




















Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
principais fatores de risco relacionados à hipertensão arterial sistêmica; ... algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas ...
Tipologia: Notas de aula
1 / 28
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Tapejara, RS, Brasil 2011
Tapejara, 13 de junho de 2011
Monografia de Especialização Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Organização Pública em Saúde Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande do Sul (CESNORS)
ORIENTADORA: PROFª Dda. MARTA COCCO DA COSTA Data e local da defesa: Tapejara, 1 de julho de 2011.
Resumo – Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica que aborda a hipertensão arterial sistêmica no âmbito da saúde pública, doença esta, que afeta grande parte da população e está diretamente ligada aos hábitos de vida das pessoas que a possuem, interferindo diretamente no indivíduo, suas famílias e na sociedade em que vivem. Neste artigo, serão descritos os principais fatores de risco relacionados à hipertensão arterial sistêmica; as alterações familiares e sociais resultantes dessa patologia e as estratégias dos serviços de saúde no enfrentamento desta doença. Conclui-se que a hipertensão arterial constitui-se atualmente em um problema de saúde pública e as ações de prevenção e tratamento precisam ser intensificadas e focadas no contexto social e cultural dos usuários. Palavras-chave: Hipertensão arterial. Fatores de risco. Saúde pública. Atenção básica à saúde.
Tapejara, 1 de julho de 2011
Monograph Specialization Course Postgraduate Sensu Lato Management of Public Health Organisation Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), the Higher Education Center North of Rio Grande do Sul (CESNORS)
Author: DANIELA GIACOMIN GUIDANCE: Prof. Dda. MARTA COCCO DA COSTA Date and place of defense: Tapejara, July 1, 2011.
Abstract - This is a review article that deals with hypertension in public health, this disease that affects a large population and is directly linked to lifestyle of the people who have, directly interfering with the individual , Their families and society in which they live. In this article, we describe the main risk factors related to hypertension, family and social changes resulting from this disease and the strategies of health services in coping with this disease. We conclude that hypertension is now become a public health problem and the actions of prevention and treatment must be intensified focus on social and cultural context of the users. Keywords: Hypertension. Risk factors. Public health. Primary health care.
Nas últimas décadas, o Brasil está passando por um processo de transição seguindo a tendência do cenário mundial, está se presenciando uma modificação no perfil das doenças epidemiológicas na população, modificação esta, influenciada por diversos fatores, como o aumento da expectativa de vida, mudança dos hábitos de vida cada vez menos saudáveis, má alimentação e sedentarismo (MALTA, 2006). Uma das doenças que está atingindo cada vez mais a população, influenciada pelos novos costumes da sociedade mundial, é a hipertensão arterial sistêmica, doença esta que, na maioria das vezes, não apresenta sintomas relevantes até ocorrer uma lesão em algum órgão do organismo. Considera-se hipertensão arterial sistêmica, a pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em pessoas que não estejam utilizando medicamentos para hipertensão. A principal causa são os hábitos de vida praticados atualmente, com altos níveis de estresse, má alimentação, tabagismo, abuso do álcool, obesidade e sedentarismo (TUDOR, 200; PIERIN, 2003; BRASIL, 1998; BRASIL,
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), a hipertensão arterial atinge 23,3% dos brasileiros e mostra que a proporção aumenta com a idade, atingindo mais de 50% das pessoas com mais de 55 anos. Conforme o Artigo 196 da Constituição Brasileira, “A saúde [...] é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”, (BRASIL, 1988)
Com isso, teoricamente, é dever do Estado interagir com os problemas para conhecer suas causas e com isso traçar estratégias para prevenção e possíveis tratamentos à população. Uma das formas de interação direta é por meio de ações da atenção básica à saúde, realizadas pelos núcleos municipais de Estratégia de Saúde da Família – ESF, com suas equipes multidisciplinares, envolvendo enfermeiros, médicos, nutricionistas, psicólogos, agentes de saúde, que possuem um contato mais direto com a população da região na qual atuam e executam os programas elaborados nas esferas estadual e federal (BRASIL, 2001; SÃO PAULO, 2011). Campanhas de esclarecimento à população sobre os fatores de risco que levam à hipertensão arterial, bem como um tratamento eficaz nos indivíduos que já possuem esta
doença fomentando que o tratamento vai além da medicação, incluindo hábitos saudáveis de vida, são estratégias importantes para minimizar os danos físicos e sociais que a hipertensão ocasiona nos indivíduos, em suas famílias e na sociedade (BRASIL, 2001). Essas ações, previstas para serem executadas pelo Programa Saúde da Família (PSF), são apontadas pelo Ministério da Saúde como principal estratégia de organização da assistência primária. O que se percebe é que, apesar da orientação da vigilância à saúde das famílias e dos seus entornos, predomina, em grande parte do país, a falta de vínculo entre os portadores de hipertensão arterial e as unidades de saúde (BRASIL, 2001). Frente à necessidade iminente de intervenções do setor primário da saúde no que tange ao enfrentamento da hipertensão arterial, o presente artigo tem como objetivo identificar na literatura os fatores de risco para essa patologia, bem como a influência e as alterações no contexto de vida dos usuários que convivem com essa doença. Busca-se ainda discutir estratégias de enfrentamento do problema da hipertensão arterial sistêmica no âmbito das ações de cuidado da atenção básica de saúde. Pretende-se com esse estudo, levantar informações e descrever os principais fatores de risco relacionados à hipertensão arterial sistêmica; as alterações familiares e sociais resultantes dessa patologia e as estratégias dos serviços de saúde no enfrentamento desta doença que considera-se problema de saúde pública.
Trata-se de um estudo de revisão, que utiliza o referencial da pesquisa bibliográfica dirigida para estudos que apresentam a temática hipertensão arterial. Segundo Gil (GIL, 2007), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas [...]”. O autor complementa salientando que “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente [...]” (GIL, 2007). Constitui um estudo com bases em referências bibliográficas direcionadas para publicações que tenham relação com o tema proposto. Além da pesquisa em livros, revistas e cadernos especializados, utilizou-se ferramentas de busca eletrônica para estudar artigos científicos relacionados ao tema, como LILACS, SciELO e BDENF.
estratégias dos serviços de saúde no enfrentamento a hipertensão arterial: ações preventivas e promocionais.
Entende-se como hipertensão arterial sistêmica, a pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg (BRASIL, 2006), segundo a tabela de classificação elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão e Sociedade Brasileira de Nefrologia, a pressão arterial considerada normal é de até 130 mmHg para a pressão sistólica e de até 85 mmHg para a pressão arterial diastólica.
Tabela 1. Classificação das Sociedades Brasileiras de Cardiologia, de Hipertensão e de Nefrologia. Categoria PA diastólica (mmHg) PA sistólica (mmHg) Pressão ótima < 80 < 120 Pressão normal < 85 < 130 Pressão normal alta^85 -^89 130 -^139 Hipertensão grau 1 90 - 99 140 - 159 Hipertensão grau 2 100 - 109 160 - 179 Hipertensão grau 3 ≥ 110 ≥ 180 Hipertensão sistólica isolada < 90^ ≥ 140 Fonte: (Revista brasileira de Hipertensão, 2010)
Conforme já citado, as mudanças dos hábitos de vida das pessoas estão modificando o perfil das doenças epidemiológicas na população mundial, no Brasil ocorre o mesmo, principalmente nas doenças relacionadas à alimentação e sedentarismo. Com relação à hipertensão arterial, os fatores de risco podem ser divididos em: idade; sexo e etnia; fatores socioeconômicos; alimentação e ingestão de bebidas alcoólicas; estresse e sedentarismo e
hábitos não saudáveis (REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; BRASIL, 2006).
3.1.1 Idade
Pessoas maiores de 55 anos têm mais chances de sofrerem com a hipertensão arterial. Devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro, é natural que o índice de portadores desta doença aumente proporcionalmente (MALTA, 2006; BRASIL, 2006). O percentual de indivíduos que mencionam diagnóstico médico de hipertensão arterial no conjunto da população adulta no Brasil, por idade, conforme dados levantados pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – VIGITEL (BRASIL, 2010), no ano de 2009 é de: 7,5% para pessoas de 18 a 24 anos de idade; 13,7% para pessoas de 25 a 34 anos de idade; 20,9% para pessoas de 35 a 44 anos de idade; 34,5% para pessoas de 45 a 54 anos de idade; 50,4% para pessoas de 55 a 64 anos de idade; e, 63,2% para pessoas com 65 anos de idade ou mais. O Ministério da Saúde divide em quatro as categorias de risco cardiovascular absoluto na população brasileira, com base nos níveis de hipertensão I, II e III, sendo a primeira classificada como hipertensão leve (PAS 140-159 ou PAD 90-99), a segunda como hipertensão moderada (PAS 160-179 ou PAD 100-109) e a terceira, como hipertensão grave (PAS > 180 ou PAD > 110) (BRASIL, 2001). A primeira categoria é denominada de grupo de risco baixo, e compreende homens com idade menor de 55 anos e mulheres com idade abaixo de 65 anos, com hipertensão de grau I e sem fatores de risco. Entre indivíduos dessa categoria a probabilidade de um evento cardiovascular grave, nos próximos 10 anos, é menor que 15% (BRASIL, 2001). A segunda categoria, denominada de grupo de risco médio, inclui portadores de hipertensão grau I ou II, porém com um ou dois fatores de risco cardiovascular. Entre eles, a probabilidade de um evento cardiovascular grave, nos próximos 10 anos, situa-se entre 15 e 20% (BRASIL, 2001). Já a terceira categoria, denominada de grupo de risco alto, agrupa os portadores de hipertensão arterial graus I ou II e que possuem três ou mais fatores de risco e são também portadores de hipertensão grau III, sem fatores de risco. Nesses, a probabilidade de um evento cardiovascular, em 10 anos, situa-se entre 20 e 30% (BRASIL, 2001). A quarta categoria e a mais grave, é denominada de grupo de risco muito alto, que agrega os portadores de hipertensão grau III, que possuem um ou mais fatores de risco, com
3.1.4 Alimentação e ingestão de bebidas alcoólicas
Manter uma alimentação saudável eleva a qualidade de vida das pessoas, as modificações no sentido de uma vida mais saudável, teriam um impacto, em relação às doenças crônicas, similar ao causado pela melhoria das condições de saneamento, na redução de doenças (SICHIERI, 2000). Uma alimentação com ingestão de sal em excesso aumenta os riscos de hipertensão arterial, o brasileiro ingere uma quantidade duas vezes maior de sal nas refeições, elevando a probabilidade da doença. Povos que consomem dieta com menor quantidade de sal possuem menor incidência de hipertensão e a pressão arterial não aumenta com o avanço da idade (BRASIL, 1988; REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; SICHIERI, 2000; LIPP, 2007). Outro fator negativo no controle da pressão arterial é o consumo abusivo e por períodos prolongados de bebidas alcoólicas, esta prática não é aconselhada para portadores de hipertensão arterial que utilizam medicamentos de controle, pois pode diminuir seus efeitos anti-hipertensivos (BRASIL, 2001; REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; SICHIERI, 2000; STIPP, 2007).
3.1.5 Estresse
O estresse é um sinal positivo de que algo não vai bem ao organismo, isso faz com que o indivíduo mude seu hábito ou saia da situação, porém, quando o estresse é de longa duração e passa a fazer parte da vida da pessoa, ele se torna crônico e isso é um episódio diretamente associado a um número crescente de fatores relacionados à condição de saúde, abrangendo a hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares e diminuição da capacidade imunológica do indivíduo (REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; LIPP, 2007; LIPP, 2007) Em seu livro, Lipp afirma que a ativação do sistema nervoso simpático [...] promove um aumento da espessura das artérias e uma redução de sua elasticidade. Além disso, há um aumento da produção de renina, que contribui para elevar e manter elevada a pressão arterial. Uma outra maneira de o stress contribuir para que a pressão se torne cronicamente alta é pela ação que exerce em células especiais, cuja função é auxiliar na regulagem da pressão arterial. (LIPP, 2007, pg. 46)
O controle do estresse é fundamental para se levar uma vida mais saudável e diminuir os riscos de problemas de saúde, principalmente os cardiovasculares. Essa nova prática, favorece o gerenciamento da pressão arterial e a manutenção de uma melhor qualidade de vida. (LIPP, 2007).
3.1.6 Sedentarismo e hábitos não saudáveis
Uma vida sedentária é distinguida pela carência de exercícios físicos, onde provoca perda de flexibilidade articular e contribui no comprometimento de diversos órgãos do organismo. A falta de uma atividade física aumenta a ocorrência de várias doenças, dentre elas a hipertensão arterial sistêmica, estas consequências se ampliam quando o sedentarismo é associado ao tabagismo. Em uma pesquisa publicada em 2002, 81,2% dos entrevistados hipertensos não fazem atividade física (SIMONETTI, 2002), isso afirma a importância de possuir uma vida mais saudável, praticando atividade física regularmente, evitar o fumo, afim de combater ou auxiliar no tratamento de pessoas portadoras desta doença (REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; PASSOS, 2006; BRASIL, 2006). Manter hábitos saudáveis é essencial no combate e tratamento à hipertensão, uma forma visível e superficial de analisar se o organismo está bem, é considerando como peso saudável, o peso relativo, avaliado pelo índice de massa corporal (IMC= peso em kg/altura em m) de até 24,9. Já, para adolescentes, sugere-se também a utilização do IMC, contudo, os pontos de corte adequados são ainda objeto de discussão (SICHIERI, 2000).
3.2 ALTERAÇÕES FAMILIARES E SOCIAIS RESULTANTES DESSA PATOLOGIA
Na segunda categoria temática, destacam-se elementos encontrados na literatura que referem ao contexto de vida dos usuários que convivem com essa patologia. Considerada uma doença silenciosa, a hipertensão arterial não apresenta sintomas exclusivos, podem ocorrer dores de cabeça, zumbido, tontura, dispnéia, palpitações, desconforto torácico, dormência, tremores ou mesmo ausência de qualquer sintoma. Após o início do tratamento, as queixas são controladas e a falta de sintomas pode fazer com que o paciente esqueça de tomar o seu medicamento ou até mesmo questione a sua necessidade, o que leva a grande número de complicações (CASTRO, 2000). Em uma pesquisa realizada, inquiria se a hipertensão arterial afetara a vida dos portadores, 34,6% dos entrevistados afirmaram que sim, 63,46% responderam negativamente
HIPERTENSÃO ARTERIAL: ações preventivas e promocionais
A última categoria retrata as ações dos serviços de saúde para intervenção e combate da hipertensão arterial. Neste sentido, salienta-se que na sociedade atual, a população é composta por diversos grupos sociais, cada grupo com formas diferentes de trabalhar, de se divertir, de enfrentar problemas, enfim, de viver, isso confirma que as ações devem ocorrer de forma estratégica e direcionada pelos serviços de saúde. Diante disso, os indivíduos não podem ser tratados apenas com base em parâmetros biológicos, e sim, levados em consideração e as necessidades de saúde específicas devem ser conhecidas. É o que evidencia Toledo, quando publica que a enfermagem,
[...] enquanto uma prática social inserida na dinâmica das relações sociais, pode atuar ampliando a consciência crítica dos grupos sociais quanto aos seus potenciais de fortalecimento/desgastes a que se expõem em suas formas de trabalhar e viver. Para tal, é imprescindível que sua prática esteja vinculada e pautada a uma proposta educacional de transformação social. (TOLEDO, 2007, pg. 243)
No âmbito da Saúde Pública, cabe à atenção básica à saúde, por meio das equipes multidisciplinares, executar os programas elaborados para promover as ações preventivas e promocionais no que tange a hipertensão arterial (PIERIN, 2003). O Sistema Único de Saúde (SUS) expandiu o acesso da atenção básica por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF), que foi criada em 1994 (AZEVEDO, 2010) e vem se expandindo durante os anos. Em 2007, a ESF atingiu mais de 90% dos municípios brasileiros e cobria cerca de 87 milhões de habitantes (46%), com 27 mil equipes instaladas (GIOVANELLA, 2008). Tal expansão se tornou fundamental à garantia do acesso a partir da atenção básica assumindo esta a função de porta de entrada do SUS (TUDOR, 2000). A Atenção Básica à saúde é aplicada através de um trabalho multidisciplinar, atuante em determinadas áreas da sociedade, levando em consideração seus hábitos e costumes, afim de conseguir o melhor resultado possível, e tem, no PSF, a estratégia principal para sua coordenação (BRASIL, 2006). A necessidade de trabalho multiprofissional nos cuidados com a saúde é reconhecida pela literatura e vem sendo incorporada de forma progressiva na prática diária. Conforme o Manual de Orientação Clínica, a hipertensão arterial
[...] é um excelente modelo para o trabalho de uma equipe multiprofissional. Prevenir e tratar a hipertensão arterial envolve ensinamentos para o conhecimento da doença, de suas inter-relações, de suas complicações e implica, na maioria das vezes, na necessidade da introdução de mudanças de hábitos de vida (SÃO PAULO, 2011, pg. 34).
A equipe multiprofissional tem uma maior eficácia no tratamento da hipertensão arterial, por agregar diferentes conhecimentos. A abordagem ocorre nos mais diversos fatores, como hábitos de vida, biológicos e psicológicos (REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; MALFATTI, 2011). Devido a grande incidência de hipertensos na população brasileira, a doença já é tratada como problema de saúde pública, reforçando o papel do Estado no combate e tratamento à hipertensão arterial (MALFATTI, 2011). O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Atenção Básica do programa Saúde da Família, desenvolveu um programa de Coordenação de Hipertensão e Diabetes – CNHD que vem realizando diversas ações e estudos no combate e tratamento da hipertensão (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). Uma das ações foi o desenvolvimento de um plano para reorganizar a atenção à hipertensão arterial e diabetes no Brasil. O objetivo deste plano foi de estabelecer diretrizes e metas para a reorganização da atenção à hipertensão arterial no Sistema Único de Saúde, atualizando os profissionais da rede básica, garantindo o diagnóstico e a vinculação do paciente às unidades de saúde para tratamento e acompanhamento, promovendo assim a reestruturação e a ampliação do atendimento resolutivo e de qualidade para os portadores dessas patologias na rede pública de serviços de saúde (BRASIL, 2004). Numa abordagem mais prática, o Caderno de Atenção Básica direcionado à Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabete Mellitus (BRASIL, 2001), estabelece as atribuições para cada profissional de saúde na assistência e prevenção da hipertensão. Cabe ao Agente Comunitário de Saúde realizar a primeira abordagem, identificando os possíveis casos e encaminhando-os para consultas especializadas. As atribuições do Auxiliar de Enfermagem vão desde a verificação da pressão arterial dos indivíduos até a orientação às pessoas sobre os fatores de risco, identificação e tratamento da hipertensão arterial. O Enfermeiro capacita os auxiliares e os agentes no intuito de prepará-los para realizar as funções de forma eficiente e segura, orienta a população, e, ainda realiza consultas de enfermagem, encaminhando à consultas especializadas se for o caso. Cabe ao Médico a realização das consultas, solicitação