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Por fim, a teoria cognitivista denominada de Teoria da. Aprendizagem Significativa – TAS (tida como referencial teórico de medida final neste trabalho) se deu ...
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
UM ENSAIO DE INSERÇÃO DA TEORIA NA PRÁTICA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
1a. Edição: 2021
Autores:
Luis Antônio Teles Tibáo Valmir Cândido Sbano
Projeto gráfico, diagramação e capa:
Jônatas Jacob
GUIA DE INTRODUÇÃO ÀS
TEORIAS COGNITIVISTAS DA
APRENDIZAGEM
UM ENSAIO DE INSERÇÃO DA TEORIA NA PRÁTICA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
GUIA DE INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS COGNITIVISTAS DA APRENDIZAGEM
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teorias apresentadas, mas, pelo contrário, a intenção foi apresentá-las
em seus aspectos mais gerais, com o objetivo de despertar no leitor o interesse pelos assuntos abordados.
A partir de cada corrente teórica apresentada espera-se que
o professor inicie uma jornada de reflexão sobre o ato de educar a partir da compreensão de que cada estudante é dotado de suas pró- prias vivências, de um conjunto de informações, conceitos, opiniões
e ideias, que precisam ser levados em consideração no ato de ensinar.
De fato, o aluno não é uma “tábua em branco” que passivamen- te recebe e acumula informações. O aprendiz é um sujeito dotado de
uma estrutura cognitiva ativa, que precisa ser alcançada a fim de que se promova uma aprendizagem para a vida – que faça sentido para
quem aprende.
No início do século XX, a psicologia começou a percorrer
um caminho em busca de sua inscrição entre as ciências modernas. Muito cedo, os resultados de seus ensaios neste caminho começaram
a modificar as práticas dos diferentes agentes sociais deste século ve- loz: agentes políticos, pedagógicos, da comunicação, religiosos, mé- dicos e sanitários, militares etc.
Como poderia uma ferramenta tão importante assim não voltar a ser discutida no contexto da educação, particularmente no contexto
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do ensino de ciências? É bem verdade que os estudos da chama- da psicologia da aprendizagem poucas vezes tiveram como cenário original a aprendizagem escolar, mas constituíram, em sua grande maioria, teorias que procuravam explicar o desenvolvimento cogni- tivo do sujeito aprendiz.
Para Rego (2014, p.125), “apesar da psicologia não conseguir dar conta sozinha da complexidade do ato educativo, pode significar uma contribuição efetiva para melhorias no plano pedagógico”.
Ainda sobre a utilização das teorias da aprendizagem na prática docente, diz Ronca (1994, p.91):
Na ausência de teorias de ensino, os professores são levados a valerem-se das normas disponíveis no folclore educacional ou basearem-se no exem- plo de seus próprios professores ou, ainda, tentar descobrir técnicas de ensino através de tentati- vas de ensaio e erro. Uma teoria de ensino tem por base a construção de princípios que possam ser adaptados tanto a diferentes sujeitos como a diferentes situações.
Foco deste trabalho, a aprendizagem cognitiva é aquela que decorre de um trabalho oculto de estruturas organizadoras da ex- periência e da intelecção (CAMPOS, 2014). Nela, nem o ambiente, nem o professor, nem mesmo a aprendiz (considerado apenas em
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crescente de contato e retomada do contato com o objeto e a objeti- vidade (por ações que vão de inicialmente muito físicas a finalmente mentais e formais – matemáticas), que o conhecimento humano se renova a cada descoberta.
Por fim, a teoria cognitivista denominada de Teoria da Aprendizagem Significativa – TAS (tida como referencial teórico de medida final neste trabalho) se deu dentro de uma perspecti- va em que seu autor buscou auxiliar a atuação do professor em seu cenário real de atuação – a sala de aula. Este é reconhecidamente um dos pontos mais importantes da contribuição de David Ausubel (RONCA, 1994). Este aspecto a diferencia, sobremaneira, das teo- rias cognitivas anteriores, Gestalt e Epistemologia Genética de Jean Piaget, e, por esse motivo, ganhará maior destaque.
Dentro deste horizonte, reflexões feitas durante o estudo de algumas teorias psicológicas da aprendizagem no decorrer da disci- plina Teorias da Aprendizagem – oferecida pelo Programa de Pós- Graduação em ensino de ciências (PPECN/UFF) – nos levaram a propor como hipótese o fato de que a valorização e o manejo das te- orias cognitivistas da aprendizagem podem contribuir de forma sig- nificativa para a prática docente, principalmente no que diz respeito à forma com que os conteúdos são apresentados e à promoção de atividades que proporcionem maior grau de compreensão e retenção dos conteúdos estudados.
Desta maneira, esta obra surge de um trabalho investigati- vo que buscou demonstrar como o entendimento da cognição, em uma perspectiva da aprendizagem, pode atuar como ferramenta no
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ensino de ciências da natureza, de forma a instrumentalizar o profes- sor frente ao desafio de promover experiências de ensino que criem pontes mais efetivas entre o conteúdo abordado em sala de aula e a estrutura cognitiva do aprendiz.
“A repetição é útil, mas o uso contínuo da repetição mecânica também tem efeitos prejudiciais. É perigoso porque facilmente induz hábitos de pura ação mecanizada, cegueira, tendências a atuar de maneira servil em vez de pensar, em vez de enfrentar um problema livremente”. (WERTHEIMER)
L
eia a pergunta abaixo:
É vrdedae que pdoeoms ler uma fasre ebmarahadla?
Percebeu algo de errado?
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Ao olhar a figura você vê um triângulo sobre um retângulo ou um retângulo sobre um triângulo? (volte a figura e faça uma ob- servação mais atenta…) Pois então!? Se nos detemos a uma obser- vação atenta da figura apresentada, não podemos dizer que vemos simplesmente duas figuras geométricas sobrepostas. Isto porque, em realidade, no papel não estão desenhados nem um triângulo nem um retângulo!
Você já percebeu que em algumas situações os nossos olhos e nosso cérebro nos confundem fazendo com que vejamos algo que na realidade não existe?
Por entre 1910-1920 na Alemanha, psicólogos como Kurt Koffka, Max Wertheimer, Kurt Lewin e Wolfgang Kohler, basea- dos em estudos que relacionavam forma e percepção , publicaram tra- balhos que trouxeram os aspectos formais das percepções sensoriais para o centro dos estudos psicológicos (principalmente através de estudos e experimentos da percepção visual). Estes estudos culmina- ram na denominada Psicologia da Gestalt.
Sem correspondente na língua portuguesa, o termo Gestalt é uma palavra de origem alemã, com uma tradução aproxima- da de “boa forma”, “configuração”, “estrutura” ou “organização” (ENGELMANN, 2002).
Estes estudos mostraram que nossas atividades cerebrais assim como nossos processos psicológicos buscam espontaneamente por si- tuações de maior organização e equilíbrio. O que estamos dizendo é que, de uma forma geral, o cérebro como processo natural e/ou
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espontâneo busca simplificar as informações que recebe com a in- tenção de facilitar a compreensão daquilo que lhe está sendo apre- sentado. De modo mais sistematizado, “na medida em que as con- dições o permitem, o sistema tende espontaneamente à estrutura mais equilibrada, mais homogênea, mais regular, mais simétrica” (GUILLAUME, 1960, p.26).
De igual forma, os estudos demonstraram que a interpretação que damos àquilo que vemos está intimamente ligado com nossas experiências anteriores, isso explica o porquê pessoas diferentes pre- senciam um mesmo evento e tiram conclusões distintas do que pre- senciaram. A realidade objetiva (o fato observado) sofre um encontro com o subjetivo (o estado psicológico de quem a percebe) e o produto desta interação pode ser diferente para cada indivíduo.
Como uma de suas principais contribuições a psicologia da Gestalt parte da ideia de que conceitos como percepção, aprendizagem e cognição devem ser pensados como uma totalidade, e não investi- gados como resultados da soma de suas partes isoladas (COLLIN et al, 2016, p.160). A ideia pode ser simplificadamente descrita assim: a percepção das partes se dá de forma melhor quando ocorre posterior- mente à compreensão da totalidade. Corroborando com este concei- to Engelmann (2002, p.2) escreve: “A Gestalt é anterior à existência das partes. A determinação é de cima ou descendente e não de baixo ou ascendente”.
Assim, em sua premissa mais básica a psicologia da Gestalt nos ensina que para compreendermos as partes é necessário antes uma compreensão do todo.
De um modo geral,