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HISTÓRIA RELAÇÃO DA TECNOLOGIA NA VIDA DE EDUCADORA, Teses (TCC) de Técnicas Computacionais

Ao reportar às minhas primeiras experiências em relação à tecnologia em minha, vem em minha mente a vaga lembrança da casa de avó materna, em cuja sala tinha um daqueles grandes e imponentes rádios que tinha uma caixa de madeira, que ficava, como era de costume, em todas as casas da época naquela cidade numa prateleira bem alta. Deve-se esclarecer que, mesmo esta passagem ter ocorrido já no final da década de 70 e início dos anos 80, o rádio era ainda na minha cidade o veículo de maior repercussão, já que naquele tempo os avanços tecnológicos demoravam a chegar e era muito difícil adquirir quaisquer aparelhos, e o rádio era tido pela maioria das famílias um objeto de luxo, por isso mesmo ficava num lugar de destaque, mas longe do alcance de crianças e curiosos. I

Tipologia: Teses (TCC)

2010

Compartilhado em 05/06/2025

clercia-rocha
clercia-rocha 🇧🇷

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CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
A TECNOLOGIA EM MINHA VIDA:
HISTÓRIA DA MINHA RELAÇÃO COM A TECNOLOGIA
Clércia Maria Souza Rocha
CATALÃO
2010
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CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A TECNOLOGIA EM MINHA VIDA:

HISTÓRIA DA MINHA RELAÇÃO COM A TECNOLOGIA

Clércia Maria Souza Rocha

CATALÃO

CLÉRCIA MARIA SOUZA ROCHA

A TECNOLOGIA EM MINHA VIDA:

HISTÓRIA RELAÇÃO DA TECNOLOGIA NA VIDA DE EDUCADORA

Trabalho apresentado ao curso de Pedagogia da Faculdade Albert Einstein, Instituto de Educação Filadélfia, para fins de avaliação parcial da disciplina Tecnologia aplicada à Educação, sob a orientação do Prof. Wolney Honório. CATALÃO – GO

A toda hora rola uma história Que é preciso estar atento A todo instante rola um movimento Que muda o rumo dos ventos Quem sabe remar não estranha Vem chegando a luz de um novo dia O jeito é criar um outro samba Sem rasgar a velha fantasia ( PAULINHO DA VIOLA, Rumo dos ventos)

A TECNOLOGIA EM MINHA VIDA:

HISTÓRIA RELAÇÃO DA TECNOLOGIA NA VIDA DE EDUCADORA

Ao reportar às minhas primeiras experiências em relação à tecnologia em minha, vem em minha mente a vaga lembrança da casa de avó materna, em cuja sala tinha um daqueles grandes e imponentes rádios que tinha uma caixa de madeira, que ficava, como era de costume, em todas as casas da época naquela cidade numa prateleira bem alta. Deve-se esclarecer que, mesmo esta passagem ter ocorrido já no final da década de 70 e início dos anos 80, o rádio era ainda na minha cidade o veículo de maior repercussão, já que naquele tempo os avanços tecnológicos demoravam a chegar e era muito difícil adquirir quaisquer aparelhos, e o rádio era tido pela maioria das famílias um objeto de luxo, por isso mesmo ficava num lugar de destaque, mas longe do alcance de crianças e curiosos. Isto era uma tortura, para uma criança tão curiosa e com mente borbulhante de imaginação. Desta forma, o que diz Barato, tecnologia se constitui realmente em imaginação, tanto é que temendo o peso das chineladas e cortes do chicote no corpo, resistia bravamente a vontade de utilizar de tamboretes e outros artifícios para ligar o rádio e escutar aqueles programas maravilhosos e esperava ansiosamente a hora de meus tios chegarem da lida na roça, se preparem para jantar e assim ligar o aparelho. Isto pode parecer uma grande tolice hoje, em que as crianças parecem já nascer programadas para ligar botões e acessar comandos, mas na minha infância o torcer o botão para ligar e desligar o rádio significava poder, somente quem tinha poder na casa ligava, tanto é que as mulheres da casa não ousavam realizar esta façanha, que era restrita aos homens. Assim, quando chegava a esperada hora, me sentava na sala com meus tios, ajudava os a tirar as botinas ( e isto era um sacrifício terrível, já que tinha que se ter um estômago poderoso para ignorar o odor advindo das famigeradas botinas), levava estas para o terreiro, buscava o prato de comida feito pela minha avó para eles e me recostava como um ser agraciado para escutar o programa do “Zé Bete”. Aí minha cabecinha ia a mil, imaginava que o rádio era povoado por seres minúsculos que dormiam o dia todo e à noitinha, quando meus tios chegavam, eram acordados pelo torcer de botão. Para mim, os locutores eram anõezinhos que moravam num mundo mágico e quase

as brigas corriqueiras, só queríamos TV, mas depois de algum tempo, a vontade de ver TV foi sendo diminuída e hoje, posso dizer que TV me dá sono. Destarte, quando falamos em tecnologia aplicada à educação, precisamos antes mais pensar que não basta utilizar os artefatos e nem preparar os professores para usar as máquinas. Aliás, isto pode bem evidenciado quando penso na consolidação do projeto de uso das TICs na escola, ora quando o MEC implementou o laboratório de informática, era de consenso que o laboratório deveria ter técnicos em informática e oferecer cursos de informática, foi um longo processo até a compreensão que a razão dos computadores estarem na escola não era para capacitar os alunos em informática, já que isto pode ser feito em cursos técnicos e até mesmo pelo uso destas máquinas que estão acessíveis estes em diversos outros ambientes que não a escola, mas a partir da prática do professor incitar os alunos a construção de um conhecimento mais significativo. Assim, a escola deve promover meios para que a informação que ele retira das tecnologias (sejam elas quais for) em conhecimento reflexivo. Desta maneira, a tecnologia não deve ser usada para atualizar suas aulas, já que se fizer isto estará apenas transportando a sua prática e encaixa-la dentro dos velhos moldes, não há nem mudança de postura tampouco conseguir-se-à promover uma educação emancipa tória, mas está se novamente reproduzindo a educação bancária, aquela mencionada por Freire, que consiste na reprodução de conteúdos, sem a ação da imaginação, força que implica na construção de uma reflexão sobre e assim possibilita compreender o que há por detrás das aparências, questionando as formas de dominação e tentativa alienação das mídias. Daí acredita-se que o técnico, que domina a operacionalização da máquina, não seje capaz de proporcionar a construção de ambientes de aprendizagem significativa, ora a figura do professor não será nunca extinguida, ora como afirma Ravictch ( Apud Barato: 2010 p. 14), “a tecnologia [TIC] pode suplementar as escolas, não substituí-las. Mesmo as tecnologias eletrônicas [ ferramentas] mais avançadas são incapazes de converter seus mundos de informação, uma forma mágica intelectual que requer professores competentes e preparados.” Afirmação de Ravicthc remete-me a um trecho célebre de Érico Veríssimo em Olhai os Lírios do Campo : Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça ao dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que tem de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?

Está claro que não devemos ficar deitados à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausar para olhar os lírios do campo e as aves do céu. Há na Terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços, enquanto os aproveitadores sem escrúpulos engendram os monopólios ambiciosos, as guerras e as intrigas cruéis. Temos de fazer-lhes frente. É indispensável que conquistemos este mundo não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão. Quando falo em conquista, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação. Precisamos, portanto, de criaturas de boa vontade, que orientem a sua ambição, o seu ímpeto construtor e a sua coragem num sentido social e não apenas egoisticamente pessoal. ( In: O Typhis Pernambucano) Assim, acredito que nada adianta colocar máquinas e máquinas na escola se não se investe no humano, se não se valoriza o profissional que está, se não se investe na relação que faz entre educador e educando, se não se entende que a educação é construção e como dizia Paulo Freire “educação em comunhão”, um processo em quem ensina também aprende, e que aprende tem muito a ensinar. Aliás, percebo bem esta relação no uso das tecnologias mais avançadas, já que meus alunos de ensino médio tem tamanha familiaridade com elas e sempre que propõe realizar um projeto que requer tecnologias, os mesmos utilizam de tantos recursos e com tanta facilidade e me mostram que algo que julgava coisa de outro mundo, é tão fácil, que a educadora se torna aprendiz. Assim, o educar transforma-se num caminho trilhado junto, eles dominam a tecnologia, o professor aprende com eles e incita-os a usar esta reflexivamente, a pensar sobre a mesma e questionar o cotidiano. Ora, o professor deve ser a pessoa de vontade, que tem coragem trilhar os caminhos para consolidação desta construção contínua, mas para tanto deve ser qualificado e valorizado, já que a tecnologia não se constitui panacéia para a educação, ela não trará sozinha a revolução que faz se necessário, são os homens, as almas que estão dentro dos edifícios que farão a mudança.