados para remoção de outliers foram utilizados em estudos no Cana- dá 8 e Omã 24. O método de Tukey foi utilizado por ser mais útil e indicado na presença de mais de um outlier^13 , o que ocorreu neste estudo, e a inspeção visual por ser conside- rada eficaz^13. Considerando o particionamento como uma ferramen- ta de poder de diagnóstico dos IR^7 , nesta investigação fo- ram empregados testes estatísticos para verificar a sua necessidade, assim como em outros estudos 22-25. Os par- ticionamentos adotados constam na Diretriz C28-A3 15 , e também considerou-se as alterações fisiológicas da fase adulta 11. No cálculo de IR, os aspectos fisiológicos são tão importantes quanto os estatísticos 11,14, pois IR diferem-se em crianças, adultos, idosos, homens e nas mulheres; na

puberdade, gravidez e menopausa, por alterações orgâni- cas no decorrer da vida^11. Os IR mais elevados de hemácias, hemoglobina e he- matócrito identificados nos homens, comparados às mulheres, e mais elevados de plaquetas em mulheres que nos homens, também foram encontrados em Gana 3 , Omã 24 e Brasil 1. Neste estudo, assim como em uma in- vestigação realizada no Marrocos 25 , foram observados IR mais elevados de HCM e CHCM nos homens em relação às mulheres. São documentadas diferenças entre sexos para eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, HCM, CHCM, pla- quetas e volume plaquetário 1 , que podem ser justificadas pelo efeito da menstruação e a maior demanda por fer- ro 3,23, influências hormonais do androgênio1,3,8^ e a forma como a eritropoiese e a megacariopoiese são reguladas nos homens e mulheres 3. Nossos achados concordam com estudos do Brasil^1 , Canadá^8 , Coreia 23 e Marrocos 25 , em que os níveis de neu- trófilos foram mais baixos nos homens que nas mulheres, possivelmente pelos impactos relacionados ao desenvol- vimento sexual na imunidade, em que o estrogênio esti- mula resposta imunológica, e alguns hormônios andróge- nos, como a testosterona, suprimem a resposta à infecção, sendo os níveis de neutrófilos mais elevados em mulheres durante a puberdade e na idade adulta8,23. Estudos realizados no Brasil^1 , Canadá^8 e China^22 , encon- traram diferenças nos IR de monócitos segundo sexo 8,22, sendo mais elevados nos homens, em consonância com os nossos resultados. Sabe-se que homens podem apresen- tar contagens mais elevadas de monócitos que mulheres, contudo os aspectos fisiológicos e clínicos ainda carecem de elucidação^8. Os IR mais elevados de eosinófilos em ho- mens do que nas mulheres também foram encontrados em estudos na Coreia^23 , Marrocos 25 , China^22 , Gana^3 e Bra- sil 1. Contudo, são necessárias pesquisas que investiguem os motivos das flutuações biológicas desses parâmetros leucocitários em populações específicas de distintas loca- lidades segundo sexos^9. As diferenças sutis encontradas nos IR de hematócrito de mulheres, sendo mais elevados a partir dos 40 anos, em relação a 18 a 39 anos, se justificam pela variabilidade desse parâmetro que é semelhante ao longo da vida^8. O aumento ligeiro de hematócrito com a idade foi encontra- do em adultas chinesas. Esse achado é consistente com os níveis mais baixos antes da menopausa e mais altos após esse período^2. Os valores de glóbulos vermelhos tenderam a diminuir com a idade nos homens, como em adultos chi- neses^2. A diminuição pode ser decorrente da perda gradual de andrógeno^2. Os IR mais reduzidos a partir de 60 anos nos homens podem estar relacionados à deficiência nutri- cional, malignidade oculta e anemia^2. Para IR de glóbulos brancos, os resultados encontrados se assemelham com outros estudos 23,24, em que observa- ram-se um declínio com o aumento da idade 8. Os achados reafirmam que poderiam ser realizadas duas partições por

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ABSTRACT

Objective: To estimate the reference intervals (RIs) of complete blood count parameters in the Brazilian adult population. Methods: Cross-sectional study, with data from the National Health Survey ( Pesquisa Nacional de Saúde – PNS), between 2014–2015. The final sample consisted of 2,803 adults. To establish the RIs, exclusion criteria were applied, outliers were removed and partitions were made by gender, age, and race/skin color. The non-parametric method was adopted. Differences were assessed using the Mann Whitney and Kruskal Wallis tests (p≤0.05). Results: There were statistically significant differences for the following hematological parameters based on gender, red blood cells, hemoglobin, hematocrit, MCH, MCHC, eosinophils and absolute monocytes, neutrophils and platelets (p≤0.05). When analyzed by age, the RIs were statistically different in females for hematocrit, MCV, white blood cells and RDW and in males for red blood cells, white blood cells, eosinophils, mean platelet volume, MCV, RDW, and MCH (p≤0.05). For race/ color, there were differences in the RIs for parameters of hemoglobin, MCH, MCHC, white blood cells and mean platelet volume, neutrophils and absolute eosinophils (p≤0.05). Conclusion: The differences found in the RIs of some in blood count parameters in Brazilian adults reaffirm the importance of having their own laboratory reference standards. The results can support a more accurate interpretation of tests, adequate identification and disease prevention in Brazil. Keywords: Health surveys. Reference values. Blood cell count. Leukocytes. Brazil.

AGRADECIMENTOS: Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de bolsas de Pós-Doutorado Júnior recebida por Sá ACMGN e produtividade recebida por Malta DC. À Secretaria de Vigilância em Saúde, pelo apoio no TED 142/2018.

CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORESSÁ, A.C.M.G.N.: Análise formal, Conceituação, Escrita – primeira redação, Escrita – revisão e edição, Investigação, Metodologia, Visualização, Validação. Bacal, N.S.: Escrita – revisão e edição, Visualização, Validação. Gomes, C.S.: Escrita – revisão e edição, Visualização, Validação. Silva, T.M.R.: Escrita – revisão e edição, Visualização, Validação. Gonçalves, R.P.F.: Escrita – revisão e edição, Visualização, Validação. Malta, D.C.: Administração do projeto, Curadoria de dados, Escrita – revisão e edição, Obtenção de financiamento, Recursos, Software, Supervisão, Validação, Visualização.

FONTE DE FINANCIAMENTO: este estudo foi financiado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – TED 147/2018.