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Hemostasia - cascata de coagulação, Resumos de Cirurgia Geral

O processo de reparo do sistema cardiovascular, denominado hemostasia, que requer a formação de um trombo. São descritos os passos da hemostasia primária e secundária, além da cascata de coagulação. O texto também aborda a importância da hemostasia primária e do sistema fibrinolítico. Por fim, são apresentadas as vias intrínseca e extrínseca da coagulação sanguínea e a via final comum.

Tipologia: Resumos

2022

À venda por 21/12/2022

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HEMOSTASIA
Quando a circulação do sangue dentro do sistema cardiovascular sofre qualquer tipo de lesão,
o vaso necessita ser “fechado” para que haja a manutenção da circulação. O processo de
reparo é denominado HEMOSTASIA, que requer a formação de um trombo.
A formação de um coágulo de fibrina, no sítio da lesão endotelial representa um processo
crítico para a manutenção da integridade vascular.
A fibrina é derivada do fibrinogênio circulante no sangue, enquanto as plaquetas são
pequenos fragmentos celulares que circulam no sangue e desempenham função no início da
hemostasia.
Lesão vascular necessita de alguns passos que sucedem a lesão.
HEMOSTASIA PRIMÁRIA: adesão, ativação e agregação plaquetária.
HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: formação da fibrina, a partir de duas vias principais
(cascata de coagulação, via intrínseca e extrínseca e uma via comum). Este é um processo
importante para a estabilidade do tampão plaquetário.
LESÃO DO VASO -> VASOCONSTRIÇÃO ARTERIOLAR (reduz temporariamente o fluxo
sanguíneo local, evitando perdas excessiva e pode também promover a formação do tampão
plaquetário) -> ADESÃO PLAQUETÁRIA (se inicia com a formação do coágulo e depende do
fator de von Willebrand e da glicoproteína plaquetária Gp1b. As plaquetas são ativadas por
ligação do fvW de colágeno na matriz extracelular e Gp1b plaquetária. A adesão plaquetária
leva a uma alteração na forma e secreção de grânulos, chamada -> ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA
(mediadores inflamatórios se ligam aos receptores de glicoproteína IB (GpIb) ao fator fvW na
matriz extracelular exposta, sofrendo alteração de forma e liberação de grânulos. A adenosina
difosfato liberada e o tromboxano A2 (TxA2) induzem a -> AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
adicional pela ligação de receptores GpIIb-IIIa ao fibrinogênio, ocorrendo adesão na parede do
vaso no local da lesão e posterior agregação de umas com as outras, levando a construção de
uma massa oclusiva de plaquetas e formação do -> TAMPÃO PRIMÁRIO hemostático inicial.
Esse tampão pode se desfragmentar facilmente e deve ser estabilizado pela FIBRINA.
*A remoção do endotélio, por qualquer mecanismo, expõe o sangue ao contato com o colágeno
da região subendotelial, o que por si só promove a adesão das plaquetas na presença do fator
vonWillebrand (VIII:vWF). Quando isto ocorre, as plaquetas tornam-se ativadas e liberam o
conteúdo dos grânulos citoplasmáticos. Entre outras substâncias, estes grânulos contêm
adenosina-difosfato (ADP), serotonina e tromboxane A2 (TXA2). O ADP é responsável pela
ativação de outras plaquetas e pela modificação da sua forma, que passa de discóide para
esférica com aparecimento de pseudópodes. Estas plaquetas ativadas vão se agregar umas às
outras formando um tampão que fornecerá a superfície adequada ao processo de coagulação
do sangue, produzindo um coágulo resistente. Neste estágio, as plaquetas exteriorizam uma
lipoproteína denominada fator plaquetário 3 (PF3), que desempenha papel de superfície
fosfolipídica (superfície ativadora) que participa de inúmeras reações da cascata de coagulação
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HEMOSTASIA

Quando a circulação do sangue dentro do sistema cardiovascular sofre qualquer tipo de lesão, o vaso necessita ser “fechado” para que haja a manutenção da circulação. O processo de reparo é denominado HEMOSTASIA, que requer a formação de um trombo. A formação de um coágulo de fibrina, no sítio da lesão endotelial representa um processo crítico para a manutenção da integridade vascular. A fibrina é derivada do fibrinogênio circulante no sangue, enquanto as plaquetas são pequenos fragmentos celulares que circulam no sangue e desempenham função no início da hemostasia. Lesão vascular necessita de alguns passos que sucedem a lesão. HEMOSTASIA PRIMÁRIA: adesão, ativação e agregação plaquetária. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: formação da fibrina, a partir de duas vias principais (cascata de coagulação, via intrínseca e extrínseca e uma via comum). Este é um processo importante para a estabilidade do tampão plaquetário. LESÃO DO VASO -> VASOCONSTRIÇÃO ARTERIOLAR (reduz temporariamente o fluxo sanguíneo local, evitando perdas excessiva e pode também promover a formação do tampão plaquetário) -> ADESÃO PLAQUETÁRIA (se inicia com a formação do coágulo e depende do fator de von Willebrand e da glicoproteína plaquetária Gp1b. As plaquetas são ativadas por ligação do fvW de colágeno na matriz extracelular e Gp1b plaquetária. A adesão plaquetária leva a uma alteração na forma e secreção de grânulos, chamada -> ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA (mediadores inflamatórios se ligam aos receptores de glicoproteína IB (GpIb) ao fator fvW na matriz extracelular exposta, sofrendo alteração de forma e liberação de grânulos. A adenosina difosfato liberada e o tromboxano A2 (TxA2) induzem a -> AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA adicional pela ligação de receptores GpIIb-IIIa ao fibrinogênio, ocorrendo adesão na parede do vaso no local da lesão e posterior agregação de umas com as outras, levando a construção de uma massa oclusiva de plaquetas e formação do -> TAMPÃO PRIMÁRIO hemostático inicial. Esse tampão pode se desfragmentar facilmente e deve ser estabilizado pela FIBRINA.

  • A remoção do endotélio, por qualquer mecanismo, expõe o sangue ao contato com o colágeno da região subendotelial, o que por si só promove a adesão das plaquetas na presença do fator vonWillebrand (VIII:vWF). Quando isto ocorre, as plaquetas tornam-se ativadas e liberam o conteúdo dos grânulos citoplasmáticos. Entre outras substâncias, estes grânulos contêm adenosina-difosfato (ADP), serotonina e tromboxane A2 (TXA2). O ADP é responsável pela ativação de outras plaquetas e pela modificação da sua forma, que passa de discóide para esférica com aparecimento de pseudópodes. Estas plaquetas ativadas vão se agregar umas às outras formando um tampão que fornecerá a superfície adequada ao processo de coagulação do sangue, produzindo um coágulo resistente. Neste estágio, as plaquetas exteriorizam uma lipoproteína denominada fator plaquetário 3 (PF3), que desempenha papel de superfície fosfolipídica (superfície ativadora) que participa de inúmeras reações da cascata de coagulação

UREMIA: elevação da ureia no sangue. Altera receptores e impede a transformação de fibrinogênio em fibrina. Ocorre alterações na adesão e na agregação plaquetária. IMPORTÂNCIA DA HEMOSTASIA PRIMÁRIA. A lesão vascular também ativa os fatores de coagulação que interagem em sequência para formar a TROMBINA (responsável na conversão do fibrinogênio plasmático circulante e solúvel em fibrina.) que forma o TAMPÃO SECUNDÁRIO hemostático, mais resistente a dispersão pelo fluxo sanguíneo ou fibrinólise. A lesão endotelial expõe fator tecidual (FATOR III OU TROMBOPLASTINA), uma glicoproteína pró-coagulante envolta por membrana sintetizada por células endoteliais, que quando é ativada age em conjunto com o fator VII (principal gatilho in vivo da cascata de coagulação, que culmina na ativação da trombina). Se o processo de de formação e degradação da fibrina não for controlada pode ocorrer oclusão vascular problema. ● Por isso, ocorre o sistema fibrinolítico, que é ativado basicamente pela formação de fibrina local. -> resulta em plasmina, enzima que digere os tampões de fibrina ao mesmo tempo em que existe o processo de reparo tecidual, mantendo a desobstrução vascular. Ocorre então a formação de produtos de degradação da fibrina (PDF). HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: formação de fibrina; estabilização do tampão plaquetário. A CASCATA DE COAGULAÇÃO é um importante braço do sistema hemostático. Tradicionalmente a coagulação sanguínea se divide em via extrínseca e intrínseca, convergindo na ativação do fator X (une as vias intrínseca e extrínseca). ● VIA INTRÍNSECA: o fator XII é ativado pelo contato com alguma superfície carregada negativamente (como o colágeno, exposto na matriz extracelular quando lesões endoteliais ocorrem). ○ Além do fator XII, estão envolvidos nesse processo o fator XI, pré-calicreína e o cininogênio. Tanto o fator XI quanto a pré-calicreína necessitam de cininogênio para adsorver à superfície em que está ligado o fator XIIa. Da interação destes elementos é ativado o fator XI, que transforma o fator IX em IXa, que junto com o fator VIIa associam-se à superfície de fosfolipídios através de uma “ponte” de cálcio , estimulando a conversão de fator X para Xa. ● VIA EXTRÍNSECA: o fator VII plasmático, na presença de seu cofator, o fator tecidual ou tromboplastina, ativa diretamente o fator X. Nela, a ativação do fator XII ocorre quando o sangue entra em contato com a superfície, contendo cargas elétricas negativas, esse processo é denominado “ativação por contato” e requer a presença de outros componentes plasmáticos (pré-calicreína e cininogênio). O fator XIIa ativa o fator XI que ativa o fator IX. ● VIA FINAL COMUM: Iniciado por qualquer uma das vias consiste na sequência de ativação do fator IXa, na presença de fator VIII, ativa o fator X da coagulação desencadeando a conversão de protrombina em trombina e subsequente fibrinogênio

(NORMALMENTE 28-35 SEGUNDOS). É sensível ao efeito dos anticoagulantes e é usado para monitorar sua eficácia. ● O sistema de coagulação é contido e inibido por anticoagulantes naturais específicos: inibidor da via do fator tecidual, proteína C, proteína S e antitrombina III. Para impedir que a produção de trombina escape do controle, a fase de iniciação é controlada pelo fator tecidual que atua inibindo o complexo FT/FVIIA. ○ A ativação da proteína C ocorre na superfície da célula endotelial pela trombina juntamente com um receptor da célula endotelial, trombomodulina. A proteína C ativada em conjunto com a proteína S degradam os fatores Va e VIIIa que são necessários para sustentar a formação da trombina na coagulação. ○ A heparina tem como sua principal função formar um complexo com a antitrombina III aumentando a velocidade de formação de complexo com a trombina, interrompendo o processo de coagulação. O complexo heparina-ATII também aumenta a velocidade de neutralização dos fatores X, XII e IX, da plasmina e da calicreína. ○ ANTITROMBINA 3 -> produzida no fígado. ANTIAGREGANTES E ANTICOAGULANTES Exercem seus efeitos por um ou dois mecanismos, ou inibição da ativação das plaquetas pela inibição da produção do tromboxano A2 (AAS ou AINE) ou pelo antagonismo do receptor ADP de plaqueta (tienopiridinas). Entre as medicações que interferem HEMOSTASIA PRIMÁRIA ● AAS: acetila irreversivelmente a ciclo-oxigenase 1 (COX 1: produção de prostaglandinas e resulta em diversos efeitos fisiológicos, como proteção gástrica, agregação plaquetária, homeostase vascular e manutenção do fluxo sanguíneo renal) e suprime a síntese de TROMBOXANO AE (TXA2) e a agregação plaquetária por vários dias. ● AINES: inibição da COX-1, mas de maneira reversível. ● INIBIDORES DA ADP: inibe o receptor ADP. ● INIBIDORES DA GLICOPROTEÍNA GIIb/IIa: são muito potentes; inibe a fase de agregação. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA ● VARFARINA: necessita que quatro fatores de coagulação (II, VII IX e X) sofram uma reação de carboxilação para seu funcionamento. ESSA REAÇÃO É DEPENDENTE DE VITAMINA K. ● As heparinas não fracionadas são um conjunto de moléculas que estimulam a função da antitrombina III, que é um anticoagulante natural que inibe alguns fatores de coagulação, em especial a trombina. ● As heparinas de baixo peso molecular também ativam a trombina, mas de maneira mais seletiva, de forma que sua inibição se torne presencial ao fator Xa.