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Uma análise aprofundada dos ciclos de replicação de três vírus importantes: chikungunya, zika e febre amarela. Aborda as etapas de cada ciclo, desde a entrada do vírus na célula hospedeira até a liberação de novas partículas virais. Além disso, descreve a patogenia de cada vírus, incluindo os danos celulares e a resposta imunológica do hospedeiro. Um recurso valioso para estudantes de biologia, medicina e áreas afins.
Tipologia: Esquemas
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1. Definição e Epidemiologia Chikungunya é uma arbovirose causada pelo Chikungunya virus (CHIKV), um vírus RNA de fita simples, pertencente à família Togaviridae e ao gênero Alphavirus. O nome "Chikungunya" vem de uma palavra em Makonde (dialeto da Tanzânia), que significa "aqueles que se dobram", referindo-se à postura encurvada devido à intensa dor articular que caracteriza a doença. O ciclo de replicação viral descreve o conjunto de eventos que o vírus utiliza para se replicar dentro de uma célula hospedeira. No caso da chikungunya , que é um Alphavirus da família Togaviridae , o ciclo de replicação ocorre no citoplasma da célula infectada e apresenta etapas
História : Primeiro identificado em 1952-1953, em surtos na Tanzânia. Desde então, espalhou-se por várias regiões, com surtos significativos na Ásia, África, Caribe e América do Sul. Chegou ao Brasil em 2014, inicialmente nas regiões Norte e Nordeste, espalhando-se para todo o território nacional. Impacto Global : Afeta milhões de pessoas, especialmente em áreas tropicais e subtropicais. Coinfecção com outras arboviroses, como dengue e zika, é um desafio epidemiológico.
características. A seguir, cada etapa do ciclo de replicação do Chikungunya virus (CHIKV) é detalhada:
O vírus reconhece receptores específicos na membrana da célula hospedeira, como receptores de laminina e integrinas. Essa interação inicial é mediada pela glicoproteína de envelope viral E2 , que possui alta afinidade pelos receptores celulares. A especificidade dessa ligação determina o tropismo do vírus, ou seja, quais células ele consegue infectar. Após a adesão, o vírus entra na célula hospedeira por endocitose mediada por clatrina. Dentro do endossomo, a redução do pH provoca mudanças conformacionais na proteína E do envelope viral. Essas alterações permitem a fusão do envelope viral com a membrana do endossomo, liberando o capsídeo viral no citoplasma. No citoplasma, o capsídeo viral é desmontado, liberando o RNA genômico do vírus. O RNA do CHIKV é de fita simples e polaridade positiva ( ssRNA+ ), permitindo que ele seja imediatamente traduzido pelos ribossomos da célula hospedeira. O RNA viral atua diretamente como um RNA mensageiro (mRNA) e é traduzido em proteínas não estruturais ( nsP1, nsP2, nsP3, nsP4 ). Essas proteínas formam o complexo de replicação, essencial para a síntese de novos RNAs virais. O RNA genômico positivo serve como molde para a produção de uma fita complementar de RNA de polaridade negativa ( RNA− ). Esse RNA− funciona como molde para a síntese de novos genomas virais ( RNA+ ). A replicação ocorre no citoplasma, frequentemente em vesículas derivadas do retículo endoplasmático, que protegem o RNA viral de detecção pelo sistema imunológico. O RNA viral também é traduzido em proteínas estruturais, como o capsídeo ( C ), a glicoproteína E1 e a glicoproteína E. As glicoproteínas E1 e E2 são processadas no retículo endoplasmático e no aparelho de Golgi, onde se associam para formar o envelope viral.
A patogenia do vírus Chikungunya (CHIKV) refere-se ao conjunto de eventos biológicos e imunológicos que ocorrem no hospedeiro após a infecção, culminando nas manifestações clínicas características da doença. A seguir, descrevem-se os principais aspectos envolvidos:
O CHIKV é transmitido para humanos pela picada de mosquitos infectados do gênero Aedes , principalmente Aedes aegypti e Aedes albopictus. Durante a picada, o vírus presente na saliva do mosquito entra na circulação sanguínea e se dissemina rapidamente para tecidos-alvo. O CHIKV possui tropismo por diferentes tipos celulares, como: Células epiteliais (no local da picada); Macrófagos e monócitos (células fagocíticas do sistema imunológico); Fibroblastos e células endoteliais ; Miócitos e condrócitos (em articulações e tecidos musculoesqueléticos). Após infectar as células no local da picada, o vírus se replica no citoplasma e utiliza o sistema linfático e a corrente sanguínea para alcançar órgãos-alvo. A replicação viral inicial provoca ativação do sistema imunológico inato: Produção de interferons tipo I (IFN-α e IFN-β) : Limitam a replicação viral, mas nem sempre conseguem eliminar o vírus. Ativação de citocinas pró-inflamatórias , como IL-6, IL-1β e TNF-α, que promovem inflamação local e sistêmica.
3. Quadro Clínico Fase aguda (até 10 dias): O vírus utiliza estratégias para evadir essa resposta, como o bloqueio da sinalização de interferons. A replicação do CHIKV nas células infectadas causa danos diretos por: Lise celular : Ruptura das células infectadas, liberando o vírus para infectar outras células. Indução de apoptose : Programação de morte celular nos tecidos infectados. Esses danos desencadeiam uma inflamação exacerbada , com infiltração de linfócitos, monócitos e neutrófilos nos tecidos afetados. A inflamação é especialmente intensa em articulações, músculos e tendões, onde o CHIKV infecta diretamente: Fibroblastos sinoviais , condrócitos e miócitos. Resposta imunológica local : Leva ao acúmulo de citocinas e quimiocinas inflamatórias que perpetuam o dano tecidual. Esse processo resulta nos principais sintomas da artralgia e mialgia , frequentemente severos e debilitantes. Resposta humoral : Produção de anticorpos neutralizantes (IgM e IgG) ocorre cerca de 5 a 7 dias após o início dos sintomas, ajudando na eliminação do vírus. A imunidade adquirida é geralmente duradoura. Resposta celular : Ativação de linfócitos T citotóxicos e T-helper, que eliminam células infectadas e regulam a resposta inflamatória. Em alguns pacientes, o vírus pode persistir em tecidos musculoesqueléticos, como miócitos e condrócitos, mesmo após o controle inicial da infecção. Essa persistência viral está associada a: Artralgia crônica e mialgia prolongada; Mimetismo molecular , com ativação contínua do sistema imunológico devido à presença de componentes virais. Início abrupto de febre alta (> 38,5°C). Poliartralgia debilitante, com dor nas articulações das mãos, pés, punhos, tornozelos e joelhos. Rash cutâneo maculopapular em 40-50% dos casos.
4. Diagnóstico Clínico : Laboratorial : Diagnóstico diferencial : 5. Tratamento Baseado nos sintomas característicos (febre alta, artralgia intensa e rash). Histórico de exposição em áreas endêmicas. Sorologia (ELISA) : Detecção de anticorpos IgM (indica infecção recente) e IgG (fase tardia). RT-PCR : Detecta RNA viral na fase aguda, geralmente até o 7º dia de sintomas. Hematologia : Pode mostrar leucopenia, linfocitose relativa e trombocitopenia leve. Dengue: Presença de dor retro-orbital e hemorragias são mais comuns. Zika: Envolvimento neurológico (microcefalia, síndrome de Guillain-Barré) é mais evidente. Febre Chikungunya é marcada por artralgia mais intensa e persistente. Tratamento específico : Não existe antiviral eficaz. Tratamento sintomático : Analgésicos e antipiréticos : Paracetamol ou dipirona. Evitar AINEs na fase aguda até descartar dengue. Anti-inflamatórios não esteroides e corticosteroides : Usados para artrite crônica ou subaguda.
Casos graves :
6. Prevenção e Controle Controle do vetor : Educação em saúde : Vacinas : 7. Complicações Neurológicas : Cardíacas : Artropatia crônica : 8. Mecanismos Fisiopatológicos Fisioterapia : Importante para prevenir contraturas e melhorar a mobilidade articular. Suporte hospitalar com reidratação e controle rigoroso de sinais vitais. Eliminação de criadouros ( Aedes aegypti ) em ambientes domésticos e públicos. Uso de inseticidas e larvicidas. Aplicação de repelentes, telas e mosquiteiros impregnados com inseticida. Sensibilizar a população sobre medidas preventivas. Identificação precoce de sintomas para reduzir complicações. Em desenvolvimento, mas ainda não disponíveis para uso clínico. Meningite, encefalite, síndrome de Guillain-Barré. Paralisia flácida transitória. Miocardite, arritmias, insuficiência cardíaca. Dor articular debilitante, semelhante à artrite reumatoide.
O Zika Vírus (ZIKV), como outros vírus da família Flaviviridae , possui um ciclo de replicação que ocorre dentro das células hospedeiras. Abaixo, está uma explicação detalhada do ciclo de replicação do vírus:
O ZIKV se liga a receptores específicos presentes na superfície das células hospedeiras. Receptores principais : Receptores AXL (encontrados em células epiteliais, imunológicas, neurais e placentárias). Outros receptores relacionados aos flavivírus, como DC-SIGN e TIM. Após a ligação, o vírus é internalizado pela célula hospedeira por meio de endocitose mediada por receptor. O vírus entra em vesículas endossômicas no citoplasma. No interior dos endossomos , a acidificação do meio desencadeia uma mudança conformacional na proteína do envelope viral (E), promovendo a fusão da membrana viral com a membrana endossomal. O RNA viral de fita simples (positivo) é liberado no citoplasma. O RNA viral funciona diretamente como mRNA, sendo traduzido pelos ribossomos da célula hospedeira. Produz-se uma poliproteína viral , que é clivada em várias proteínas funcionais, incluindo: Proteínas estruturais: C (capsídeo), prM (precursor da proteína de membrana) e E (envelope).
Reservatórios e Vetores Modos de Transmissão Proteínas não estruturais: NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5 (envolvidas na replicação do genoma e evasão imune). O complexo de replicação viral é formado no retículo endoplasmático. A proteína NS5 sintetiza uma fita de RNA complementar (negativa) a partir do RNA viral original (positivo). Essa fita negativa serve como molde para a síntese de novas fitas de RNA viral positivas. As proteínas estruturais e o RNA viral recém-sintetizado são montados em partículas virais imaturas no retículo endoplasmático. Essas partículas migram para o complexo de Golgi , onde sofrem maturação. A proteína prM é clivada em M, permitindo a maturação do envelope viral. As partículas virais maduras são liberadas da célula hospedeira por exocitose , prontos para infectar novas células. Tempo de replicação : O ciclo completo de replicação do ZIKV pode ocorrer em aproximadamente 8 a 12 horas. Tropismo celular : O ZIKV infecta preferencialmente células epiteliais, fibroblastos, macrófagos, células dendríticas, células da glia e células progenitoras neurais. Evasão imune : Proteínas não estruturais (NS1, NS4B, NS5) ajudam o vírus a evitar a resposta imunológica inata, bloqueando a produção de interferons. O tropismo neural do ZIKV explica complicações como microcefalia congênita e síndrome de Guillain-Barré. A infecção de células da placenta contribui para a transmissão vertical da mãe para o feto. Reservatórios principais : Humanos e primatas não humanos. Vetores : Mosquitos Aedes.
O ZIKV possui um tropismo amplo, infectando preferencialmente:
Transmissão: O ZIKV é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus , mas pode ser transmitido também por via sexual, transfusional e vertical (da mãe para o feto). Início da infecção: Após a picada, o vírus infecta as células da pele, como fibroblastos dérmicos , queratinócitos e células de Langerhans. Essas células atuam como reservatórios iniciais e facilitam a replicação viral. O vírus replica-se localmente e dissemina-se para a circulação sanguínea ( viremia ). A infecção atinge células do sistema imunológico, como macrófagos, células dendríticas e monócitos, o que ajuda a propagar o vírus para órgãos-alvo. Células do Sistema Nervoso Central (SNC): Células progenitoras neurais, neurônios e células da glia. Isso explica complicações como microcefalia em fetos e síndrome de Guillain-Barré em adultos. Células da Placenta: Células trofoblásticas e endoteliais, permitindo a passagem do vírus da mãe para o feto. Células Imunológicas: Monócitos e macrófagos, que ajudam na disseminação sistêmica do vírus. Infecção de Células Neurais: O ZIKV causa morte celular e inibição da proliferação das células progenitoras neurais, resultando em malformações, como microcefalia congênita. O tropismo pelo SNC também está associado a doenças autoimunes, como a síndrome de Guillain-Barré. Lesão Placental e Transmissão Vertical: O vírus infecta células da placenta, levando à inflamação, aumento de citocinas pró- inflamatórias e comprometimento da barreira placentária. Esses efeitos facilitam a transmissão vertical e contribuem para a síndrome congênita do Zika. Danos Vasculares: O ZIKV provoca disfunção endotelial e inflamação, comprometendo a integridade vascular e promovendo sintomas como rash cutâneo e conjuntivite.
As alterações patológicas geradas pelo ZIKV resultam em diferentes apresentações clínicas:
Fase Aguda (3-7 dias após infecção): Complicações Associadas Resposta Inata: A infecção ativa a produção de interferons tipo I (IFN-α e IFN-β), mas o vírus utiliza proteínas não estruturais (NS) para inibir essa resposta. Resposta Adaptativa: Há ativação de linfócitos T e B, com produção de anticorpos neutralizantes. Entretanto, a imunidade cruzada com outros flavivírus (como o dengue) pode levar à facilitação dependente de anticorpos (ADE) , agravando a infecção. Infecção em Adultos: Sintomas leves a moderados, como febre, rash cutâneo, mialgia, artralgia e conjuntivite. Em casos graves, pode causar síndrome de Guillain-Barré e encefalite. Infecção em Gestantes: Pode ser assintomática ou com sintomas leves, mas o vírus atravessa a barreira placentária e infecta o feto. Síndrome Congênita do Zika: Inclui microcefalia, calcificações intracranianas, artrogripose, déficits auditivos e visuais, e retardo do desenvolvimento neuropsicomotor.
Clínico Laboratorial Baseado em sintomas e histórico epidemiológico (viagem para áreas endêmicas).
Distribuição geográfica : Presente em regiões tropicais e subtropicais, especialmente na América Latina, Sudeste Asiático e África. Grupos de risco : Gestantes e recém-nascidos. Pacientes com doenças autoimunes ou imunossuprimidos. Não há tratamento antiviral específico. Terapia de suporte : Controle de febre (paracetamol). Hidratação adequada. Antialérgicos para o exantema e prurido.
A febre amarela é uma doença viral aguda causada pelo vírus da febre amarela , pertencente ao gênero Flavivirus da família Flaviviridae. É transmitida por mosquitos e apresenta um espectro clínico variável, desde infecções assintomáticas até formas graves com alta mortalidade.
Distribuição geográfica: Áreas tropicais da África e da América do Sul. Não há transmissão documentada na Ásia. Transmissão: Ciclo silvestre: Transmissão entre mosquitos silvestres (principalmente Haemagogus e Sabethes ) e primatas não humanos. Humanos podem ser infectados quando entram em áreas de floresta. Ciclo urbano: O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor, transmitindo o vírus entre humanos.
O vírus da febre amarela é um flavivírus de RNA simples, envelopado, que se replica no citoplasma das células hospedeiras.