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Infecções Ginecológicas: Vulvovaginites, Endocervicites e Doença Inflamatória Pélvica - Pr, Esquemas de Medicina

Este documento aborda as principais infecções ginecológicas, como vulvovaginites, endocervicites e doença inflamatória pélvica (dipa). Ele detalha a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento dessas condições, que podem ser de origem endógena (disbiose) ou sexualmente transmissíveis. O texto destaca a importância do exame físico e laboratorial para diferenciar os tipos de infecção, bem como as complicações associadas, como infertilidade e gravidez ectópica. Além disso, são discutidos os critérios de amsel para o diagnóstico de vaginose bacteriana e os esquemas terapêuticos para as principais infecções, como candidíase, tricomoníase e dipa. O documento fornece informações relevantes para profissionais de saúde no manejo dessas condições ginecológicas comuns.

Tipologia: Esquemas

2024

Compartilhado em 24/07/2024

deborah-hazel-coelho-pule-zoobi
deborah-hazel-coelho-pule-zoobi 🇧🇷

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=Vulvovaginites e endocervicites
Cervicite/Endocervicite: infecções sexualmente transmissíveis. Infecção que acomete a parte interna
do colo uterino
Vulvovaginites/ectocervicite/cervicopolpite: corrimento que acomete a parece externa do colo uterino
e vagina
Vulvovaginites ou ectocervicites
Infecções endógenas (bactérias da própria flora)
Vaginose Bacteriana
Candidíase Vulvovaginal
Infecções exógenas (ISTs)
Tricomoníase
Vaginose bacteriana
Incidência maior
Disbiose. Excesso de bactérias locais
- Ausência de inflamação. A vaginose não irrita a mucosa vaginal. Não arde (não tem queixas -
pode queixar apenas de odor ou quando o corrimento é de grande quantidade). Paciente chega
com vaginose assintomática, descobre aleatoriamente.
- Corrimento esbranquiçado/branco acinzentado
- Corrimento leitoso, fluido, líquido, presença de bolhas (bolhoso - são bactérias anaeróbias)
- Não é IST (não trata casal), não precisa de rastreio (só se for fazer cirurgia)
Fisiopatologia
Disbiose: a flora vaginal é repleta de lactobacilos - diminuição de lactobacilos (são responsáveis pelo
ph ácido - quando diminui a acidez, aumenta pH básico). Gardnerella vaginallis aumenta produz
aminoácidos que serão quebrados pelas bactérias anaeróbias e vão produzir aminas voláteis
(putrescina e cadaverina - responsável pelo cheiro de peixe)
Diagnóstico
- Corrimento genital
- Odor fétido (peixe podre)
- Desconforto vaginal infrequente
- Piora com menstruação e coito (sangue e esperma alcalinos)
A candidíase irrita muito a parede vaginal.
Cirurgias ginecológicas: não pode operar na vigência de corrimentos
Exame físico:
- Exame especular: corrimento fluido, homogêneo, perolado, microbolhoso. Ausência de
inflamação
- Teste das aminas (WHiff): positivo - odor intenso á adição de KOH 10%
- pH: mais alcalino pH>4,5
- Exame a fresco: (pega as células e coloca diretamente no microscópio) células alvo ou guia
(clue cells): células escamosas recobertas de cocobacilos (PROVA) (gardnerella fica
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=Vulvovaginites e endocervicites

Cervicite/Endocervicite: infecções sexualmente transmissíveis. Infecção que acomete a parte interna do colo uterino Vulvovaginites/ectocervicite/cervicopolpite: corrimento que acomete a parece externa do colo uterino e vagina Vulvovaginites ou ectocervicites Infecções endógenas (bactérias da própria flora) ● Vaginose Bacteriana ● Candidíase Vulvovaginal Infecções exógenas (ISTs) ● Tricomoníase

Vaginose bacteriana

Incidência maior Disbiose. Excesso de bactérias locais

  • Ausência de inflamação. A vaginose não irrita a mucosa vaginal. Não arde (não tem queixas - pode queixar apenas de odor ou quando o corrimento é de grande quantidade). Paciente chega com vaginose assintomática, descobre aleatoriamente.
  • Corrimento esbranquiçado/branco acinzentado
  • Corrimento leitoso, fluido, líquido, presença de bolhas (bolhoso - são bactérias anaeróbias)
  • Não é IST (não trata casal), não precisa de rastreio (só se for fazer cirurgia) Fisiopatologia Disbiose: a flora vaginal é repleta de lactobacilos - diminuição de lactobacilos (são responsáveis pelo ph ácido - quando diminui a acidez, aumenta pH básico). Gardnerella vaginallis aumenta produz aminoácidos que serão quebrados pelas bactérias anaeróbias e vão produzir aminas voláteis (putrescina e cadaverina - responsável pelo cheiro de peixe) Diagnóstico
  • Corrimento genital
  • Odor fétido (peixe podre)
  • Desconforto vaginal infrequente
  • Piora com menstruação e coito (sangue e esperma alcalinos) A candidíase irrita muito a parede vaginal. Cirurgias ginecológicas: não pode operar na vigência de corrimentos Exame físico:
  • Exame especular: corrimento fluido, homogêneo, perolado, microbolhoso. Ausência de inflamação
  • Teste das aminas (WHiff): positivo - odor intenso á adição de KOH 10%
  • pH: mais alcalino pH>4,
  • Exame a fresco: (pega as células e coloca diretamente no microscópio) células alvo ou guia (clue cells): células escamosas recobertas de cocobacilos (PROVA) (gardnerella fica

circundando as células) Pacientes com corrimento de repetição, que não melhora com tratamento, precisa ver se tem clue cells para saber se é vaginose Critérios de Amsel (3 de 4)

  • Corrimento vaginal típico (homogêneo)
  • pH > 4,5 (lab stick)
  • Testes de Whiff positivo
  • Exame a fresco: clue cells (menos acessível de avaliar) A gardnerella é um cocobacilo anaeróbio facultativo que pode estar presente no meio vaginal normal. Um achado isolado não indica tratamento Tratamento Quem tratar?
  • Assintomáticas: tratar grávidas ( aumenta risco de RPMO, corioamnionite, prematuridade e endometrite); pré operatório de cirurgia ginecológica eletiva (infecção pós operatória); Procedimentos invasivos do trato genital inferior (inserção de DIU)
  • Sintomáticas; tratar todas
  • Não tratar parceria sexual (não é IST) Tratamento: Primeira opção
  • Metronidazol 250 mg 2 comp VO 2x/dia por 7 dias OU
  • Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio via vaginal à noite ao deitar-se por 5 dias Tendência de evitar tratamento VO no primeiro trimestre na gravidez Segunda opção:
  • Clindamicina 300 mg VO 2x/dia por 7 dias Recorrente
  • Metronidazol 250 mg 2 comp VO 2x dia por 10-14 dias OU
  • Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio via vaginal à noite ao deitar-se por 10 dias, seguindo tratamento supressivo com óvulo de ácido bórico intravaginal de 600 mg ao dia por 21 dias e metronidazol gel vaginal 100 mg.g 2x por semana por 4-6 meses *secnidazol DU 2g

Candidíase Vulvovaginal

Urgência ginecológica

  • Vaginite: faz uma irritação importante da mucosa
  • Acomete até 75% das mulheres em idade reprodutiva
  • Na vida reprodutiva 10-20% das mulheres serão colonizadas por Candida spp de forma assintomática, sem necessidade de tratamento

Primeira opção

  • Miconazol creme a 2% via vaginal à noite por 7 dias
  • Nistatina 100.000 UI, uma aplicação, via vaginal à noite por 14 dias Segunda opção:
  • Fluconazol 150 mg, VO dose única
  • Itraconazol 100mg 2 comprimidos VO 2x dia por 1 dia Gestante e lactantes apenas tópico Mais lógico: tratar primeiro o fungo e depois a vaginose bacteriana (fungo se prolifera mais quando há atb) CVV complicada/ recorrente Indução/Ataque
  • fluconazol 150mg 1 x ao dia, 1, 4 e 7 OU
  • Itraconazol 100 mg 2 com VO 2x ao dia por 1 dia
  • Miconazol creme vaginal tópico diário por 10-14 dias Manutenção
  • Fluconazol 150 mg VO 1x semana por 6 meses
  • Miconazol creme vaginal tópico 2 x por semana por 6 meses
  • Óvulo vaginal 1 x por semana durante 6 meses

Tricomoníase

Vaginite, menos frequente Característica principal: diagnóstico através do exame especular Protozoário (Trichomonas vaginalis) Infecção geniturinária 30% dos casos assintomáticos Considerato IST: trata parceiro Impactos: favorece infecção por outros patógenos mais agressivos, gravidez (RPMO, prematuridade e infecçnao puerperal), ginecológico (infeção pós cirúrgica, DIPA Clínica

  • corrimento genital intenso, amarelo esverdeado/acinzentado; com odor (PUS). pode ser parecido com a vaginose no começo, mas com o tempo fica mais esverdeado. É bolhoso também.
  • Sinusiorragia, dispareunia (superficial, irritação, profunda -colpite), disúria. Exame físico
  • Exame especular: inflamação, microulcerações no colo uterino ( COLPITE - característico) - colo em framboesa/morango ou colo tigróide onçoide (PROVA)
  • Whiff positivo >80%
  • Ph >4,5 (geralmente 5 a 6)
  • Exame a fresco: em preparação com KOH 10% - são visíveis os protozoários flagelados móveis
  • Cultura: meios específicos de DIamonds, trichosel e in pouch Tv

Quem tratar? Tratar TODAS (sintomáticas e assintomáticas) Tratar IST Primeira opção:

  • Metronidazol 250 mg 8 comp VO dose única (dose total: 2g) - possível 5 com de 400 mg
  • Metronidazol 250 mg 2 com VO 2x ao dia por 7 dias Alternativa:
  • Tinidazol 2g VO dose única Apesar praticidade do tratamento em DU, o tratamento de 7 dias é mais efetivo para cura

Endocervicites ou cervicites (ISTs)

inflamação do colo uterino

  • Chlamydia trachomatis
  • Neisseria gonorrhoeae Pode ter sérias complicações: DIPA (acometimento difuso de colo uterino de trompas) A DIPA leva a cicatrizes - risco de infertilidade, gravidez ectópica, prejudica a fertilidade da paciente Apresentação
  • parte importante assintomáticas
  • Corrimento sai do colo uterino (endocervicite) - dentro do útero, mucopurulento, amarelado
  • Fator de risco para outras ISTs (mais fácil de ascender)
  • Sangramento intermenstrual (colpite)
  • disúria, polaciúria, dispareunia Exame físico
  • Secreção mucopurulenta, se exterioriza pelo orifício cervical externo
  • Edema cervical
  • Colo friável ao toque com swab (teste do cotonete tratamento sindrômico
  • Ceftriaxona 500 mg IM dose única
  • Azitromicina 1g VO DU obs: para o tratamento da clamídia pode ser feito doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias (exceto gestante - resistência a azitromicina IST: tratar parceiro sexual

Doença inflamatória Pélvica

DIPA

DIPA: repercussão de uma cervicite Pode acometer trompas e ovários Complicações das ISTs Maioria da etiologia (85%):

● Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal (importante - conteúdo vaginal amarelado) ● Leucocitose em sangue periférico ● Proteína C reativa ou velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada ● Mais de cinco leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice ● Massa pélvica ● Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, clamídia ou ● micoplasmas Critérios elaborados ● Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem ● Evidência histopatológica de endometrite ● Laparoscopia com evidência de DIP Diagnóstico diferencial Classificação: MONIF (PROVA) Classificação muda tratamento Pode ser necessário internar o ambulatorial para garantir tratamento (é um tratamento prolongado) DIPA Tratamento ambulatorial Primeira opção

  • Ceftriaxona 500 mg IM DU + doxiciclina 100 mg 01 comp VO 1x/d/14d + metronidazol 250 mg, 2 comp VO 2x/d/14d Segunda opção Tratamento hospitalar
  • Ceftriaxona 1g/IV/14d + doxiciclina 100 mg 01 com/VO 2x/14d + metronidazol 400 mg/ IV/2x/14d Se melhorar dos sintomas em 24h: completar esquema ambulatorialmente 14 dias com doxiciclina 100 mg VO 12/12h + metronidazol 500 mg VO 12/12h *gravidez ectópica - teve alteração anatômica da trompa - pode ser que a paciente teve DIPA (ectópica pode ter sido sequela de DIPA) DIPA é IST. precisa tratar. tratar parceiros
  • Ceftriaxona 500 mg IM + azitromicina Ig VO (ambas DU) Indicação de abordagem cirúrgica
  • Abscesso roto, abscesso com diâmetro > 10 cm, paciente instável hemodinamicamente, sem resposta satisfatória à atb Para prova: aspectos dos corrimentos, WHiff, Ph, vaginose não faz vaginite, colo em framboesa, quem é IST, agentes da cervicite é o mesmo da DIPA, se não trata cervicite ela vira uma DIPA - pode gerar ectópica, etc MONIF importante Caso clínico para dizer se o tratamento é ambulatorial ou hospitalar.