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Informações sobre os diamantes do NE de Angola
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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O diamante é um mineral muito importante, na qual considerado como pedra preciosa e também como recurso mineral fonte de riqueza, sustentabilidade, desenvolvimento de muitos países. O valor da gema diamante)uso joalheiro), como o de todas as coisas, depende da oferta e da procura. Como o diamante é um mineral abundante na natureza, na década de 1950, o Instituto Gemológico Americano ﴾GIA- Gemological Institute of América), criou um padrão de classificação para tomar possível a comercialização do diamante globalmente. Esse padrão foi criada para classificar diamantes de escala de incolores á matizado )levemente amarelado ou acinzentado), os diamantes coloridos naturalmente são mais raros e possuem classificação diferente. Os diamantes que não tem uso nas joalheria, terão uso industrial. GIA para escala de incolor a matizada é baseada em quatro variáveis, são elas: Peso, Cor, Pureza e Lapidação.
O diamante se forma numa área delimitada pela intercessão entre o manto superior e a região basal da litosfera, onde está torna-se mais espessa, está área bem delimitada se denomina de janela do Diamante. O seu limite superior é isotermal de 900°c e o limite inferior de 1200°c, abaixo da curva do manto superior, está zona de equilíbrio da grafite, a génese do diamante exige uma profundidade de 150 e 200 km.
O primeiro diamante Angolano foi descoberto em 1912 pelos prospectores Macvey e Johnson no ribeiro Mussalala, afluente de margem direita do Chiumbe- Lunda Norte não longe da fronteira com o actual Zaire. No mesmo ano foi constituído a PEMA﴾ Companhia de Pesquisa Mineiras de Angola), cujo principal objectivo era de averiguar a possível existência de jazigos diamantíferos com importância económica, na bacia hidrográfica do Cassai. Em Outubro de 1917 foi criada a campanha de Diamantes de Angola ﴾Diamang), com o objectivo de descobrir e explorar jazigos diamantíferos em Angola.
A região estudada localiza-se no NE de Angola na província de Lunda Norte. A geologia regional é dominada por uma espessa sequência de sedimentos de fácies continental que têm idades compreendidas entre o Cretáceo e a atualidade. Todos estes sedimentos assentam sobre o substrato preâmbrico cratonizado ( Fig ).
Excluindo alguns sedimentos de idade Karro preservados em estruturas do tipo graben, todas as restantes unidades sedimentares são contemporâneas ou posteriores ao magnetismo responsável pela instalação de quimberlitos mineralizados na província da Lunda.
Uma secessão de ciclos de aplanação sucede-se ao referido magnetismo quiberlítico. A espessa sequência sedimentar de fácies continental engloba uma série de unidades diamantíferas, a saber:
Formação Calonda , Grupos Kwango- Inicialmente designada como Andar da Lunda. Agora é considerada independentemente e definida coimo Formação Calonda, sendo englobada no Grupo Kwango de idade cenomaniana (Cahen, 1983). Grupo Kalahary - de idade Eocénica a Pliocénica inferior; Formações Superficiais - com idade pós-pliocénicas, consistindo em depósitos eluvio-aluvionares relacionados com o entalhamento da rede de drenagem actual (Pereira et al, in prep.)
O conhecimento da sequência sedimentar pós-quimberlitos é, portanto, central para a prospecção de diamantes em Angola. A figura 2 apresenta-se um perfil geológico esquemático de um grande rio da Lunda, integrando todas as unidades sedimentares posteriores ao magmatismo quimberlítico.
Segundo vários autores (e.g. Monforte, 1960, 1988; Pereira et al., in prep.) estas unidades estão relacionadas com pelo menos três ciclos de aplanação/sedimentação, sendo o último dos quais relacionado com o entalhamento da actual rede de drenagem. Esta sucessão de ciclos vai implicar da remobilização sucessiva de depósitos sedimentares que elava na maioria dos casos a do enriquecimento do deposito relativamente ao seu conteúdo em diamantes.
Como é óbvio, este aspecto é central na prospecção aluvionar de diamantes, uma vez que a retoma supergénico de uma depósito eluvio/aluvionar contendo mineralização diamantífera pode conduzir a um novo depósito secundário com teores mais elevados, ainda que, por vezes, o caso inverso possa também acontecer. Deste modo a tentativa de reconstituição do percurso supergénico da mineralização diamantífera pode conduzir, tal como aconteceu na Lunda, á descoberta de novos depósitos mineralizados de grande interesse econômico.
Mas as elevadas espessuras de estéril exigem boas ferramentas de avaliação do seu potencial e valor econômicos. Métodos mais seletivos do que o agrupamento de poços de amostragem contíguos com mineralização, devem se investigados para melhorar a caracterização geológica e a distribuição da mineralização no seio dos conglomerados . Parece-nos que uma das principais questões a resolver na investigação geológico-mineira desta unidade, é a da seleção de critérios de localização preferencial da mineralização diamantífera no seio dos conglomerados, que constituem os níveis produtivos da unidade.
Como consequência disto, o critério granulométrico anteriormente anteriormente referido é insuficiente e/ou ineficiente para caracterizar o deposito. É necessário melhorar o conhecimento sobre a concentração dos diamantes no seio dos níveis de cascalho, nomeadamente no que respeita ao conglomerado basal da formação Calonda. A escassez de afloramentos e a natureza destruída das sondagens de amostragem nestes materiais são os principais obstáculos ao estabelecimento de modelos geológicos de concentração de diamantes nos cascalhos. O conhecimento empírico acumulado ao longo de décadas pela DIAMANG em conjunto com resultados de estudos experimentais, conduzem a modelos de concentração de mineralização que apontam para a importância de particularidades morfológicas no bedrock: Obstáculos, marmitas, canalizações, etc.
A deposição dos sedimentos Calonda é controlada pelo enchimento de grandes depressões relacionadas pela tectônica extensiva associadas pela tectônica extensiva associada á abertura do Atlântico Sul (Pereira et al, 2000). A sequência sedimentar englobada na formação Calonda compreende depósitos torrenciais próximos ás grandes elevações, depósitos em meio liquido mais denso e viscoso que a água e com grande energia e capacidade de transporte, onde os clastos são transportados em suspensão. Assim são interpretados os níveis conclomeráticos, designadamente o seu conglomerado basal, que se tem revelado como o nível mineralizado de maior interesse econômico.
A formação Calonda apresenta uma extensão que abrange, pelo menos que respeita ás fácies areno-argilosas, toda a província de Lunda Norte, conforme comprovação ao longo das explorações e sondagens nos vales dos principais rios. Algumas sondagens de orientação nos interflúvios desses rios, interceptaram, todas elas, os sedimentos Calonda. Esta unidade raramente aflora, sendo no entanto amplamente aceita que a totalidade dos jazidos detríticos de diamantes relacionados com a actual rede hidrográfica derivam, directa ou indiretamente, da destruição dos níveis mineralizados da formação Calonda. Relativamente ao seu conglomerado basal, que se tem relevado a unidade mais produtiva, subsistem dúvidas sobre a sua repartição tão
generalizada como níveis superiores. Como refere Monforte (1998), um dos problemas que ainda hoje subsiste é o de saber qual a área de distribuição dos conglomerados basais.
Com base nas cotas da base da camada de cascalho Calonda (topo do bedrock) criou-se um modelo morfológico para a superfície onde foi depositado esse cascalho diamantífero. Interessava verificar se a área em que os furos foram produtivos revelava, ou não, morfológicas que pudessem interferir na concentração da substancia útil.
Análise de custo e benefício
Uma análise de atratividade assemelha-se a uma balança de três partos: risco, benefício e custo. É o peso relativo de cada uma destas variáveis que permite avaliar a atratividade de um projeto, actividade ou indústria.
Existem grandes variações nos custos associados á exploração de um jazigo aluvionar de diamantes ﴾ por exemplo, com a mão de obra ou dependentes do tipo e qualidade do jazigo e, logo, do método de exploração empregue. Também no que diz respeito ás receitas podem observar-se grandes variações, função da capacidade instalada, do teor do jazigo e do valor médio das pedras nele contidas, e da presença de eventuais subprodutos, como o ouro.
Segundo a linha de pensamento de Cardoso, ﴾1993) aparentemente em geral os projectos de exploração de jazigos primários. Para isso contribuem diversos factores directamente ligados á exploração dos jazigos:
O minério diamantífero está desagregado, não sendo por isso, necessário desmontá-lo com explosivos e moê-lo; O teor, a qualidade e o valor dos diamantes são tendencialmente superior aos dos jazigos primários, uma vez que sofrem a classificação natural; Os jazigos secundários são superficiais, pelo que não se utilizam método de exploração subterrânea, geralmente de custos unitários superiores.
Em contrapartida, há no entanto um factor ligado á exploração de jazigo aluvionar, que implica custos superiores aos correspondentes na exploração de quimberlitos. Os jazigos secundários estendem-se em superfície, coberto de forma descontínua área imensas, e por este factor há um acréscimo de custos devido á dispersão das frentes de exploração.
Para além das razões iniciais que nos fizeram incidir este estudo nos materiais da formação Calonda, o enorme volume de dados de sondagens de avaliação em conglomerados Calonda, pode ser apreciado novamente sob o prisma de modernos métodos de analises e decisão, a que deve ser adicionado o estudo da morfologia do bedrok.
Algumas das possibilidades da retoma do estudo econômico destes níveis podem passar pela reavaliação dos dados entretanto acumulados sobre o conteúdo mineralizado dos cascalhos Calonda, relacionando-o com eventuais controlos de concentração de diamantes ligados a morfologia do substrato onde se depositam estes cascalhos. Como se disse, não sendo o único factor responsável pela presença de mineralização deve, contudo, ser um dos mais decisivos na concentração dos diamantes em locais preferenciais dentro dos mantos de cascalho Calonda. Apesar de iniciar apenas sobre uma campanha d sondagens, os resultados anterior vão de encontro ao empirismo acumulado maioritariamente em aluviões recentes e aos resultados de alguns trabalhos experimentais, pelo que se julga poder validar-se o interesse da aplicação de mais uma ferramenta na apreciação do potencial econômico dos conglomerados basais da formação Calonda.
ANDRADE, C. F., 1953. On the so called “ Lunda Stage” in diamontiferous region of northern Agola. Bol. Soc. Geol. Portugal, 7 (1-2): 67- ANDRADE, C. F., 1954. On the oldest diamondiferous sedimentar rocks found in the northeast Lunda and mentioned in “Diamond Deposits in Lunda”. Com Serv. Geol Portugal, 35: 27- REAL,F., 1959. Intrusões Kimberlíticas da Luda. Contribuição para o conhecimento do karroo de Angola. Mem. Serv. Geol. Portugal,5. Ribeiro, L. 1992. Geostatítica Não Eatacionária. COMET II Seminars on Characterization and Modeling of Natural resources. Seminário nº 3 Geostatistics and Ntural resources Modelling. CMRM/ ITS, Lisbon, 294pp