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História da Arte em 20 Lições oferece uma opção atualizada sobre as principais fases da arte ocidental, procurando atender leitores que buscam informações precisas, segundo as pesquisas mais recentes.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Ricaldes, João (1962 - )
História da Arte em 20 Lições. Mogi Mirim, Edição do Autor, 2016, 60 páginas. ISBN: 978-85-919252-1-
Para Laura, Pedro e Júlia
História da Arte em 20 Lições oferece uma opção atualizada sobre as principais fases da arte ocidental, procurando atender leitores que buscam informações precisas, segundo as pesquisas mais recentes.
Em primeiro lugar procura se alinhar ao desenvolvimento da pesquisa em história da arte, que tem conhecido um crescimento precioso com novas teses e novas abordagens, principalmente sobre a arte brasileira e que não podem mais ser negligenciadas no ensino básico.
Também se apresenta como um roteiro de aula aos professores do Ensino Médio e cursos pré- vestibulares, combinando o caráter de atualização com o formato sucinto e esquemático que possa ser ampliado pelo próprio professor, segundo seu planejamento e suas metas pedagógicas.
Direciona-se ainda aos estudantes que se preparam para os vestibulares, tanto os exames que recentemente incluíram tópicos da história da arte em seus programas (como Enem, Unicamp e Fuvest), quanto aqueles que tradicionalmente trabalham com arte, principalmente na região sul do País (UEL, UEM e federais)
Finalmente, o presente manual também tem a intenção de oferecer uma resposta rápida e precisa a todos os interessados em arte em geral, principalmente aos adeptos do turismo cultural.
Para redução dos custos de edição e do valor ao consumidor, este livro contém número reduzido de imagens. Recomendo ao leitor a visita ao acervo amplo e detalhado de imagens aqui abordadas através do site do Projeto Humanarte, segundo o endereço indicado no alto da primeira página de cada capítulo.
Boa leitura
João Ricaldes Julho de 2016
I -Arte na Pré-história www.humanarte.net/1-pre-egito.pdf
Lascaux, França, 15. a.C
Serra da Capivara, Piauí
No Paleolítico surgem as primeiras manifestações artísticas da humanidade. Neste período em que as comunidades dependem exclusivamente da caça, da pesca e da extração de alimentos da natureza, aparecem objetos decorados e pinturas nas paredes e tetos das cavernas. Nota-se um nítido traço naturalista, demonstrando a habilidade para representar figuras tridimensionais, como animais e cenas do cotidiano (festas, rituais). A capacidade de observação sensorial presente no dia-a-dia reflete-se no detalhismo e no naturalismo das figuras. A representação de vários animais (cavalos, mamutes, bois, veados) é comum, como se pode observar na caverna de Lascaux, França - sítio arqueológico descoberto em 1940 e também em Altamira, na Espanha.
Animais ferozes e temidos são representados com traços largos que insinuam força e movimento. Animais como renas e cavalos aparecem com traços que demonstram leveza e fragilidade. Como a maioria das pinturas rupestres se apresentam no fundo das cavernas pré-históricas, supõem-se que deveriam ter alguma função ritual, não acessível a todos. Outra hipótese, mais provável, é a de que as representações de animais tinham a função de preparar os caçadores para o momento do enfrentamento e abate. Assim, a função psicológica da pintura aproximaria o homem da Idade da Pedra aos homens dos períodos posteriores, inclusive atualmente, no sentido de revelar certa crença no poder mágico da imagem. De posse da imagem, o homem manteria o contato e até mesmo o controle do objeto real (como fazemos com os retratos das pessoas queridas)
No Neolítico, as comunidades passam a se sedentarizar e utilizar a agricultura e a pecuária como fonte principal da alimentação. O poder de observação da natureza deixa de ser essencial, refletindo na arte que progressivamente abandona os traços realistas e adota um estilo geométrico, sintético e até abstrato.
No Brasil são encontradas pinturas rupestres em todas as regiões. O principal sítio arqueológico é o Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí, Patrimônio Mundial da Unesco, onde se encontram numerosas pinturas de pequeno porte com cenas de caça, dança cerimonial, lutas, afetividade, sexo.
II. Arte no Egito Antigo
A principal característica da arte egípcia é sua monumentalidade e seu papel de servir à religião. É marcada por regras rígidas, com poucas oscilações no longo período desta civilização. Seu traço principal é a lei da frontalidade na pintura: rosto de perfil com olhos de frente; tronco de frente; pernas e braços de perfil. Trata-se de um artifício para obter a representação máxima da figura de seus deuses e reis, ambos merecedores do máximo de reverência.
Na arquitetura monumental indica o sentido da eternidade da alma que, para os egípcios,
www.humnarte.net/2-classica.pdf
A arte grega impactou o Ocidente por pelo menos dois mil anos, legando noções de dinamismo na escultura, de naturalismo e tridimensionalidade na pintura, além de criar as três ordens da arquitetura clássica (dórica, jônica e coríntia). A arte romana acrescenta à herança grega o arco, a abóbada, o anfiteatro, o aqueduto e o arco do triunfo.
Ordem dórica: masculina Ordem jônica: feminina
1. Arte Grega
É interessante acompanhar a transformação da escultura grega, desde o período arcaico (séculos VIII a VI a. C.) até o helenístico (século IV a II a. C). No período arcaico ainda se nota certo imobilismo nas esculturas masculinas, com braços colados ao corpo, tronco ereto, denotando um evidente traço herdado da arte egípcia. No período clássico (século VI a IV a.C.), os deuses de mármore soltam a cintura, elevam os braços e insinuam alguns passos, com graça, equilíbrio e leveza. Já no período helenístico, o movimento se torna atribulação, ansiedade e até tragédia, como no conjunto chamado “Laooconte e seus filhos”, que representa a morte do sacerdote troiano que tentava alertar seu povo sobre a construção do grande Cavalo grego. Duas serpentes são lançadas do mar por Poseidon contra pai e filhos.
Na arquitetura, os gregos definiram as três ordens: a austeridade do estilo dórico; a elegância do estilo jônico e o rebuscamento do estilo coríntio. Há uma conotação sexual nas proporções das ordens: o dórico representa o masculino, o jônico o feminino, e o coríntio associa os dois aspectos. Outro destaque da arquitetura grega é o teatro: esculpido na própria montanha, o conjunto formado por coro circular (palco) e arquibancada em semicírculo revela precisão geométrica, além de conhecimento de acústica. Assim, os teatros parecem recostar nas montanhas para receber a encenação de mitos, tragédias e comédias.
A arte grega, em sua fase clássica, legou à posteridade um profundo gosto pelo individualismo, humanismo e pelo naturalismo, traços da mentalidade grega forjados na rivalidade política e econômica das cidades-estados (Polis).
Contrastando com o sufocante coletivismo egípcio, o individualismo grego é estimulado nas disputas das cidades-estados pela preferência dos Deuses (Jogos Olímpicos), no conflito diário entre as classes, nas disputas pelas rotas comerciais do Mar Mediterrâneo, no Imperialismo Ateniense e na Guerra do Peloponeso (Atenas x Esparta). Admiradores da cultura grega, os romanos copiaram-lhe em seus traços essenciais, não sem inovações. Ou se mandavam trazer da Grécia esculturas, colunas e objetos de todo tipo, ou faziam cópias dos originais nas oficinas de Roma.
2. Arte Romana
Na arquitetura, os romanos acrescentaram à herança grega o arco e a abóbada etrusca, soluções
técnicas que possibilitaram distanciar uma coluna da outra, ampliar os espaços internos dos palácios e afastar os teatros de seu escoramento natural nas encostas de uma colina. Criaram-se, assim, em qualquer espaço, o anfiteatro, com arquibancada duplicada que oferece maior capacidade de público. Na pintura, os romanos apreciaram o uso decorativo de peças gregas, reproduzindo-as nas paredes internas das casas dos patrícios, procurando criar uma ilusão de profundidade e de espaço ampliado.
Os cuidados para administrar seu imenso território imperial, o maior de toda a Antiguidade, levaram os patrícios a desenvolveram uma mentalidade prática e imediatista, distante da abstração de seus colegas gregos. Esta mentalidade se verifica no uso eminentemente decorativo da pintura e na busca de soluções arquitetônicas adequadas à demografia do Império e a sua política do “pão e circo”, estratégia indispensável de controle das classes subalternas (escravos de guerra, plebeus e povos bárbaros das distantes províncias). Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de grandeza.
franciscanismo. Na terceira fase (final do século XIV) surge o gótico internacional, com padrões de composição mais complexos que serviriam de base para o renascimento do século XV. A pintura de todo o período gótico é executada sobre quatro tipos de bases materiais: afrescos, telas, vitrais e iluminuras.
www.humanarte.net/4-renscimento.pdf
O Renascimento, período que vai do século XV ao XVI, significou um retorno às formas e proporções da antiguidade greco-romana. Este movimento artístico começou a se manifestar na Itália, mais precisamente em Florença, um estado independente e um dos centros comerciais mais importantes do mundo.
Arte renascentista Arte maneirista ‘Nos séculos XIV e XV, a Itália era um conjunto de cidades-estados (repúblicas), em disputa entre grandes famílias burguesas, sem a estrutura centralizada e opressiva dos países absolutistas, o que lhe favorecia a criatividade, ao mesmo tempo em que ampliava o mercado de arte. As principais encomendas aos artistas do período são parte deste ambiente de disputas políticas e de projeção de uma imagem de poder das grandes famílias.
A riqueza material convive com a preocupação espiritual, constituindo-se assim um complexo contexto cultural em que o desprendimento das amarras coletivistas da sociedade feudal dá lugar à expressão da individualidade humanista até mesmo na relação com o sagrado.
As grandes inovações dos renascentistas italianos partem das conquistas já alcançadas pelas gerações anteriores, entre fins do século XIV e as primeiras décadas do século XV. A tridimensionalidade que já se insinuava no período gótico, agora ganha o aprimoramento da perspectiva geométrica e da perspectiva aérea, com sobreposição de cores que dão a sensação de estender uma paisagem ao infinito. A ilusão de realidade visual é acentuada também pela composição simétrica e pelo rigoroso trabalhado de estudo da anatomia humana e animal para reproduzir com intenso realismo as figuras abordadas. A figura humana é trabalhada a partir de modelos vivos e o efeito geral da somatória destes recursos é de uma certa elegância, equilíbrio e profunda expressão dos sentimentos, sob o controle da razão.
Principais artistas renascentistas italianos
Leonardo Da Vinci (1452 – 1519) inventa o sfumato, fusão do contorno ao corpo das figuras, criando assim fisionomias extremamente expressivas. Trabalha com pequenos contrastes de luz e sombra, não com linhas. “Não vemos linhas, a linha é uma abstração”, diz uma anotação sua.
Michelangelo Buonaroti (1475 – 1564), como escultor, se imagina como o libertador do personagem que habita dentro do bloco de pedra bruta. Ele fez renascer a escultura colossal da antiguidade. Como arquiteto destaca-se por ter projetado a Cúpula da Catedral de São Pedro. Como pintor dá especial destaque à musculatura humana de extremo vigor físico. Seus corpos geralmente descrevem um movimento de rotação sobre si mesmos. Foi ainda exímio criador de escorços.
Rafael Sanzio (1483-1520): fez da sua carreira um aprendizado permanente, assimilando o estilo de todos os seus antecessores de dos mestres contemporâneos. Adota o sfumato de Leonardo e aprende a musculatura das figuras de Michelangelo.
outras cidades.
2. Barroco
Barroco, período da arte ocidental entre os séculos XVII e XVIII, caracteriza-se pela monumentalidade das dimensões, exagero das formas e excesso de ornamentação. É um estilo marcado pela dramaticidade e explosão dos sentimentos. A pintura barroca procura se afastar das composições simétricas e geométricas do Renascimento, em favor da expressividade e do movimento.
O traçado das linhas e dos contornos se desfaz em composições esfumaçadas em rápidas pinceladas. O espaço é criado pelo contraste extremo do claro-escuro. Há uma nítida opção pelo drama, pelas cores exuberantes que realçam as áreas fortemente iluminadas em oposição a objetos, cenários e personagens que emergem da mais profunda escuridão.
Há historiadores da arte que costumam apontar uma curiosa diferença entre a execução barroca e a do renascimento. Neste último, a ação principal ainda não aconteceu, apenas aparece insinuada em um ato imediatamente anterior ao seu desfecho. No Barroco, a ação principal é nada menos do que o ponto de maior comoção, o ápice do drama. O Davi de Michelangelo, em sua estatura colossal, apenas concentra seu olhar titânico sobre o inimigo. Em Bernini, principal escultor barroco, seu Davi é capturado no momento em que atira a pedra em Golias.
Os traços do Barroco se desenvolvem em um contexto político e religioso muito peculiar. Nascido em Roma a partir das formas do século XV, logo se diversificou em vários estilos paralelos, à medida que cada país europeu o adaptava à sua própria cultura.
O Concílio de Trento (1545-1563) dedicou uma breve menção à função da arte no contexto da Contrarreforma, o que acabou sendo interpretada e utilizada como forte repreensão à falta de decoro na arte renascentista e maneirista, orientando pintores e escultores a usar suas habilidades para retratar temas bíblicos de forma clara e comovente.
De fato, o Barroco foi instrumento de propaganda não apenas da Contrarreforma, mas também dos regimes absolutistas. Sua missão deveria ser a transmissão de uma imagem de poder e grandiosidade através de uma estética vigorosa e sobrecarregada. É interessante notar que neste contexto a pintura religiosa, a pintura histórica e o retrato continuaram posuindo o maior status na hierarquia das modalidades de pintura. A natureza-morta e a pintura de paisagem também foram valorizadas no mundo católico, mas no protestante figuraram como setor principal, devido à visão luterana do pecado da idolatria.
Os principais pintores barrocos foram Caravaggio (1571-1610) na Itália; Peter Paul Rubens (1577-1640), Rembrandt (1606-1669) e Vermeer (1632-1675) na Holanda; Claude Lorrain (1600-1682) e Nicolas Poussin (1594-1665) na França; Diego Velázquez (1599 - 1660) e Bartolomé Esteban Murillo (1617 - 1682) na Espanha.
www.humanarte.net/6-barrocobras.pdf
O Barroco brasileiro desenvolve-se no século XVIII, quase 100 anos após o seu surgimento na Europa. Foi patrocinado pelas Ordens religiosas, entidades que lideraram a intensa vida espiritual da sociedade brasileira no período colonial e também no imperial. As primeiras construções deste estilo ocorreram no litoral brasileiro (Recife, Salvador e Rio).
Mosteiro de São Bento (Rio) fachada e interior
1. Características Gerais do Barroco Religioso
O barroco religioso forma-se como a arte da Contrarreforma, marcada pela reação à expansão da Reforma Protestante e pela conquista missionária dos novos continentes. As características mais marcantes são:
Nas igrejas luso-brasileiras, a associação típica é aquela que congrega os efeitos rutilantes da talha dourada aos do colorido quente das pinturas dos tetos e paredes e ao brilho suave dos azulejos. Podemos identificar dois momentos diferentes do Barroco no Brasil:
a) Barroco nacional português (denominação foi oficializada por Robert Smith, A talha em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 1962). Não tendo equivalentes em outros países europeus, ocorre nas três primeiras décadas do século XVIII.
www.humanarte.net/7-rococo.pdf
O rococó mantém as técnicas do claro-escuro, mas substitui temas religiosos pela alegria da vida na Corte. O rococó é um estilo de decoração de interiores surgido no início do século XVIII na França. Seu nome deriva da palavra concha (rocaille, em francês) justaposta à palavra barroco.
Proposta embaraçosa, Watteau (^) O Beijo Roubado, Fragonard Alguns historiadores consideram o rococó como um desenvolvimento do barroco, mas sua orientação é bem diferente, pois manifesta uma alegria na decoração carregada, distante da dramaticidade pesada e da religiosidade do barroco. De fato, a pintura rococó aproveita os recursos do barroco. No entanto, o rococó tenta, pelo exagero, comemorar a alegria de viver. Em alguns pintores deste período observa-se, como no barroco, o predomínio da construção de campos cromáticos esfumaçados, mais do que o uso de linhas e contornos definidos. As vestimentas ainda se mostram repletas de drapejados e de um volume em excesso. Também se observa o recurso ao claro-escuro.
Mas o rococó busca a suavidade da cor. As figuras retratadas são homens e mulheres da Corte, amantes da boa vida e da natureza. Os temas se referem à vida nos palácios, jardins, festas luxuosas nos salões, ou ainda, em paisagens bucólicas. Frequentemente as telas apresentam uma forte dose de erotismo, sensualidade e nus femininos bem provocativos.
A arte rococó se desenvolve nos regimes absolutistas de meados do século XVIII. Diferentemente do barroco, este novo estilo não procura retratar a grandiosidade e majestade das monarquias europeias, mas liga-se ao absolutismo de uma outra forma: busca ressaltar a alegria de viver, a futilidade e os temas prazerosos das cortes, alheias a problemas sociais e econômicos.
Ironicamente, as cortes e seus artistas mal podiam se dar conta de que viviam nos últimos momentos daquele regime político. O custo do luxo palaciano e a ascensão da burguesia corroíam as bases do absolutismo, que seria sepultado pela revolução Francesa de 1789 e pelas Guerras Napoleônicas.
Na Inglaterra o pintor William Hogarth ajudou a desenvolver uma base teórica para o conceito de beleza do Rococó. Em sua obra Analysis of Beauty (1753) argumenta que o Rococó se construía pelas linhas ondulantes e pela proeminência de curvas em S das figuras retratadas, produzindo assim um efeito sutil de graça e beleza, em oposição ao uso da linha reta e dos traços circulares do classicismo.
No entanto, este estilo já não deixa de ser moda predominante, a partir da década de 1760. Intelectuais como Voltaire criticam a superficialidade do Rococó e a degenerescência da arte causada por este estilo palaciano. Na década de 1780 é superado pela seriedade do Neoclassicismo e no período napoleônico é sepultado pela arte oficial do Império. Na Alemanha chegou a ser ridicularizado pela alcunha de “Estilo Zopf und Perücke” (rabo de porco e peruca).
www.humanarte.net/8-rococobras.pdf
O Rococó europeu foi uma reação aos exageros retóricos do Barroco e assumiu um caráter de arte da Corte, rejeitando temas ideológicos, religiosos e políticos. Muito associado a vida mundana da nobreza europeia do século XVIII, foi rejeitada pela Igreja Católica da França, mas adaptada na Europa Central para ambientes religiosos, o que teve impacto no mundo luso-brasileiro:
Igreja do Carmo - RJ “ Diferentemente do barroco religioso, atrelado desde cedo aos ideais da Contrarreforma católica, o rococó religioso não teve nenhum compromisso de origem com qualquer tipo de ideologia, de natureza religiosa ou até mesmo política. Criado na França por volta de 1730, no âmbito das decorações civis, foi inicialmente uma reação dos decoradores contra o excessivo peso ornamental do barroco, reação esta impulsionada pelas novas exigências de conforto da nobreza e da alta burguesia, nas novas decorações dos castelos ou residências urbanas da época.
Chamado na França de estilo "rocaille" ou Luís XV, o estilo foi rapidamente exportado para outros países europeus como um dos produtos da cultura francesa do século do Iluminismo. Sua adaptação à arquitetura religiosa foi, entretanto, problemática. Rejeitada pela Igreja Católica da França, que considerou o estilo inadequado para ambientes religiosos, essa adaptação acabaria sendo feita na Europa Central, notadamente nas regiões da Baviera e Suábia germânicas e na antiga Boêmia, atual República Tcheca. Desta forma, o rococó religioso absorveu algo do espírito do Iluminismo do século XVIII, e pela primeira vez o ideal de felicidade encontra abrigo no Cristianismo, associado ao prazer físico baseado nas sensações. Começando pela visão que submete ao prazer do olhar uma elegante decoração com alternância de vazios e cheios, com emprego do branco e tonalidades suaves para realce dos douramentos.
Os resultados da nova estética foram tão satisfatórios que a hierarquia da Igreja começou a procurar justificativas para o novo tipo de sensibilidade religiosa que engendrara as igrejas do rococó centro-europeu. Ou seja, a visão de um cristianismo pacificado, refletindo uma concepção mais serena da fé e uma visão otimista da existência, ao oposto do barroco, que enfatizava seus aspectos dramáticos. Por essa razão os ambientes do rococó religioso dão às vezes a impressão de salões de festa, aspecto que no Brasil é particularmente evidente nas igrejas da antiga capital dos vice-reis, o Rio de Janeiro”[2].
São características marcantes