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IGREJA CENTRADA (Pós- modernidade). Sandro Pereira1. RESUMO. Este artigo tem a intenção de chamar a atenção para o trabalho pastoral.
Tipologia: Notas de estudo
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Sandro Pereira^1
Este artigo tem a intenção de chamar a atenção para o trabalho pastoral nas cidades, onde a percepção da pós-modernidade é maior, onde o caos do desenvolvimento, e crescimento urbano é experimentado, onde a reflexão sobre o contexto deve ser constante. O pastor urbano é desafiado a analisar seu trabalho mediante os novos rumos e perspectivas que as cidades oferecem às pessoas e as igrejas.
modernidade.
This article has the intention of calling the attention for to I work pastoral in the cities, where the perception of the powders modernity is larger, where the chaos of the development, and urban growth is tried, where the reflection on the context should be constant. The urban shepherd is challenged to analyze his/her work by the new directions and perspectives that the cities offer the people and the churches.
(^1) Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista de Guarulhos. Licenciatura em Ensino Religioso pela Faculdade de Teologia em Maringá. Mestrado em Divindade pela Cohen University, Torrence, LA, EUA. Doutorado em Ministério pelo Seminário Servo de Cristo São Paulo. sandropereira008@gmail.com
O relativismo pós-moderno: O conceito de pós-modernidade tornou-se nos últimos anos, um dos mais discutidos nas questões relativas à arte, à literatura ou à teoria social, mas a noção de pós-modernidade reúne rede de conceitos e modelos de pensamento em “pós”, dentre os quais, pode-se elencar alguns: sociedade pós-industrial, pós-estruturalismo, pós-fordismo, pós-comunismo, pós-marxismo, pós-hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo, pós-urbano, pós-capitalismo. A pós-modernidade coloca-se também em relação com o feminismo, a ecologia, o ambiente, a religião, a planificação, o espaço, o marketing, a administração. O geógrafo Georges Benko afirma que o “pós” é incontornável, o fim do século XX se conjuga em “pós”. Mal-estar ou renovação das ciências, das artes, da filosofia estão em uso.^2 As características da pós-modernidade podem ser resumidas em alguns pontos: propensão a se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas; colonização do seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural e social); celebração do consumo como expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências das meta- (^2) CAVALCANTE, Márcio Albino - Geógrafo da UEPB.
e na divergência, e que tem como meta pensar através da radical relatividade situacional de todo pensamento humano.^4 Ausência de valores: A pós modernidade passeia pela ávida sociedade de consumo, agora na fase do consumo personalizado, que tenta a sedução do indivíduo isolado até arrebanhá-lo para sua moral hedonista – os valores calcados no prazer de usar bens e serviços. A fábrica, suja, feia, foi o templo moderno; o shopping, feérico (fantasioso – mágico) em luzes e cores, é o altar pós-moderno. O pós-modernismo ameaça encarnar hoje estilos de vida e de filosofia nos quais viceja uma ideia tida como arqui-sinistra: o niilismo (aniquilamento), o nada, o vazio, a ausência de valores e de sentido para a vida. Mortos, Deus e os grandes ideais do passado, o homem moderno valorizou a Arte, a História, o Desenvolvimento, a Consciência Social para se salvar. Dando adeus a essas ilusões, o homem pós-moderno já sabe que não existe Céu nem sentido para a História, e assim se entrega ao presente e ao prazer, ao consumo e ao individualismo.^5 (^4) SALINAS, Daniel & SCOBAR, Samuel. Pós-modernidade: novos desafios à fé cristã. São Paulo: ABU, 2002. (^5) SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-moderno. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense,
Negação de valores e princípios: Pós-modernidade é uma atitude intelectual que se expressa numa série de expressões culturais que negam os ideais, princípios e valores que constituem o suporte da cultura ocidental moderna. É uma época que está emergindo, substituindo aquela em que estamos inseridos, moldando cada vez mais nossa sociedade.^6 Era da tecnologia: Vive-se em uma sociedade que produziu a tecnologia da informação: Não há somente revistas, jornais, cinemas e TV, mas também a Internet, aparelhos de fax, entradas para CDs, e-mails...e a lista continua. As pessoas são constantemente bombardeadas por informações de todos os tipos. Esta sobrecarga de informação tem levado muitas pessoas a desistirem de tomar decisões da forma antiga e racional”.^7 O absoluto é descartado: Uma característica da pós-modernidade é a não aceitação do absoluto: As pessoas estão descartando casualmente os absolutos morais que sempre eram honrados. Os crentes serão denunciados por pensarem em uma única verdade.^8 (^6) GRENZ, Stanley. Pós-Modernismo: Um Guia para Entender a Filosofia do Nosso Tempo. São Paulo: Vida Nova, 2008. (^7) BENTON, John. Cristãos em uma sociedade de consumo. São Paulo: Cultura Cristã, 2002. (^8) EDWARD VEITH, JR. Gene. De todo o meu entendimento – pensando como cristão num mundo pós-moderno. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
Através de pesquisas^11 foi possível constatar uma cultura de competitividade entre igrejas, entre que pastores e lideranças, que se acirram cada vez mais por crescimento e com uma espécie de lema: “a minha verdade é o meu método”. O que é verdade para uns, não precisa, necessariamente, ser verdade para outros. Ninguém detém a verdade; cada um estabelece “sua verdade”, assinalando, pois, o retrocesso na história e na forma de pensar, como no livro do Juízes: “Naquele tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que bem queria”.^12 O momento histórico de Juízes parece até pós-moderno. É possível considerar que a intenção do autor de Juízes (a tradição diz ser Samuel – incerta), é finalizar seu livro com um versículo que dá a ideia da falta de um rei e suas implicações na vida das pessoas, pois um rei estabelece decretos, institui liderança e estipula objetivos. Se hoje a liderança é pós-moderna, se misturam as várias ideologias, interesses de grupos e de classes sociais – não há referências reguladoras. Uma divisão hipotética da história seria: Na pré-modernidade Deus governa – Na modernidade o homem governa – Na pós- modernidade todo mundo governa. Não é possível abrir mão do princípio ético bíblico, pois é dever continuar ser sal e luz, ou seja, fazer a diferença - sempre. Se há uma (^11) Pesquisas para tese de doutorado em teologia - Sandro Pereira, 2011 – 2016, Seminário teológico Servos de Cristo, São Paulo. (^12) Juízes 21.25 – Bíblia Nova Versão Internacional.
crise de valores éticos e morais na sociedade, isso não deve ser comum e natural aos cristãos. Pensando no princípio hermenêutico, no que diz respeito à interpretação bíblica, o ministro, não deve interpretar a Bíblia do ponto de vista particular e subjetivo, sem considerar regras e normas concernentes à hermenêutica (gramática, história, cultura, política, economia de época). Nesse sentido, infelizmente, constatamos que por causa da falta de observância desses princípios por parte daqueles que exercem o ministério pastoral, muitos passaram a viver as suas vidas cristãs irrefletidamente, sem compromisso com os valores do Reino de Deus, sem princípios, sem bom testemunho e sem alcance na comunidade.
As cidades estão relativizadas, individualizadas e privatizadas, talvez mais do que se imagina. Muitos pastores que exercem seus ministérios nas cidades, portanto, mais próximos do contexto do pós- moderno e do caos, não sabem ou não se preocupam com os perigos que afetam diretamente seus ministérios, a igreja, a pregação bíblica, a evangelização, missões e, sobretudo, o comportamento e posicionamento cristão. Esse artigo tem, intencionalmente, o objetivo de conscientizar e mobilizar pastores, líderes, ministros e seminaristas, para o resgate do
o fim. Pastorear com dedicação, seriedade, reflexão e fidelidade aos princípios das Sagradas Escrituras.
Há livros teológicos que tratam especificamente sobre os fundamentos bíblicos da igreja. São obras importantes, mas nem sempre contêm ajuda prática. Os outros tipos de obras abordam modelos de Ministério. São obras úteis em alguns aspectos, mas com praticidade limitada. O livro Center Church^14 - Igreja Centrada, título em português, pode ser uma ferramenta muito útil para reflexão. Timothy Keller é pastor em um contexto caótico, perigoso e pós-moderno, Nova York
Em Igreja Centrada (título em português), a Igreja deve preencher o espaço entre fundamentos doutrinários e formas de "como fazer" do Ministério. O grande desafio do ministério é saber levar o Evangelho para uma determinada configuração cultural e seu momento histórico. Isto é algo mais prático do que ensinar apenas doutrinas. É muito mais teológico do que “siga esses passos”. Para muitos ministros falta a visão clara, articulada e realizada. O estilo de “copiar e colar” que muitos adotam é ineficaz. Isso acontece porque o que trabalha em São Luís, São Paulo ou no Sul do Brasil não precisa exatamente do que é necessário em Nova York. Em geral precisamos de um estilo de ministério que se encaixa em nosso contexto com nosso povo. Mas isso significa que é essencial pensar através das bases doutrinais e do contexto cultural. São três as dimensões de uma visão teológica-ministerial, usadas por Keller: Evangelho; Cidade; Movimento. Evangelho: Para transformar a cultura ao nosso redor, precisamos pregar evangelho único e verdadeiro. Cidade: As cidades – zonas urbanas, influenciam a nossa cultura e estabelecem, negativamente ou positivamente, a maneira como o trabalho pastoral é feito. Movimento: A igreja precisa ser missionária, mobilizada e plantadora de novas igrejas. Essas três dimensões nos faz pensar em renovação contínua da prática do Evangelho em nossas igrejas. É possível manter a doutrina e ao mesmo
Todos os ministros deveriam considerar a adoção de uma filosofia ministerial que orienta a igreja e seus líderes para fora da igreja, do interior para o exterior. Conectar as pessoas na igreja com evangelismo, comunhão e justiça social, é chave para um desenvolvimento eficaz e saudável da igreja. Esta é uma visão teológica-ministerial abrangente segundo Keller. Algo interessante a considerar é que Keller em Center Church não nos diz como fazer o ministério. Timothy Keller é bem-sucedido em Manhattan, mas diz que ainda está aprendendo a fazer o ministério. Como ele, precisamos buscar ferramentas adequadas para desenvolver a nossa própria filosofia de ministério que seja eficaz e culturalmente relevante. Isto é sem dúvida um exercício constante e que demanda esforço, disposição, coragem e boa dose de vontade com relação à cidade que estamos onde se ministra. Brasileiros, pastores, líderes, missionários, urbanos, precisam de uma ampla visão teológica que liga a doutrina evangélica clássica para holística e uma vibrante expressão de ministério, particularmente no contexto globalizado e pós-moderno. Devem empenhar muito esforço para traduzir crenças teológicas em ministério frutífero nos lugares que somos chamados a alcançar. Não basta simplesmente saber no que acreditar (teologia) ou, por outro lado, como fazer o ministério (metodologia), precisamos de algo entre os dois. É necessário pensar sobre o ministério em uma cultura
que não acredita mais que o cristianismo é uma força para o bem, e muito menos a origem da verdade revelada na pessoa de Cristo.
Propõe-se que, os pastores, líderes, ministros, missionários, professores de teologia e seminaristas adotem uma conduta que: 1) Perseverança em pregar o evangelho da graça de Jesus Cristo que muda tudo; mudança a ser efetuada nos corações, comunidade, cidade e no mundo. 2) Fazer uso de uma abordagem positiva para a nossa cultura – aprender a afirmar que as cidades são maravilhosas, estratégicas e carentes do evangelho. 3) Evitar construir própria tribo