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HIGIENE E SAÚDE AMBIENTAL ... rectamente relacionadas com a falta de higiene e de saneamento. Isto é, são ... criadouros – bem como os seus hábitos.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Mais vale prevenir do que remediar! A higiene pessoal, a limpeza da casa e da co- munidade, o controlo dos insectos, e um estilo de vida saudável são estratégias simples, mas muito importantes, que podem ajudar a prevenir muitas doenças.
A limpeza é muito importante na prevenção de infecções. Tanto a higiene pes- soal, das casas, dos alimentos e da água, como a limpeza da comunidade em que vivemos ( saneamento ) são muito importantes.
Muitas infecções do intestino são transmitidas duma pessoa para outra, por causa da falta de higiene e de saneamento básico. Muitos micróbios e parasitas são transmitidos através das fezes de pessoas ou animais infectados. Eles podem ser levados das fezes duma pessoa, para a boca de outra pessoa, quer através dos alimentos, da água, das moscas e outros animais, quer directamente através das mãos mal lavadas. Basta uma quantidade minúscula e invisível de fezes entrar na boca para infectar uma pessoa.
Esta forma de transmissão chama-se transmissão fecal-oral (das fezes para a boca).
As vias de transmissão fecal-oral podem ser resumidas no seguinte diagrama:
CAPÍTULO
AS FEZES! 1 grama de fezes duma pessoa infectada pode conter:
Estas são algumas doenças que são frequentes na comunidade e que estão di- rectamente relacionadas com a falta de higiene e de saneamento. Isto é, são doenças de transmissão fecal-oral:
Diarreias Cólera Disenteria Febre tifóide Hepatite A Lombrigas e outros parasitas intestinais
A transmissão destas doenças pode ser muito directa:
Por exemplo: uma criança que tem diarreia e não lava as mãos com sabão depois de defecar, oferece um biscoito ao amigo. Os seus dedos, ainda sujos com fezes, estão cheios de micróbios (tão pequenos que não são visíveis). Alguns destes ficam agarrados ao biscoito. Ao comer o biscoito, o amigo engole também os micróbios. Em breve o amigo também terá diarreia.
Ou pode ser mais indirecta:
Por exemplo: as fezes duma pessoa com cólera podem entrar na água e esta fica contaminada. A partir desse momento qualquer pessoa que beber dessa água corre o risco de apanhar cólera, porque bebeu água contaminada com a bactéria que estava nas fezes da outra pessoa.
Se a família tivesse tomado qualquer das precauções abaixo indicadas, podia ter evitado a transmissão da doença:
Se o homem tivesse defecado numa latrina ou casa de banho Se a família não tivesse deixado o cão solto no quintal Se não tivessem deixado a criança brincar onde o cão tinha estado Se a mãe tivesse lavado as mãos com sabão após ter pegado a criança e antes de preparar a comida
Doenças relacionadas com a falta de água
Muitas doenças são causadas pela falta de água, ou pelo uso de quantidades insuficientes de água para a higiene pessoal dos membros da família (banhos, lavagem de mãos e do rosto). As doenças de transmissão fecal-oral também se transmitem facilmente quando há falta de água para as pessoas lavarem as mãos.
Algumas doenças da pele como, por exemplo, a sarna e os piolhos, são mais facilmente transmitidas a pessoas que não tomam banho todos os dias. Os pio- lhos também persistem em famílias que não dispõem de água suficiente para a higiene pessoal e doméstica (lavagem de roupa) da família.
Algumas doenças dos olhos como, por exemplo, o tracoma e a conjunti- vite são mais facilmente transmitidas quando as pessoas não lavam a cara com frequência.
É preciso que haja água e sabão, em quantidade suficiente, não só para garantir a higiene pessoal, mas também para a lavagem das toalhas, lençóis e mantas.
A prevenção de muitas doenças depende mais da quantidade de água utili- zada para a higiene do que da sua qualidade.
Doenças causadas por agentes baseados na água
São aquelas cujo vector, que transmite a doença, vive na água. Um exemplo é a bilharziose, que é causada por um parasita (o schistosoma) que para completar o seu ciclo de vida na natureza depende dum tipo de caracol que vive na água. Para evitar este tipo de doenças deve-se evitar o contacto com águas paradas e pouco profundas.
Higiene pessoal
É sempre melhor lavar as mãos em água corrente. Se não existirem torneiras, existem invenções muito simples, como por exemplo:
Fazer um pequeno furo perto da base duma garrafa plástica de dois litros. Pendurar a garrafa, enchê-la com água e fechar bem a tampa.
Sempre que se quiser lavar as mãos, abrir um pouco a tampa da garrafa para que entre ar e um jacto de água escorrerá através do pequeno furo, como se fosse uma torneira de pouca pressão.
É muito importante aconselhar as pessoas que querem construir uma casa, que esta deverá ter:
Cobertura adequada, para evitar a entrada da água da chuva Portas e janelas, para permitir a ventilação da casa Redes nas portas e janelas para evitar a entrada de animais e insectos Possibilidade de drenagem da água das chuvas. A casa deve estar localizada numa zona alta para evitar que a água das chuvas fique acumulada e haja humidade dentro Chão e paredes bem maticados para evitar poeiras, permitir uma boa limpeza e evitar a entrada de insectos Um local para cozinhar e para guardar os alimentos Um local para os membros da família tomarem banho Drenagem adequada para recolher as águas dos banhos e da lavagem da roupa numa fossa. Esta fossa deverá ter no fundo pedras grandes e em cima pequenas Locais apropriados para depositar o lixo Locais apropriados para construir uma latrina. É uma boa ideia que os líderes comunitários garantam que antes de a família ser autorizada a construir o seu novo lar, seja construída a latrina
A casa deve ser suficientemente espaçosa para alojar todos os membros da família. Há doenças que se transmitem facilmente, duma pessoa para outra, quando numa casa pequena vivem e dormem muitas pessoas.
Higiene dos alimentos
A higiene dos alimentos que a família consome constitui um factor muito impor- tante para a prevenção das doenças, principalmente as diarreias e algumas pa- rasitoses. Isto é muito importante nas crianças que apanham diarreia com maior facilidade e frequência. As diarreias nas crianças, principalmente se repetidas, podem levar à desidratação e morte da criança, ou fazer com que esta vá per- dendo peso, afectando o seu estado nutricional e, consequentemente, o seu crescimento e desenvolvimento.
Por isso, é necessário garantir que: os alimentos que a família consome são frescos e seguros; quem cuida da alimentação da família cumpre todos os cuida- dos de higiene necessários à preparação e conservação dos mesmos.
com a tampa abaulada (parece que está inchada); amolgada; a derramar o conteúdo; a esguichar líquido quando é aberta.
CUIDADO com os vendedores desonestos que aliciam as pessoas, com descontos, para venderem alimentos enlatados fora de prazo!!
Higiene da água
A água é um líquido precioso e sem ela não há vida nem saúde.
Para as actividades diárias da vida duma comunidade, e para que esta viva com saúde, é necessário que haja água disponível para:
Beber Cozinhar Tomar banho Lavar as mãos Lavar a louça Lavar a roupa Regar as machambas Dar de beber aos animais
Se a comunidade tira água do rio e não é possível arranjar outro local, aconselhar a fazer o seguinte:
Escolher um local adequado para tirar a água do rio. Como mostra a figura, este deve estar localizado acima do local onde se lava a roupa, se toma banho e se dá de beber aos animais. Tratar a água para beber (ver em baixo). É importante informar a comunidade que a presença dum rio ou dum lago demonstra que naquela zona a água está perto da superfície, portanto a co- munidade pode facilmente se organizar para cavar um poço e de certeza encontrará água a poucos metros de profundidade.
O que fazer quando a população
tira a água das nascentes?
A água da nascente pode ser limpa e boa para beber (potável), se a nascente estiver devidamente protegida. Se a nascente não está protegida e se não existe outro sítio para tirar a água, as pessoas devem ser aconselhadas a:
Colocar uma vedação à volta de toda a nascente. Fazer uma vala à volta da nascente para drenar a água da chuva. Construir um dreno para a água em excesso, protegido contra a erosão. Manter os animais afastados da nascente incluindo, se possível, as aves, e tudo o que possa provocar sujidade.
Se a comunidade tira água de poços não protegidos:
Se o poço não está bem protegido, é importante discutir com a população o que pode ser feito para o proteger.
Considera-se que um poço é bem protegido quando: Está colocado a pelo menos 20 metros duma latrina Tem pelo menos 3 metros de profundidade Tem à volta uma protecção com uma parede de pelo menos meio metro de altura Tem uma tampa Tem uma bomba ou um balde para tirar a água Existe uma vala à volta para drenar a água das chuvas e a própria água que as pessoas deixam verter quando usam o poço.
Se a população utiliza a água das chuvas, aconselhar a:
Esvaziar e limpar o reservatório onde é recolhida a água no início de cada época chuvosa Utilizar objectos limpos e/ou aplicar uma torneira para tirar a água do reservatório Tapar o reservatório durante o período em que não chove Tratar a água para beber, sempre que possível. É importante manter bem limpos os poços e as fontes de água públicas.
Não deixar que os animais se aproximem dos lugares onde as pessoas vão buscar água para beber. Se for necessário, colocar uma cerca em volta, para man- ter os animais longe da fonte.
Ninguém deve defecar (fazer cocó), nem atirar lixo perto da fonte de água.
Também não se deve deixar que as pessoas tomem banho, ou lavem a roupa e/ou a loiça perto da fonte de água.
A água duma fonte pode ficar contaminada se não for recolhida num reci- piente adequado.
Para manter a água potável desde a fonte até que seja consumida em casa, aconselha-se o seguinte:
Utilizar, sempre que possível, recipientes para transportar a água, que tenham uma boca (ou abertura) pequena Manter os recipientes bem limpos Lavar os recipientes, pelo menos uma vez por semana, de preferência com sabão Tapar os recipientes durante o transporte da água para casa Armazenar a água, dentro de casa, em recipientes limpos e tapados Sempre que possível, a água que se utiliza em casa deve ser entornada a partir dos recipientes onde está armazenada Se não é possível evitar mergulhar um objecto na água, utilizar um utensílio com pega (ex.: jarro ou púcaro), para evitar que os dedos to- quem na água do recipiente
É outro método seguro para tratar a água. Existem filtros já preparados para filtrar a água, mas uma alternativa é o uso de panos limpos. A filtração da água através de panos não oferece muita segurança, mas é um método que pode ser utilizado em situações de emergência, ou durante uma epidemia de cólera. Os filtros de cerâmica oferecem muito mais segurança do que qualquer outro método de filtração
Depois da filtração, é sempre aconselhável fer- ver ou tratar a água com cloro.
Também é possível construir filtros simples de areia. Pode-se pedir ajuda a uma pessoa com experiência nesta área, principalmente a pessoas ligadas à aber- tura de poços.
Um bom método de tratamento da água consiste em colocar a água ao lume e deixar ferver durante algum tempo. No entanto, uma vez que este método exige disponibilidade de fogo e de tempo (para ferver e depois arrefecer), nem sempre existem condições para que possa ser utilizado.
Quando surge uma epidemia de cólera numa comunidade, é necessário dar mais atenção ao tratamento da água para beber. O ideal seria que todas as famílias ti- vessem possibilidade de ferver a água, uma vez que a bactéria que causa a cólera (vibrião) é facilmente destruída pela fervura.
Mas, quando não há condições para ferver a água, pode-se utilizar o cloro para tratá-la. O vibrião e outros micróbios morrem em contacto com o cloro. O cloro pode ser obtido através da utilização de lixívia (javel) que geralmente se encontra à venda no mercado. No entanto, a concentração de cloro varia de acordo com o tipo de lixívia. Por isso, nem sempre é fácil saber qual a quantidade de lixívia a acrescentar à água que se utiliza em casa. As instruções sobre a quan- tidade de lixívia a utilizar encontram-se na pág. 740.
Existem produtos com uma concentração mais fixa e que já apresentam, no rótulo, as instruções sobre as quantidades que devem ser utilizadas para a desin- fecção da água. São estes produtos comerciais, específicos para a purificação da água, que devem ser procurados e aconselhados a utilizar.
NOTA: Numa situação de cólera, a cloragem dos poços é uma medida que pode ajudar. Mas é necessária uma boa monitorização em relação à medição dos níveis de cloro e é necessário que esta medida seja complementada com o tratamento da água em casa.
Este é um método simples, mas exige paciência. Só se deve usar este método quando não houver nenhuma hipótese de ferver a água.
Uso de latrinas
Cada casa deve ter uma latrina. É necessário que cada família garanta a cons- trução da sua própria latrina e que todos os membros da família, incluindo as crianças, a utilizem realmente.
O posto de saúde, a escola e outros locais públicos, devem ter latrinas que deverão ser mantidas limpas, bem como água para lavar as mãos depois de as usar.
Onde construir latrinas?
As latrinas devem ser construídas a, pelo menos, 20 metros das fontes de água e sempre num ponto mais baixo em relação ao poço, para evitar que o conteúdo da latrina possa contaminar a água.
Se existirem poços ou outras fontes de água muito perto da latrina, os líquidos que se encontram na cova da latrina podem-se misturar com a água dos poços e esta fica contaminada com fezes.
Existem muitos tipos de latrinas. A decisão do tipo de latrina a construir depende de vários factores: o material local disponível, o tipo de terreno; e os recursos financeiros da família e da comunidade.
Algumas ideias para construir latrinas:
Latrina tradicional de fossa simples aberta
Um buraco fundo, protegido por uma casinha, funciona muito bem. Quanto mais profundo for o buraco, menos problemas haverá com as moscas e com o mau cheiro.
Aqui está o desenho duma latrina simples e fácil de construir:
Quando se cava a terra para abrir o buraco, é preciso ter o cuidado de verificar se o terreno é firme e seguro. Se não for seguro e para evitar a queda das paredes, estas têm que ser protegidas com pau-a-pique.
Este tipo de latrina funciona, a curto prazo. A longo prazo, não é a melhor so- lução para os problemas de saneamento comunitário.