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O processo de desenvolvimento e evolução dos caiaques, desde a sua construção tradicional por inuits até a técnica moderna de strip planking. A história do caiaque está diretamente relacionada às necessidades humanas e às mudanças nos materiais e técnicas de fabricação. Hoje em dia, os caiaques são fabricados com uma variedade de materiais e técnicas e são usados principalmente para lazer. O documento também discute a importância de estudar o design dos caiaques construídos em strip planking e disponibilizar o projeto para domínio público.
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Tipologia: Provas
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Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia de Santa Catarina como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Tecnólogo em Design de Produto. Professor Orientador: Heitor Eckeli.
O desenvolvimento de um caiaque de madeira utilizando técnicas de construção naval tradicional capaz de transportar um animal de estimação é um projeto ímpar e autêntico que busca de maneira criativa a elaboração de alternativas para a viabilidade de transportar animais por meio aquático. O resgate histórico sobre embarcações, sobretudo caiaques, mostra que esse objeto passou por inúmeras adaptações e ainda se mostra suscetível à ajustes, seja ela na geometria, estética ou função. Os inuits desenvolveram os caiaques através de materiais disponíveis na época e no ambiente gélido do círculo polar ártico, usados para caça e transporte de famílias os inuits foram aprimorando as técnicas de construção até a chegada dos europeus, que mudaram a forma do emprego do caiaque, passando de um instrumento essencial para sobrevivência em um instrumento de lazer e transporte. Para que a construção do caiaque tivesse início, foi preciso elaborar modelagem tridimensional e gerar gabaritos para montagem, as ripas, foram postas de maneira alternada, sendo que a emenda ficou à meia nau e nas extremidades, o que constatou uma fragilidade considerável, uma vez que as ripas emendadas no meio com caiaque tornam-se quebradiças e resistem a conformação. No entanto, cada erro serviu de aprendizagem para que nos futuros projetos não aconteça imprevistos. Desde os inuits as mudanças nos caiaques foram feitas para seu próprio desempenho, pensar em um caiaque tendo a principal função o transporte seguro de um animal de estimação mostra que há uma outra possibilidade de intervenção de novos desenhos de produto. Palavras Chave: Caiaque, Strip Planking, Inuits , Embarcação, Construção.
Uma embarcação, segundo a Marinha do Brasil, nada mais é do que uma construção, que tenha como objetivo se locomover na água, por meios próprios ou não, transportando pessoas ou carga. A história da navegação está diretamente ligada com a antropologia e a descoberta de novos territórios na qual a barreira, que até então era algo intransponível pode ser vencida com a utilização de materiais menos densos para transportar seres humanos, víveres, objetos pessoais através dos mares. A escolha de uma embarcação é determinada para qual tipo de ambiente ela será utilizada, qual a capacidade de transporte de carga e sua propulsão. Para uma embarcação de pequeno porte, saber o tipo de ambiente é extremamente importante, já que para essas dimensões qualquer alteração no ambiente, influencia diretamente no desempenho e segurança. Um caiaque é uma ótima oportunidade para se explorar, tendo em vista que seu desempenho e modo de fabricação são satisfatório para diferentes corpos d’água, existe uma enorme possibilidade de arranjos entre casco e convés que fornecem ao caiaque a versatilidade de navegação, indo do mais calmo lago às traiçoeiras corredeiras. É importante frisar que a denominação caiaque oceânico não se trata de uma modalidade do canoísmo, mas sim, de um estilo clássico de embarcação desenvolvido pelos povos primitivos do atlântico norte, desse modo, o caiaque oceânico descrito neste projeto, refere-se a um conjunto de requisitos onde a prioridade está na similaridade, ainda que em uma escala um pouco menor, estabilidade e capacidade de transporte de carga. 1.2 Formulação do Problema Como construir uma embarcação de pequeno porte, individual e segura utilizando o método de construção strip planking , para navegação em águas abrigadas e pequenas travessias em mar aberto?
Uma embarcação é um produto ímpar, indo de uma simples peça de decoração e coleção ao complexo meio de transporte diário. Executar um projeto naval requer disciplina e conhecimento dos materiais e suas propriedades, entretanto, segundo Nasseh (2013), descreve que a criatividade para construção naval é infinita e essencial para descobertas de novas técnicas e materiais. Uma embarcação miúda, que segundo a Marinha do Brasil configura-se em uma embarcação de até 5 metros. Hoje é possível encontrar diversos projetos gratuitos com inúmeras formas de execução, além da infinita possibilidade de criação, desde que respeite alguns requisitos de flutuabilidade, impermeabilização correta e cuidados gerais com a embarcação, com esses requisitos em ordem, a criatividade no campo náutico, especialmente na construção amadora vem ganhando espaço. Para Nasseh (2013), independentemente do tipo de construção todas têm que ter responsabilidade, segurança e utilidade. “A criatividade ocupou e ocupa um papel chave na história da humanidade. Criativos de todas as épocas, ajudaram a impulsionar a raça humana com novos métodos e produtos.” (NASSEH, 2013). Ainda sobre o mesmo artigo, o autor enaltece que “facilitar e simplificar faz parte do mundo moderno onde você assimila uma quantidade absurda de informações e estas devem ter algum fim para que sejam aplicadas na vida gerando algo diferente, novo.” (NASSEH, 2013). A criatividade nasce também na necessidade de sobrevivência, isso é de fato mostrado em muitas civilizações que utilizaram as embarcações como meio essencial para descoberta de novas terras, transporte de carga e para caça, este último recurso utilizando as embarcações, deu origem a muitas técnicas e diversos barcos encontrados no mundo. Uma dessas embarcações, que sofreu uma evolução e um novo emprego foi o caiaque, ( qajaq ) que originalmente era usado para caçar nos mares do norte pelos Inuits, e construídos com materiais disponíveis naquele ambiente hostil: ossos, peles, madeira, gordura, etc. Hoje é possível fabricar caiaques como inúmeros materiais e técnicas, com o avanço da tecnologia e a descoberta de novos polímeros o ser humano
3.1.2 Objetivos Específicos a) Fazer um resgate histórico sobre caiaques; b) Estudar e comparar o processo produtivo envolvendo a madeira. c) Investigar usuários dessas embarcações assim como especialistas da área. d) Estudar sobre design dos caiaques construídos em strip planking; e) Disponibilizar o projeto para domínio público; f) Construir um protótipo.
Um projeto, segundo Amaral, et al. (2006) é um empreendimento com começo meio e fim bem definidos, com objetivo de criar um produto ou um serviço bastante delimitado. O método é a forma de como esse empreendimento será conduzido, otimizando a realização de tarefas e a utilização de recursos, entretanto o método possibilita uma intervenção para que atinja um desempenho melhor ao planejado. O processo de desenvolvimento de produtos (PDP) é o processo pelo qual uma organização transforma dados sobre oportunidades de mercado e possibilidades técnicas em informações de valor para a produção comercial. O objetivo do PDP é criar algo novo e único. Para isso é necessário que haja um acúmulo de informações necessárias para se criar um repertório na qual seja possível uma intervenção. Muito importante para a realização do projeto é ter em mente o acompanhamento do projeto, “e a busca de equilíbrio entre requisitos muitas vezes conflitantes, com a duração do projeto, os seus parâmetros de qualidade, e os recursos necessários.” (AMARAL; et al. 2006. p.151) O plano do projeto é um documento que agrupará informações relevantes para a execução do projeto. Essas informações são o escopo do projeto, escopo do produto, previsões das atividades e sua duração, prazos e
orçamentos, assim como os recursos necessários para a realizar o projeto. (IDEM, p.151) O PDP é dividido em três macro etapas, sendo elas o pré- desenvolvimento; desenvolvimento e pós-desenvolvimento, estas apresentam respectivamente suas subdivisões. O trabalho em questão está elaborado da seguinte maneira, conforme o PDP: Planejamento – Na qual busca-se delimitados os objetivos do projeto, a justificativa para o desenvolvimento do projeto, seguida de uma breve descrição acerca dos assuntos abordados, definição do método a ser seguido, elaboração do cronograma de trabalho e resultados esperados. Projeto Informacional – para uma melhor compreensão do tema a ser estudado, essa etapa é importante para recolhimento e análise de dados pertinentes ao assunto estudado. A pesquisa sobre o tema abordado inicia-se pelas fontes primárias que nada mais é do que artigos, periódicos e bases de dados relevantes para o projeto em andamento, essas fontes podem ser obtidas por meio de revisões bibliográficas, opinião de especialistas, vídeos ou qualquer outro meio de divulgação relevante. “Essas fontes são extremamente úteis para definição de palavras-chave e identificação dos principais autores e artigos da área.” (AMIGO, IRITANI & ROZENFELD, 2012) A lista de artigos referentes ao assunto abordado foi definida com a partir de pesquisas no Google.com, buscando palavras chaves: caiaque, kayak , história da navegação, strip planking , caiaque oceânico, canoísmo, entre outras palavras chaves compostas pelos termos citados; em livros de biblioteca particular e da Instituição de Educação, assim como qualquer estabelecimento que possibilitasse o uso de material pertinente à pesquisa. Uma breve conversa com especialistas Seu Aquiles Tor, Rommel Castro, Danilo Lunardi e Roberto Geyer foi essencial para que o projeto obtivesse uma direção, e objetivo concreto. E conversas mais aprofundadas com usuários dessas embarcações: Adson Loth, Daniel Garcia e Heráclito Antunes da Silveira.
viagens e construção era a hora de dar início à pesquisa voltada ao caiaque. A parceria tornou-se uma espécie de consultoria, não importava o dia, e horário, sempre Seu Aquiles ou alguma pessoa da equipe mostrava-se atencioso. O caiaque foi construído fora das dependências da empresa, por mim, meu pai e alguns amigos que, pela curiosidade, acabavam se envolvendo no projeto, mesmo não estando presente, Seu Aquiles foi, de longe, a pessoa que, mesmo não me conhecendo apostou sua confiança e seu livro neste projeto e essas pequenas atitudes é que tornaram o sonho de construir uma embarcação se realizar.
A Marinha do Brasil (2011) define uma embarcação como sendo qualquer construção, inclusive plataformas móveis, [...] suscetível de se locomover na água, por meios próprios ou não, transportando pessoas ou cargas. As embarcações de esporte e recreio são aquelas utilizadas para lazer, com fins não comerciais. São classificadas em três tipos, segundo a Marinha do Brasil (2011): Grande Porte, com comprimento maior que 24 metros; Médio Porte, cujo comprimento é menor que 24 metros e maior que 5 metros e por fim, as Miúdas, que são as embarcações menor ou igual a 5 metros, entretanto a Marinha do Brasil classifica com embarcação miúda, aquelas que possuem comprimento maior a cinco metros que possuem convés aberto, convés fechado, as sem cabine habitável e sem propulsão mecânica fixa e que, caso utilizem motor de popa, este não exceda 30HP. De acordo com uma publicação feita pelo site Guillemot Kayaks, a força física atuante em um petroleiro e um caiaque é a mesma, assim com a ciência por trás destes dois notáveis projetos; o que os tornam diferentes são as metas que cada um foi projetado a alcançar, por exemplo, o pretoleiro necessita de deslocamento para transportar cargas extremamente pesadas, atravessar canais estreitos e enfrenter mares agitados, um caiaque, por outro lado pode ser projeto para desafiar corredeiras, ondas, grandes travessias e participar de
competições esportivas. Nota-se, então, que a diferença de um petroleiro parecer diferente de um caiaque não está na sua forma física, senão o fato de os dois apresentarem propostas distintas. 6 .1 Embarcação e Humanidade Os rios, lagos, mares e oceanos eram obstáculos que os seres humanos do passado muitas vezes precisavam ultrapassar. Segundo (SERAFIM, 2006) primeiro, eles se agarravam a qualquer objeto flutuante, a partir deste ponto, nasceu a necessidade de descobrir como transformar materiais necessários para se sustentar sobre a superfície. Ainda sobre o mesmo autor, com o passar do tempo, cada lugar foi desenvolvendo uma solução, que dependia do material disponível, como por exemplo a canoa feita de um tronco cavado; a canoa feita de uma casca de árvore; jangada de vários troncos amarrados, bote de feixes de junco ou de papiro; além do bote de couro de animais entre outros materiais encontrados. É importante mencionar que a primeira expedição marítima realizada que se tem conhecimento aconteceu há pelo menos 40.000 anos através de canoas e jangadas rudimentares, realizadas por “grupos de Homo sapiens sapiens deixaram o continente asiático que se estende então até Bali e Bornéu.” (CHIESA, 2009 p.10), estes seres humanos atravessaram a remo diversos quilômetros do arquipélago de Sonda, isso os levou à Austrália e Nova Guiné, que segundo o autor, formavam uma única terra. O autor menciona que o povoamento da Polinésia por navegadores do sudeste da Ásia foi realizada muito mais tarde, há cerca de 5.000 anos para terminar na Ilha de Páscoa em torno de 500 e pela Nova Zelândia por volta do ano 800. No círculo polar ártico, os inuits desenvolveram os primeiros caiaques de que se tem notícias, usados principalmente para caça. Ainda assim, essas soluções primitivas de se locomover sobre a superfície da água se mostravam um tanto perigosa ou frágil em águas agitadas, assim como a capacidade de transporte de carga precária. O próximo passo era
FIGURA 01 Inuit caçando sobre caiaque – FONTE: : Wikipedia.com Sua estrutura era composta de osso flexível de baleia revestido com peles de animais costurados com tendões. Os tratamentos utilizados para melhorar a capacidade dos materiais era a submersão das peles durante longos períodos, tornando-as impermeáveis (FIGURA 02). Utilizavam gordura de baleia como calafeto para vedar as uniões das peles e para finalizar e auxiliar na flutuabilidade, enchiam bexigas de focas e posicionavam-nas à proa e a popa. FIGURA 02 Típico caiaque groenlandês – FONTE: Wikipedia.com