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Higiene e saúde ambiental, Notas de estudo de Construção

HIGIENE E SAÚDE AMBIENTAL ... rectamente relacionadas com a falta de higiene e de saneamento. Isto é, são ... criadouros – bem como os seus hábitos.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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HIGIENE E SAÚDE AMBIENTAL 181
Higiene e saúde
ambiental
Mais vale prevenir do que remediar! A higiene pessoal, a limpeza da casa e da co-
munidade, o controlo dos insectos, e um estilo de vida saudável são estratégias
simples, mas muito importantes, que podem ajudar a prevenir muitas doenças.
Falta de higiene (limpeza)
A limpeza é muito importante na prevenção de infecções. Tanto a higiene pes-
soal, das casas, dos alimentos e da água, como a limpeza da comunidade em que
vivemos (saneamento) são muito importantes.
Muitas infecções do intestino são transmitidas duma pessoa para outra, por
causa da falta de higiene e de saneamento básico. Muitos micróbios e parasitas
são transmitidos através das fezes de pessoas ou animais infectados. Eles podem
ser levados das fezes duma pessoa, para a boca de outra pessoa, quer através
dos alimentos, da água, das moscas e outros animais, quer directamente através
das mãos mal lavadas. Basta uma quantidade minúscula e invisível de fezes entrar
na boca para infectar uma pessoa.
Esta forma de transmissão chama-se transmissão fecal-oral (das fezes para a
boca).
As vias de transmissão fecal-oral podem ser resumidas no seguinte diagrama:
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Higiene e saúde

ambiental

Mais vale prevenir do que remediar! A higiene pessoal, a limpeza da casa e da co- munidade, o controlo dos insectos, e um estilo de vida saudável são estratégias simples, mas muito importantes, que podem ajudar a prevenir muitas doenças.

Falta de higiene (limpeza)

A limpeza é muito importante na prevenção de infecções. Tanto a higiene pes- soal, das casas, dos alimentos e da água, como a limpeza da comunidade em que vivemos ( saneamento ) são muito importantes.

Muitas infecções do intestino são transmitidas duma pessoa para outra, por causa da falta de higiene e de saneamento básico. Muitos micróbios e parasitas são transmitidos através das fezes de pessoas ou animais infectados. Eles podem ser levados das fezes duma pessoa, para a boca de outra pessoa, quer através dos alimentos, da água, das moscas e outros animais, quer directamente através das mãos mal lavadas. Basta uma quantidade minúscula e invisível de fezes entrar na boca para infectar uma pessoa.

Esta forma de transmissão chama-se transmissão fecal-oral (das fezes para a boca).

As vias de transmissão fecal-oral podem ser resumidas no seguinte diagrama:

CAPÍTULO

QUAL É A ORIGEM DA CÓLERA, DAS DIARREIAS E DOS

PARASITAS INTESTINAIS?

AS FEZES! 1 grama de fezes duma pessoa infectada pode conter:

Doenças comuns de transmissão fecal-oral

Estas são algumas doenças que são frequentes na comunidade e que estão di- rectamente relacionadas com a falta de higiene e de saneamento. Isto é, são doenças de transmissão fecal-oral:

Diarreias Cólera Disenteria Febre tifóide Hepatite A Lombrigas e outros parasitas intestinais

A transmissão destas doenças pode ser muito directa:

Por exemplo: uma criança que tem diarreia e não lava as mãos com sabão depois de defecar, oferece um biscoito ao amigo. Os seus dedos, ainda sujos com fezes, estão cheios de micróbios (tão pequenos que não são visíveis). Alguns destes ficam agarrados ao biscoito. Ao comer o biscoito, o amigo engole também os micróbios. Em breve o amigo também terá diarreia.

Ou pode ser mais indirecta:

Por exemplo: as fezes duma pessoa com cólera podem entrar na água e esta fica contaminada. A partir desse momento qualquer pessoa que beber dessa água corre o risco de apanhar cólera, porque bebeu água contaminada com a bactéria que estava nas fezes da outra pessoa.

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Se a família tivesse tomado qualquer das precauções abaixo indicadas, podia ter evitado a transmissão da doença:

Se o homem tivesse defecado numa latrina ou casa de banho Se a família não tivesse deixado o cão solto no quintal Se não tivessem deixado a criança brincar onde o cão tinha estado Se a mãe tivesse lavado as mãos com sabão após ter pegado a criança e antes de preparar a comida

Doenças relacionadas com a falta de água

Muitas doenças são causadas pela falta de água, ou pelo uso de quantidades insuficientes de água para a higiene pessoal dos membros da família (banhos, lavagem de mãos e do rosto). As doenças de transmissão fecal-oral também se transmitem facilmente quando há falta de água para as pessoas lavarem as mãos.

Algumas doenças da pele como, por exemplo, a sarna e os piolhos, são mais facilmente transmitidas a pessoas que não tomam banho todos os dias. Os pio- lhos também persistem em famílias que não dispõem de água suficiente para a higiene pessoal e doméstica (lavagem de roupa) da família.

Algumas doenças dos olhos como, por exemplo, o tracoma e a conjunti- vite são mais facilmente transmitidas quando as pessoas não lavam a cara com frequência.

É preciso que haja água e sabão, em quantidade suficiente, não só para garantir a higiene pessoal, mas também para a lavagem das toalhas, lençóis e mantas.

A prevenção de muitas doenças depende mais da quantidade de água utili- zada para a higiene do que da sua qualidade.

Doenças causadas por agentes baseados na água

São aquelas cujo vector, que transmite a doença, vive na água. Um exemplo é a bilharziose, que é causada por um parasita (o schistosoma) que para completar o seu ciclo de vida na natureza depende dum tipo de caracol que vive na água. Para evitar este tipo de doenças deve-se evitar o contacto com águas paradas e pouco profundas.

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Conceitos básicos de higiene

Higiene pessoal

  1. Lavar sempre as mãos com água corrente e sabão (ou cinzas): antes de comer, de preparar alimentos e de dar comida às crianças; bem como depois de utilizar a latrina, de defecar ou de limpar o rabo duma criança. Não basta passar os dedos por água
  • é necessário esfregar as duas mãos com sabão ou com cinza. A falta de sabão não deve ser obstáculo para não lavar as mãos, porque muitas vezes há soluções locais ou tradicionais que são boas alternativas.

É sempre melhor lavar as mãos em água corrente. Se não existirem torneiras, existem invenções muito simples, como por exemplo:

Fazer um pequeno furo perto da base duma garrafa plástica de dois litros. Pendurar a garrafa, enchê-la com água e fechar bem a tampa.

Sempre que se quiser lavar as mãos, abrir um pouco a tampa da garrafa para que entre ar e um jacto de água escorrerá através do pequeno furo, como se fosse uma torneira de pouca pressão.

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  1. Tomar banho e dar banho às crianças todos os dias, se possível.
  2. Para prevenir o tracoma (ver pág. 536), é importante que as crianças tenham sempre as caras lavadas para evitar que a doença se transmita duma criança para outra.
  3. Escovar bem os dentes, todos os dias, e, sempre, depois de comer doces.
  4. Corte as unhas frequentemente. Os micróbios e ovos dos vermes escondem-se, muitas vezes, debaixo das unhas compridas.

É muito importante aconselhar as pessoas que querem construir uma casa, que esta deverá ter:

Cobertura adequada, para evitar a entrada da água da chuva Portas e janelas, para permitir a ventilação da casa Redes nas portas e janelas para evitar a entrada de animais e insectos Possibilidade de drenagem da água das chuvas. A casa deve estar localizada numa zona alta para evitar que a água das chuvas fique acumulada e haja humidade dentro Chão e paredes bem maticados para evitar poeiras, permitir uma boa limpeza e evitar a entrada de insectos Um local para cozinhar e para guardar os alimentos Um local para os membros da família tomarem banho Drenagem adequada para recolher as águas dos banhos e da lavagem da roupa numa fossa. Esta fossa deverá ter no fundo pedras grandes e em cima pequenas Locais apropriados para depositar o lixo Locais apropriados para construir uma latrina. É uma boa ideia que os líderes comunitários garantam que antes de a família ser autorizada a construir o seu novo lar, seja construída a latrina

A casa deve ser suficientemente espaçosa para alojar todos os membros da família. Há doenças que se transmitem facilmente, duma pessoa para outra, quando numa casa pequena vivem e dormem muitas pessoas.

Como manter uma boa higiene da casa?

  1. Limpar, frequentemente, o interior da casa. Varrer e lavar o chão, as paredes e por baixo dos móveis.
  2. Manter o quintal e o pátio da casa sempre limpo: varrer e lavar todos os dias.
  3. Usar sempre a latrina. Não praticar fecalismo a céu aberto (isto é, evitar fazer necessidades maiores ao ar livre). Ver na pág. 205 como tratar as fezes das crianças.
  4. Não deixar que os animais (patos, cabri- tos, porcos ou outros) entrem dentro da casa, ou andem à solta nos locais onde brincam as crianças.

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  1. Não deixar que os cães lambam as crianças. Os cães também podem transmitir doenças.
  2. Os lençóis e os cobertores devem ser lava- dos e estendidos ao sol com frequência. Se em casa houver percevejos, ou pessoas com sarna, toda a roupa pessoal, de cama e as toalhas de banho, têm de ser lavadas e secas ao sol. Depois, e sempre que possível, devem ser passadas a ferro.
  3. Remover diariamente o lixo proveniente da cozinha, da casa e do quintal e depositá-lo numa cova preparada para esse efeito – aterro sanitário. De cada vez que se deposita lixo, deve ser colocado um pouco de terra por cima.
  4. Tapar buracos e aberturas do chão ou das paredes, onde as baratas, carraças, percevejos e escorpiões se possam esconder.
  5. Destruir e/ou aterrar poças de água e charcos, que são lugares onde os mosquitos se multiplicam.

Higiene dos alimentos

A higiene dos alimentos que a família consome constitui um factor muito impor- tante para a prevenção das doenças, principalmente as diarreias e algumas pa- rasitoses. Isto é muito importante nas crianças que apanham diarreia com maior facilidade e frequência. As diarreias nas crianças, principalmente se repetidas, podem levar à desidratação e morte da criança, ou fazer com que esta vá per- dendo peso, afectando o seu estado nutricional e, consequentemente, o seu crescimento e desenvolvimento.

Por isso, é necessário garantir que: os alimentos que a família consome são frescos e seguros; quem cuida da alimentação da família cumpre todos os cuida- dos de higiene necessários à preparação e conservação dos mesmos.

Protecção dos alimentos e limpeza dos utensílios

  1. Não deixar que as moscas, ou outros insectos pousem ou andem sobre os alimentos. Estes insectos são portadores de micróbios e transmitem doenças. Não deixar restos de comida espalhados nem pratos sujos, porque isso atrai as moscas e faz multiplicar os micróbios. Os alimentos devem ser protegidos, man- tendo-os tapados ou guardados em recipientes com tampas.
  2. Proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra animais domésticos e outros animais.
  3. Não deixar no chão os pratos, as panelas e outros utensílios de cozinha. Quando numa casa o local para preparar os alimentos é o quintal, deve ser aí construída uma copa simples apenas feita de estacas e uma chapa. No mínimo, deve ser construída uma banca ou usar uma bacia grande para colocar os utensílios da cozinha e os pratos depois de lavados, para evitar que se sujem com terra que pode estar contaminada. Com a copa, ou uma boa plataforma, os pratos, panelas e os outros utensílios também ficam fora do alcance dos animais. Se for possível, guardar os pratos e todos os utensílios de cozinha num lugar coberto (exemplo: um armário).
  4. Evitar utilizar biberões para dar o leite aos bebés. Dentro de biberões não fervidos e mal lavados podem crescer bactérias que causam diarreia e podem levar à morte das crianças.
  5. Não deixar as crianças apanharem coisas do chão, nem deixar que co- mam algo que tenha caído no chão sem antes ter sido lavado.
  6. Guardar/armazenar os alimentos que não se estragam num lugar seguro (separados dos pesticidas, agentes desinfectantes ou outros químicos tóxicos).

Consumir alimentos frescos e seguros

  1. Quando não se tem a certeza da origem dos produtos, nem como foram preparados, é mais seguro não os comer.
  2. Não consumir comida preparada há muito tempo (antiga) ou que cheira mal. Deitar fora toda a comida com bolor, ou que se desconfia que está estra- gada. Pode provocar intoxicações.
  3. Sempre que possível, dar só alimentos que foram preparados de fresco, principalmente às crianças, aos idosos e às pessoas doentes.
  1. Não consumir comida enlatada, quando a lata se apresenta:

com a tampa abaulada (parece que está inchada); amolgada; a derramar o conteúdo; a esguichar líquido quando é aberta.

CUIDADO com os vendedores desonestos que aliciam as pessoas, com descontos, para venderem alimentos enlatados fora de prazo!!

  1. Hoje em dia, a maioria dos alimentos enlatados ou vendidos em emba- lagens industriais, apresentam o prazo de validade escrito nos rótulos, como: “Vender até...”; “Consumir de preferência até...”; ou “Consumir até...”; ou “Consumir antes de...”. É necessário procurar e ler esta informação nos rótulos. Não é seguro consumir alimentos depois da data indicada.
  2. Nunca se deve comprar ovos partidos. As rachas permitem a entrada de micróbios.
  3. Usar somente leite pasteurizado ou fervido. A pasteurização é um pro- cesso através do qual o leite é aquecido a temperaturas muito altas, o que destrói os micróbios. Pode não ser seguro beber leite de produção caseira. Este leite deve ser fervido antes de ser bebido.

Higiene da água

A água é um líquido precioso e sem ela não há vida nem saúde.

Para as actividades diárias da vida duma comunidade, e para que esta viva com saúde, é necessário que haja água disponível para:

Beber Cozinhar Tomar banho Lavar as mãos Lavar a louça Lavar a roupa Regar as machambas Dar de beber aos animais

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Se a comunidade tira água do rio e não é possível arranjar outro local, aconselhar a fazer o seguinte:

Escolher um local adequado para tirar a água do rio. Como mostra a figura, este deve estar localizado acima do local onde se lava a roupa, se toma banho e se dá de beber aos animais. Tratar a água para beber (ver em baixo). É importante informar a comunidade que a presença dum rio ou dum lago demonstra que naquela zona a água está perto da superfície, portanto a co- munidade pode facilmente se organizar para cavar um poço e de certeza encontrará água a poucos metros de profundidade.

O que fazer quando a população

tira a água das nascentes?

A água da nascente pode ser limpa e boa para beber (potável), se a nascente estiver devidamente protegida. Se a nascente não está protegida e se não existe outro sítio para tirar a água, as pessoas devem ser aconselhadas a:

Colocar uma vedação à volta de toda a nascente. Fazer uma vala à volta da nascente para drenar a água da chuva. Construir um dreno para a água em excesso, protegido contra a erosão. Manter os animais afastados da nascente incluindo, se possível, as aves, e tudo o que possa provocar sujidade.

Se a comunidade tira água de poços não protegidos:

Se o poço não está bem protegido, é importante discutir com a população o que pode ser feito para o proteger.

Considera-se que um poço é bem protegido quando: Está colocado a pelo menos 20 metros duma latrina Tem pelo menos 3 metros de profundidade Tem à volta uma protecção com uma parede de pelo menos meio metro de altura Tem uma tampa Tem uma bomba ou um balde para tirar a água Existe uma vala à volta para drenar a água das chuvas e a própria água que as pessoas deixam verter quando usam o poço.

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Se a população utiliza a água das chuvas, aconselhar a:

Esvaziar e limpar o reservatório onde é recolhida a água no início de cada época chuvosa Utilizar objectos limpos e/ou aplicar uma torneira para tirar a água do reservatório Tapar o reservatório durante o período em que não chove Tratar a água para beber, sempre que possível. É importante manter bem limpos os poços e as fontes de água públicas.

Não deixar que os animais se aproximem dos lugares onde as pessoas vão buscar água para beber. Se for necessário, colocar uma cerca em volta, para man- ter os animais longe da fonte.

Ninguém deve defecar (fazer cocó), nem atirar lixo perto da fonte de água.

Também não se deve deixar que as pessoas tomem banho, ou lavem a roupa e/ou a loiça perto da fonte de água.

A água duma fonte pode ficar contaminada se não for recolhida num reci- piente adequado.

ATENÇÃO

Para manter a água potável desde a fonte até que seja consumida em casa, aconselha-se o seguinte:

Utilizar, sempre que possível, recipientes para transportar a água, que tenham uma boca (ou abertura) pequena Manter os recipientes bem limpos Lavar os recipientes, pelo menos uma vez por semana, de preferência com sabão Tapar os recipientes durante o transporte da água para casa Armazenar a água, dentro de casa, em recipientes limpos e tapados Sempre que possível, a água que se utiliza em casa deve ser entornada a partir dos recipientes onde está armazenada Se não é possível evitar mergulhar um objecto na água, utilizar um utensílio com pega (ex.: jarro ou púcaro), para evitar que os dedos to- quem na água do recipiente

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Filtração

É outro método seguro para tratar a água. Existem filtros já preparados para filtrar a água, mas uma alternativa é o uso de panos limpos. A filtração da água através de panos não oferece muita segurança, mas é um método que pode ser utilizado em situações de emergência, ou durante uma epidemia de cólera. Os filtros de cerâmica oferecem muito mais segurança do que qualquer outro método de filtração

Depois da filtração, é sempre aconselhável fer- ver ou tratar a água com cloro.

Também é possível construir filtros simples de areia. Pode-se pedir ajuda a uma pessoa com experiência nesta área, principalmente a pessoas ligadas à aber- tura de poços.

Fervura

Um bom método de tratamento da água consiste em colocar a água ao lume e deixar ferver durante algum tempo. No entanto, uma vez que este método exige disponibilidade de fogo e de tempo (para ferver e depois arrefecer), nem sempre existem condições para que possa ser utilizado.

COMO FAZER?

  1. Colocar a água numa panela ao lume;
  2. Quando começar a ferver, deixar que continue a ferver durante mais um minuto e depois tirar do fogo
  3. Deixar arrefecer a água antes de consumir, mantendo-a em recipiente tapado.

Cloragem

Quando surge uma epidemia de cólera numa comunidade, é necessário dar mais atenção ao tratamento da água para beber. O ideal seria que todas as famílias ti- vessem possibilidade de ferver a água, uma vez que a bactéria que causa a cólera (vibrião) é facilmente destruída pela fervura.

Mas, quando não há condições para ferver a água, pode-se utilizar o cloro para tratá-la. O vibrião e outros micróbios morrem em contacto com o cloro. O cloro pode ser obtido através da utilização de lixívia (javel) que geralmente se encontra à venda no mercado. No entanto, a concentração de cloro varia de acordo com o tipo de lixívia. Por isso, nem sempre é fácil saber qual a quantidade de lixívia a acrescentar à água que se utiliza em casa. As instruções sobre a quan- tidade de lixívia a utilizar encontram-se na pág. 740.

Existem produtos com uma concentração mais fixa e que já apresentam, no rótulo, as instruções sobre as quantidades que devem ser utilizadas para a desin- fecção da água. São estes produtos comerciais, específicos para a purificação da água, que devem ser procurados e aconselhados a utilizar.

NOTA: Numa situação de cólera, a cloragem dos poços é uma medida que pode ajudar. Mas é necessária uma boa monitorização em relação à medição dos níveis de cloro e é necessário que esta medida seja complementada com o tratamento da água em casa.

Tratamento solar

Este é um método simples, mas exige paciência. Só se deve usar este método quando não houver nenhuma hipótese de ferver a água.

  1. Arranjar uma garrafa transparente de vidro ou de plástico.
  2. Começar por lavar muito bem a garrafa e a tampa.
  3. Logo de manhã pôr água limpa até a metade da garrafa.
  4. Agitar bem a garrafa, umas 30 vezes. A água tem que ser bem agitada até ficar cheia de oxigénio. Quando está com oxigénio aparecem bolhas de ar dentro da água. Isto ajuda os raios de sol a matar os micróbios que estão dentro da água.
  5. Depois disso encher o resto da garrafa com mais água limpa.

Uso de latrinas

Cada casa deve ter uma latrina. É necessário que cada família garanta a cons- trução da sua própria latrina e que todos os membros da família, incluindo as crianças, a utilizem realmente.

O posto de saúde, a escola e outros locais públicos, devem ter latrinas que deverão ser mantidas limpas, bem como água para lavar as mãos depois de as usar.

Onde construir latrinas?

As latrinas devem ser construídas a, pelo menos, 20 metros das fontes de água e sempre num ponto mais baixo em relação ao poço, para evitar que o conteúdo da latrina possa contaminar a água.

Se existirem poços ou outras fontes de água muito perto da latrina, os líquidos que se encontram na cova da latrina podem-se misturar com a água dos poços e esta fica contaminada com fezes.

Tipos de latrinas

Existem muitos tipos de latrinas. A decisão do tipo de latrina a construir depende de vários factores: o material local disponível, o tipo de terreno; e os recursos financeiros da família e da comunidade.

Algumas ideias para construir latrinas:

Latrina tradicional de fossa simples aberta

Um buraco fundo, protegido por uma casinha, funciona muito bem. Quanto mais profundo for o buraco, menos problemas haverá com as moscas e com o mau cheiro.

Aqui está o desenho duma latrina simples e fácil de construir:

Quando se cava a terra para abrir o buraco, é preciso ter o cuidado de verificar se o terreno é firme e seguro. Se não for seguro e para evitar a queda das paredes, estas têm que ser protegidas com pau-a-pique.

  1. Fazer um buraco com 1,8 m de profun- didade e 1,1 m de diâmetro.
  2. Depois, cobre-se o buraco com paus for- tes, deixando um espaço na parte cen- tral para se fazerem as necessidades.
  3. O buraco deverá fi car sempre coberto com uma tampa.

Este tipo de latrina funciona, a curto prazo. A longo prazo, não é a melhor so- lução para os problemas de saneamento comunitário.