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Guias e Dicas
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Guia de Orientação na Avaliação Audiológica, Notas de estudo de Fonoaudiologia

Audiometria tonal liminar e de Altas. Frequências. In: BOÉCHAT, E. M., et al., Tratado de audiologia. São Paulo: Santos. 2 ed. p. 57-67, ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Rio890
Rio890 🇧🇷

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Guia de Orientação na
Avaliação Audiológica
Volume I
Audiometria tonal liminar,
logoaudiometria e medidas
de imitância acústica
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Guia de Orientação na

Avaliação Audiológica

Volume I

Audiometria tonal liminar,

logoaudiometria e medidas

de imitância acústica

Sumário

    1. INTRODUÇÃO
    1. ASPECTOS LEGAIS
    1. AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA - 3. 1. Audiograma e Simbologia - 3. 2. Resultado Audiológico - 3. 3. Logoaudiometria - 3. 4. Medidas de Imitância Acústica......................................... - 3.4.1. Timpanometria - 3.4.2. Reflexo Acústico
    1. AUDIOLOGIA INFANTIL
    • DE ALTAS FREQUÊNCIAS - ATF 5. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA AUDIOMETRIA TONAL
      • DO TRABALHADOR 6. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA AUDIOMETRIA NA SAÚDE
    1. LAUDO AUDIOLÓGICO - 7. 1. Audiometria Tonal - 7. 2. Medidas de Imitância Acústica
    1. REFERÊNCIAS
    1. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
  1. INTRODUÇÃO A avaliação audiológica é norteada por procedimentos e técnicas valida- das e reconhecidas cientificamente, que visam garantir a qualidade do exame e segurança do cliente. Frequentemente os conselhos de fonoaudiologia são consultados por fo- noaudiólogos de diversas regiões do Brasil, em busca de esclarecimentos sobre o registro de resultados de exames audiológicos. Nas ações de fisca- lização dos Conselhos Regionais, em serviços de Audiologia, esse questio- namento também é recorrente. Com o objetivo de orientar os fonoaudiólogos na prática profissional em Audiologia dentro dos princípios técnico-científicos, legais e éticos, as Comissões de Audiologia do Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia em parceria, desde o ano de 2012, com a Academia Brasileira de Audiologia e o Departamento de Audição e Equilíbrio da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, revisaram e atualizaram este guia. Esperamos que com a leitura deste guia, você fonoaudiólogo, possa dispor de elementos e conhecimentos que o auxiliará quanto ao registro dos resultados da avaliação audiológica. Boa Leitura!
  2. ASPECTOS LEGAIS Fonoaudiólogo é o profissional, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas na área da comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como em aperfei- çoamento dos padrões da fala e da voz (Lei n.º 6.965/1981). Além disso, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, ao tratar dos direitos

e deveres individuais e coletivos, estabeleceu, no inciso XIII, a liberdade do “exercício de qualquer profissão, atendidas as qualificações profissio- nais que a lei estabelecer”. O fonoaudiólogo possui amparo legal que garante sua atuação profissional de forma plena, ética e autônoma. Sendo assim, tem o dever de conhecer as normativas de sua profissão, principalmente as que se referem direta- mente à sua prática profissional. Segue abaixo algumas das fontes legais acerca da atuação do fonoaudió- logo em Audiologia. z Lei n.º 6.965/1981, que define as competências do fonoaudiólogo; z Código de Ética da Fonoaudiologia, que regulamenta os direitos e os deveres e estabelece as infrações éticas dos fonoaudiólogos; z Demais normativas emanadas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) (www.fonoaudiologia.org.br); z Normativas da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia; z Normativas do Ministério da Saúde (www.portalsaude.saude.gov.br); z Normativas do Ministério da Previdência Social (www.previdencia.gov. br); z Portaria nº 19 de 09 de abril de 1998. “Consulte com frequência o portal do Conselho Federal e Conselhos Regionais de Fonoaudiologia para manter-se atualizado acerca das legislações e normativas vigentes.”

    1. Audiograma e Simbologia A audiometria tonal liminar é fundamental para o processo diagnóstico audiológico e determina os limiares auditivos comparando os valores ob- tidos com os padrões de normalidade, usando como referência o tom puro (Lopes, Munhoz, e Bozza, 2015). Os limiares auditivos obtidos devem ser dispostos e representados grafi- camente no audiograma, usando sistema de símbolos padronizados. O audiograma deve ser construído como uma grade, na qual as frequên- cias, em Hertz (Hz), estão representadas em escala logarítmica no eixo da abscissa, e o nível de audição (NA), em decibel (dB), no eixo da ordenada. Para garantir dimensão padronizada do audiograma, cada oitava na escala de frequências deve ser equivalente ao espaço correspondente a 20 dB na escala do nível de audição. O eixo da abscissa deve incluir as frequências de 125 Hz a 8.000 Hz, com a legenda de “Frequência em Hertz (Hz)”. O eixo da ordenada deve incluir níveis de audição de -10 dB a 120 dB NA (de acor- do com a saída máxima de cada equipamento) com a legenda de “Nível de Audição em Decibel (dB NA)”. O audiograma e o sistema de símbolos recomendados pela ASHA (1990) encontram-se, a seguir, na Figura 1 e Quadro 1, respectivamente.

Figura 1: Audiograma recomendado pela American Speech-Language-Hearing

Association

Nível de audição em decibel (dBNA) Frequência em Hertz (Hz) 125

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 250

ASHA (1990)

500 750 1.500 3.000 6. 1.000 2.000 4.000 8.

Os símbolos audiométricos apresentados no Quadro 1, foram especifica- dos para poder diferenciar, independentemente do código de cores: a) orelha direita da orelha esquerda; b) condução aérea de condução óssea; c) limiares mascarados de limiares não mascarados; d) presença de resposta e ausência de resposta; e) tipo de transdutores (fone supra aural ou de inserção, vibrador e alto-falante) utilizado para a apresentação do estímulo.

    1. Resultado Audiológico O resultado audiológico deve conter, tipo, grau, configuração e lateralidade da perda auditiva, de acordo com a literatura adotada.

a) Quanto ao tipo da perda auditiva

A classificação do tipo de perda auditiva tem por objetivo realizar o topodiagnóstico da alteração. Sugerimos a descrição com base nos autores Silman e Silverman (1997), apresentada no Quadro 2.

Quadro 2 - Classificação do tipo de perda auditiva (Silman e Silverman, 1997)

Tipo de perda Características Perda auditiva condutiva Limiares de via óssea menores ou iguais a 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo maior ou igual a 15 dB Perda auditiva sensorioneural Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo de até 10 dB Perda auditiva mista Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo maior ou igual a 15 dB Silman e Silverman (1997)

b) Quanto ao grau da perda auditiva

Para a classificação da perda auditiva quanto ao grau, são encontradas na literatura diversas recomendações. Alguns autores classificam a perda auditiva com base nos limiares auditivos para as frequências 500, 1.000 e 2.000 Hz, como pode ser observado no Quadro 3 (Lloyd e Kaplan, 1978) e 4 (Davis, 1970, 1978), enquanto outros tomam por base as frequências de 500, 1.000, 2.000 e 4.000 Hz, como pode ser observado no Quadro 5 ( Bureau International d’AudioPhonologie , BIAP, 1996). A escolha da classificação fica a critério do profissional. Entretanto, é imprescindível que o fonoau- diólogo indique qual foi a classificação adotada, desde que reconhecida e validada cientificamente. A Organização Mundial de Saúde (2020) publicou material intitulado Basic Ear and Hearing Care Resource no qual utilizou a classificação dos Graus de Deficiência Auditiva REVISADA (Quadro 6), ou seja, considerou o limiar de 20 dB como sendo uma perda auditiva de grau leve e recomenda que seja vista juntamente com a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). Importante ressaltar a necessidade de se ter mais estudos nacionais utilizando esta classificação associada a CIF.

Quadro 5 – Classificação do grau de perda auditiva (BIAP, 1996)

Denominação Média tonal (500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz) Características Audição normal ≤ 20 dB NA Audição normal Deficiência auditiva leve 21 – 40 dB NA Percebe a fala com voz normal, mas tem dificuldade com voz baixa ou distante; a maioria dos ruídos familiares são percebidos Deficiência auditiva moderada Grau I: 41 – 55 dB NA A fala é percebida se a voz é elevada; o sujeito entende melhor quando olha a pessoa que fala; percebe alguns ruídos Grau II: 56 – 70 dB NA familiares Deficiência auditiva severa Grau I: 71 – 80 dB NA A fala é percebida se a voz é elevada e próxima à orelha; percebe ruídos intensos Grau II: 81 – 90 dB NA Deficiência auditiva muito severa Grau I: 91 – 100 dB NA Nenhuma percepção da fala; Somente os Grau II: 101 – 110 dB NA ruídos muito fortes são percebidos Grau III: 111 – 119 dB NA Deficiência auditiva total / Cofose

120 dB NA Não percebe som BIAP (1996)

Quadro 6 – Classificação do grau da perda auditiva (Organização Mundial da

Saúde 2020)

Graus de perda auditiva Média entre as frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz Desempenho Audição normal < 20 dB Nenhum problema em ouvir sons Leve 20 < 35 dB Pode apresentar dificuldade em ouvir o que é falado em locais ruidosos Moderado 35 < 50 dB Pode apresentar dificuldade em ouvir conversa particularmente em lugares com ruidosos. Moderadamente severo 50 < 65 dB Dificuldade em participar de uma conversa especialmente em locais ruidosos. Mas pode ouvir se falarem com a voz mais alta sem dificuldade. Severo 65 < 80 dB Não ouve a maioria das conversas e pode ter dificuldade em ouvir sons elevadas. Dificuldade extrema para ouvir em lugares ruidosos e fazer parte de uma conversa Profundo 80 < 95 dB Dificuldade extrema em ouvir voz em forte intensidade Perda Auditiva completa / surdo

95dB Não consegue escutar nenhuma conversa e a maioria dos sons ambientais. Organização Mundial da Saúde (2020)

c) Quanto à configuração audiométrica

Esta classificação leva em consideração a configuração dos limiares audi- tivos de via aérea de cada orelha. No Quadro 7, encontra-se a classificação de Silman e Silverman (1997) adaptada de Carhart (1945) e Lloyd e Kaplan (1978).

e) Outra descrição associada à curva audiométrica

Simétrica: são consideradas as que possuem o mesmo grau e a mesma configuração audiométrica. Assimétrica: de acordo com ASHA (2015), assimetria significa que cada ore- lha tem grau e configuração diferentes. Existem outras classificações para a interpretação de perda auditiva assimétrica:

  1. Quando houver diferença interaural ≥ que 15 dB NA em pelo me- nos duas frequências contínuas entre as orelhas direita e esquerda (Parving; Newton, 1995).
  2. Quando houver diferença interaural de ≥ 20 dB NA em duas frequên- cias contíguas ou ≥ 15 dB NA em qualquer das duas frequências entre 2000 Hz e 8000 Hz (Durakovic et al., 2019). “É dever do fonoaudiólogo descrever o resultado da avaliação audiológica”
    1. Logoaudiometria Logoaudiometria é um teste que avalia a habilidade do indivíduo para de- tectar e reconhecer a fala. Por meio da logoaudiometria, é possível avaliar o Limiar de Detecção de Voz (LDV), o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) e o Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF). Entre es- ses testes, os resultados do IPRF são classificados conforme descrito no Quadro 8, como sugerem Jerger, Speaks e Trammell (1968).

Quadro 8 – Classificação do IPRF (Jerger, Speaks, e Trammell, 1968)

Resultado de IPRF Dificuldade de compreensão da fala 100% a 92% Nenhuma dificuldade para compreender a fala 88% a 80% Ligeira/discreta dificuldade para compreender a fala 76% a 60% Moderada dificuldade para compreender a fala 56% a 52% Acentuada dificuldade para acompanhar uma conversa Abaixo de 50% Provavelmente incapaz de acompanhar uma conversa Jerger, Speaks, e Trammell (1968)

    1. Medidas de Imitância Acústica As medidas de imitância acústica contribuem com informações sobre a mobilidade do sistema tímpano-ossicular e quanto à integridade da via auditiva. São utilizadas na prática clínica fornecendo informações sobre a curva tim- panométrica (timpanometria) e os reflexos acústicos (contra e ipsilaterais). 3.4.1. Timpanometria Utilizada para avaliar o funcionamento e integridade da orelha média. A timpanometria convencional é realizada com o tom teste de 226Hz. Para lactentes e bebês, a literatura indica o tom com frequência mais alta (1000Hz). “É importante que o profissional registre qual tom de frequência de sonda foi utilizado.”