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HERANÇA AFRICANA ?Um Filá de Liberdade?
Tipologia: Notas de estudo
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HERANÇA AFRICANA “Um Filá de Liberdade”
Salvador 2008
HERANÇA AFRICANA “Um Filá de Liberdade”
Trabalho Apresentado a professora Artemisa Odila Cande Monteiro referente à disciplina História e Cultura Afro Brasileira, do curso de Pós Graduação Metodologia da História Cultura Afro-Brasileira.
Salvador 2008
No mesmo espaço estão sendo exibido um vídeo sobre a utilização dos balangandãs nos séculos XVIII e XIX. Podemos perceber as três nações que estão fazendo parte da exposição na qual falaremos a seguir; Os rituais de candomblé no Bahia são manifestações em suas formas mais variadas e em complexidade diversas, sua organização a partir de noções confere certas particularidades concretizadas desde o surgimento das culturas africanas de povos diversos por meio do tráfico negreiro em nosso país. Poderíamos nos perguntar o que caracteriza um ritual do candomblé? Mas talvez como resposta viesse outra questão: qual o ritual do candomblé? Angola?Keto?Jeje? Para se ter uma idéia, algumas das nações como Keto, Angola,Jeje, apresentam diferenças entre si, sentidas principalmente quanto a língua dos cânticos, a batida dos atabaques , a dança à nomenclatura utilizada para denominar cada objeto, função, orixás, sacerdotes,não são excludentes porém a essência é a mesma. Segundo Silva^2 o candomblé é compreendido como uma religião iniciática e de possessão, onde os ritos apresentam um acesso privilegiado a dimensão que o estruturam, como tempo o espaço a corporalidade,a conduta , os cargos e outros. Poderíamos visualizá-lo ainda como uma forma pelo quais as pessoas revivem a antiga organização familiar africana e religiosa a partir de um novo contexto. Na exposição estão expostas três Nações: Ketu, Jeje e Angola.
Denomina “ Nação Ketu ”,o candomblé descendente dos cultos religiosos da região Sudanesas, de cultura yorubana. Neste culto, os deuses são chamados de orixás e representam forças da natureza como o ar, o vento, o fogo e outros. A língua ritual destes cultos é composta de fragmentos de iorubá arcaico e de alguns termos de outras línguas com as quais foi se mesclando no decorrer do tempo. Toda a simbologia do candomblé Ketu como ritmo, cores, cantigas (rezas) músicas, comidas rituais e, fundamentalmente, o rito de iniciação, são marcados fortemente pelos valores culturais dos negros yorubanos.Aqui na Bahia os terreiros que pertencem a esta nação: “ Ilê Axé Iyá Nassô Oka” , (Terreiro da casa Branca) é considerado a primeira casa de candomblé aberta em Salvador. Considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o
(^2) Vagner Gonçalves da Silva, op.cit.p.121.
dia 31 de maio de 1984. O Terreiro é de Oxossi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa Branca, é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das principais pessoas do Terreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, (Salão onde se realizam as festas públicas), bem como a cozinha onde se preparam as comidas sagradas. Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o caráter sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo.Esta localizada na av. Vasco da Gama, 463, Salvador Ba. As Sacerdotisas do terreiro Iyá Nassô Oyo Akalagmabo Olodumare 3 Marcelina da Silva - Oba Tossi 4 Maria Julia Figueiredo de Oxum - Omó Niké 5 Ursulina de Figueiredo- Mãe Sussu 6 Maximiana Maria da Conceição - Massi 7 ( citada na exposição ) Maria Deolinda dos Santos - Papai Oké 8 Altamira Cecília dos Santos - Mãe Tatá- Oxum Tomilá - 9 (citada na exposição)
“Ilê Iyá Omi Axé Iyamasé” (Terreiro do Gantois ou Axé Yamassê), Sociedade São Jorge do Gantois, como é conhecido essa é outra grande casa de candomblé Gêge- Nagô, que também nasceu da Casa Branca do Engenho Velho, foi fundado por Maria Júlia da Conceição Nazaré em 1849. O nome Gantois veio de um flamengo, originario de Gand que era o dono do terreno onde o templo religioso foi construído. O que diferencia o Gantois de outros terreiros tradicionais da Bahia, é que a sucessão se dá pela linhagem e não através de escolha pelo jogo de búzios. De acordo com o antropólogo Julio Braga: "Historicamente, o Gantois é um candomblé familiar de tradição hereditária consangüínea, em que os regentes são sempre do
(^3) Africana considerada uma das fundadoras da primeira casa de candomblé da tradição nagô no Brasil. 4 Mais conhecida como Oba Tossi, foi a segunda Iyalorixá do Candomblé da Casa Branca-Engenho Velho. 5 Filha da fundadora do Candomblé da Barroquinha Iyá Nassô, é também a responsável por trazer o culto de Xangô para a Bahia. 6 7 Quarta Iyalorixá na sucessão do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho em Salvador. 8 Foi consagrada ao orixá Oxaguiã Idanko Ezo, uma qualidade de Oxalá cultuada no Bambuzal Era assim chamada por ser de Oxalá, foi a sexta Iyalorixá do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho em Salvador. 9 Filha legítima de Maria Deolinda, é a oitava Iyalorixá do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho.
Mãe Ondina de Oxalá Mãe Stella de Oxóssi “Ilê Lajuomi/Ilê Odô Ogê”, O Terreiro Pilão de Prata foi instalado em 1963 pelo babalorixá pai Air José de Sousa, que permanece à frente da casa. O espaço possui axé de fundamento da nação Ketu, que teve origem nos ensinamentos do tataravô do babalorixá Air José, Bangboshê Obitikô. Sacerdote do Terreiro Air Jose souza de Jesus
Denomina “ Nação Jeje ” , o candomblé Jeje é minoritário no Brasil, seus deuses são o voduns, cultuados como nobres famílias mitológicas, associadas cada uma delas aos elementos da natureza. Seu ritual difere muito dos dois anteriores em todos os sentidos. Além destas, existem várias combinações destes três tipos básicos, que são formadas a partir do trânsito dos religiosos entre um e outro grupo. Dentre os daomeanos escravizados, uma mulher chamada Ludovina Pessoa , natural da cidade Mahi (marri), foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia.
Ela fundou: Um templo para Dan^14 ; um templo para Heviossô^15 ; um templo para Ajunsun 16 e O templo de Ajunsun-Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiaku Satu, em Cachoeira e São Felix e recebeu o nome de Axé KPó Egi , mais conhecido por Cacunda de Yayá, que tem como sua representante a iyalorixá Maria de Lourdes Buana (Iyá Ominibu Kafae foobá).Dona Lourdes, tem roça em Salvador no Bairro Cabrito, e também em Nilópolis, no Rio de Janeiro funcionando com toda a força apesar de seus quase 80 anos, marcando sua tradição no Kwe Foobá , com diversos descendentes do Jeje Savalu. São os Jeje Savalu ou Savaluno. Sakpata era rei da cidade Savalu na África, segundo alguns historiadores, Sakpata foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. O dialeto dos savalus também é o Fon.Na Rua do Curuzú, no bairro da Liberdade em Salvador, Amilton de Sogbo segue a luta pela preservação da tradição do Jeje Savalu, na condição de Doté, a frente do Kwe Vodun Zo (Templo do Deus/Espírito do Fogo).
(^14) Kwé Cejá Hundé, mais conhecido como a Roça do Ventura ou Pó Zehen (pó zerrêm) de Jeje Mahin em Cachoeira e São Felix; 15 Zoogodo Bogun Male Hundô” Terreiro do Bogum em Salvador; 16 Que não se sabe porque não foi fundado. Esse é o segmento Jeje Mahin do povo Fon;
Amilton é descendente espiritual da Terreiro Cacunda de Yayá, onde teve o seu nascimento para o zelo ao Panteão Savaluno, pelas mãos de Jaoci Mãe Tança de Nanã. Seguem os terreiros pertencente a esta nação:
“ Zoogodo Bogum Malê Rundó ”, (OTerreiro de Bogum),candomblé de tradição Jeje Mahin, tem muitas diferenças em relação aos outros terreiros de Salvador. A principal diferença é a língua falada nos rituais. Como explica Jaime Sodré (ogã da casa há 35 anos), no culto dos Voduns do Daoméa a língua falada pelos jeje é o éwé, do povo fon, com tradição ligada ao Benin.Além da língua, alguns rituais dos jeje são diferentes. No Terreiro do Bogum não existem Orixás, lá se cultuam os Voduns e recebem outras denominações e tem semelhanças com o Vodou haitiano. Segundo historiadores, foi no local onde está o Bogum que Joaquim Jêje, herói do movimento de insurreição de escravos malês, deixou o bogum (baú) onde estavam os donativos que permitiram a famosa Revolta dos Malês ocorrida em Salvador em janeiro de 1835. está localizado na Ladeira do Bogum, antiga Manoel do Bonfim, no Bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador. Sacerdotisas do Terreiro Ludovina Pessoa 17 Mãe Romana de Possú - Gaiaku Romaninha 18 Luiza Franquelina da Rocha - Gaiaku Luiza 19 Mãe Runhó - Valentina Maria dos Anjos Costa Mãe Nicinha, Gamo Lokossi - Evangelista dos Anjos Costa Emiliana Pidade dos Reis-( citada na exposição ) Mãe Índia - Zaildes Iracema de Mello
Denomina “ Nação Angola ” , Este candomblé é resultado da presença dos negros bantos, da região Congo – Angolesa da África, cujos deuses que cultuam chamam-se Inkices.Também os Inkices são a divinização e personificação da natureza na forma humanizada. As características rituais do candomblé Angola diferem das características do candomblé Ketu, mas as formas do ritual e da iniciação se assemelham muito. Como característica intrínseca da cultura banto,
(^17) Fundadora (^18) irmã de santo de Ludovina (^19) Iniciada por Mãe Romaninha entre 1944-
Corpo- Saia rodadas (anexo 1) Pés- Chinelinhas (anexo 1) As Jóias
As jóias foram mais que adornos no século XIX na Bahia, ao portar as jóias a mulher negra simbolizava a manutenção de sua cultura. Cada orixá é representado por colares de contas^22 em cores específicas: para Oxossi, o azul claro leitoso; para Oyá, o marrom terra; para Iyemanjá, miçangas transparentes; Oxalá, o branco; Xangô, miçangas alternadas entre vermelho e branco ou marrom e branco. Quando se é iaô, usa-se um colar de palha-da-costa trançada com uma espécie de vassoura em cada ponta. o moça. Os diloguns são as insígnias do iaô, constituem-se em colares de dezesseis fios de miçangas fechados por uma firma. Geralmente, usam se três diloguns: um representando o orixá do pai-de-santo, outro do orixá pessoal e um de Oxalá. O pai-de-santo e os ebômis usam contas mais grossas, muito enfeitadas, por vezes feitas de coral, pedras africanas e símbolos que representam elementos da natureza e os orixás. Existe um colar característico que se usa após os sete anos de iniciação. o runjebe. e que possui intrínseca ligação com o orixá Oyá. São comumente usados, também, o Brajá, todo feito em búzios da costa, e o Lagdibá, colar distintivo do ebômi de Omolu, feito de chifre. Balangandã^23 - Enfeites e ornamentos. Podem também ser amuletos as negras escravas os usavam amarrados à cintura em dias de festa. Alguns historiadores indicam seu surgimento na Bahia. São miniaturas de objetos, sinais e símbolos originalmente confeccionados em metal, normalmente ouro ou prata. Entre eles encontramos a figa, espada, animais, búzios e frutas, reunidos em uma argola também metálica. Seu nome, Balangandã, imita o som que produziam quando eram agitados pelos movimentos do corpo de quem os usava
Conheça os amuletos da penca de Balangandãs original, usada pelas negras : Corrente- simboliza a escravidão, afasta o mal olhado e doença; Pão da Angola- símbolo de longevidade; Pomba- Símbolo dos santos mártires e devoção cristã; Romã- Símbolo dó gênero humano e fecundidade;
(^22) Anexo 3 (^23) Anexo 2
Ferradura- Símbolo da felicidade e sorte; Cabaça- Cosme e Damião usado para guardar água pelos escravos; Sol- Oxumaré- Seus do arco ires e chuva Lua, Arco e Flexa: Oxóssi - Deus das florestas e da caça, São Jorge. Caranguejo: Omolú - Deus do Sofrimento Espada: Iansã - Deusa dos raios, ventos e tempestades. Caju ou Machado duplo: Xangô - Deus do raio, trovão, fogo e justiça. Peixe: Yemanjá - Deusa das águas salgadas. Cajado: Oxalá - Deus do ar,céu, rios e montanhas. Uvas ou Leque: Oxum - Deus das águas doces, fontes e cachoeiras.
Anexo 2
Anexo 3 (colares de contas em cores)
Anexo 4(colares de contas em cores)