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Guias e Dicas
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Uma Reunião Inesperada: Um Encontro Emocionante entre Isabel e Gray, Notas de aula de Tradução

Neste texto, encontramos a história de isabel, uma mulher que, apesar de ser casada com gray, raramente o via. Após anos de silêncio e ausência, isabel se encontra com gray, que agora é um homem mais velho e mais forte. A reunião é marcada por uma atmosfera opressiva e por questionamentos sobre o passado e o presente da relação entre eles. O texto despertou minha curiosidade sobre as intenções de gray em relação a isabel e sobre as razões por trás de sua longa ausência.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Birinha90
Birinha90 🇧🇷

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Sylvia Day
INCONTROLÁVEL
Tradução
Maria Ponce de Leão
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Sylvia Day

INCONTROLÁVEL

Tradução Maria Ponce de Leão

SYLVIA DAY

com a aparência, Isabel parou com uma imprecação. Era apenas Gray. E nem repararia nela!

  • No escritório?
  • Sim, milady. O cenário daquele dia. Isabel assentiu e endireitou os ombros, dominando os ner- vos. Passou pela escada em caracol e entrou na primeira porta aberta à direita. Apesar da sua preparação física e mental, a visão do marido atingiu-a como um soco no estômago. De costas, parado junto à janela, parecia mais alto e definitivamente mais forte e musculoso. O torso finalizava numa cintura estreita, num traseiro de curvas perfeitas, e pernas longas e elegantes. Emol- durado pelas cortinas de veludo verde, a simetria impecável do corpo tirou-lhe o fôlego. Contudo, pela postura dele, Isabel sentiu uma atmosfera sombria e opressiva envolvendo-o e soube que Gray deixara de ser aquele jovem espontâneo e irresponsável que conhecera. Respirou fundo antes de abrir a boca e falar. Como que pressentindo a sua presença, Gray virou-se. Isa- bel sentiu um nó na garganta. Ele não era de forma alguma o homem com quem se ca- sara. Fitaram-se, emudecidos e imóveis por um longo momento. Apenas se tinham passado uns anos e parecia que decorrera uma eternidade. Grayson já não era de forma alguma um jovem. O tempo deixara as suas marcas nas linhas em redor da boca e dos olhos. Não eram linhas de felicidade, segundo podia ver, mas linhas vincadas, linhas de dor. Os olhos azuis, claros e bri- lhantes, que haviam levado tantas mulheres a apaixonarem-se por ele tinham agora uma coloração mais escura e sombria. Já não sorriam e pareciam ter visto muito mais do que o possível para o curto espaço de quatro anos. Isabel levou a mão ao corpete do vestido, tentando esconder a respiração ofegante.

INCONTROLÁVEL

Gray tinha sido um homem bonito. Agora, não havia pala- vras para descrevê-lo. Esforçou-se para respirar normalmente, sufocando uma repentina ameaça de pânico. Soubera lidar com o jovem, mas aquele… aquele homem não era domável. Se o tivesse conhecido assim, certamente teria ficado bem longe dele.

  • Como estás, Isabel? Até mesmo a voz mudara. Era mais grave. Levemente rís- pida. Ela não sabia o que lhe dizer.
  • Não mudaste nada – murmurou ele, aproximando-se. A antiga petulância desaparecera, cedendo a um tipo de con- fiança que se ganha após sobreviver ao inferno. Respirando fundo, Isabel inalou o familiar perfume dele. Um pouco mais forte, talvez, mas o cheiro era mesmo de Gray. Observando-lhe o rosto impassível, não conseguiu fazer mais nada além de encolher os ombros.
  • Eu deveria ter escrito – disse ele.
  • Sim, deverias – concordou Isabel. – Não só para me avisares da tua visita, mas antes, só para dizer que estava tudo bem. Estava muito preocupada, Gray. Ele indicou uma cadeira e esperou que ela se sentasse. Quando o marido se instalou na sua frente, Isabel reparou que, embora vestisse casaco e colete, as roupas eram de tecido simples. O que quer que tivesse feito naqueles quatro anos, aparentemente o trabalho não exigia vestimentas da última moda.
  • Sinto muito pela tua preocupação. – Um canto da boca curvou-se numa sombra do que fora o seu antigo sorriso radiante.
  • Porém, não podia dizer-te que estava bem quando não estava. Era-me impossível olhar para cartas, Pel. Não porque fossem tuas. Durante anos, evitei toda e qualquer correspondência. Mas agora… – Fez uma pausa e contraiu os maxilares num gesto determinado. – Não vim fazer uma visita.
  • Não? – retorquiu Isabel, sentindo um frio no estômago. A camaradagem entre os dois tinha-se evaporado. Em vez do

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da minha própria mulher? – Agachou-se diante dela. – Sei que não é justo pedir-te tanto, Pel. Isso não fazia parte do nosso acordo. Mas as coisas mudaram.

  • Tu mudaste.
  • Céus, espero que seja verdade! Gray pegou nas mãos de Isabel, fazendo com que ela sentisse a calosidade dos dedos. Baixou os olhos e notou a pele queimada do sol e avermelhada pelo trabalho. Perto das suas mãos pequenas e alvas, o contraste era como o dia e a noi- te. Ele apertou-lhe levemente os dedos. Isabel ergueu o rosto e surpreendeu-se de novo com as marcas no rosto do ma- rido.
  • Não vou pressionar-te, Pel. Se desejares viver a tua vida como até agora, respeitarei a tua vontade. – Um ténue resquício do antigo sorriso brilhou novamente. – Devo-te muito, é verdade, mas estou disposto a insistir na tua companhia. Foi aquele lampejo do velho Gray que a tocou profunda- mente. Sim, a fachada mudara, talvez mais do que o interior, mas ainda havia um pouco do antigo charme que ela conhecia. De momento, era suficiente. Isabel sorriu de volta e o alívio de Gray foi visível.
  • Vou cancelar os meus compromissos desta noite para podermos montar uma estratégia. Grayson abanou a cabeça.
  • Por favor, não faças isso. Preciso reunir as minhas coisas e acostumar-me à ideia de estar outra vez em casa. Diverte-te esta noite. Em breve estarás demasiado ocupada comigo.
  • Então, aceitas um chá daqui a uma hora? – Talvez assim conseguisse induzi-lo a falar sobre a sua ausência.
  • Adoraria. Ela levantou-se e ele imitou-a. Céus, como ele era alto! Sempre o fora? Já não se lem- brava. Abafando a surpresa, Isabel virou-se para a porta. Gray

SYLVIA DAY

continuava a agarrar-lhe na mão, que soltou com um atrapalhado encolher de ombros.

  • Vemo-nos daqui a uma hora, Pel.

Gerard esperou até Isabel sair da sala e afundou-se no sofá. Sol- tou um gemido. Desde que partira, a insónia era um tormento recorrente. Precisava de exaustão física para conseguir dormir e por isso trabalhava nas plantações das suas inúmeras proprie- dades e acostumara-se a dores musculares. O corpo nunca lhe doera tanto como naquele momento. Não se tinha apercebido do seu estado de tensão até ficar sozinho e a sedutora fragrância floral da sua mulher se ter dissipado no ar. Isabel sempre fora tão bonita? Não se lembrava. Certamente usara a palavra «bonita» para descrevê-la nos seus pensamentos, mas a realidade situava-se para lá de uma simples expressão oral. Os cabelos tinham mais fogo, os olhos mais brilho, a pele mais luminosidade do que se recordava. Naqueles quatro anos, ele dissera «minha mulher» centenas de vezes ao pagar as contas e ao lidar com outras questões rela- cionadas com ela. Contudo, até àquele momento, nunca ligara a condição de esposa ao rosto e ao corpo de Isabel Grayson. Gerard passou a mão pelo cabelo, interrogando-se sobre a sua sanidade metal ao propor-lhe o acordo de casamento. Quando Pel entrara no escritório, tudo o mais desaparecera. Como não notara antes tanto carisma? Não tinha mentido ao dizer que ela não mudara. Mas, pela primeira vez, vira-a real- mente. E, na verdade, só nos últimos dois anos começara a ver tantas outras coisas que nunca enxergara antes. Como aquele escritório. Olhou em volta e sorriu. Verde-escuro forrado a painéis de nogueira escura. O que diabo lhe passara pela cabeça? Ninguém poderia fazer devidamente a sua contabilidade num lugar escuro como aquele! E ler estava totalmente fora de questão.

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Isabel respirou fundo antes de dar permissão a Gray para entrar. Ele abriu a porta, mas ficou parado na ombreira, hesitante. Mais uma surpresa, pois Lorde Grayson nunca esperava. Passava à ação mal lhe ocorria um pensamento e era assim que se metia frequentemente em sarilhos. Fitou-a por um longo momento. O suficiente para fazê- -la arrepender-se da decisão de o receber de roupão. Após ter refletido durante mais de meia hora, decidira agir como antes. Quanto mais depressa voltassem à antiga rotina, mais confor- tável seria para ambos.

  • Provavelmente, a água já deve ter esfriado – murmurou ela, trocando a cadeira do toucador pela chaise-longue. – Mas sempre fui a única a tomar chá.
  • Eu preferia conhaque. Gray fechou a porta, ofertando-lhe um breve momento para que saboreasse o som da sua voz. Isabel ficou surpreendida por notar nesse momento a leve rouquidão na voz, o que lhe falhara antes.
  • Serve-te – convidou, apontando para a bandeja de prata onde estavam dispostos um serviço de porcelana, uma garrafa de conhaque e copos. Gray esboçou um leve sorriso.
  • Sempre a pensares em mim. Obrigado. – Olhou em volta.
  • Está tudo exatamente como me lembrava. Com as paredes e o teto revestidos de cetim branco, sempre tive a impressão de estar numa tenda.
  • É o efeito que eu pretendia – retorquiu Isabel, descon- traindo-se e enroscando as pernas.
  • Ah, sim? Sentou-se na frente dela, colocando os braços nas costas do sofá. Isabel não conseguiu afastar a lembrança de como ele costumava rodear-lhe os ombros daquela maneira. Nessa altura, não prestara atenção. Essa versão de Grayson era meramente exuberante.

INCONTROLÁVEL

Também não era tão robusto, então.

  • Porquê uma tenda, Pel?
  • Nem imaginas como esperei que me fizesses essa per- gunta – confessou Isabel, rindo.
  • Porque não perguntei antes?
  • Nós não falávamos sobre essas coisas.
  • Não? – No olhar dele também parecia existir o riso.
  • Sobre o que falávamos? Ela ia servir-lhe um conhaque, mas ele abanou a cabeça.
  • Sobre ti, Gray.
  • Sobre mim? – inquiriu, erguendo as sobrancelhas.
  • Decerto não o tempo todo.
  • Quase o tempo todo.
  • E quando não falávamos de mim?
  • Bem, falávamos das tuas enamoradas. Gray forçou um sorriso e Isabel riu, lembrando-se de como se divertia numa simples conversa com ele. Depois, notou como ele a fitava, como se não tivesse nada a apontar-lhe. Deixou de rir.
  • Eu era insuportável, Isabel. Como me toleravas?
  • Gostava de ti – respondeu com sinceridade. – Nunca houve mal-entendidos, pois dizias sempre o que pensavas. Ele olhou por cima do seu ombro.
  • O retrato de Pelham continua pendurado na parede – comentou, voltando a fitá-la. – Amaste-o assim tanto? Isabel virou o pescoço para olhar a pintura atrás dela. Ten- tara, tentara mesmo desenterrar qualquer vestígio do amor que outrora sentira por ele, mas o seu ressentimento era demasiado profundo. Não tinha conseguido.
  • Amei. Hoje já não consigo recordar o que senti por ele, mas, numa época muito distante, amei-o desesperadamente.
  • Por isso evitas compromissos sérios, Pel? Ela voltou-se e encarou-o com os lábios premidos.
  • Nunca discutimos assuntos pessoais.

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musculoso que a prendia. – O que queres? – Tinha a boca seca. – Decidiste subitamente mudar as regras?

  • E se assim for?
  • Bem, teríamos de nos separar e destruiríamos a nossa ami- zade. Não somos o tipo de pessoas que se apaixonam para sempre.
  • Como sabes que tipo de homem sou eu?
  • Sei que tinhas uma amante enquanto juravas amar outra mulher. Isabel fechou os olhos ao sentir os lábios mornos e entrea- bertos roçando-lhe o pescoço.
  • Disseste que mudei, Isabel.
  • Nenhum homem muda assim tanto. Além disso, eu… eu tenho alguém. Gray virou-a de frente. As mãos dele segurando-lhe os pulsos eram quentes e o olhar ardente. Ela conhecia aquele olhar. Era o olhar com que Pelham a conquistara, o olhar que ela não admitia nos seus amantes. Paixão, desejo… eram sem- pre bem-vindos. Mas apetite carnal era algo para se evitar a qualquer custo. O olhar faminto varreu-a da cabeça aos pés, uma e outra vez. Os seus mamilos enrijeceram e tornaram-se visíveis sob o vestido. A avaliação deteve-se nesse ponto e um som estranho escapou da garganta de Gray, ao mesmo tempo que os lábios se entreabriam, ofegantes.
  • Isabel. – Ele tocou ao de leve no seio dela e, com o polegar, circulou o mamilo enrijecido. – Não podes dar-me uma oportunidade para provar que sou digno de ti? Ela escutou o seu gemido ofegante, sentindo as pulsações aceleradas. Os lábios de Gray baixaram ao encontro dos dela e ela inclinou a cabeça para trás, esperando. E ansiando. O ténue ranger da porta quebrou o encanto. Isabel afas- tou-se rapidamente. Tapou a boca com a mão para esconder os lábios trémulos.

SYLVIA DAY

  • Milady? – A voz da criada de quarto chegou do corredor.
  • Devo voltar mais tarde? Gray aguardou ofegante, com as faces coradas. Isabel não tinha dúvidas de que, se dispensasse a criada, estaria rapidamente na cama, nos braços do marido.
  • Entra – respondeu à criada, tentando esconder a nota de pânico na sua voz. Com os diabos! Aquele novo marido fizera com que o desejasse, com tal necessidade que chegava a doer, uma neces- sidade para a qual se considerava demasiado velha e prudente para senti-la novamente. Era o pior pesadelo que poderia acontecer na sua vida. Gray fechou os olhos por um momento, recompondo-se, enquanto a criada varria e se dirigia ao roupeiro.
  • Vamos às compras amanhã, Pel? – perguntou num tom espantosamente calmo. – Preciso de roupas novas. Tudo o que Isabel conseguiu foi confirmar com um aceno de cabeça. Com uma elegante reverência, Gray saiu, mas a sua pre- sença conservou-se bem definida na mente de Isabel, por muito tempo ainda.

Gray atravessou o corredor em direção aos seus aposentos. De repente, parou e apoiou-se na parede forrada de damasco ver- melho. Fechou os olhos e praguejou. O seu plano para reatar o relacionamento com a mulher fracassara no momento em que tinha aberto a porta. Devia ter-se preparado melhor, deveria ter imaginado as reações do corpo ao deparar-se com Pel, usando um vestido de cetim preto, um ombro destapado, deitada numa chaise-longue. Mas como poderia saber? Nunca se sentira assim antes! Pelo menos, não que se lembrasse. Quantas vezes tinham conver- sado naquele quarto de vestir? Contudo, naquela época, estava