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Infecções cutâneas em crianças: impetigo, foliculite e erisipela, Resumos de Dermatologia

Este documento aborda as principais infecções cutâneas em crianças, como impetigo, foliculite e erisipela. Fornece informações sobre etiologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. O impetigo é uma infecção bacteriana comum, com lesões como pápulas, vesículas e crostas amareladas. A foliculite é uma inflamação superficial dos folículos pilosos, geralmente de origem bacteriana, com pápulas e pústulas perifoliculares. A erisipela é uma infecção bacteriana da derme superficial e tecido linfático, tipicamente causada por estreptococos, com placa eritematosa bem delimitada. O documento discute os agentes infecciosos, características clínicas, exames diagnósticos e abordagens terapêuticas para cada condição.

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 25/06/2024

laura-zantut
laura-zantut 🇧🇷

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Piodermites
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Piodermites

Piodermites – Introdução

Resistência da Pele : A pele de crianças e adultos é naturalmente resistente à penetração de bactérias devido à barreira mecânica cutânea e substâncias defensivas. ➢ Infecções Cutâneas :

  1. Primárias: Atingem pele previamente saudável.
  2. Secundárias: Ocorrem em lesões preexistentes causadas por doenças ou traumas.
  • Crianças: Maior frequência de infecções devido a traumas e escoriações ➢ Agentes Infecciosos Comuns :
  1. Cocos Gram-positivos: Staphylococcus e Streptococcus.
  2. Glomerulonefrite Pós-estreptocócica: Alta prevalência em algumas regiões do Brasil.
  • Mudança na Prevalência: Redução de Streptococcus e aumento de Staphylococcus. ➢ Staphylococcus Aureus Resistente (CA-MRSA): - Prevalência: Até 40% em crianças menores de 6 anos em alguns países. - Brasil: Relatos de CA-MRSA, mas epidemiologia não claramente definida. - Estudos Regionais: 1. Rio de Janeiro: 21,1% das culturas de Staphylococcus com perfil de CA-MRSA. 2. São Paulo: 34,2% em infecções na comunidade e 20,3% em infecções relacionadas à assistência em saúde. - Impacto: Mais infecções de pele, partes moles e osteomielite. Maior gravidade e tempo de hospitalização. Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria

Impetigo crostoso

Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Frequência:

  • Forma clínica mais comum de impetigo. ➢ Causas:
  • S. aureus (70% dos casos) e Streptococcus pyogenes. ➢ Localização e Características:
  • Afeta comumente a face e extremidades.
  • Caracteriza-se por pápulas ou vesículas eritematosas que evoluem para pústulas e crostas amareladas. ➢ Evolução das Lesões:
  • Inicia como lesão maculopapular eritematosa.
  • Evolui rapidamente para vesícula, que se rompe, seca e forma crostas cor de mel (melicéricas).
  • Lesões medem de 1 a 2 cm, crescem centrifugamente e podem coalescer. ➢ Autoinoculação e Complicações:
  • Lesões satélites frequentes devido à retirada das crostas pela criança.
  • Linfadenopatia regional comum, indicativo de Streptococcus.
  • Febre possível em casos com complicações.

Impetigo bolhoso

Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Causa:

  • Exclusivamente por S. aureus produtor de toxinas.
  • Associação: Forma localizada da síndrome da pele escaldada estafilocócica. ➢ Características das Lesões:
  • Bolhas flácidas, de paredes finas, superficiais e frágeis.
  • Bolhas rompem facilmente, deixando erosões rasas e eritematosas. ➢ População Afetada:
  • Mais frequente em recém-nascidos, geralmente após a 2ª semana de vida. ➢ Sintomas Sistêmicos:
  • Ocasional febre e linfadenopatia.

Impetigo - Tratamento

Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Antibióticos Tópicos:

  • Indicados para pequeno número de lesões.
  • Mupirocina: 3 vezes/dia por 7 dias.
  • Retapamulina: 2 vezes/dia por 5 dias.
  • Neomicina com bacitracina: Menos eficiente, risco de reações alérgicas.
  • Ácido fusídico: Eficaz, mas resistência crescente.
  • Rifampicina: Desencorajada devido ao risco de cepas resistentes. ➢ Prevenção de Contágio:
  • Criança deve ser afastada das atividades por pelo menos 24 horas após início do tratamento.
  • Avaliação de melhora antes de retorno para evitar falha terapêutica. ➢ Antibióticos Sistêmicos: o Associados à terapia tópica em casos de: - Lesões extensas ou múltiplas (> 2% da área de superfície corporal total). - Crianças < 1 ano de idade. - Etiologia suspeita/confirmada de MRSA. - Resposta insatisfatória ao tratamento tópico ou recidivas. o Tratamento: - Cefalexina ou amoxicilina com ácido clavulânico (para celulite). - Penicilina benzatina: Eficaz em regiões com predominância de cepas de Streptococcus que ocasionam glomerulonefrite. - Macrolídeos (azitromicina, claritromicina, eritromicina): Escolha dependendo da sensibilidade bacteriana local.
  • Definição: Piodermite ulcerada.
  • Localização: Principalmente nas áreas expostas

dos membros inferiores e nádegas de crianças.

  • Causa: Principalmente por Streptococcus.

Ectima

Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria

Foliculite

➢ Definição: Inflamação superficial dos folículos pilosos com pápulas ou pústulas perifoliculares em base eritematosa. ➢ Tipos: Superficial ou mais profunda (furúnculos). ➢ Localização: Frequentemente nas nádegas, extremidades e coxas de crianças. ➢ Características das Lesões:

  • Indolores, geralmente curam espontaneamente em 7 a 10 dias.
  • Pode ocorrer hiperpigmentação pós-inflamatória. Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Causas: - Infecciosas: Principalmente bacterianas (S. aureus mais comum, Streptococcus, Pseudomonas aeruginosa), fungos e outras. - Não Infecciosas: Produtos químicos ou lesões físicas. - Exposição à água: "Foliculite da banheira de hidromassagem" por Pseudomonas aeruginosa. - Homens: Mais comum na área da barba devido ao ato de barbear. ➢ Diagnóstico: - Geralmente clínico, exames não são necessários a menos que haja falha no tratamento.

Foliculite

➢ Tratamento:

  • Remover a causa subjacente. ➢ Casos leves:
  • Limpeza com água e sabão.
  • Sabonetes antissépticos (triclosan, iodopovidona, clorexidina) por curtos períodos.
  • Antibióticos tópicos com mupirocina. ➢ Casos mais extensos ou resistentes:
  • Cefalosporina de 1ª geração.
  • Macrolídeos (azitromicina, eritromicina, claritromicina).
  • Se sem melhora, realizar culturas e considerar clindamicina para possível CA-MRSA. Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria Figura 5 Foliculite por Pseudomonas: pápulas eritematosas e pústulas no tronco. Figura 4 Foliculite: pústulas no braço.

ABSCESSO E FURÚNCULO

➢ Agentes:

  • Principal: S. aureus.
  • Outros: espécies de Streptococcus e Staphylococcus coagulase- negativo.
  • Gram-negativos e anaeróbios: menos de 10% dos casos. ➢ Resistência bacteriana:
  • S. aureus: 46 a 77% resistentes à meticilina.
  • Resistência à clindamicina: 12,4%.
  • Resistência a TMP-SMX: 0,5 a 2,6%. Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Manifestações clínicas:
  • Edema, endurecimento eritematoso, sensível e doloroso.
  • Pode apresentar pústula central (carnegão).
  • Abscessos grandes: circundados por celulite, podem estar associados a sintomas sistêmicos (p. ex., febre, mal-estar, aumento de marcadores inflamatórios sanguíneos e de leucócitos, linfadenite regional). ➢ Fatores de risco:
  • Dermatite atópica, picadas de insetos, imunodeficiências (síndrome de hiperimunoglobulina E, síndrome de Wiskott-Aldrich).
  • Higiene precária, colonização por MRSA, contato domiciliar com abscesso cutâneo.

ABSCESSO E FURÚNCULO

Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Tratamento:

  • Abscessos pequenos podem drenar espontaneamente sem tratamento.
  • Uso de antibióticos sistêmicos pós- drenagem não é sustentado por evidências em populações adultas.
  • Estratégias de descolonização sugeridas: sabonete líquido com clorexidina, banhos de água sanitária, pomada nasal de mupirocina, inclusive para todos os contatos domiciliares. ➢ Esquema de descolonização: - Higiene: banho diário, unhas limpas e cortadas, evitar compartilhamento de itens pessoais. - Clorexidina 4% no banho, 1 vez/dia por 5 dias. - Shampoo de clorexidina 4% nos dias 1, 3 e 5. - Mupirocina nasal 2 vezes/dia durante 5 dias. - Sem evidências atuais para apoiar essas estratégias na prevenção de infecções recorrentes.

Celulite

Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Tratamento hospitalar:

  • Internação necessária para lesões na face, região cervical, lesões extensas ou pacientes em mal estado geral.
  • Solicitar culturas
  • Tratamento endovenoso com penicilina resistente a penicilinase (oxacilina: 100 a 200 mg/kg a cada 6 horas).
  • Alternativas: cefalosporinas de 2ª ou 3ª geração, amoxicilina ou ampicilina associada a inibidor de betalactamase, claritromicina ou mesmo a clindamicina.
  • Após 48 horas de melhora, trocar para antibiótico via oral de espectro semelhante.
  • Coleta de cultura das lesões (aspirado com agulha fina) e hemocultura fortemente recomendada. ➢ Considerações adicionais:
  • Escolha do antibiótico deve considerar o perfil de resistência local.
  • Culturas são fundamentais para avaliar o perfil de resistência.
  • Mudança de esquema recomendada com 10 a 15% de resistência ao antibiótico de primeira linha. Figura 8 Celulite periorbitária bilateral: edema e eritema de limites mal definidos em ambos os olhos.

➢ Definição de erisipela:

  • Infecção bacteriana da derme superficial e tecido linfático.
  • Geralmente causada por Streptococcus do grupo A, mas também pelos grupos B, C, G e ocasionalmente Staphylococcus. ➢ Porta de entrada e localização:
  • Bactéria geralmente penetra através de trauma na pele (ferimentos, queimaduras, picadas de insetos).
  • Pode ter origem hematogênica.
  • Preferencialmente localiza-se na face e membros inferiores. ERISIPELA Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria

ERISIPELA Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria ➢ Diagnóstico e culturas:

  • Culturas por aspiração com agulha fina indicadas para pacientes graves necessitando internação e casos decorrentes de lesões prévias (mordeduras de animais, imersão em água, imunossuprimidos).
  • Hemoculturas recomendadas, embora com baixa positividade (~5%). ➢ Complicações:
  • Abscessos, fasceíte necrosante, sepse.

ERISIPELA Tratado de pediatria (volume 1) - Sociedade Brasileira de Pediatria

➢ Tratamento:

  • Semelhante ao da celulite, dependendo da extensão e

localização.

  • Casos leves: penicilina benzatina intramuscular,

penicilina V oral, ou macrolídeos como eritromicina e

azitromicina.

  • Terapia parenteral considerada para crianças com

infecção persistente ou progressiva após 48 a 72 horas

de terapia oral.