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Revolução Industrial na América Latina: Origens, Efeitos e Doutrina Monroe, Notas de aula de História Contemporânea

Uma revisão de uma licenciatura em história sobre a revolução industrial na américa latina. Aborda as origens da revolução industrial na grã-bretanha, seus efeitos na população francesa e a doutrina monroe. Além disso, trata-se da divisão administrativa da américa espanhola, o sistema colonial e a formação de estados nacionais.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

jacare84
jacare84 🇧🇷

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LICENCIATURA EM HISTÓRIA
MODALIDADE A DISTÂNCIA
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LICENCIATURA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I
JOSÉ ADILÇON CAMPIGOTTO
PONTA GROSSA
2010
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LICENCIATURA EM HISTÓRIA

MODALIDADE A DISTÂNCIA

pró LICENCIATURA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I JOSÉ ADILÇON CAMPIGOTTO

PONTA GROSSA

CRÉDITOS

Reitor UEPG João Carlos Gomes Vice-Reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas Pró-Reitoria de Assuntos Administrativos Ariangelo Hauer Dias – Pró-Reitor Pró-Reitoria de Graduação Graciete Tozetto Góes – Pró-Reitor Divisão de Educação a Distância e de Programas Especiais Maria Etelvina Madalozzo Ramos – Chefe Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Dis- tância Leide Mara Schmidt – Coordenadora Geral Cleide Aparecida Faria Rodrigues – Coordenadora Pedagógica Programa Pró-Licenciatura Hermínia Regina Bugeste Marinho – Coordenadora Geral Cleide Aparecida Faria Rodrigues – Coordenadora Adjunta Edson Armando Silva – Coordenador de Curso Marco Aurélio Monteiro Pereira – Coordenador de Tutoria Colaborador Financeiro Luiz Antonio Martins Wosiak

Colaboradora de Planejamento Silviane Buss Tupich Colaboradores em Informática Carlos Alberto Volpi Carmen Silvia Simão Carneiro Adilson de Oliveira Pimenta Júnior Projeto Gráfico Anselmo Rodrigues de Andrade Júnior Colaboradoras em EAD Dênia Falcão de Bittencourt Jucimara Roesler Colaboradores de Publicação Maria Beatriz Ferreira – Revisão Sozângela Schemim da Matta – Revisão Rute Yumi Onnoda – Ilustração Beatriz Aparecida de Goes – Diagramação Luan Dione Rein – Diagramação Nicole Renata Chiaradia – Diagramação Colaboradores Operacionais Carlos Alex Cavalcante Edson Luis Marchinski Thiago Barboza Taques

SUMÁRIO

  • PALAVRAS DOS PROFESSORES _______________________________ p.
  • OBJETIVOS E EMENTA ______________________________________ p.
  • UNIDADE I – A Consolidação __________________________________ p.
    • Seção 1 – A Revolução Francesa ______________________________ p.
    • Seção 2 – A Revolução Industrial______________________________ p.
    • Seção 3 – A Doutrina Monroe ________________________________ p.
    • Seção 4 – As Independências Latino-Americanas__________________ p.
  • UNIDADE II – A Crise ________________________________________ p.
    • Seção 1 ²$V8QLÀFDo}HVHR1DFLRQDOLVPR ______________________ p.
    • Seção 2 – A I Guerra Mundial ________________________________ p.
    • Seção 3 – A Revolução Russa_________________________________ p.
    • Seção 4 – A Grande Crise de 1929_____________________________ p.
  • UNIDADE III – A Fragmentação ________________________________ p.
    • Seção 1 – A II Guerra Mundial _______________________________ p.
    • Seção 2 – A Guerra Fria_____________________________________ p.
    • Seção 3 ²1RYRV(L[RVGH&RQÁLWR ____________________________ p.
  • PALAVRAS FINAIS ___________________________________________ p.
  • REFERÊNCIAS ______________________________________________ p.
  • QUEM SOU__________________________________________________ p.

PALAVRAS DOS PROFESSORES

$LGDGHFRQWHPSRUkQHDUHSUHVHQWDXPSHUtRGRHVSHFtÀFRGDKLVWyULDRFLGHQWDO Boa parte dos historiadores concorda que esta etapa da história inicia com a revolução IUDQFHVDGH0DUFDGRSHODLQÁXrQFLDGDÀORVRÀDLOXPLQLVWDHSHODIpQRSRGHUGR UDFLRFtQLROyJLFRHFLHQWtÀFRSRGHVHGL]HUTXHGHXPDIRUPDJHUDODFUHGLWDYDVHTXH RFRQKHFLPHQWRFLHQWtÀFRGHVFREULDVROXo}HVSDUDDPDLRULDGRVSUREOHPDVKXPDQRV Assim, a civilização progrediria sem limites a cada novo conhecimento. $WXDOPHQWHGLVFXWHVHDUHVSHLWRGRÀPGHVWHSHUtRGRHWDPEpPH[LVWHPYiULRV questionamentos sobre a validade e as consequências do modelo de divisão da história usado tradicionalmente. $LGDGHFRQWHPSRUkQHDpPDUFDGDSRUYiULRVDFRQWHFLPHQWRVLPSRUWDQWHVWDLV como o desenvolvimento e consolidação do regime capitalista no ocidente, a ascensão e a queda do socialismo soviético e uma série de disputas territoriais, por mercados de consumo e por matérias-primas. Pode-se, assim, dizer que o termo contemporaneidade vincula-se a uma visão GHSHUtRGRKLVWyULFRDEHUWRSRUTXHLQLFLDQRÀQDOGRVpFXOR;9,,,HVWHQGHQGRVHDRV dias atuais. Alguns historiadores consideram que se trata da época da globalização do planeta, o que a transformou no que se chama de “século breve”. 3RU HVVH H RXWURV PRWLYRV R HVWXGR KLVWyULFR GD LGDGH FRQWHPSRUkQHD p considerado como uma tarefa complexa. Temos o sentimento de que nela encontra-se XPFXUVRGHDFRQWHFLPHQWRVPXLWRPDLVLQWHQVRGRTXHHPTXDOTXHURXWURSHUtRGR histórico, a ponto de se falar que, é observável um aceleramento da história. O movimento de urbanização das cidades, em várias partes do planeta, pode VHU WRPDGR FRPR XP GRV IDWRUHV TXH WRUQDP FRPSUHHQVtYHO WDO DFHOHUDPHQWR ,VWR porque a grande concentração de pessoas nas grandes metrópoles implica a ampliação na divulgação de informações e na troca de conhecimentos além da produção de bens de consumo e profundas transformações no ritmo cotidiano dos sujeitos. Nessas FLUFXQVWkQFLDV FULDPVH QRYDV H[SHFWDWLYDV SDUD R IXWXUR VHMDP HODV SRVLWLYDV RX pessimistas. Outro fator está vinculado ao que se chama mudança na perspectiva biológica, uma vez que os avanços no campo da saúde e nas condições de vida provocaram a dilatação nas expectativas de vida. (VVH GHWDOKH p GH VXPD LPSRUWkQFLD XPD YH] TXH UHSUHVHQWD XP DXPHQWR considerável do número de seres humanos viventes no planeta, acarretando mais consumo, mais rápido esgotamento de recursos naturais e mais demanda por espaço. No presente texto, estudaremos alguns acontecimentos notadamente considerados SHORVKLVWRULDGRUHVFRPRPDUFRVGDLGDGHFRQWHPSRUkQHD Seja bem-vindo e tenha um bom estudo!!!!

pró

LICENCIATURA

UNIDADE I

A CONSOLIDAÇÃO

ROTEIRO DE ESTUDO

Seção 1 – A Revolução Francesa

Seção 2 – A Revolução Industrial

Seção 3 – A Doutrina Monroe

Seção 4 – As Independências Latino-Americanas

pró LICENCIATURA

Licenciatura em História

UNIDADE I

primeira constituição, que instalava a monarquia constitucional. As decisões tomadas na assembleia não foram executadas, em sua maioria; a população revoltada ameaçou a IDPtOLDUHDO2UHLSHUGHXRSUHVWtJLRSRUTXHHQWUHRXWUDVFRLVDVQmRFRQFRUGRXFRPD decisão da assembleia de obrigar os nobres que emigraram a voltar à França sob pena GHSHUGHURVEHQV/XtV9;,WHQWRXIXJLUGD)UDQoD A segunda fase chama-se governo radical republicano e se estende entre os anos GHH1DFLGDGHGH3DULVIRLRUJDQL]DGDDTXHODTXHÀFRXFRQKHFLGDFRPR FRPXQDLQVXUUHFLRQDOGLULJLGDSRUOtGHUHVSRSXODUHV0DUDW'DQWRQH+HEHUW7DPEpP foi estabelecido um conselho executivo provisório, enquanto que a convenção nacional declarou abolida a realeza, implantando a república. As disputas de poder na convenção nacional resultaram na criação de três grupos SROtWLFRV2SULPHLURGHOHVFKDPRXVHDPRQWDQKDHUHSUHVHQWDYDRVWUDEDOKDGRUHV2V partidários deste grupo estavam dispostos a fazer mudanças radicais. Outro grupo, a gironda, reunia os interesses da burguesia o que implicava restabelecer a ordem, HYLWDQGRDGHVRUJDQL]DomRLQWHUQDTXHDPHDoDYDOHYDURSDtVDRFDRV$SODQtFLHHUDR terceiro grupo e hora apoiava um, hora apoiava outro grupo. A situação era instável, SRLVIDOWDYDPJrQHURVDOLPHQWtFLRVRVSUHoRVGLVSDUDYDPRTXHJHUDYDPXLWDVUHEHOL}HV populares. Neste clima de agitações, o rei foi condenado à morte na guilhotina. Os membros GD PRQWDQKD VDtUDP IRUWDOHFLGRV H LPSODQWDUDP XP JRYHUQR GLWDWRULDO HP GRLV GH junho de 1793. Desencadeou-se, então, uma série de prisões e execuções dos inimigos. O governo ditatorial aboliu os privilégios de classe, tabelou preços, elaborou normas YLVDQGR j H[WLQomR GDV UHEHOL}HV LQWHUQDV H D RUJDQL]DomR GD IRUoD PLOLWDU $ÀUPD VH TXH D YLROrQFLD XWLOL]DGD GXUDQWH R JRYHUQR GLWDWRULDO GHWHUPLQRX D VXD UXtQD SULQFLSDOPHQWH GHYLGR DR UDGLFDOLVPR GH XP GH VHXV OtGHUHV FKDPDGR 5REHVSLHUUH (VVHSHUtRGRpFRQKHFLGRFRPRpSRFDGRWHUURU $WHUFHLUDIDVHFRPHoDQRDQRGHHVHHVWHQGHDWp&KDPRXVHSHUtRGR do governo conservador republicano, que se iniciou com a queda de Robespierre. Assim, o poder passou novamente às mãos da burguesia. Em 1795, elaborou-se uma nova constituição, instalando-se a chamada fase do diretório. O poder executivo passou a ser exercido por cinco “diretores”, e o poder legislativo tornou-se competência de GRLVyUJmRVSROtWLFRVRFRQVHOKRGRVTXLQKHQWRVHRFRQVHOKRGRVDQFLmRV O novo governo procurou extinguir os grupos que pretendiam a restauração da monarquia, assim como os grupos revolucionários que pretendiam realizar mudanças UDGLFDLV2VGLULJHQWHVSROtWLFRVQRHQWDQWRQHJOLJHQFLDUDPRVSUREOHPDVGDVFDPDGDV SRSXODUHVHLQYHVWLUDPQDUHFXSHUDomRÀQDQFHLUDGRSDtVTXHGHSHQGLDGRVLPSRVWRV SURYHQLHQWHVGRVWHUULWyULRVRFXSDGRVSHORVIUDQFHVHV(VWDIRUPDGHFRQGXomRSROtWLFD tornou o governo dependente das vitórias do general Napoleão Bonaparte, que, aos SRXFRVVHWRUQDYDXPYHUGDGHLURtGRORSRSXODU 1HVWHSHUtRGR*UDFR%DEHXI RUJDQL]RXD chamada conspiração dos iguais, ou seja, um movimento de caráter socialista que pregava a " comunidade dos bens e do trabalho ". Segundo Graco, a única maneira de alcançar esta igualdade implicava a eliminação da propriedade privada. O levantamento foi esmagado pelo diretório, que determinou pena de morte a todos os participantes. Os governantes do diretório não eram respeitados pela população. A burguesia percebeu que estas lideranças não teriam forças para resistir aos ataques externos e internos. Passou a pregar na necessidade de se constituir uma ditadura militarizada , forte o bastante para manter a ordem. Assim surge Napoleão Bonaparte, general famoso e

História Contemporânea I

UNIDADE I

popular, que ainda era tenente na época em que estourou a revolução. Lutou contra RVSDtVHVDEVROXWLVWDVTXHLQYDGLUDPD)UDQoD$SRLDGRSRUDOJXQVJHQHUDLVHRXWURV SROtWLFRV LQÁXHQWHV FULRX R FRQVXODGR )RL R JROSH GH (VWDGR FKDPDGR GH  GH Brumário. Em seis de maio de 1804, foi proclamado imperador da França, governando RSDtVSRUGH]DQRV$PSOLRXDVIURQWHLUDVIUDQFHVDVHUHDOL]RXUHIRUPDVSROtWLFDVH sociais, alinhadas aos burgueses. Depois disso foi derrubado do poder e exilado.

SEÇÃO 2

A Revolução Industrial

No sistema de artesanato, em que o ser humano transforma a matéria prima em SURGXWRV PDQXIDWXUDGRV WUDEDOKDYDVH SRU FRQWUD SUySULD (QWmR R VXMHLWR SRVVXtD as ferramentas necessárias à confecção dos produtos, os meios de produção. O artesão dominava todos os passos da transformação, das matérias-primas até chegar DRVSURGXWRVÀQDLV8PPDUFHQHLURSRUH[HPSORSUHSDUDYDDPDGHLUDHXVDYDVXDV ferramentas e todo o material necessário para fabricar os móveis, e ele mesmo vendia RSURGXWRHÀFDYDFRPRVOXFURV0DVHVVDIRUPDGHWUDEDOKRIRLVHPRGLÀFDQGRDRV poucos. A vontade de produzir mais para o mercado, fez com que um novo tipo de WUDEDOKDGRUHVIRVVHUHXQLGRQXPPHVPRHVSDoRHFDGDXPGHOHVÀFDYDHQFDUUHJDGR GHXPDWDUHIDHVSHFtÀFD(OHVYHQGLDPVXDIRUoDGHWUDEDOKRSRUTXHDPDWpULDSULPD e as ferramentas pertenciam aos sujeitos que contratavam estes trabalhadores. Era um QRYRVLVWHPDGHSURGXomRTXHVXUJLDHVXDSULQFLSDOFDUDFWHUtVWLFDFRQVLVWLDQDGLYLVmR do trabalho e no incremento da produtividade. Aos poucos, com o desenvolvimento deste sistema, a produção passou a ser industrial. O uso de máquinas em grande quantidade implantou-se na Inglaterra, D SDUWLU GH PHDGRV GR VpFXOR ;9,, H DOWHURX SURIXQGDPHQWH D HFRQRPLD PXQGLDO SURYRFDQGR JUDQGHV PXGDQoDV VRFLDLV WUDQVIRUPDo}HV SROtWLFDV H FXOWXUDLV TXH VH À]HUDPVHQWLUQRPXQGRFRQWHPSRUkQHR $ UHYROXomR LQGXVWULDO SRUWDQWR p XP GRV PDUFRV SDUD R LQtFLR GD FKDPDGD ,GDGH&RQWHPSRUkQHD7UDWDVHGHXPSURFHVVRTXHVHSUHSDURXHVHGHVHQYROYHXQR SHUtRGRTXHVHHVWHQGHHQWUHRVVpFXORV;9HR;9,,, 2FDSLWDOLVPRGDpSRFDPRGHUQDS{GHFRQVROLGDUVHJUDoDVjUHYROXomRLQGXVWULDO FRPRXPVLVWHPDHFRQ{PLFRVXEVWLWXLQGRDVIRUPDVGHWUDEDOKRHRUJDQL]DomRVRFLDO GHVHQYROYLGDV QR SHUtRGR IHXGDO 2 VLVWHPD LPSOLFD EDVLFDPHQWH D GLFRWRPLD HQWUH aqueles que produzem e os meios de produção. O grupo que detém as ferramentas necessárias para a transformação das matérias- primas em produtos é chamado de burguesia. Os produtores, trabalhadores, possuindo apenas a sua força de trabalho, vendem-na no mercado em troca do recebimento de um salário. Assim, nesse sistema, a própria mão de obra converteu-se em mercadoria. A revolução industrial iniciou na Inglaterra porque ali existia um grupo expressivo de detentores de capital acumulado a partir dos lucros obtidos em atividades comerciais. Esse mesmo grupo controlava a oferta de produtos manufaturados nos mercados

História Contemporânea I

UNIDADE I

do trabalho. $ RUJDQL]DomR GRV WUDEDOKDGRUHV FDUDFWHUL]DVH QHVWH LQtFLR SRU DWRV SDUD expressar o descontentamento pela situação, como a destruição das máquinas industriais, consideradas por eles como as principais responsáveis pela sua condição GHPLVpULD(VVHPRYLPHQWRLQLFLDOFKDPDGROXGGLVWDHPIXQomRGHXPGHVHXVOtGHUHV William Ludd, foi reprimido ferozmente pelas forças policiais. Os trabalhadores passaram, então, a se organizar para reivindicar melhores condições de vida e de trabalho. Surgiram deste modo, os sindicatos que também foram violentamente reprimidos. Tempos depois, conquistaram o reconhecimento RÀFLDODOFDQoDQGRYiULRVGHVHXVREMHWLYRVHOHYDomRGRVVDOiULRVUHGXomRGDVKRUDV de trabalho, garantias contra os acidentes laborais, aumento da idade de admissão ao trabalho e diminuição do número de horas trabalhadas pelas crianças, férias e assim por diante.

SEÇÃO 3

A Doutrina Monroe

2V FRQÁLWRV TXH H[SORGLUDP QD $PpULFD /DWLQD D SDUWLU GR DQR GH  UHODFLRQDGRVjVLQVXUUHLo}HVQDWLYLVWDVHPSUROGDLQGHSHQGrQFLDUHJLRQDOGRGRPtQLR exercido pelo império espanhol e português, provocaram a elaboração de um GRFXPHQWRDSURYDGRSHORFRQJUHVVRQRUWHDPHULFDQRHPTXHÀFRXFRQKHFLGR como a Doutrina Monroe. 2FRQMXQWRGHLGHLDVDOLFRQWLGRWRUQRXVHRIXQGDPHQWRGDSROtWLFDGRV(VWDGRV 8QLGRVSDUDFRPRVRXWURVSDtVHVSULQFLSDOPHQWHRVSDtVHVDPHULFDQRV$RPHVPR WHPSRRVSULQFtSLRVGHWDOSROtWLFDVHUYLUDPFRPRSUHWH[WRSDUDDVPDLVYDULDGDVDo}HV intervencionistas norte-americanas no nosso continente. Nesse mesmo momento, na Europa, em abril de 1823, cem mil soldados, os FKDPDGRV ÀOKRV GH 6 /XtV HP QRPH GD FROLJDomR HVWDEHOHFLGD HQWUH RV VREHUDQRV europeus, chamada Santa Aliança, que fora estabelecida no ano de 1815 entre os imperadores da Rússia, da Prússia, da Áustria e o rei da França, ocuparam a Espanha, a pedido de Fernando VII, rei espanhol, que se sentia ameaçado por um levante organizado pelos liberais espanhóis. A Santa Aliança implicava a defesa da ideia de que os privilégios das dinastias europeias estavam acima dos direitos dos povos. A aliança recuperou o trono para Fernando VII por meio de força militar enviada do exterior. Em consequência, os HVSDQKyLVVHQWLUDPVHHVWLPXODGRVDUHWRPDUVXDVFRO{QLDVDPHULFDQDV(QWUHWDQWRDV FRO{QLDVUHDJLUDPFRQWUDDPHWUySROH (VVH FRQWH[WR SROtWLFR GH UHFRORQL]DomR IRUoDGD H GH UHWDOLDomR FRQWUD DV lideranças do Novo Mundo possibilitou ao então presidente dos Estados Unidos, James Monroe, enviar ao Congresso americano a mensagem da Doutrina Monroe, que se opunha à coligação dos monarcas europeus. &RQIRUPH RV SULQFtSLRV FRQWLGRV QR GRFXPHQWR RV (VWDGRV 8QLGRV VH FRORFDULDP FRPR GHIHQVRUHV H SURWHWRUHV GRV SDtVHV ODWLQRDPHULFDQRV UHFpP emancipados. Repudiariam qualquer ato de intervenção armada por parte da Santa Aliança.

pró LICENCIATURA

Licenciatura em História

UNIDADE I

7UDWDYDVHGHXPDDGYHUWrQFLDjVSRWrQFLDVHXURSHLDVFRQWUDRGRPtQLRFRORQLDO VREUH R FRQWLQHQWH DPHULFDQR H FRQWUD D LQWHUIHUrQFLD QRV SULQFtSLRV UHSXEOLFDQRV da lutas de emancipação. Assim, o Novo Mundo fechava as portas à subordinação à (XURSD2VWUrVSULQFtSLRVJHUDLVGHGRXWULQD0RQURHHUDPRVVHJXLQWHV a) o continente americano não pode ser recolonizado; E  p SURLELGD D LQWHUYHQomR GRV SDtVHV HXURSHXV QRV QHJyFLRV LQWHUQRV RX H[WHUQRVGRVSDtVHVDPHULFDQRV c) os Estados Unidos da América, em troca, se absterão no que diz respeito aos assuntos europeus. -DPHV0RQURHDÀUPDYDTXH &RP D H[LVWrQFLD GH FRO{QLDV RX GHSHQGrQFLDV RXWUDV SHUWHQFHQWHV D TXDOTXHU SRGHU europeu nós não interferimos e seguiremos não interferindo. Mas no caso de um governo que já declarou sua independência e conseguiu sustentá-la e aqueles outros que já a conseguiram conquistar a sua independência anteriormente, com grande consideração e GHQWURGHMXVWRVSULQFtSLRVUHFRQKHFLGRVQyVQmRSRGHPRVDFHLWDUQHQKXPDLQWHUSRVLomR com o propósito de oprimi-lo, ou controlá-lo de qualquer outra maneira o destino deles, SRUTXDOTXHUSRGHUHXURSHXRXTXDOTXHURXWURTXHDVVLPRÀ]HUVHUiYLVWRFRPRXPD manifestação de uma disposição hostil em relação aos Estados Unidos. Na guerra entre estes novos Governos e a Espanha nós declaramos a nossa neutralidade ao tempo em que ainda não atingiram o seu reconhecimento, e a isso nós nos apegamos e continuaremos nos apegando, e não alteraremos a nossa posição senão de acordo com o julgamento das autoridades competentes deste Governo (dos EUA), só havendo uma mudança da parte dos Estados Unidos se for indispensável a sua segurança. (MERCK, 1968, p. 11)

Essa doutrina teve várias e importantes consequências que perduraram por longo tempo, apesar de os norte-americanos não exercerem tanto poder naquela época. Para se ter uma idéia, cerca de dez anos antes da aprovação da doutrina, durante a guerra DQJORDPHULFDQDTXHVHHVWHQGHXHQWUHRVDQRVGHHRH[pUFLWREULWkQLFR RFXSRXHLQFHQGLRXDFLGDGHGH:DVKLQJWRQDFDSLWDOGRSDtV Nessa época, a esquadra inglesa era ‘senhora absoluta dos mares’. Pouco mais WDUGH R H[pUFLWR IUDQFREULWkQLFR EORTXHRX R 5LR GD 3UDWD ORJR GHSRLV QR DQR GH RVLQJOHVHVRFXSDUDPDV,OKDV0DOYLQDVTXHHVWDYDVRERGRPtQLRDUJHQWLQR Mas isso não é tudo. Em 1840, os ingleses dominavam o território de Belize na América Central e, HPRV(VWDGRV8QLGRVWLYHUDPGHDVVLVWLUR0p[LFRSDVVDUSDUDRGRPtQLRGD França. Somente quando terminou a guerra da secessão, em 1865, a doutrina passou a ser posta em prática, mas não sem sofrer importantes alterações. De um conjunto GH SULQFtSLRV DQWLLQWHUYHQFLRQLVWDV SDVVRX D VHU XWLOL]DGD FRPR MXVWLÀFDWLYD SDUD D LQWHUYHQomR0XLWRVSDtVHVGD$PpULFD/DWLQDHVSHFLDOPHQWHRVGDUHJLmRGR&DULEHH GD$PpULFD&HQWUDOIRUDPVXEPHWLGRVDRVLQWHUHVVHVHFRQ{PLFRVHHVWUDWpJLFRVGRV Estados Unidos.

pró LICENCIATURA

Licenciatura em História

UNIDADE I

EUDQFRVPHVWLoRVtQGLRVHQHJURV1RFDVRGDHVSDQKRODRVFRQÁLWRVVHGDYDPHQWUH a aristocracia criolla e os chapetones. A sociedade colonial espanhola era formada por uma população de dez milhões de habitantes. Os brancos eram mais ou menos três milhões e meio e eram divididos pela categoria de chapetones e criollos. Os chapetones representavam, numericamente, cerca de um quarto da população EUDQFD(UDPQDVFLGRVQD(VSDQKDHHQFDUUHJDGRVGRSRGHUSROtWLFR2V criollos eram QDVFLGRV QD $PpULFD GHVFHQGHQWHV GH HVSDQKyLV H FRQVWLWXtDP D HOLWH HFRQ{PLFD H LQWHOHFWXDO GD FRO{QLD (UDP ODWLIXQGLiULRV FRPHUFLDQWHV SURÀVVLRQDLV OLEHUDLV H membros do baixo clero. Os mestiços eram cerca de cinco milhões e dedicavam-se ao pequeno comércio e ao artesanato. 2V LQGtJHQDV VRPDYDP PDLV GH GH] PLOK}HV VHUYLQGR FRPR D PmR GH REUD explorada na mineração e na agricultura. Os negros, perto de oitocentos mil, concentravam-se principalmente nas Antilhas e formavam a mão de obra escrava utilizada na agricultura. $VLGpLDVLOXPLQLVWDVGLIXQGLGDVQD(XURSDQRGHFRUUHUGRVpFXOR;9,,,WLYHUDP UHÁH[RV QD $PpULFD SDUWLFXODUPHQWH VREUH D HOLWH FRORQLDO TXH DV DGDSWRX D VHXV LQWHUHVVHVLVWRpDGHIHVDGDOLEHUGDGHGLDQWHGRGRPtQLRHVSDQKROHDSUHVHUYDomRGDV estruturas produtivas que lhes garantiriam a riqueza. $ LQYDVmR GDV WURSDV QDSROH{QLFDV VREUH D (VSDQKD DFHOHURX XPD VpULH GH rupturas no sistema colonial. Deve-se considerar, no entanto, que ocorria um conjunto GHPRGLÀFDo}HVWDPEpPQDVPHWUySROHVWDLVFRPRDTXHODVGHFRUUHQWHVGDUHYROXomR industrial e da revolução francesa. O movimento contrário à ocupação francesa desencadeou-se tanto na Espanha FRPRQDVFRO{QLDV$VHOLWHVFRORQLDLVGHUDPLQtFLRjIRUPDomRGDVFKDPDGDVMXQWDV governativas, das quais, boa parte defendia ações imediatas de ruptura total com a metrópole e baseava seus discursos na visão liberal iluminista. $VSULQFLSDLVFDUDFWHUtVWLFDVGHVVHPRYLPHQWRVmRDVVHJXLQWHV ‡$VLJQLÀFDWLYDSDUWLFLSDomRSRSXODUPDVVREDOLGHUDQoDGDHOLWHORFDO ‡2FDUiWHUPLOLWDUFRQWUiULRjPHWUySROH ‡2HVIDFHODPHQWRWHUULWRULDOXPDFRO{QLDGDYDRULJHPDYiULRVSDtVHV ‡2UHJLPHUHSXEOLFDQRHUDDIRUPDGHJRYHUQRDGRWDGRPHQRVQR0p[LFR 2PRYLPHQWRGHHPDQFLSDomRGDVFRO{QLDVHVSDQKRODVQRFRQWLQHQWHDPHULFDQR RFRUULGRQDVSULPHLUDVGpFDGDVGRVpFXOR;,;pRUHVXOWDGRGDVPRGLÀFDo}HVYHULÀFDGDV QDV UHODo}HV HQWUH PHWUySROH H FRO{QLD H GD SURSDJDomR GR OLEHUDOLVPR GHFRUUHQWH da revolução francesa e da proclamação da independência nos EUA. Também é LQÁXHQFLDGRSHODVJXHUUDVQDSROH{QLFDV A Espanha reformulou certos aspectos de seu pacto colonial, durante o século ;9,,, $ LQWHUUXSomR GR PRQRSyOLR FRPHUFLDO GD FDVD GH FRQWUDWDomR GH 6HYLOKD SURSRUFLRQRXDOJXPDÁH[LELOLGDGHQDVIRUPDVGHFRPpUFLRHQWUHPHWUySROHHFRO{QLD A metrópole, no entanto, procurou ainda impedir o incremento das manufaturas coloniais e combateu as práticas de contrabando desenvolvidas pelos súditos da coroa inglesa. (UD XPD IRUPD GH SROtWLFD FRQWUiULD DRV LQWHUHVVHV GD HOLWH FRORQLDO R JUXSR responsável, em sua maioria, pela liderança desses movimentos emancipacionistas. Como já vimos, eram sujeitos considerados como inferiores pela elite metropolitana, sendo proibidos de ocupar cargos públicos, civis ou militares. 9DOHOHPEUDUTXHDVJXHUUDVGHVHQYROYLGDVSHORLPSpULRQDSROH{QLFRGLVWRUFHUDP

História Contemporânea I

UNIDADE I

RHTXLOtEULRGHIRUoDVH[LVWHQWHHQWUHDVQDo}HVHXURSHLDV3RUH[HPSORHPMXQKRGH 1808, Napoleão Bonaparte invadiu o território espanhol, destituindo do poder o rei Carlos IV. Os franceses impuseram aos espanhóis um rei francês, chamado José Napoleão. A reação americana consistiu em que os cabildos HVSpFLHVGHFkPDUDVPXQLFLSDLVGD administração colonial, a maioria dirigida pelos criollos GHFODUDPVHÀpLVD)HUQDQGR9,, herdeiro de Carlos IV, rechaçando a reconhecer o governo de José I (José Napoleão). Assim, começaram a exigir maior autonomia e mais liberdade comercial. Após a derrota de Napoleão, a monarquia espanhola foi restaurada, passando a reprimir os movimentos emancipacionistas. Então, a elite criolla resolveu romper GHÀQLWLYDPHQWHFRPDPHWUySROHFRQWDQGRSDUDLVVRFRPDDSURYDomRSRUSDUWHGR governo inglês, francamente interessado na abertura dos mercados latino-americanos para comercializar produtos industrializados. $ ,QJODWHUUD FRQWULEXLX PLOLWDU ÀQDQFHLUD H GLSORPDWLFDPHQWH FRP DV QRYDV nações. Dessa forma, o Paraguai proclamou independência no ano de 1811. A Argentina, DSRLDGDSHORVH[pUFLWRVFRPDQGDGRVSHORJHQHUDO-RVpGH6DQ0DUWtQSURFODPRXVH independente em 1816. José Artigas liderou derrotou as tropas espanholas, em 1811, mas o Uruguai foi apropriado pelo rei dom João VI de Portugal, em 1821, e anexado DR%UDVLOVRERQRPHGH3URYtQFLD&LVSODWLQDDWp 2JHQHUDO-RVpGH6DQ0DUWtQRUJDQL]RXDLQGDDUHYROWDFRQWUDD(VSDQKDQR &KLOHHFRPRDX[tOLRGRVOtGHUHVORFDLVOLEHUWDR SDtV QR DQR GH$YDQoD DWp R 3HUX H WRUQD R SDtV LQGHSHQGHQWH HP  FRP R DX[tOLR GD HVTXDGUD PDUtWLPD FKHÀDGDSHORLQJOrV/RUG&RFKUDQH 0DLVDRQRUWH6LPyQ%ROtYDUOLGHURXRPRYLPHQWRGHOLEHUWDomRGD9HQH]XHOD RFRUULGDHPGD&RO{PELDHPGR(TXDGRUQRDQRGHHGD%ROtYLD SURFODPDGDHP2FRUUHXTXHHP%ROtYDUH6DQ0DUWtQKDYLDPVHUHXQLGR QD FLGDGH GH XD\DTXLO (TXDGRU D ÀP GH GHEDWHU R IXWXUR GD $PpULFD KLVSkQLFD 6DQ 0DUWtQ HUD SDUWLGiULR GH JRYHUQRV IRUPDGRV SRU SUtQFLSHV HXURSHXV HQTXDQWR TXH %ROtYDU GHIHQGLD D XQLGDGH GDV H[FRO{QLDV H D IRUPDomR GH XPD IHGHUDomR GH repúblicas. A proposta bolivariana foi rediscutida em 1826, durante o congresso do Panamá, mas não foi aprovada. A participação popular nas revoltas pela independência foi constante, mas D HOLWH PDQWHYH D KHJHP{QLFD 1R FDVR GR 0p[LFR SRUpP D SDUWLFLSDomR SRSXODU DSUR[LPRXVH GH XPD UHYROXomR VRFLDO SRUTXH RV tQGLRV H PHVWLoRV UHEHODUDPVH contra os espanhóis e a elite criolla. Os camponeses foram liderados pelos padres +LGDOJRH0RUHORVUHLYLQGLFDQGRDDEROLomRGDHVFUDYLGmRDGLYLVmRGDVWHUUDVHRÀP de vários tributos. Foram, porém, derrotados. Os criollos assumiram o movimento de independência e aclamando o general Itúrbide como imperador do México, em 1821. Na América Central, que fora anexada por Itúrbide, o movimento de libertação resultou na formação da República Unida da América Central, entre os anos de 1823 H'HVWDUHS~EOLFDVXUJLUDPXDWHPDOD+RQGXUDV1LFDUiJXD&RVWD5LFDH(O Salvador. O Panamá tornou-se independente em 1821, e a República Dominicana, no ano de 1844. A última possessão espanhola no continente foi Cuba, que assim permaneceu até a guerra hispano-americana. $IUDJPHQWDomRGRVWHUULWyULRVpXPDFDUDFWHUtVWLFDGRPRYLPHQWRGHOLEHUWDomR GDVFRO{QLDVHVSDQKRODVDRFRQWUiULRGRRFRUULGRQD$PpULFD$VVLPD*Um&RO{PELD IRUPRXD9HQH]XHODH&RO{PELD$GLYLVmRWDPEpPRFRUUHXQD5HS~EOLFD8QLGDGD América Central, como vimos, e na Confederação Peru-Boliviana. Tal fragmentação