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Saiba mais sobre as empresas familiares, seus desafios e como melhorar sua gestão. Este guia aborda os principais desafios, como conflitos familiares, opacidade informacional e sucessão, e oferece soluções, como melhores práticas de comunicação, códigos de ética e contratação de profissionais externos. Além disso, aprenda sobre o sebrae e seu papel na promoção de empreendedorismo.
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
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Gerenciar uma empresa não costuma ser algo fácil. É preciso lidar com diferentes perfis de colaboradores, clientes exigentes e fornecedores que nem sempre cumprem os prazos, além de erros operacionais. Agora, fazer isso ao lado da família pode gerar desafios adicionais. Em suma, podemos definir como empresa familiar aquela cujos proprietários e muitos dos líderes fazem parte da mesma família. Em vários casos, até a força operacional é composta por parentes, como filhos, irmãos, primos ou sobrinhos dos donos.
Logo, tanto o quadro social quanto os postos de trabalho, sobretudo na alta administração, são compostos por pessoas de uma mesma família. Isso, geralmente, é reflexo da aplicação de recursos familiares no negócio, bem como da maior confiança nas pessoas da família.
Curiosamente, é possível identificar diferentes tipos (ou níveis) de empresas familiares, o que depende de três coisas: a abertura do negócio aos profissionais que não fazem parte do núcleo familiar, a influência da família no negócio e a composição da administração.
O QUE SÃO EMPRESAS FAMILIARES? 5
Outro exemplo é a administração familiar. Nesse caso, a administração do negócio é repleta de profissionais da mesma família, sobretudo nos cargos mais elevados. Eles estão lá porque são de confiança, possuem experiência na área e compromisso com o negócio. É possível, porém, que a família não tenha o controle do negócio, sendo que muitas das cotas ou ações do empreendimento pertencem a outros proprietários. Assim, a composição societária é mais heterogênea, o que pode facilitar algumas decisões estratégicas.
Um primeiro exemplo é a empresa de controle familiar. Nesse caso, a família exerce o controle da organização, comumente com 51% (ou até mais) das cotas ou ações da empresa. Isso faz com que a posição da família seja muito importante nas decisões estratégicas. Entretanto, nesses casos, a administração do negócio não está necessariamente repleta de familiares. Existem muitos profissionais do mercado e com extensa experiência em outras organizações, o que pode ajudar a aliviar algumas das tensões familiares.
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É natural que existam desafios em todo tipo de empreendimento humano. As pessoas são muito diferentes umas das outras, o que resulta em opiniões diversas e até opostas. Porém, quando o assunto é família, tudo fica um pouco mais delicado. Um conflito familiar pode perdurar muito mais que uma relação de trabalho. Mesmo que um familiar saia da empresa, você continuará convivendo com ele, talvez até morando sob o mesmo teto. Em vista disso, nascem alguns desafios, e outros se intensificam.
Por exemplo, se uma parte da família conta com mais informações financeiras da empresa do que outra, é natural que alguém se sinta inseguro. E isso pode dar lugar a conflitos graves. É preciso, então, administrar esses atritos e apostar nas melhores práticas gerenciais.
Ao longo dos próximos tópicos, indicaremos alguns dos desafios mais frequentes, como eles atrapalham as relações e o que pode ser feito, a priori. Continue com sua leitura.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS DAS EMPRESAS FAMILIARES? 8
Há um velho jargão que fiz: informação é poder. Na medida em que algumas pessoas têm mais informações que outras, elas podem tomar melhores decisões ou, pelo menos, decidir mais rapidamente. Isso cria certo senso de insegurança às partes menos informadas.
Essa irregularidade na distribuição de informações é chamada de assimetria. Ela incomoda a todos, é lógico. Quem quer se sentir mal-informado? Ninguém! Porém, o problema é maior nas empresas familiares, visto que todos os donos são parentes. Imagine dois irmãos: um tem acesso a todos os relatórios financeiros, e outro não. Isso, no mínimo, cria uma situação desconfortável. Para superá-la, então, é preciso investir em boas políticas de compartilhamento de dados e transparência , o que será explicado adiante.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS DAS EMPRESAS FAMILIARES? 10
Justamente pela falta de clareza quanto à sucessão, frequentemente, existe uma disputa por poder que envolve a família. Ela pode durar muito tempo , colocando em segundo plano as necessidades do negócio e o bem-estar dos encontros familiares. Apesar das disputas serem mais evidentes nos momentos de sucessão, elas ocorrem com muita frequência ao longo do expediente. Por exemplo, em microdiscussões para definir quem tem a última palavra ou a ideia de negócio que será acatada.
Um adendo importante: uma pequena disputa é natural e, muitas vezes, mostra até paixão pelo negócio. É preciso, então, gerenciar a situação para que tudo não saia do controle e leve a família a problemas profundos ou resoluções que não têm volta.
Em empresas não familiares, quando o principal líder precisa deixar o negócio, abre-se um processo seletivo, ou algum diretor (comumente financeiro ou operacional) assume o cargo. Não é a coisa mais simples do mundo, mas também não é tão difícil. Nas empresas familiares, porém, o processo tende a ser mais complicado. O motivo: há laços familiares. É muito difícil determinar, por exemplo, qual dos irmãos assumirá os negócios quando seu pai ou sua mãe se aposentar.
A situação, que já é delicada, se agrava porque, muitas vezes, não existe qualquer programa de sucessão da alta administração. Nesse caso, o futuro comandante pode estar despreparado, o que coloca em risco a saúde financeira do empreendimento e a situação patrimonial da família.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS DAS EMPRESAS FAMILIARES? 11
Quando profissionais talentosos entram em uma empresa, normalmente desejam crescer e ocupar posições mais relevantes, conforme suas entregas e seu tempo de “casa”. Porém, quando os principais cargos são ocupados por familiares, talentos externos podem ser inibidos.
Isso é um grande problema. Esses talentos poderiam promover mudanças significativas no negócio, fornecer uma visão mais imparcial e tomar decisões mais sóbrias. No entanto, eles não encontram espaço ( ou imaginam não ter espaço ) e acabam deixando a organização.
Há muitas alternativas para contornar esse desafio, como a construção de políticas claras de carreira e a integração de mais profissionais não familiares à alta administração. Essas e outras soluções serão abordadas com mais profundidade, em tópicos seguintes.
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Agora que entende o que são empresas familiares e os seus principais desafios, é hora de compreender o que pode ser feito, em termos de gestão, para o alcance de resultados fora do lugar-comum. Mas já vamos adiantar: não existe qualquer fórmula mágica.
Uma empresa familiar deve ser construída sob pilares claros e compreendidos por todos, sobretudo pelos familiares do alto comando. É necessário, igualmente, ter clareza sobre o propósito do empreendimento, o que pode facilitar a tomada de decisões complexas. A gestão de uma empresa familiar baseia-se em planejamento, execução e controle dos resultados (como em qualquer outro negócio), porém há uma necessidade muito maior de concordância e respeito entre seus sócios. Conheça as melhores práticas gerenciais, agora.
COMO MELHORAR A G ESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES? 14
Uma primeira prática é investir em comunicação interna empresarial. Trata-se de algo simples, mas que pode melhorar expressivamente a empresa familiar. Com mais diálogo, problemas de assimetria informacional e conflitos podem tornar-se menos frequentes. Investir em comunicação não é o mesmo que ter mais canais para falar (enquanto todos os outros familiares ouvem). É criar um sistema para que todas as empresas consigam dialogar de forma clara e fazer com que as mensagens desejadas cheguem até o receptor.
Para otimizar a comunicação, o primeiro passo é a conscientização. O líder da empresa familiar deve deixar claro que o diálogo é importante e que todos devem praticar isso. Mesmo quem não é da família deve sentir-se ouvido, quando preciso. O passo seguinte é adotar canais que facilitem a comunicação. Murais de recados, redes sociais corporativas e aplicativos mobile ajudam muito. Lembre- se, contudo, de que esses não são canais de comunicação da família e não devem ser utilizados nesse sentido.
COMO MELHORAR A G ESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES? 16
Alguns tópicos importantes para a política são:
Feito o código de ética, compartilhe o material com os empregados e sócios, sobretudo com aqueles que fazem parte da família. Assim, a priori, todos podem compreender o que é certo e errado dentro da empresa, o porquê e como podem ser advertidos.
Dentro da empresa familiar, sem prévio acordo, é difícil definir o que é certo e errado — mais difícil ainda punir os “infratores”. Isso ocorre porque os laços de parentesco dizem que estão todos no mesmo nível, afinal, são todos da mesma família. Exatamente por isso, é preciso uma política que diga, a priori, o que é certo e o que é errado. Também chamada de política de ética e conduta, ela informa quais são as melhores práticas dentro da empresa e o que não é admitido (sob risco de punição).
A política de ética e conduta deve ser elaborada ao lado dos familiares que possuem participação societária, bem como da alta administração. Ela precisa ser direta e clara, de modo que todos consigam compreendê-la sem longas horas de leitura e estudo.
COMO MELHORAR A G ESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES? 17
Nos tópicos anteriores, explicamos que a falta de um plano de sucessão pode colocar o negócio em risco e escalar disputas por poder. Por isso, é crucial a criação de um plano que oriente os familiares sobre o futuro da empresa e os ocupantes dos seus principais cargos. O termo “plano de sucessão” é bem amplo. Ele indica como a alta administração pode ser substituída, por quem e quando. Também esclarece as competências (tanto técnicas quanto comportamentais) necessárias aos futuros ocupantes e que devem ser desenvolvidas até lá.
Nesse aspecto, uma empresa familiar comandada pela mãe pode ter, na linha de sucessão, o filho mais velho para o cargo de CEO. Sendo assim, ele deve começar a ser preparado, de modo que tome decisões cada vez mais amplas, até que, um dia, assuma o cargo. A construção do plano de sucessão é bastante delicado e envolve conflitos de interesse, o que pode afetar a família. Por isso, para a criação do plano, o melhor é contar com a ajuda de uma consultoria competente, independente e imparcial, que oriente os familiares.
COMO MELHORAR A G ESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES? 19
Algo determinante é, após o conflito, tirar lições específicas. Reflita sobre o que pode aprender e como isso pode ajudar a melhorar o negócio (ou sua gestão). Aproveite para compartilhar o aprendizado com a família (sempre com muito cuidado, afinal, pode ser algo delicado).
Nas empresas familiares (como em toda empresa), invariavelmente, conflitos tendem a surgir — porque algumas partes não têm a mesma visão de futuro e não concordam com a mesma escolha. Mas existe um agravante: o aspecto familiar.
No negócio familiar, um conflito mal gerenciado pode durar muito tempo e estender-se para o núcleo mais íntimo, além de envolver mais pessoas e provocar o lado emocional (e menos racional) dos profissionais. Ou seja, é algo realmente sério e delicado.
Para lidar com conflitos, então, o gestor precisa aprender continuamente sobre as melhores práticas. Algumas das principais são pontuadas a seguir:
COMO MELHORAR A G ESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES? 20
Conceder privilégios pode ser um grande problema. Muitos profissionais, incluindo alguns familiares, podem entender o privilégio como injustiça. Além disso, pode resultar em vícios que afetam a produtividade, o bem-estar e o clima do ambiente de trabalho. Portanto, é preciso ter uma administração baseada em meritocracia. Ninguém deve ser promovido a gerente de vendas porque é primo ou sobrinho do dono, mas porque possui as competências necessárias ao cargo — e, dentro da empresa, é a melhor escolha.
Isso envia uma mensagem poderosa aos profissionais: aqui, todos são reconhecidos e até recompensados por seus resultados e valores pessoais, não pelo grau de parentesco. O maior senso de meritocracia também pode trazer benefícios específicos, como a retenção de talentos, o engajamento dos atuais profissionais , o compromisso com os resultados e o forte senso de justiça. Assim, além de bem-estar, a empresa familiar obtém produtividade.