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Guias e Dicas
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Iniciação ao Violão, Exercícios de Música

Conteúdos Teóricos: Notas musicais; Introdução ao estudo de intervalos; Acidentes;. Sistema de Cifras; Acordes; Modos dos acordes (maior/menor); Afinação das ...

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jorginho86
Jorginho86 🇧🇷

4.6

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE MÚSICA
TIAGO MICHELETTO DE OLIVEIRA
MATERIAIS DIDÁTICOS PARA VIOLÃO:
Um recorte para o público iniciante
Porto Alegre
2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE ARTES

DEPARTAMENTO DE MÚSICA

TIAGO MICHELETTO DE OLIVEIRA

MATERIAIS DIDÁTICOS PARA VIOLÃO:

Um recorte para o público iniciante

Porto Alegre 2018

Trabalho de Conclusão de Curso de Música apresentado ao Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul para obtenção do grau de Licenciado em Música.

Professora Orientadora: Profª Drª Luciane da Costa Cuervo.

Professor Coorientador: Profº Drº Marcos Vinícius Araújo.

Porto Alegre 2018

MATERIAIS DIDÁTICOS PARA VIOLÃO:

Um recorte para o público iniciante

TIAGO MICHELETTO DE OLIVEIRA

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela força e poder para dar mais um passo importante em minha vida. Também quero agradecer a todos os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, aos meus familiares e amigos pelo incentivo e confiança durante essa caminhada. Agradeço especialmente à Professora Luciane da Costa Cuervo e ao Professor Marcos Vinícius Araújo pelo apoio pleno e altamente construtivo durante a elaboração do presente trabalho. Em especial, faço um agradecimento à Professora Flávia Domingues Alves, ao Professor Daniel Wolff, ao Professor Paulo Bernardo Inda e ao Professor Marcos Vinícius Araújo pela confiança e oportunidade de conhecer as sutilezas, potencialidades e as complexidades técnicas do violão. Faço um agradecimento especial ao projeto INCLUIR do Núcleo de Inclusão e Acessibilidade da UFRGS, incluindo a Coordenadora Adriana Maria Arioli, a equipe administrativa formada por Elisabeth Szilágyi, Marinez Lorenz, e aos demais integrantes, que também me ajudaram significativamente, acompanhando-me nas disciplinas e preparando materiais para o bom andamento dos estudos. Quero também fazer um agradecimento especial ao Programa de Extensão da UFRGS, em especial à Professora Luciana Prass e ao Professor Josué Santos Farias, pelo apoio prestado durante a minha alfabetização musical. Agradeço ao Colégio João Alfredo e ao Instituto Santa Luzia pela chance de estudar e, assim, construir um caminho fortalecido para o exercício da cidadania.

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Vida é uma palavra que tem um significado muito forte. Mesmo não estando mais presente aqui na terra, os ensinamentos, as formas de conduzir uma aula, repletas com explicações criativas, e as obras do Professor Fernando Lewis de Mattos são legados imortais, que ficarão nos anais da história para sempre, como a chama de uma tocha acesa, que nunca se apagará. Dessa forma, agradeço a ele pelas belíssimas aulas de harmonia e análise musical, pois tiveram contribuições positivas e significativas para o meu desenvolvimento intelectual e da percepção musical. Que Deus o tenha e o ilumine nesta nova forma de vida!

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia. A seguir, aos meus familiares que, com muito carinho е apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Dedico também ao Curso de Licenciatura em Música da UFRGS e às pessoas com quem convivi nesses espaços ao longo desses anos. Ao Curso de Extensão da UFRGS que também me apoiou na alfabetização musical. Aos Colégios João Alfredo e Instituto Santa Luzia, pois sem eles, não conseguiria me alfabetizar. (Tiago Micheletto de Oliveira).

“Acompanhei o Tiago por vários anos enquanto se preparava para ingressar na graduação em música da UFRGS, em aulas na extensão em violão. Foi uma alegria imensa acompanhar sua aprovação no vestibular e seu processo de vencer cada etapa do curso. Vê-lo agora, às vésperas da formatura, é a prova que seu empenho e esforço, junto aos seus familiares, valeram a pena! Muita música no teu caminho, Professor Tiago Micheletto!!!” (Luciana Prass).

"Parabenizo-te, Tiago, pela realização deste trabalho, e pela conclusão do Curso de Licenciatura em Música. Teu talento e disciplina, aliados a tua determinação e esforço, te trouxeram a este resultado! És um grande exemplo para teus colegas músicos!" (Flávia Domingues Alves).

"Inspiração e (muita) transpiração andam juntas na arte de dominar um instrumento tão complexo como o violão!" (Marcos Vinícius Araújo).

“Eu não ando só Só ando em boa companhia Com meu violão Minha canção e a poesia.” (Toquinho e Vinícius de Morais).

ABSTRACT

This work addresses beginner guitar learning through the critical and reflective analysis of a Brazilian guitar method aimedat begners people. The objective of this study was to identify and learn the teaching methods of the materials selected, analysing the presence of elements that met the specificities of the target group in their teaching and learning process. The methodology used for the work was documentary research, guided by the following elements as a target for analysis: musical notation, musical repertoire in original or arranged pieces, instructional illustrations, progressive order of content, and technical orientations. In order to select a method to be analysed in more depth, a comparative pre-analysis of several didactic materials was carried out, and the book Minhas Primeiras Notas ao Violão, by Othon Gomes da Rocha Filho, met the criteria developed for the proposal. It was found that, in general, the method is adequate for beginners, since the author was careful to select the contents and put them in order, using illustrations and accessible language for easierunderstanding. It is possible to affirm, therefore, that the book enables beginners to learn the instrument concomitantly with music notation, encouraging the autonomy of the beginning musician. Thus, both student the teacher will have consistent information to support the initial phase of teaching and learning the instrument. Besides, the user is also encouraged to make use of the method in combination with other materials as demands arise. In conclusion, although the material has some limitations, it can be used with the target group and has relevant contributions in the context of this study.

Keywords : Guitar method. Music literacy. Music education.

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul

IA – Instituto de Artes

DEMUS – Departamento de Música

LPV – Leitura à Primeira Vista

PIMA – Sigla para os dedos polegar, indicador, médio e anular

SUMÁRIO

1. ORIGENS DO INTERESSE DE PESQUISA

A música sempre foi algo que chamou a minha atenção. Meus contatos iniciais exploratórios com o campo da música foram proporcionados por instrumentos musicais e experiências lúdicas com ampla liberdade para a manipulação dos mesmos. Essa trajetória foi permeada por vivências prazerosas envolvendo a música, no entanto também denotou muitos percalços nos quais as resoluções dependeriam de “tentativa e erro” na esfera autodidata, exigindo muita energia e paciência. Quando criança, meus pais me deram uma flauta doce. Assim, explorei diversas sonoridades presentes nela, procurando diferentes digitações para tocar melodias. Depois, ganhei da minha avó um teclado para crianças, em que cada tecla correspondia a uma canção. Posteriormente, ganhei uma sanfona e nela também tive a oportunidade de aumentar o meu desenvolvimento da memória auditiva. Assim, senti que a música me proporcionava o bem- estar e, ao mesmo tempo, chamava a minha atenção. O meu nascimento prematuro ocasionou o surgimento de problemas visuais resultando em baixa visão, mas graças ao forte apoio divino e familiar, eles não interferiram na exploração da música. Assim, não tinha a preocupação em enxergar cada botão ou mecanismo dos instrumentos. Os meus movimentos e o resultado sonoro que eles produziam serviam como referências e estímulo para dar continuidade à exploração. Com 15 anos o meu interesse em ouvir e estudar música foi reforçado. Como eu tinha muito contato com o computador, procurava softwares para fazer música. Achei programas que, com o uso da matemática, geravam melodias, misturadas com harmonia e percussão. No ano de 2005, quando eu tinha 18 anos, a minha família me surpreendeu, dando-me um violão como presente de Natal. O contato espontâneo com o instrumento me deixou muito satisfeito, e fiquei motivado a estudá-lo de maneira autônoma, através de materiais didáticos disponíveis em apostilas e cursos gratuitos para leigos. Inicialmente, pesquisei no site de busca “Google” os termos “cursos de violão”. Nos materiais encontrados, passei a estudar música em um processo de autoaprendizagem, compreendendo que havia alguns conceitos relevantes na área da música bem como alguns acordes para tocar. Com o tempo, fui incentivado pelo meu pai a tocar peças musicais solo, sendo que essa ação me fez perceber e conhecer melhor o braço do violão, procurando acordes e maneiras de tocar acordes junto

com a melodia de modo mais complexo. Desse modo, também acabei gostando muito da música instrumental (solada/ponteada) e segui motivado com os estudos autônomos. Quando entendi os princípios da iniciação musical ao instrumento e desencadeei os primórdios técnicos da execução básica, decidi estudar a teoria musical, com foco na leitura de partituras. Tomei essa decisão, pois vários sites recomendavam o estudo da teoria musical. Além disso, a leitura e escrita musical no sistema de pentagrama também abrem portas para o conhecimento de novas peças musicais (inclusive para violão). Passei a entender como funciona a leitura e a escrita das notas musicais nas linhas. Para o entendimento das figuras rítmicas, no início, surgiram dificuldades para compreendê-las, pois não tinha nenhuma noção de como funcionava auditivamente a divisão do tempo. Nesse sentido, quem me auxiliou foi a matemática e o metrônomo^1 , pois através das frações, consegui treinar o ouvido, com a ajuda do equipamento. Quando eu descobri o MuseScore^2 , consegui treinar a escrita musical, bem como a leitura de pequenos trechos. Todo esse processo aconteceu ao longo de três anos, e passou por procedimentos bastante solitários, alternando em momentos de grande entusiasmo, e outros, envolvendo exercício de resiliência pelas dificuldades desse estudo. Três anos depois, decidi focar no teste específico para tentar o ingresso no curso de Licenciatura em Música, cujas exigências abrangiam execução instrumental e leitura de partituras, incluindo solfejo^3. Para entrar na UFRGS, estudei a fundo os conteúdos, apontados no Edital da Prova Específica. Apesar do meu esforço, demoraria ainda alguns anos, pois não foi fácil passar no referido teste específico, o que, talvez, também denote que este campo pode ser excludente, ainda mais para uma pessoa portadora de necessidades especiais. O que me possibilitou o avanço nos estudos para a referida prova foi a minha persistência e os conhecimentos musicais (técnicos e teóricos) adquiridos através do estudo informal da música com a leitura de várias fontes disponíveis na internet, na tentativa de entender e contextualizar as informações, a fim de conseguir entender as técnicas, ler as peças e conseguir executá-las no violão. Assim, é importante destacar que toda essa árdua caminhada talvez pudesse ter sido atenuada caso eu tivesse acesso a um bom método ou tutoriais de qualidade, economizando tempo e energia empregados no processo de iniciação ao violão.

(^1) Dispositivo que gera pulsos sonoros regulares para a marcação do tempo dentro da música. (^2) MuseScore é um software livre para criação e impressão de partituras. Ele também reproduz em áudio o que está escrito nas partituras. O site oficial do projeto é: https://musescore.org. 3 O significado de solfejo consiste em cantar os nomes das notas em suas respectivas alturas, obedecendo aos seus tempos de durações.

2. INTRODUÇÃO: DELINEANDO A PESQUISA

Este trabalho, numa visão mais ampla, está preocupado com a Educação Musical, em especial com o ensino de violão, chegando então à análise de um material didático para esse contexto. Swanwick (1994), em concordância com os principais educadores musicais do século 20, explica que a técnica, juntamente com a expressividade e o ensino de instrumento, precisam contemplar experiências musicais diversas, como criar, improvisar e ouvir músicas. Portanto, ensinar instrumento é ensinar música e, por isso, é possível afirmar que uma das funções do educador musical pode ser estimular uma execução instrumental criativa, um fazer musical expressivo, mas de tal forma que essas ações tenham sentido para o estudante. As três modalidades abordadas por Swanwick (1994) têm como propósito o desenvolvimento da musicalidade do estudante a partir do ensino do instrumento. Como discutem Cuervo e Maffioletti (2009), a musicalidade não deve ser vista como dom ou talento, para um conjunto de saberes e práticas que pode ser ensinado e aprendido. Em suas palavras: “Também entendemos que a musicalidade não passa somente por apreciação estética ou treinamento e repetição, mas, sim, é permeada por um conjunto de elementos inter- relacionados, os quais resultarão em uma performance musical expressiva.” (CUERVO; MAFFIOLETTI, 2009, p. 37). Essa discussão reforça a ideia de Swanwick (1994) de que as modalidades devem ser trabalhadas de forma integrada para que o discente não tenha uma visão periférica sobre a música. Esses estudos teóricos somam-se às minhas experiências pessoais, no sentido de buscar refletir sobre modos de dar aula de violão. A partir da realização da disciplina Metodologia do Ensino do Violão I e II, do curso de música da UFRGS, ministrada pelo professor Marcos Araújo, foi possível experimentar e discutir sobre diversos recursos didáticos e estratégias para o ensino do instrumento. Também foi oportunizada a observação de aulas do Curso de Extensão “Alfabetização Musical – Ensino Coletivo de Violão”, conduzida pelo mesmo professor, na qual, foi possível acompanhar o desenvolvimento de adultos iniciantes. Ao longo das aulas, observou-se a adoção de diferentes estratégias na promoção do ensino coletivo de violão, com grande variedade de recursos didáticos. Em uma de suas aulas no segundo semestre de 2017, Araújo (2017) ressalta que sua abordagem não se limita necessariamente a um único método, adequando e adaptando os recursos conforme o perfil dos estudantes e turmas, bem como seus objetivos didáticos.

Em função de uma trajetória pessoal de autoaprendizagem e exploração de recursos autônomos de iniciação ao instrumento, pensando na alfabetização musical e no ensino coletivo de violão, pretendo debruçar-me na análise de um método que facilite e auxilie no processo de ensino e aprendizagem do violão, direcionado ao público de jovens e adultos iniciantes. A questão que norteia a minha proposta é a seguinte: De que forma o material didático analisado aborda a iniciação ao violão e quais os recursos didáticos são apresentados para o alcance deste objetivo?

2. 1. OBJETIVOS

Para responder à problemática de pesquisa, constada como objetivo geral do trabalho, pretendo conhecer e identificar os recursos didáticos apresentados no primeiro volume do método “Minhas Primeiras Notas ao Violão”, de Othon Gomes da Rocha Filho, para iniciação ao violão. Os objetivos específicos do trabalho podem ser assim descritos:

  1. Analisar criticamente o método de violão “Minhas Primeiras Notas ao Violão – 1º Volume” de Othon Gomes da Rocha Filho, sob o ponto de vista dos aspectos enumerados no roteiro de análise;
  2. Apresentar uma seleção de vídeos retirados do YouTube de pessoas de diferentes idades e níveis técnicos que executam exercícios contidos no método analisado de modo a exemplificar algumas lições do material.
  3. Comparar elementos em comum com outros materiais didáticos brasileiros, numa análise global.

2. 2. JUSTIFICATIVA

O violão é um instrumento extremamente popular no Brasil, por isso, pesquisas na área do seu ensino e aprendizagem têm seu valor contributivo. Embora existam leis e resoluções, como a Lei de nº 13.278/2016 em relação à obrigatoriedade da música na educação básica, o acesso à Educação Musical ainda é pouco abrangente em termos quantitativos, o que mostra gerações de jovens e adultos que não tiveram experiências com estudos formais de música no ambiente escolar, nem mesmo em

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A questão do material didático tem sido uma temática marcante das pesquisas e discussões do campo educativo musical brasileiro nas últimas décadas (SANTOS, 2014). Apesar da existência de vários cursos livres na internet, publicações e a popularidade do violão no Brasil, os materiais didáticos destinados ao ensino deste instrumento em nível iniciante também merecem novas pesquisas e discussões acadêmicas que contribuam para o seu uso, seja em sala de aula ou não. Conforme Santos (2014) pouco se discute sobre a importância dos materiais didáticos voltado para o ensino do violão. Os materiais didáticos têm como função sistematizar o ensino, seja para aulas individuais ou em grupo. Contudo, conforme Silva Sá (2015), também percebe-se “que em vários contextos de ensino coletivo de violão, professores utilizam adaptações de materiais, métodos e arranjos escritos para outros instrumentos [...]”, o que pode indicar carência de investigações sobre publicações existentes ou uma mudança de paradigma, quando o professor procura adaptar sua metodologia ao estudante e não o estudante ao método. O termo “adaptação” também merece atenção, pois cada pessoa constrói o seu próprio conhecimento e, assim, adaptar também é uma forma de construir novos materiais que auxiliem nesse processo. Outra questão que merece elucidação é o uso da palavra “método”. Na área da música, ele é empregado para designar os materiais didáticos destinados ao ensino de instrumento. Por outro lado, o termo também pode referir aos procedimentos utilizados para o alcance dos objetivos propostos conforme o dicionário Houaiss (2009, p. 1284). Método, assim, também pode ser compreendido como um material instrucional, que auxilia o aluno na hora de aprender algo, ou realizar uma atividade. Seguindo essa ideia, os métodos podem ser apresentados em formatos diversos, como livros, revistas e apostilas (impressos ou eletrônicos) ou em forma de materiais audiovisuais (áudio, vídeo ou softwares ). Desse modo, eles também podem ser entendidos como materiais didáticos, pois auxiliam no processo de ensino e aprendizagem. Em suma, os métodos de ensino instrumental são considerados materiais didáticos que auxiliam na sistematização do ensino e aprendizagem de violão e de outros instrumentos musicais. Assim, cabe ao professor conhecê-los e selecionar os que estão de acordo com os objetivos e intencionalidades do estudante.

3. 1. DEFINIÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO

Os materiais didáticos estão presentes no processo de ensino e aprendizagem e são recursos que possuem múltiplas funções. Assim, o auxílio na organização das intervenções pedagógicas e o estabelecimento de um fio condutor para a construção de conhecimentos (Santos, 2016) podem ser citados como principais exemplos. Essas funções proporcionam o acesso sistematizado ao conhecimento, apoiando assim a aprendizagem, seja ela em grupo ou individual. Conforme a leitura de alguns trabalhos acadêmicos, é percebível que a definição do conceito de material didático não se trata de uma tarefa fácil, visto que possui diversas interpretações e contextualizações, de acordo com o tempo histórico, a região e as funções que acaba desempenhando, conforme a intencionalidade do professor e do estudante. No dicionário de Houaiss (2009, p. 683) encontra-se que o material didático é aquele que favorece a aprendizagem, facilitando-a, promovendo acesso à instrução e informação, também proporcionando o contato prazeroso com algum conteúdo. Segundo Fiscarelli (2007), o material didático pode ser entendido como: “[...] todo ou qualquer material que o professor possa utilizar em sala de aula; desde os mais simples como o giz, a lousa, o livro didático, os textos impressos, até os materiais mais sofisticados e modernos.” (FISCARELLI, 2007, p. 1). Em concordância, Vilaça (2009) propõe a discussão sobre um conceito amplo sobre o significado de “materiais didáticos”, focados no ensino de língua estrangeira. Em sua argumentação, ele cita Salas e Tomlinson, os quais definem material didático como “qualquer coisa empregada por professores e alunos para facilitar a aprendizagem” (SALAS; TOMLINSON apud VILAÇA, 2009, p. 5). Com essa explicação, os materiais didáticos não necessariamente precisam seguir o formato de um livro, mas, sim, podem ser entendidos como meios que possibilitem a construção da aprendizagem do estudante. Ainda conforme Vilaça (2009), essa visão ampla do conceito de material didático acaba fazendo com que alguns professores mostrem “dificuldade na compreensão do que seja um material didático e de quais os parâmetros que possibilitam a categorização de uma atividade, um material ou livro como material didático.” (VILAÇA, 2009, p. 4). Essa aparente dificuldade pode ser um ponto positivo, pois induz à discussão e novas pesquisas sobre “materiais didáticos”. Além disso, ela também fará com que o professor pense de que forma e quais materiais a utilizar para prestar o ensino e ajudar os seus alunos no processo de ensino e aprendizagem.