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Artigo sobre a inteligência artificial na Biblioteconomia.
Tipologia: Trabalhos
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E DOcumEncAc^ VOLUME 22 NUMERO 1/ JANEIRO/JUNHO 1989
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Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários - FEBAB
DIRETORIA (1987/89)
Presidente: Elizabeth Ramos de Carvalho (RJ) Vice-Presidente: Selma Chi Barreiro (RJ) Secretária Geral: Mirian Salvadore Nascimento (SP) 1^ Secretária: Anna Maria Silva 2- Secretária: Maria Alice Martins (RJ) 1^ Tesoureiro: Maria de Fátima Raposo (RJ) 2^ Tesoureiro: Marly Peixoto Soler (RJ) Observador Legislativo: Sueli Angélica do Amaral (DF) Editor: Neusa Dias de Macedo (SP) Assessor de Valorização Proffss/ona/:.Carlos Luiz da Silva (RJ)
ASSOCIAÇÕES FILIADAS Associação Paulista de Bibliotecários Associação Riograndense de BibliotecaVios Associação dos Bibliotecários Municipais de São Paulo Associação dos Bibliotecários de Minas Gerais Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal Associação dos Bibliotecários do Ceará Associação Campineira de Bibliotecários Associação Paranaense de Bibliotecários Associação Bibliotecária do Paraná Associação Catarinense de Bibliotecários Associação dos Bibliotecários do Estado do Piauf Associação Alagoana dos Profissionais em Biblioteconomia Associação de Bibliotecários do Estado de Mato Grosso Associação Profissional dos Bibliotecários de Pernambuco Associação Profissional dos Bibliotecários do Rio de Janeiro Associação Profissional de Bibliotecários do Estado da Bahia Associação Profissional dos Bibliotecários do Amazonas Associação Profissional de Bibliotecários do Estado do Maranhão Associação Profissional de Bibliotecários da Parafba Associação Profissional de Bibliotecários do Estado do Rio Gran- de do Norte Associação Profissional de Bibliotecários de Mato Grosso do Sul Associação dos Bibliotecários do Espírito Santo Associação Profissional de Bibliotecários de Goiás Associação Profissional de Bibliotecários de Sergipe Associação de Bibliotecários de Rondônia Associação Profissional dos Bibliotecários de Minas Gerais
COMISSOES PERMANENTES
Revista Brasileira de BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO
Comissão Brasileira Comissão Brasileira Comissão Brasileira Comissão Brasileira Comissão Brasileira Comissão Brasileira Comissão Brasileira manidades Comissão Brasileira Comissão Brasileira dal Comissão Brasileira
de Documentação Agrícola de Documentação Blomédica de Documentação Jurídica de Documentação Tecnológica de Documentação em Processos Te(5nlcos de Bibliotecas Públicas e Escolares de Documentação em Ciências Sociais e Hu- de Bibliotecas Universitárias de Documentação em Tecnologia Aeroespa- de Documentação em Celulose e Papel
órgão oficial da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários
CORPO EDITORIAL
Editor: Dra. Neusa Dias de Macedo (ECA/USP) Redator Chefe: Waldomiro Castro Santos Vergueiro (ECA/USP) Coordenadores de Seções: Inês M. Moraes Imperatriz (SIBI/USP) Iratl Antônio (ECA/USP) Laérclo Felfclo (Gabinete do Governador/SP) Laila Gebara Splnelli (Biblioteca Pública Municipal de São Paulo) Terezinha Sarmento César (Seção Referência Legis- lativa PGM/PMSP) Assessor/Português: Dra. Idméa Semeghlni P. IP/USP-CNPq)
Siqueira (Pesquisador
Comissão Editorial: Dra. Dinah Aguiar Poblaclôn (ECA/USP) Dr. Augusto Milanesi (ECA/USP) Prof^ Maria Teresinha Dias de Andrade (FSP/USP) Dra. Vera Beraquet (PUC/Campinas) Dra. Johanna W. Smlt (ECA/USP)
Publicada com a colaboração do Programa de Apoio a Publicações Científicas
CNPq [?] finep Pagamentos em cheque visado pagável em São Paulo ou ordem de pagamento em nome da Federação Bra- sileira de Associações de Bibliotecários, ou ao Banco do Brasil S/A. Agência 9 de Julho, conta n^ 70.599-3. Estrangeiro: US$ 30 dólares.
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120 Entrevista Jaime Robredo
131 Documento
136 Levantamento bibliográfico
146 Noticiário Nacional Internacional
159 Resenhas
165 Guia aos Colaboradores
Toda a correspondência para a RBBD Rua Avanhandava, 40, cj. 110 deve ser dirigida à Federação Brasileira 01306 - São Paulo - SP de Associações de Bibliotecários Fone: (011) 257-
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roNTtMTC ^ 3i3LiOuECOnOin^
E DOCUmEnCÂÇAO
Jaime Robredo Prospective considerations for next decades about the evolution of information technology in Brazil I. Information society
Idméa Semeghini P. Siqueira Perspectives on the appiication of Artificial Inteiligency to Librarianship and Information Science
81 Brasiliga Passarelü Autonnatization of non-conventional documents - a case study in Engineering
92 Oswaido Francisco de Almeida Júnior New technotogies: what about community?
105 Regina Célia Figueiredo Castro et alli Project LILACS/CD-ROI/l - Latino-american and Caribbean literature on Health Sciences in compact disc
115 Roberto Barsotti Informatics in Library education: a statement by an ex-professor
R. bras. Bibliotecon. Doe., São Paulo Volume 22, numbers 1/2, pages 1- January/June 1989 ISSN 0100-
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"Novas Tecnologias", tema palpitante e atual, é centro de atenção da matéria deste número da RBBD.
Revisões; artigos de fundo histórico e conceituai, divulgativo e aplicativo; informes de pesquisa e reflexões sobre o tema; rese- nhas de trabalhos sob perspectivas diversas (mídias e absorção das NT), constituem interessantes visões do assunto em pauta.
Uma sociedade brasileira informatizada bate às portas do
profissional da informação, trazendo soluções mas, também, novos
problemas, os quais precisam ser encarados de frente e, de modo imediato, pela classe.
A leitura desta publicação, estamos certa, será imensamente sugestiva e enriquecedora. Este fascículo é quase uma monogra-
fia, escrita a várias mãos. Os diferentes focos dos trabalhos aqui
apresentados darão margem não só à atualização sobre as novas tecnologias mas a verdadeiros debates com seus autores.
Boa leitura, e escreva-nos, dando sugestões a novos temas para números futuros.
Editor
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~J A t B O T t g 3
o«í\a%^V%lsà&ífa ?> ,"^oV|iQ\Qnos1 lavoW (^110) íntarviííw .aRS5^ »b ot-imijn sizíkb^ ab oô^n^íii Jaime Robredo 'avhEÍ%\«viij ,\DMts^onoo s o':>nblt'5i\ ob«M^\s ^oga•\íl isõx'd1i\sA a üiiuptíkÇ^ "âVi i^jsmo\ni •,oviia>i'c\i) «>
Kí?» otnHz^o ob i^jõüv "140 , Nem Natiof»a! Qfii lanoq, »í>, ;>ií>4..»btvsiSom-\o\ns m«\h^on<i amVí lovoh ,m^<lrafòt,tsiw taõ^uVoi oliossans ,oÊ>'^rjRin<i\n'i ob \nno'uí}\ónt\
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16S (^) imifucííons lo in® Corífríbjuofs
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acr sAior ' Quanerly puisfimi-^fí Singfe aainber - US$ 30,tX) abroad (1982) - USS IS.ÍK) Ordcrs üfemild bc piacsd íu
"Federação Brasileira de As.wctaçôss dc BlbMotecárkjs", .'\ddrcw - rua Avaiibatidava, 40, c). ,' lü CF," 01306 - Siô Paulo - SP - Bra-ii
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Jaime Robredo
irreversível de mudança tenha sido iniciado, seja de forma suave e gradual, seja passando por convulsões que não podemos prever. A era da informação, ou era quaternária, está muito mais próxi- ma de nós do que muitos gostariam de admitir, mas não é certo que o ingresso do Brasil - e de outros países do Terceiro Mundo nessa no- va era da humanidade, venha a acontecer segundo o mesmo modelo que observamos nos países industrializados. Por esta razão, tentaremos estabelecer dois cenários diferentes para visualizar a sociedade pós-industrial no Brasil, nas próximas dé- cadas, dentro de um mundo em que o peso das tecnologias avançadas será cada dia maior.
2 DA INCERTEZA À SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Filósofos, cientistas, economistas, sociólogos, místicos e todo ti- po de pensadores vêm se debruçando, nas últimas décadas, sobre a crise que caracteriza o crepúsculo da sociedade industrial como a era da incerteza. O desequilíbrio e as distorções observados na distribui- ção das riquezas, dos alimentos, da saúde, da esperança de vida, da cultura, da tecnologia e do poder podem explodir a qualquer momen- to, ameaçando de extinção a raça humana e toda a vida do planeta. Capra (1) escreve: "As duas últimas décadas de nosso século vêm re- gistrando um estado de profunda crise mundial. É uma crise de di- mensões intelectuais, morais e espirituais; uma crise de escala e pre- mência sem precedentes em toda a história da humanidade". Enquanto quase 20 milhões de pessoas - na maioria crianças- morrem anualmente de fome e mais de 500 milhões de seres humanos estão gravemente subnutruidos; enquanto os gastos militares de uns poucos países atingem dois milhões de dólares por dia; enquanto os acidentes ecológicos se multiplicam, os recursos energéticos se esgo- tam rapidamente, o desemprego cresce e a incapacidade dos dirigen- tes políticos para lidar com os grandes problemas é cada dia mais evidente, assistimos ao surgimento de novas abordagens conceituais e de poderosas tecnologias que podem, se bem empregadas - inver- ter esse quadro ameaçador, iniciando uma nova era mais luminosa, mais justa e mais feliz, para toda a humanidade. A sociedade informatizada, que já desponta com força nos paí- ses avançados e começa a se insinuar em maior ou menor grau em al-
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Considerações Prospectivas para as Próximas Décadas sobre a Evolução da Tecnologia da Informação no Brasil - I - A Sociedade Informatizada
guns setores dos países em desenvolvimento, caracteriza-se pelo uso simultâneo e integrado da tecnologia da informação e dos novos re- cursos das telecomunicações. Nas seções seguintes examinaremos os horizontes que abre a integração das novas tecnologias, tratando de visualizar o contexto social em que se inserem (2).
2.1 As novas tecnologias e a sociedade da informação
Existem três pré-requisitos básicos para o ingresso pleno na so- ciedade da informação: telefone, televisão e microcomputadores (3). O quadro 1 (p. 31) permite ver a distância relativa entre países industrializados e países em desenvolvimento e, dentre estes, a posi- ção mais avançada dos países da América Latina e, especialmente, do Brasil. Ao se falar de países em desenvolvimento, devemos, visualizar situações bem diferentes entre eles, de tal forma que enquanto uns poucos tentam reduzir a distância que os separa dos países indus- trializados (são as chamadas potências emergentes) os outros só avançam lentamente ou cochilam entre o presente e o passado. Ao se falar de novas tecnologias e, mais particularmente, de tecnologia da informação, é conveniente lembrar que estas não são intrinsecamente boas ou ruins, nem úteis ou inúteis, mas um instru- mento nas mãos das pessoas e da sociedade como mum todo, que pode contribuir para o desempenho das mais nobres funções sociais ou, pelo contrário, para perpetuar e agravar a exploração dos mais fracos pelos mais fortes. As tecnologias da informação fornecem os meios para expandir a capacidade de criação e a de comunicação da humanidade. Com elas muda a forma como os membros da sociedade podem adquirir conhe- cimentos, assim como a natureza do próprio conhecimento e sua dis- ponibilidade e acessibilidade. As tecnologias da informação permitem aos sinais e aos sons vencerem o tempo e as distâncias. Algumas den- tre elas permitem armazenar os sinais, as imagens e os sons (filmes, memórias magnéticas, discos, discos óticos, livros). As tecnologias de entrada/saída facilitam e consolidam o acesso a esses sinais, símbolos e sons (terminais de computador, videocassetes, canetas de leitura). Outras tecnologias levam os códigos e sinais de um lugar para outro (rádio, sistemas de micro-ondas e de comunicação por cabo, serviços postais). As tecnologias de comutação e de distribuição permitem a
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Considerações Prospectivas para as Próximas Décadas sobre a Evolução da Tecnologia da Informação no Brasil - I - A Sociedade Informatizada
2.1.1 Telecomunicações e novas tecnologias da informação
A integração das novas tecnologias da informação e das teleco- municações pode desempenhar um papel fundamental na educação da sociedade, aumentando a produtividade da agricultura e da indús- tria e tornando a administração pública e o mundo dos negócios mais eficientes. Portanto, é necessário entender adequadamente toda a va- riedade dos novos sistemas existentes, com suas potencialidades para cobrir as necessidades presentes e futuras dos diversos segmentos sociais de cada país (5,7). O principal meio de telecomunicação continua sendo a rede tele- fônica, e a era da informação tornou-se possível graças aos avanços da tecnologia desenvolvida nesse setor. Quatro elementos essenciais devem ser considerados; a) terminais; b) transmissão; c) comutação; d) sinalização. Dentre os terminais telefônicos é preciso considerar, não só os terminais de voz comuns, mas também as teleimpressoras, os termi- nais de transmissão de dados, os terminais de computador. O desafio inicial de vencer as distâncias, transmitindo a voz com o auxílio de dois fios de cobre, foi completamente vencido com a in- trodução dos sistemas de transmissão sem fio e com a introdução, primeiramente, dos amplificadores e repetidores e, depois, com a in- trodução dos multiplexores, que permitem combinar vários circuitos de voz por transmissão simultânea numa linha comum. Mais recente- mente, a tendência é substituir progressivamente as linhas de cobre pelos cabos coaxiais e pelas fibras óticas, que permitem transmitir simultaneamente mais de 130 mil conversas num cabo só, a grandes distâncias (circuitos transoceânicos). Oscircuitosde rádio, usando bai- xas freqüências, começaram a ser utilizados na década de 50. Um simples sistema de micro-ondas pode suportar até 6 mil circuitos de voz ou de doze canais de televisão. Os sistemas de micro-ondas pre- cisam de relês a distâncias de aproximadamente 50 km, em elevação
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sobre o terreno, pois as micro-ondas se transmitem em linha reta, como a luz. Os sistemas de satélites também funcionam com micro- ondas e podem transmitir os sinais a grandes distâncias. Outro elemento a considerar na transmissão é o tipo de modula- ção utilizado para transportar a informação. Os dois tipos de modula- ção mais utilizados são os analógicos e o digital. Os sistemas mais antigos eram todos analógicos. Com a expansão do uso dos compu- tadores digitais tornou-se necessário converter os sinais digitais em analógicos antes de transmiti-los. Isto se faz com o auxílio dos mo- dems (moduladores-demoduladores). Nos sistemas digitais,os impul- sos elétricos representam sinais do tipo zero-um. As grandes vanta- gens dos sistemas digitais são a flexibilidade (sinais de vídeo, voz ou dados), a possibilidade de multiplexagem, a facilidade de manter a intensidade inicial (sem amortecimento) em grandes distâncias. Pra- ticamente todos os sistemas de ondas de luz (fibras óticas) são digi- tais. Os sistemas coaxiais e de micro-ondas podem ser digitais ou analógicos. No que diz respeito à comutação, convém lembrar a evolução fantástica acontecida desde os comutadores manuais, passando pelos tubos comutadores eletromecânicos - que permitiram a generalização da discagem direta à distância (DDD) e a discagem direta internacio- nal (DDI) - até chegar aos atuais sistemas de comunicação eletrônica, baseados nos princípios dos computadores digitais, com controle por software. A sinalização visa a fornecer e transmitir sinais de controle entre o sistema e os usuários. Todo o mundo está habituado ao sinal sono- ro de chamada, ao sinal de linha ocupada etc. Existe,entretanto,uma grande variedade de sinais de supervisão dos circuitos e das redes que o usuário comum não pode imaginar. Antigamente, os operado- res efetuavam manualmente, nos comutadores, todas as atividades de controle e sinalização. Os impulsos e tonalidades eram transmitidos pelo circuito de voz utilizado para conversar. Atualmente, a comple- xidade das redes de telefonia levou à utilização de uma linha dedica- da independente, para gerenciar e interligar todos os comutadores eletrônicos de um país. Trata-se do chamado canal comum de sinali-
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quadro o total de microcomputadores no Brasil e na índia. Os dados indicam, nos Estados Unidos, uma evolução de 1 teclado para 7 fun- cionários, em 1980, passando por 1 teclado para 3 funcionários, em 1985, até chegar a 1 teclado por funcionário em 1990. A explosão do mercado dos microcomputadores não acabou com os computadores de grande porte. De fato, onde existe uma rede de informação, no mundo desenvolvido, encontra-se um computador de grande porte. Por outro lado a potência de processamento dos com- putadores de grande porte aumenta cerca de 50% ao ano. No que diz respeito aos meios de armazenagem, assistimos nos últimos anos ao aparecimento da armazenagem ótica que amplia de maneira fantástica a capacidade de memorização de dados, textos e imagens, monopolizada durante os últimos 30 anos pelos suportes magnéticos. No Quadro 3 (p. 32) pode-se comparar a capacidade dos diversos meios de armazenamento. Para visualizar melhor a capaci- dade de memorização de um disco ótico - o meio mais apropriado pa- ra armazenar texto, gráficos e figuras - basta dizer que nele pode ser armazenada uma quantidade de caracteres equivalente a 500 mil pá- ginas de texto ou 40 mil desenhos, em formato R4. Por outro lado, o disco ótico é resistente, duradouro e com ca- racterísticas de reprodução da imagem de uma extraordinária fideli- dade. O mercado potencial na distribuição de dados e informações de referência, nos setores de serviços, cultural e de lazer são extraordi- nários. As futuras bibliotecas deverão ser repensadas em função dos discos e de suas possibilidades de utilização conjuntamente com os recursos oferecidos pelas novas tecnologias das telecomunicações e da informática. No tocante a software podem-se distinguir três grandes grupos diferentes (12): a) software de sistemas; b) software aplicativos; c) sistemas de software integrados. Os primeiros incluem os programas operacionais, os programas de controle dos periféricos e do processador central, assim como os diversos programas utilitários, compiladores e gerenciadores de ba-
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ses de dados. Os softwares aplicativos incluem todos os programas que ten- dem a solucionar os problemas dos usuários (13)." O terceiro grupo, surgido na década de 80, torna possível o so- nho de se integrar diversos softwares aplicativos e/ou de controle, compartilhando dados entre vários arquivos ou transferindo resulta- dos entre vários programas.
2.1.2 Redes
Os sistemas integrados de software são a base dos sistemas dis- tribuídos. Trata-se da conexão de vários microcomputadores a um computador de grande porte ou a um mini ou microcomputador cen- tral, de forma que o processamento pode ser distribuído entre várias estações locais, dentro de um sistema integrado. Um desenvolvimento natural - e rico em novas aplicações pro- missoras - dos sistemas de processamento distribuído é constituído pelas redes de arquitetura normalizada, que permitem desenvolver harmoniosamente as redes, mesrrio utilizando componentes hetero- gêneos (14). O modelo de referência é denominado em inglês open systems interconnection (OSl), desenvolvido pela Associação Européia de Fabricantes de Computadores (ECMA- European Computer Manu- facturer's Association) e pelo Comitê Consultivo Internacional de Telefonia e Telegrafia (CCITT) e aprovado como norma internacional (ISO 7498). Essa norma conseguiu inverter a tendência dos grandes fabricantes de computadores (IBM, Digital, Burroughs, Honeywell etc.), que ofereciam arquiteturas de redes absolutamente incompatí- veis de umas marcas com as outras. Para se ter uma idéia da impor- tância desse fato, basta indicar que o mercado de redes locais de pro- cessamento distribuído, na Europa, passou de 32 milhões de dólares em 1983 para cerca de 150 milhões em 1988. Atualmente, a grande maioria dos fabricantes aderiu a esse movimento, propondo aos usuários, arquiteturas de sistemas em rede que admitem componen- tes de qualquer marca. Em outro exemplo de cooperação entre a ISO, a ECMA e CCITT, foram também definidos os protocolos de comuni-
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como serviços de extensão rural e de formação e apoio para produto- res, a partir de pequenas unidades comunitárias interligadas ou não a outros centros maiores (17, 19). Entre os telecentros e os escritórios automatizados, situam-se as experiências de trabalho à distância, que demonstram a possibilidade da entrada de dados sem sair de casa (por exemplo, mães com fi- lhos pequenos) ou de receber informações no consultório (médicos, advogados, outros profissionais liberais). A integração entre a burótica e a documática também estão me- recendo especial atenção, nos países desenvolvidos (20). Por outro lado, a integração dos serviços e das possibilidades do trabalho à distância está levando ao desenvolvimento de um novo setor na arquitetura: a concepção e a construção de prédios "inteli- gentes" (21). Outras revoluções trazidas pelas novas tecnologias da teleco- municação encontram-se exemplificadas na transmissão eletrônica de mensagens - o correio eletrônico -, que utiliza interfaces telecomuni- cação/computador e no telefacsímile - ou telefax - que associa as pro- priedades do facsímile às possibilidades das telecomunicações. O primeiro exemplo só encontra uma aplicação ainda incipiente no Bra- sil, enquanto o segundo ainda está muito longe de atingir os níveis de utilização observados nos países desenvolvidos, onde qualquer empresa ou escritório já inclui, nos seus impressos, junto ao nome, endereço e telefone, o seu número de telefax (22). Não poderíamos deixar de lembra como outra revolução já acon- tecida, a possibilidade de consulta em linha de bases de dados remo- tas, cujo uso no Brasil é ainda extremamente restrito, como demons- tra a espantosa quantidade de bases de dados explorada, nos países avançados,por diversas entidades,na sua maioria comerciais. Ainda, com base nos avanços das telecomunicações devemos ci- tar o videotexto, que se desenvolve rapidamente, nos últimos anos, em todos os países industrializados - com suas variantes - e que, in- felizmente, no Brasil, fica restrito a uma experiência na área de São Paulo, sem maiores conseqüências (23, 24).
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Jaime Robredo
2.2.1 Algumas revoluções em curso
Nesta seção, trataremos de visualizar algumas aplicações que estão surgindo, com velocidade crescente, como conseqüência dos avanços tecnológicos em três setores: a) novos softwares, b) redes públicas de transmissão de dados; c) novos recursos de armazenamento de dados e informações. No primeiro grupo, lembraremos os softwares - já acessíveis no mercado internacional - que permitem "descarregar" na memória do microcomputador, utilizado como terminal remoto, para recuperar in- formação a partir das grandes bases de dados comerciais (25 e 26). Outra novidade que abre horizontes insuspeitados é o desenvol- vimento dos sistemas interativos, "inteligentes" e "amigos", que guiam o usuário final na pesquisa - dispensando os intermediários da informação ou que transferem automaticamente a pergunta do usuá- rio de uma base de dados para outra, mediante os chamados gate- ways, otimizando assim o resultado da busca (27-30). Novamente de- vemos fazer constar a ausência de qualquer esforço sério de pesquisa no Brasil, nesta área. No tocante às redes públicas de transmissão de dados, cuja ex- pansão, devido aos avanços tecnológicos e aos esforços cooperativos frisados na seção 2.1.2, ultrapassa, nos países avançados, a dimensão do espetacular para entrar naquela do fantástico, é preciso visualizar o que representa - e o que pode representar ainda - a união fecunda
das redes do tipo TYMNET, TELENET, EURONET, TRANSPAC, ESA- RECON, SCANET, com os sistemas de videotexto (TELETEL, TELI- DON, PRESTEL, CAPTAIN etc.) (31). Entre outros resultados, que ainda não atingiram a máxima dimensão, caberia destacar a rede Ml- NITEL, na França, com mais de 4 milhões de terminais domésticos ou profissionais ligados à rede telefônica pública, assim como os equi- valentes em outros países. Este tipo de sistema torna possível todos os serviços de telebanco, telecompra, acesso aos serviços de reserva
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